A caminho de Londres
Capitulo 42 – A caminho de Londres
Depois daquela, ãhm... como eu poderia definir? Insana. Louca. Envergonhosa noite. Tudo ocorreu normalmente, aulas passavam e o clima de fim de semestre estava finalmente chegando. A não ser pelo fato do me diário ter sumido misteriosamente e eu não me lembro onde foi que eu coloquei na ultima vez que eu usei, estava tudo bem. Quando eu digo tudo, é realmente tudo, até a minha relação com Melinda estava suportável, apenas suportável. Voltei a me concentrar mais nos estudos, a voltar aquela minha vida antes de Tiago Potter, mas agora ela ainda incluía ele. Mas de uma forma diferente.
Tipo assim, nós íamos estudar na biblioteca, é claro que não ia somente eu e ele, e é claro que eu tentando estudar com marotos perto de mim não dava muito certo. Não para mim, porque as notas deles nunca baixavam. Era impressionante.
Então havia chegado o tão esperado dia, aquele com que toda a Hogwarts comentava, mas não tinham coragem de falar em voz o suficiente alta. Faltava um dia pro natal. Faltava um dia para a festa na casa de Tiago. E necessariamente hoje, eu estaria voltando de trem para Londres, mas não para a minha casa. Não para o mundo trouxa. Digamos para eu iria para outro tipo de Londres, uma Londres bruxa.
- Vamos Lilian, você sabe que não podemos demorar muito – disse Alice me enchendo, enquanto eu tentava ver as notas que estavam flutuando no mural.
- Eu tenho que ver se passei – dizia, levantando meus pés para ver se via alguma coisa
- Você sempre passa, quer saber o que? Se ficou com A+ ou A- ? – disse Maria, soltando risinhos.
- Vocês não me deixam – eu disse, passando entre as pessoas, para ver se via alguma coisa – eu só quero saber a nota de História da Magia, não fui bem naquela prova
- Imagine Alice, qual será a nota que ela vai tirar quando ela não vai bem nas provas – e elas deram mais risinhos.
- Vocês deveriam se preocupar com as suas notas – eu disse, agora tentando achar a letra L.
- Estou mais preocupada em não perder esse trem, meu pai já esta muito feliz porque não irei passar as férias de natal com ele, quanto mais perdendo o trem para a casa dos Potter – disse Alice, pensativa.
- Pronto, não vamos perder nada, esta louca? Quase que não consigo a autorização a tempo – e finalmente consegui sair do meio da multidão – Então, vamos?
- Isso era tudo que eu precisava ouvir – disse Maria sorridente. E nós começamos a andar em direção as carruagens, que estavam depois do pátio agora.
- Eu quero ver como vai ser isso – dizia Alice feliz, abraçando o meu braço – Tem vezes que eu sinto que não vai dá certo
- Não vai dá certo porque? – perguntei aflita, não poderia ser coisa boa
- Porque veja bem, você e Tiago, Maria e Remo. Uma casa. Festas. Noites. Isso não vai dá certo
- Eu e Remo o que? Não invente coisas – disse Maria rindo – e eu tenho consciência de meus atos
- Eu também – me defendi
- Sei bem você Lilian, e eu que pensava que você era pura e inocente – falou Alice, me olhando de lado, com um sorriso malicioso
- O que você quer dizer com isso? – me desesperei, as carruagens estavam um pouco mais perto, ainda dava tempo de eu correr.
- Você apagou aquela noite da sua cabeça foi? – ah. Aquilo. Corre Evans.
- Coisas ruins e constrangedoras não ficam no meu consciente – disse agora temendo que os garotos já estivessem nos esperando, talvez se eu fosse em uma carruagem só, evitaria esses constrangimentos.
- Claro, quando você dorme, ou... bebe, essas coisas saem não é – continuou Alice
- Não me lembre disso, - disse colocando a minha mão na boca dela – Ali os meninos, vamos logo
- Ansiosa em? – disse Alice nas minhas costas
- Quando mais rápido eu chegar, mais rápido eu vou embora – disse sorrindo e me aproximando deles.
