Desejos de Natal



Esse capitulo é para vocês matarem a saudade e para que a fic nao fique muito enrolada. O primeiro capitulo de 2010 tem 4 folhas de word! Nunca fiz isso em qualquer outro capitulo. Espero que vocês gostem, tem mais emoções nesse capitulo do que os que vocês já leram. Enjoy!




Capitulo 45 – Desejos de Natal


 


Acordei cedo no outro dia, e já havia um movimento na casa. Conversas e coisas sendo colocadas em algum lugar. As meninas ainda dormiam e eu fui logo tomar meu banho. Eu não tenho a mínima idéia de como é uma festa com jovens bruxos. E eu tenho ate medo de pensar, de quando um se descontrolar jogar com Avada Kedabra no outro. Nunca deixe um bruxo furioso. Sai do banheiro já vestida, eu apenas penteava meu cabelo “novo”. Maria já se levantava e corria para a janela.


- Está mesmo nevando! – disse ela feliz. – adoro neve – ela continuava sorrindo olhando para a janela.


- Ei, quem arrumou minha cama? – perguntei insatisfeita


- Ninguém. Ela arruma sozinha, tempos modernos Lily – disse Maria, indo pegar a roupa – não vejo a hora dessa festa começar


- Você já veio pra alguma dessa coisas? – me sentei no sofá que havia colado da janela


- Não, mas a Alice já, e ela disse que é muito legal – Maria entrou no banheiro e fechou a porta. Que fora.


Fiquei olhando para a janela. O dia estava claro, mesmo com os flocos de neve mais densos agora. Eu via algumas arvores sendo decoradas com pequenos bichinhos que eu não podia identificar daqui do alto. Olhei para os lados lá fora, havia muitas pessoas entrando e saindo da casa. Levantei o olhar e encontrei uma janela que dava de frente para o nosso quarto, mas era distante. Tentei forçar meu olhar para ver o que acontecia ali dentro, e dei de cara com um rapaz sem camisa. Uau. Queria ter descoberto isso antes. Mas não era só um, depois apareceu outro, que pulou nas costas do primeiro e parecia que eles riam muito. O primeiro parou um instante e olhou pela janela. Ele se aproximou e deu acenou. E continuou acenando. O que? Ele tinha me visto? Me escondi na cortina e espiei por um canto, ele ainda estava ali sentando no mesmo sofá que eu, com o outro menino rindo atrás dele. Ele acenou novamente. E o telefone do quarto tocou. Pulei de susto e corri para atender.


- Sabia que é feio ficar olhando a janela do quarto dos outros? – disse uma voz.


- O que? Eu não estava espionando ninguém.


- Eu não disse que estava – ele disse e riu. Conhecia aquela risada. Era Tiago – Da próxima vez, tenta ser mais discreta. Eu poderia ver a cor do seu cabelo a metros de distancia daí


- Cala a boca. Tchau – eu disse tchau mas não estava colocando o telefone no lugar


- Já estão prontas para descer? Temos que tomar café logo para ajudar na arrumação


- Pensei que não precisasse, tem tanta gente lá embaixo


- Eu quero dizer, a nossa arrumação, da nossa festa – ele continuava a rir.


- Certo. E qual é a graça ai?


- Sirius.


- Imagino. Entao tchau. – peguei e bati o telefone. Espiei pelo canto da cortina. Ele agora estava em pé dando chutes em Sirius. Que falava alguma coisa, que fazia os dois rirem. Mas o que poderia ser? Odeio morrer na curiosidade.


 


Já era oito horas quando nós três já estávamos prontas. Eu vestia um vestido azul todo de babados, e era tomara que caia. Uma sandália prata no maior estilo gladiador. Também coloquei um colar e brincos que brilhavam bastante para realçar o vestido. Eu não podia negar que o novo corte do meu cabelo estava maravilhoso. Eu me sentia muito diferente, e não era pra menos. A partir de hoje nós três, somos outras pessoas.


Maria saiu finalmente do banheiro, onde ela insistia em passar mais maquiagem no rosto. Ela estava com um vestido bem justo e era colorido. Alice estava com um mini vestido prata, muito brilhante, era feito de paitê e quando a luz reluzia sobre ele, era capaz de cegar um. Mas mesmo assim, elas estavam lindas.


