Que sofra por mim

Capitulo 47 – Que sofra por mim

 

Eu estava voltando do almoço lentamente, não iria ter aula até as 3hrs, e como ainda era 1hr, eu iria para a biblioteca para dá alguma lida nos assuntos dos exames. Vi Tiago na minha frente, andando sozinho e de repente ele sumiu, assim, completamente do nada. Parei e fiquei olhando para o lugar que ele estava, muito estranho, acho que ate tendo alucinações eu estou começando a ter.

Continuei andando, olhando para fora do castelo, estava um belo dia, se eu pudesse Sá uma saidinha. Foi ai, PUF eu fui puxada para um armário de vassouras, tentei gritar mas uma mão tampou minha boca, abri os olhos e me acalmei, era o maluco do Potter.

- O que você quer seu doente? Me matar? – perguntei, tentando sair, mas ele me impediu.

- Não. Quero conversar – ele me disse me olhando e enrolando um pano muito comprido e guardando aquele pergaminho

- Pra que tudo isso?

- Pra encontrar você, mas você estava tão perto que eu tomei um susto

- Pra me encontrar? Como assim? – ele revirou os olhos e me olhou novamente

- Isso não é conversa pra agora, mas então, como vamos ficar?

- Ficar? Ficar com o que?

- Você bem, você sabe... – ele olhou para a fechadura da porta.

- Vai ficar no nada Potter, não aconteceu nada pra mim

- Mas pra mim não conta?

- O que você quer afinal? Todo dia é essa mesma conversa, eu já cansei

- Você adora dizer que já se cansou – ele me olhou, e eu notei um ar de angustia pairando nele.

- Eu quero dizer que não vai ter mais nada entre a gente Tiago

- E porque? Agora que deveria ter – ele deu um pequeno sorriso.

- Olha, o ano esta acabando e eu tenho muito que passar, e as coisas estão ficando complicadas demais.

- Você não quer saber mais de mim então? Essa é a ultima vez que eu corro atrás de você, se você quiser alguma coisa comigo depois, você que venha, porque agora eu que cansei de tudo isso – ele me olhou profundamente dos olhos e eu poderia jurar que ele queria falar aquilo há muito tempo atrás. E nesse momento eu não sabia o que falar.

- Então é isso, tchau Lilian – ele ia dizendo quando abriu a porta e saiu pelo corredor, que agora ia se enchendo de alunos para ir para suas aulas. Ele me olhou mais uma vez, pelo menos esperando alguma resposta, nem que fosse negativa – Já chega disso pra mim, isso não depende só de mim, e se você não ta afim o que eu posso fazer mais? Não vou perder meu tempo – ele me olhava sério, e eu sentia, que ele estava muito magoado, com tudo que eu já tinha feito, dito e não dito, então ele deu as costas e saiu.

- Hei, Lily – disse uma voz atrás de mim. Olhei e era Severo – Aula de que?

- Nada. – e passei por ele em direção a torre da Grifinória. Agora eu não tinha cabeça nenhuma de conversar ou nem mesmo estudar.

 

- Acabou tudo Alice – disse quando entrei no salão comunal e Alice estava sentada sozinha lá lareira.

- O que? – ela me perguntou, se muito se abalar.

- Tudo que eu poderia ainda ter com Tiago.

- Essa conversa de novo? Qual é Lily, todo mundo sabe que vocês brigam mas no final fica tudo bem

- Mas eu acho que agora não vai ficar nada bem – sentei do lado dela e fiquei olhando a lareira – O que foi?

- Nada. – ela também olhava sem piscar.

- O que teve com você?

- Sirius estava ficando com outra menina, e eu sei que ele é assim, e eu sei que ele não vai mudar e eu sei que ele não gosta de mim e eu sei de tudo isso que você pode esta pensando, mas não é uma coisa fácil de se ver, depois de tão poucos dias.

- Se acostuma, não dou três dias pra Tiago esta passeando com outra garota por ai – continuamos a olhar a lareira que ia aumentando as chamas.

- Não agüento mais essa minha vida amorosa de brigas, eu queria achar alguém que gostasse mesmo de mim

- Aquele Longbottom do ultimo ano, ele sempre olha pra você – eu disse sorrindo – e ele é bem legalzinho

- Ele tem cara de lerdo... mas até que não é feio, ta ai, eu vou investir em uma pessoa que pelo menos olha SÓ pra mim – ela disse rindo.

- Poderia haver um assim pra mim – eu disse pensativa.

- Até que existe, mas você não quer tentar mais, você desisti muito fácil Lilt

- Olha só quem fala!

- Mas o meu é um caso total perdido, e o seu não... apesar que você tem até o Severo – ela disse rindo

- Não pense nisso, o Sev é apenas o Sev. – eu ri.

- Pelo menos ele conhece toda sua vida e te entende, inteiramente – ela deu risos malicosos.

- Você eu nem sei viu, Merlin!

- Quero logo que esse ano acabe, estou ficando nervosa – ela se levantou – Vamos, ta na hora da aula e temos que achar Maria.

 

Andamos um pouco até estarmos perto suficiente do pátio, geralmente era ali que nós nos encontrávamos com Maria.

- Você viu meu diário por ai? – perguntei a Alice quando Maria acenou para nós e nós fomos até ela.

- Só se ele tivesse braços e pernas pra eu ver ele por ai – Ela disse, acenando para a mesa da Corvinal.

- Não o acho desde do feriado, não sei onde eu botei... a ultima vez que eu lembro que eu o usei foi no dia lá do jogo da verdade.