- Que sorriso Lily – disse Remo me olhando assustado – que tanta felicidade é essa?
- Fim de aulas – respondi, voltando ao normal
- Ou não – disse Maria, rindo
- Cale a boca – fuzilei ela com o olhar
- Perdi o que? – perguntou ele novamente
- Nada que ninguém não saiba – respondeu Maria subindo na carruagem
- Então Sirius... – ia começando a dizer Tiago quando eu entrei, ele parou por um instante e depois voltou a conversar, sentei do lado de Maria. – Eu entreguei os convites, agora aquele pessoal da Cornival são todos problemáticos, se acham – disse Tiago fazendo cara feia
- Mais que o povo da Sonserina que não é – disse Sirius indo pra perto da janela para Alice sentar
- Epa! Não somos nada chatos... só alguns talvez – disse Alice sento do lado de Sirius
- Eu não sei, mas da próxima vez vou reduzir os convidados, essas coisas de chamar todos os conhecidos é horrível. – continuou Tiago
- Que conversinha viu – disse Pedro quando chegou – Parece duas mulheres discutindo a festa do casamento
- Há-há Rabicho engraçadinho – disse Sirius fingindo rir – Vai ser tão legal a festa – ele sonhou um pouco – não é? – ele me perguntou
- Hã?
- A festa menina – ele repetiu, ta. Eu tinha ouvido.
- A sim, é.
- Que desanimo – Sirius parecia gostar de apertar minha mente
- Ela não estava assim mais cedo – disse Alice olhando pra mim, fingindo estar séria – O que aconteceu Lilian? – cínica essa garota!
- Nada – apertei meus olhos olhando bem pra ela.
Ficamos um pouco em silencio, a não ser pelo fato de Sirius e Remo sempre perguntarem alguma coisinha pra Tiago, sobre a festa. Parecia que iria ser uma coisa grande. Será que eu trouxe o vestido certo? Eu comecei a me desesperar.
A carruagem em fim começou a andar, e todos ficaram caladinhos, o único som era das rodas passando por cima da neve. Eu começava a imaginar como seriam os primos de Tiago. Será que seriam todos lindos e charmosos como ele? Ou será que ele era o único bonito... isso era um caso a se pensar... ou não. Melhor não.
- Então gente – recomeçou Tiago com a conversa – Minha casa não é uma coisa enorme, e como vai a grande parte da minha família para lá, só vai ter dois quartos para a gente
- Isso é obvio – disse Remo – pra que mais? Sirius não quer privacidade
- Não mesmo – disse Sirius dando um risinho – vou usar o banheiro quando chegar
- Usa o do trem – respondeu Remo
- Não, quero esperar o banheiro de Tiago, é lindo – disse Sirius sorrindo abobalhado
- Continuando – falou Tiago novamente – Vai ficar nós em um, e vocês eu outro – disse Tiago apontando pra eles, e para nós. – Só que como vamos ficar no meu quarto, e no meu quarto tem um quarto do lado, é esse que vocês vão ficar, porque somos conhecidos
- Poxa, pensei que ia me bater com algum primo seu – disse Alice triste
- Pra que um Potter? Se eu estou bem aqui? – disse Sirius se sentindo o lindo.
- Corta essa – disse Alice rindo
- Ai – continuou Tiago de novo, revirando os olhos – Tem um porém...
Bem que eu pensei.
- Lá vem coisa ruim – disse Maria pondo a mão na cabeça e olhando pra Tiago, continuei olhando pela janela
- Lembrei do que tem no seu quarto! – Sirius deu um pulo, e depois voltou ao normal, o que me fez tomar um susto. Depois ele deu um risinho
- Tem uma porta de ligação sabe, que nem aqueles hotéis trouxas – disse Tiago mexendo no dedo
- Mas tem uma chave – eu disse finalmente olhando pra ele
- Tem. Ou não – disse Sirius rindo – brincadeira – completou ele quando o fuzilei
- Tem um chave, mas é só pra avisar, porque vocês sabem que Sirius não é uma pessoa muito sã enquanto dorme – disse Tiago sério
- Eu sou sonâmbulo – disse Sirius fingindo estar triste
- Sei bem o que você é – disse Maria balançando a cabeça negativamente
- O que? Porque nem mesmo ele sabe – disse Pedro, eu voltei pra minha janela, a vista lá era agradável. Cadê a estação que não chega nunca?