- Você vai matar um assim Alice, digo, literalmente – eu disse sorrindo e me levantando para descer – Primeiro ele vai ter um principio de infarte por causa do tamanho disso, e depois vai notar que uma luz forte esta acertando-o bem no olho, ai morre de vez. – ajeitei meu cabelo e partir para a porta.


- Maria esta chamando mais atenção, agora que esta loira, todos irão olhar pra você


- Que coisa! Agora tudo é porque eu sou loira


- Claro que sim, loira, bonita, e gostosa, ai ninguém fica em pé – Alice deu um risinho e saiu do quarto. Maria revirou os olhou e saiu também. Sai depois delas fechando a porta.


- Será que eu devo trancar? – perguntei quando fechei a porta.


- Não, ninguém vai nos roubar, todos eles são muito ricos – Alice olhou em volta – Deserto. Que medo.


- Não roubar, mas a gente pode ate encontrar Sirius deitado na cama prontinho para você-sabe-o-que com nós três – Maria riu – Não tranca não. Eu posso querer vim aqui mais tarde.


- Com Remo? – disse Alice saltindo e fazendo a gente sorrir com toda a alegria dela – Quero ficar louca hoje.


- Mais do que você já é? – perguntei sorrindo e me virando para escada. – Uau – nós três dissemos juntas.


Aquilo era incrível. O Hall estava completamente enfeitado, e eu poderia jurar que a pista de dança nevava de verdade. Já havia muitas pessoas de Hogwarts ali. E nenhum sinal das pessoas mais velhas. Isso seria mesmo uma loucura.


- Então, nós vamos ficar aqui em pé para sempre? – perguntei, me sentindo livre para várias coisas e comecei a descer. As meninas me seguiram. Peguei o primeiro copo que eu vi pela frente.


 - O que seria isso? – Maria me perguntou, com um copo na mão também


- Seja o que for, é bom – disse Alice, que já bebia – eu vou dá uma circulada por ai, vejo vocês depois – e ela seguiu o caminho onde havia mais gente concentrada


- Vai dá uma circuladinha também? – Perguntei a Maria


- Tanto faz – ela disse e me puxou para o lado da pista – quero ver como isso funciona – e nós fomos em direção a pista.


- Isto é mágica de primeira, só vejo isso em Hogwarts, com Dumbledore – eu disse olhando pasma


- Os Potter’s sabem dá uma festa – disse uma voz atrás de nós, me virei e era Evan o primo de Tiago. Deveria ser uma coisa de família, chegar no nada, dando sustos nas pessoas.


- A, Oi – eu disse, eu até esperava outra pessoa


- Estão gostando? Acho que está melhor do que o ano passado


- Acabamos de chegar – eu disse.


- E porque você acha que esta melhor? – perguntou Maria, encarando ele. Isso tava estranho


- Porque tem pessoas que nem vocês, que iluminam – ele nos olhou de cima á em baixo, literalmente


- Os Potter’s também são todos galantes? – perguntei irônica. Eles eram meio iguais não é?


- Só os por parte de Pai – disse ele sorrindo. Como se eu não fosse entender a piadinha. – Vamos para o salão garotas, para abrir a festa oficialmente.


- E quem faz isso? – perguntou Maria, bebendo um pouco da bebida ainda desconhecida


- Tiago é claro, digamos que ele é o anfitrião – mais uma vez, Tiago o centro das atenções. Evan se despediu e foi mais para a frente.


- É impressão minha, ou o mundo pode ficar ainda pior com dois Tiago Potter convivendo no mesmo ambiente que eu?


- Eu estou adorando a outra versão de Tiago nesta festa – olhei assustada para ela, que sorria olhando para Remo.


- Isso vai ser mesmo, uma loucura.


- São apenas meus desejos de natal Lily, não era esse o nosso plano?


- Desejos de Natal, eu posso considerar isso – disse sorrindo e bebendo mais um pouco. Eu ainda não tinha visto Tiago na festa até notar que ele estava em cima de um mini palco, sorrindo para todos, inclusive para mim. Pisquei e sorri, e ele pareceu adorar aquilo. Bem, eu também.


 


Passou o tempo, e finalmente a musica começou a rolar. Assim como gritos de pessoas cantando e dançando com a musica. Tudo estava ocorrendo calmo demais. Eu estava olhando em volta, a procura de algo que me interessase.