- O bom é que você ainda lembra de alguma coisa – disse ela sorrindo – e esse papo de diário é tal antigo, e tão trouxa

- Olá meninas – disse Maria, me sentei do lado de Maria e Alice ficou em pé, ela iria para a mesa da Corvinal. Iria ter um pronunciamento do diretor depois as ultimas aulas do dia.

- Por onde você esta andando dona? – perguntou Alice colocando a Mao na cintura.

- Estudos – respondeu Maria voltando o olhar para frente. Alice olhou para mim e foi em direção a mesa de sua casa.

- O que esta havendo Mari?

- Já tivemos essa conversa Lily, e eu não quero tê-la de novo.

- Aquilo ainda? Eu já te expliquei o que é, se você quiser mesmo ficar com ele, vai ter que enfrentar tudo

- Isso vindo de uma pessoa que jogou a toalha a muito tempo

- São casos diferentes Mari...

- Claro, o meu ESCONDE algo, e o seu MOSTRA demais, não sei o que faço, não estou falando com ele mais, não quero me envolver com uma pessoa assim, e além do mais, ele não foi para a aula hoje...

- Agora sou eu que não quero ter mais essa conversa, acho que tudo que devia ter acontecido, já teve neste ano

- Eu espero que as coisas melhorem no ano que vem – disse uma voz atrás de mim, não estava falando comigo, mas pelo momento que ele apareceu na conversa, eu tomei um susto ao pensar que ele poderia ter ouvido tudo. – Esse ano foi confuso – disse Tiago sentando na mesa e olhando para onde Dumbledore iria aparecer

- Não sei o que ele quer falar desta vez, todos nós já sabemos que devemos nos proteger do mal e tudo isso, estamos cansados de saber que vem terror por ai – disse Sirius olhando para a mesa. – Nem vão servir nada?

- Incrível como você fala de guerra com comida tudo na mesma frase – disse Tiago revirando os olhos, eu os estava observando.

- É praticamente tudo igual, uns produzem, uns aproveitam e outros rejeitam, mas no final todo mundo ta envolvido

- Você é ridículo – Tiago disse entre risinhos.

- E você vai terminar o ano com mentiras? – perguntou Pedro para Tiago, olhei para minhas mãos, mas meus ouvidos ainda estavam na conversa.

- Que mentiras Rabicho? – perguntou ele.

- Sobre você e a Lili...

- Cala a boca estúpido! – Tiago o interrompeu – não sabe que ela deve ta escutando tudo... – senti o olhar dos três em mim, segurei a respiração e aguardei. – Não tem nenhuma mentira, não é mentira se a pessoa não sabe a verdade

- Eu acho que é por isso que se chama mentira... – disse Pedro

- Fique quieto! Tudo vai dá certo se você ficasse mais calado! As coisas por aqui não dá certo porque você fala demais, demais – Tiago se mexeu no banco, e eu o olhei. Ele ainda me fitava, mas não havia nenhum sinal de arrependimento ali, era como se eu estivesse acabando de vê-lo pela primeira vez.

- Caros alunos – anunciou Dumbledore, me tirando de meus devaneios. – Como muitos sabem, há alguém que está tentando conseguir se tornar o lorde das Trevas, e este irá precisar de aliados, eu peço, em nomes de todos os bruxos que já lutaram contra esses, que não se deixem ser levados pelas promessas que eles lhe fazem, são tentadoras mas possíveis de ser renunciadas. Há todos vocês eu desejo uma ótima semana de exames, um ótimo verão e pensem nisso.

- Não sei como ele acha que encoraja a gente com isso – disse Sirius se levantando devagar da mesa – Tenho medo mais é de voltar pra casa do que enfrentar seja lá quem for este maníaco.

- Você viaja Sirius, onde está Remo? – Maria se adiantou na minha frente e perguntou a eles três.

- Na mesma de sempre, você sabe que ele tem uma imunidade baixa – respondeu Tiago e me olhou.

- Já disse isso a ela. – falei, como se aquele olhar dele estivesse dizendo “Você não presta nem pra disfarçar direito”.

- Porque ele não manda noticias? – perguntou Maria novamente.

- Porque ele não gosta que as pessoas sintam pena dele, você já sabe tudo isso pra que pergunta de novo? – Sirius virou para ela e a olhou nos olhos.

- Pra saber se vocês ainda sustentam a mesma mentira – ela disse em contra partida, e eu olhei para ela com as sobrancelhas em pé. Ela devia está ligada em muitas coisas. – Vocês não me enganam, e você sabe Lily, de alguma coisa, e não quer me contar, não importa, eu vou descobrir – ela disse me olhando e olhou mais uma vez pros meninos e saiu andando.

- Assustador – comentou Sirius

- Você disse alguma coisa pra ela? – me perguntou Tiago, sério.

- Não. Nada.

- Nem dicas?

- Eu comentei algo sobre... que ela tem que ser forte... se ela descobrir algo...

- Sabia que você não ia poder saber da verdade! Vocês sempre abrem demais a boca! Por isso não tenho amigas mulheres, não se pode confiar – continuou ele, andando de um lado a outro – se ela descobrir e ficar louca gritando por ai, a culpa é toda sua1 – ele olhou para mim e apontou o dedo.

- Você não tem amigas – disse com ênfase – porque você é um bruto e é melhor de boca fechada, se ela descobrir algo, a culpa não é minha. Você é um idiota completo Tiago. Completo.

- Vocês brigam do nada cara, o que ta havendo? – perguntou Sirius, quando dei as costas.

- Ta havendo que eu não sou mais o apaixonado bobão, não to mais afim de sofrer por causa dela Almofadinhas, ela que sofra por mim.

Aquilo foi o fim. E eu agora, queria muito que esses exames acabessem logo, para eu dar o fora daqui, e sofrer sozinha.

 

 

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