- Um safado – disse ela normalmente
- Que surpresa – disse Remo rindo. E então houve um silencio. E depois eles começaram a rir.
- O que foi? – virei minha cabeça pra olhar
- Rolou um clima – disse Sirius rindo, olhei pra cara de Maria que estava vermelha
- O que eu perdi?
- Ela ta com vergonha, é normal, os olhos deles são lindos, e o sorriso também – ia dizendo Sirius rindo. Tiago e Pedro também davam risinhos, e Remo dava leves socos no ombro dele.
- Você é gay Sirius, francamente – disse Alice, acho que era pra mudar um pouco o assunto
- Não sou, sou sincero, veja os olhos deles, são quase cinzas, lindo – disse Sirius olhando pra Remo e passando a mão nos cabelos
- Gay. Gay total. Você tem uma paixão reprimida por Remo e Tiago, sério. Pode assumir – ainda dizia Alice
- Você vai ver o gay mocinha – disse ele sorrindo maliciosamente
- Meu deus – eu disse rindo – Se prepara Alice
- Quero só ver – ela disse levantando uma sobrancelha, agora era Maria que olhava a janela. Imagino porque.
Fiquei rindo com eles, enquanto Sirius tentava provar sua masculinidade, e dizia que ia mostrar para Alice tudo. Imagina. Tudo, se envolvesse tudo mesmo. Ri comigo mesma. Enfim chegamos a estação que nos levaria para Londres, e depois disso para a casa de Tiago. Só de pensar me dá calafrios.
- Não precisamos ficar na mesma cabine que eles não é? – perguntei silenciosamente
- Não. – me disse Maria enquanto íamos entrando no trem – Mas, como nós vamos pra casa dele, acho que devemos ficar sempre juntos – disse inocentemente
- Como se você não gostasse – falei, Alice estava atrás, tendo umas conversas bem sugestivas com Sirius
- Como assim? – ela me perguntou, ainda seguindo Remo e Tiago
- Pensa que me engana – eu disse sorrindo e entrando na cabine que eles dois tinham entrado.
- Falavam de que? – perguntou Remo sentando-se do lado da porta e Tiago se sentou do lado dele mas do lado da janela.
- De que horas nós chegaremos lá. Estou cansada – disse
- Pra Londres é rápido, como você já sabe – respondeu ainda Remo, Tiago estava entretido com aquele maldito pomo novamente. Como a grande parte da ida na carruagem. O que ele tanto pensava? Era nesses momentos que eu desejava saber algum feitiço pra ler mentes.
- Vai ser maravilhoso – disse Sirius entrando e sentando entre Tiago e Remo, e Alice se sentando do lado da porta, perto de Maria.
- Onde está Pedro? – perguntou Tiago, parecia que ele tinha voltado da realidade.
- Ele foi atrás da mulher do carinho de doces. Ele não pára! – disse Sirius balançando a cabeça – Aquele menino vai ter uma doença, que aperto
- Calma ai almofadinhas! – disse Remo empurrando ele
- Eu disse que não dava pra todos nós ficarmos na mesma cabine – eu disse, parecendo inocente e olhando para a janela. O trem finalmente começava a andar.
- Com vocês sempre haverá um espaço entre nós – disse Tiago sorrindo pra mim. Voltei a fitar a janela. Poderia ser uma indireta? Ou será que era eu que estava pensando coisas demais?
- Disse a sábia voz do conhecimento – comentou Sirius, e então nós seguimos a viajem. O que será que iria acontecer? Eu preferia parar de fantasiar esta festa. Como se fosse mesmo acontecer. Há-há. Até parece.
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