- Preciso respirar – disse a Alice, fazia um bom tempo que nós estávamos na pista


- Vá lá, eu vou ficar aqui, as coisas estão começando a ficar boas – Alice já estava alta, e estava sorrindo alegremente para Sirius, que foi se aproximando dela. Isso é estranho.


- Você vem? – fui ao intuito de chamar Maria, mas ela estava lá de beijos e abraços com Remo. Sou uma estranha nesse meio aqui. – Então, tchau – eu disse pro além. Ele deveria estar prestando atenção em mim.


Fui me esquivando de toda aquela gente que parecia gostar de ficar espremida, e toda aquele neve que caia não adiantava de nada para esfriar o calor que eu estava sentindo. Finalmente eu sai do “tumulto” que ocorria e fui em direção a uma varanda que tinha do lado da sala de jantar. Passei pelas escadas e eu vi Tiago de relance, nem dei muita importância, eu preferia não ver o que ele poderia esta fazendo. Estes pensamentos me fez sentir náuseas. O que eu estava fazendo? Eu não era uma nova pessoa em busca de alguma aventura? Tudo bem. Eu partiria pro meu plano quando respirasse um pouco de ar fresco, e depois eu iria cumprir a parte do meu trato.


Cheguei na varanda, e passava um vento frio mais agradável. Respirei fundo e apoiei meus braços na sacada. A visão era linda, mesmo de noite. A neve caia mais intensamente a longe, e as montanhas estavam cobertas de gelo, eu podia ver umas luzes ao fundo, deveria ser casinhas comemorando também o Natal, mas não do jeito que estava aquela casa.


Me apoiei no corrimão e fiquei lá respirando profundamente. Tudo bem que eu prometi uma mudança drástica, mas eu realmente estaria pronta para ir lá e meter as caras com Tiago? Não sei se isso seria mesmo possível. O medo me invadia as vezes. E eu pensava em todos os fatos já tinha ocorrido naquele tempo. Brigas, recocilhações, com tantas pessoas. Era possível ter ocorrido tanta coisa em tão pouco tempo? Parecia um sonho. Fui despertada por alguém fechando a porta da varanda, me virei e ele já estava perto demais.


- O que? Ei! Tá louco? – afastei Evan pra um pouco longe de mim. Seria impressão ou ele estava tentando me beijar


- O que foi Linda? Vamos relaxar certo? – e ele veio na minha direção de novo, sorrindo. Pus meu braço e ele pareceu se irritar


- Ta maluco Evan? O que foi que você tomou?


- Eu to maluco pra ficar com você ruiva – disse me expressando contra a sacada – Vai dizer que também não está afim? Eu percebi seus olhares pra mim...


- Não viaja – virei meus ombros tentando escapar, inútil. – Me solta Evan, ou as coisas vão ficar ruins pra você


- Você vai fazer o que? Gritar? Ninguém pode nos ouvir graçinha, e ai é onde esta a coisa boa da historia – ele apertou meu braço, e puxou meu pescoço em direção ao seu rosto. Ele parecia estar fora de si. – Você tem um cheiro bom.


- Me larga Evan, você esta bêbado – tentei me soltar mais uma vez, ainda em vão. Olhei nos olhos dele. – Me solta. – disse pausadamente


- Vai chamar o se namoradinho é? Não há nada que ele possa fazer por você querida. Agora é só nós dois – Nossas vozes pareciam se alterar, mas eu não estava ligando. Eu teria que sair dali nem que tivesse que me jogar varanda a fora


- Você esta me machucando Evan – finalmente consegui tirar meu braço da mão dele, e empurrei-o com força. Ele estava distraído ainda falando bobagens e então caiu sobre a porta de vidro da varanda, fazendo um grande barulho e rachando-a.


- Você gosta assim é ruiva? – disse com um sorriso nos lábios – Você vai ver agora, com quem você está se metendo! – Aquilo já estava me deixando com muito medo, se pelo menos eu estivesse com a minha varinha aqui... Corri para a porta e no momento que eu girei a maçaneta ele me puxou pela cintura. Gritei.


- É você que quer desse jeito lindinha – disse apertando meus ombros e tentou me beijar. Recusei e mordi sua boca


- O que é que você quer com isso Evan? – eu ainda gritava, e eu sentia a força dele nos meus braços


- Eu quero mostrar quem manda aqui, e não é Tiago! – ele me puxou mais pra perto do corpo dele. Aquilo estava me dando arrepios. Se ao menos alguém chegasse aqui.


- Então tudo isso é por causa de ciúmes? Que infantil – quando mais eu falava, mas ele me apertava. Seus olhos estavam vermelhos de raiva, parecia que estava prestes a matar alguém.


- Você não sabe de nada menina, cale a boca e isso vai ser mais fácil e rápido – ele me beijou novamente, e eu me debatia. Aquilo tudo estava ficando ridículo. Ele me pos na sacada, e agora apertava a minha perna direita. Com o braço que ele soltara, arranhei-o com as minhas unhas. Ele parou e deu uma risadinha – Você não vai sair daqui tão cedo – Enquanto ele dizia isso, com o rosto separada do meu, dei um murro nele, que pareceu ter acertado bem no nariz, que agora sangrava. – Sangue-ruim estúpida – disse com a mão no nariz. Eu sentia dores nos braços e na perna, sentia que estava suando demais, ele já estava se recompondo quando eu fui em direção a porta novamente. Ele segurou meu braço e me puxou, gritei novamente. E houve um barulho muito forte da porta. “ABRA” gritou alguém lá de fora. Talvez fosse finalmente a minha salvação.


- SOCORRO – gritei, e Evan riu. Ainda segurando-me pelos ombros. Outro barulho, agora ainda mais forte. A porta não queria abrir, e tão pouco quebrar. Havia apenas rachaduras onde a pessoa se debatia. Ouvi a pessoa gritar por alguma coisa. E depois milhares de vidros vieram na nossa direção, fui o suficiente para eu me soltar e me abaixar.


- Desgraçado! – gritou a voz em nossa direção, eu estava ajoelhada no chão e então ouve um som de um soco. Não havia muitos passos e eu fui me levantando.  Sentia agora uma ardência nos meus braços e nas pernas. Parecia pequenos arranhões provocados pelos vidros. – EU MATO VOCÊ – gritou mais uma vez e olhei para ver o que estava acontecendo, e Evan estava jogado no chão com a boca e o nariz totalmente ensangüentado. Tiago tinha os punhos fechados e Sirius e Remo estavam muito zangados também.


- Vamos Lily, antes que as pessoas vejam tudo isso aqui – disse-me Pedro. E ele me ajudou a levantar


- Não os deixe sozinhos aqui com ele, ou vai acontecer uma tragédia – Pedro deu um risinho, e eu o olhei friamente


- Não vai acontecer nada demais, ele só vai se vingar um pouco, nada demais – olhei pra ele assustada. – Digo, Tiago vamos. Deixe que ele se ajeita, acho que ele não vai comentar com ninguém que levou uma surra sua – disse Pedro sorrindo e me arrastando para as escadas. Olhei para trás, e uns segundos depois os três estavam nos seguindo.


 


Pedro abriu a porta do quarto para mim. Eu entrei e me sentei na cama, olhando para meus braços. Na eram grandes ferimentos, só alguns arranhões e uma marca roxa perto dos ombros, seria fácil curar com feitiços, se ao menos eu pudesse usar alguma magia ali.


- Você esta bem? – Tiago entrou gritando no quarto, estava ofegante, parecia tentar se segurar de fazer alguma coisa.


- Estou. – disse, um pouco receosa.


- Eu vou matar aquele desgraçado, olha o que ele fez com você! – ele gritava e andava de um lado a outro do quarto,Sirius apareceu na porta, e eu disse que estava tudo bem.


- Calma Tiago, ele não fez nada


- Não fez? Se eu pudesse usar magia eu acabava com ele. Que raiva! – ele ainda falava alto, e eu não sabia o que fazer – Desculpe. – ele falou de repente


- Hã?


- Desculpe. Eu que te trouxe aqui, e olha como você está. – Ele se sentou ao meu lado e segurou o meu braço.


- Não é culpa sua.


- Ele é meu primo... – ele olhava a marca roxa no meu braço.


- Ele nem mesmo tem o nome Potter no nome, não é realmente a sua família – eu disse tentando quebrar a cara de chatiação de Tiago.


- Vendo por esse lado – ele disse com um meio sorriso – vou pegar algo pra limpar seus ferimentos, odeio ser menor de idade – disse balançando a cabeça e indo em direção ao banheiro.


- Onde estão as meninas? – perguntei, olhando mais uma vez para o meu braço


- Ah, elas não sabem o que aconteceu – gritou ele do banheiro – se soubesse estariam eufóricas, não quero que as pessoas saiam comentando por ai o que aconteceu – ele veio segurando uma toalha molhada


- E como vocês nos acharam lá? – ele me entregou a toalha e eu comecei a limpar um pouco de sangue que havia nos meus braços


- Eu tenho os meus meios, mas o importante não é isso, o importante é que ele não fez nada grave com você... fez? – perguntou ele na duvida.


- Não. Claro que não. Eu dei uns murro nele – disse rindo. – Algo do tipo, defesa pessoal sabe? – ele sorriu e virou para a porta


- Pode entrar com ela agora Sirius – gritou ele.


- Ela quem?


- A que vai sarar seus ferimentos, porque ela é maior de idade sabe – disse ele revirando os olhos, essa idéia parecia atormentá-lo.


A porta se abriu, e uma garota com cabelos longos entrou na sala.


- Desculpe a demora, mas eu achei que o Sirius estava tentando se flertar pra cima de mim – disse ela olhando e sorrindo para Tiago, e então se virou para mim – Prazer, sou Catarina McCormack, estudo também em Hogwarts, último ano – disse sorrindo e pegando a varinha e apontando para o meu braço – Não irá doer nada, Episkey! – disse suavemente ela. Os pequenos cortes se juntaram novamente, e a mancha roxa se tornou mais clara – Acho que é o máximo que posso fazer, não deve durar muito tempo essa mancha – ela disse sorrindente, e olhou para Tiago – Agora eu vou voltar pra festa e esquecer que estive aqui – disse e saiu andando como se flutuasse.


- Da onde ela saiu? – a pergunta me escapou, ela era linda. Poderia confundi-la com uma veela.


- Ela me deve alguns favores, e agora esta me pagando. Mas então esta se sentindo bem? – Tiago me perguntou


- Estou – devendo alguns favores? O que você fez por ela?!


- Esta se sentindo bem para ir pra festa novamente, aquele menino não estará mais lá, não se preocupe – ele sorria, e me olhava profundamente.


- Tudo bem, melhor que ninguém sente a minha falta não é mesmo?


- Acho isso difícil – disse quando me levantei e me olhei no espelho, parecia que o feitiço tinha curado tudo que estava marcado no meu rosto – É impossível alguém não notar seu desaparecimento


- Foi assim que me achou? – ele andou e abriu a porta, o barulho do som invadiu o quarto como um estrondo. E meus ouvidos demoraram para se acostumar.


- Eu continuo tendo minhas técnicas, as quais nunca a revelarei – ele passou o braço por cima do meu ombro, e por um momento eu desejei que ele fizesse algo mais.


- Nunca? – me virei pra ele e fiz cara de desapontada


- Nunca. – ele me afirmou, sorrindo marotamente.


- Que pena, iria ser bem satisfatório saber suas técnicas – continuei a andar em direção a pista, e no caminho peguei uma bebida que saltava uma leve fumaça.


- Eu posso te mostrar algumas – disse se aproximando, me afastei. E ele tirou o copo da minha mão – muito álcool pra você


- Essas eu já conheço, estou falando de outras – sussurrei no ouvido dele, e eu o senti se arrepiar, se era para ter uma mudança, porque não uma mudança drástica? – Não me importo pela dose de álcool, volto para Hogwarts amanha, tenho que aproveitar, NIEMs muito em cima – disse piscando e bebi um gole, a bebiba desceu rasgando tudo que havia depois da garganta e eu sacudi a cabeça – Muito álcool.


Ele riu e me puxou mais pra perto pela cintura, começamos a dançar em um ritmo que não era o que estava tocando no fundo.


- Você esta diferente Lilian – ele me disse, agora alisando meus cabelos. Queria responder “só por fora querido, porque por dentro não sei o que estou fazendo”.


- Vai começar um novo ano, uma grande mudança – eu disse, passando minha mão pelas costas dele.


- Para melhor, ou para pior?


- Um pouco dos dois na medida do possível, mas no momento – dei uma pausa para mais um gole – Para pior


Ele sorriu e balançou a cabeça negativamente.


- Parece Sirius falando assim – ele continuou rindo – E de um modo geral, isso é bem legal – Ele me puxou ainda mais pra perto, e eu senti minhas pernas saírem um pouco do chão, ele beijou meu pescoço. – Espero que essa mudança seja boa pra mim também.


- Ah, concerteza é bom para você, digamos que é só sobre você – disse rindo alto, mas foi abafado pela batida do som que vinha atrás de nós. Comecei a sentir o efeito do álcool entrando no meu sistema agora, aquilo estava me deixando com calor.


 


Fechei os olhos. Quando os abri a cena havia mudado e nós estávamos em um lugar fechado, e eu não podia ouvir o som daqui. Ele me pôs sentada onde seria uma mesa e continuava a me beijar, e eu sentia cada pedaço do meu corpo exclamando por mais, eu não lembrava como havia parado ali, mas tampouco me importava nesse momento, a única coisa que eu queria, parecia está por vim. Ele me levantou e eu prendi minhas pernas na altura do seu abdômen. Então ouvi a porta se trancar lentamente.


 


A luz estava irritando os meus olhos, mas eu não queria abrir. Minha cabeça doía muito, e eu sentia que estava deitada de um mal jeito em uma cama muito fofa. Me virei lentamente em direção a luz, abri um pouco os olhos e já estava amanhecendo. Mas havia algo diferente do ar, levantei um pouco meu corpo e olhei em volta, aquilo não parecia com o quarto em que eu estava, e também não havia nenhuma cama do lado da que eu estava. Me ajeitei mais na cama e pus a mão na minha cabeça, como doía. Senti algo se mexendo bem levemente do meu lado, me virei e forcei a não acreditar no que eu estava vendo.


- Tá brincando comigo – eu disse, e agora tudo ficando mais claro. Parei de respirar e me olhei, eu só estava com uma lingerie, e aquilo que passava na minha cabeça no momento não poderia ser verdade. Eu estava lembrando de nada. – Acorda Tiago – eu disse me pondo de pé na cama – O que houve? Em? Responda! – balancei ele com o meu pé e ele abriu olhos assustado.


- Algum problema? – me perguntou se sentando, ele estava sem camisa e parecia não entender nada. Continuei em pé na cama.


- Algum problema? Eu acordo de lingerie na sua cama sem lembrar de nada e você ainda me pergunta se tem algum problema? Tem todos os problemas! O que a gente fez ontem? – por mais que eu quisesse evitar, os fatos estavam claros.


- Preciso mesmo dizer? – ele me olhou sorrindo – Nada?


- Nada. – parei por um momento e me dei conta que os olhos dele estavam em cima de mim – Você me drogou por acaso?


- O que? Não iria fazer isso Lilian, se algo aconteceu aqui ontem, foi você que quis. Você que falou que queria


- E você aceitou! Seu depravado! – ele sorriu e eu corri procurando minhas roupas


- O que eu podia fazer? O santo não é tão forte assim, e se não fosse por mim, você poderia estar largada no chão ate agora


- O que? – perguntei quando achei o meu vestido


- Você tava delirando já, ai eu te trouxe aqui, ai você ate vomitou – isso sim era uma vergonha – e depois que você ficou MELHOR – ele enfatizou – que veio pra cima de mim... eu não pude fazer nada, pensei que você estivesse mais consciente


- Mas eu não estava! – gritei e fui me vestido, ele se levantou da cama, e estava de cueca. Ai meu Merlin, me dê forças – Isso fica aqui, e não sai daqui, e você trate de esquecer, eu não lembro mesmo, então fica tudo certo


- Você vai fingir que nada aconteceu mesmo Lilian? – virei pra ele e o olhei.


- Pra mim, nada aconteceu realmente. Eu não me lembro – peguei meus sapatos e fui caminhando pra porta – Isso é segredo nosso, se eu pensar que você contou a mais alguém eu te mato. Mato. Mesmo. Literalmente – abri a porta e fechei. Eu não podia acreditar que isso tivesse acontecido comigo. Não pelo fato de quem foi, mas de como foi. Eu nem ao menos lembrava, eu poderia arrancar cada pedaço de memória inútil na minha mente só para saber o que aconteceu na noite passada. Se foi como ele realmente disse, se fui eu que quis tudo isso. Se foi tudo culpa minha. Pensando melhor, é bom mesmo não lembrar de nada.

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