Capitulo VI – A minha felicida
Gina sentiu um tremor violento por todo o corpo ao ouvir as palavras de Harry.
Na verdade não só as palavras dele, mas tudo naquele garoto a fazia sentir-se nervosa, ansiosa. Havia um turbilhão de emoções dentro dela e ela não saberia distinguir qual era mais forte.
Sentia seu coração disparado a ponto de sair de seu peito, uma onda de calafrios tomou conta de seu corpo e duas vontades contraditórias e repentinas assolaram sua cabeça, queria correr pra ele e abraçá-lo como nunca tinha feito antes e também queria correr pra longe dali. Era confuso sim, mas ao mesmo tempo em que Gina sentia uma grande felicidade tomar conta de si só por estar perto daquele moreno, um medo dilacerante tomava conta dela, medo que ele a deixasse de novo e de uma vez por todas, medo de que o que ele fosse dizer não fosse o que ela queria ouvir.
Naquele exato momento, olhando aqueles lindos olhos verdes que a encaravam de maneira tão misteriosa, ela desejou ardentemente ser legilimente para descobrir tudo o que se passava na mente dele. Gina não sabia o que fazer ou o que dizer, mas não foi preciso esperar muito pra descobrir.
Estar ali, de frente pra ela fazendo todo aquele mistério, era uma mera diversão para Harry, depois de tudo o que ele tinha ouvido e com certeza de que o amor de Gina por ele não mudara, ele sabia que não precisaria fazer muito, mas adorava olhar os olhos de Gina apreensivos, na verdade ele adorava olhar os olhos de Gina de qualquer forma.
Fez um tremendo esforço pra não rir vendo a reação confusa da ruiva e outro maior ainda para não tomá-la desesperadamente nos braços e matar toda aquela saudade que tomava conta dele.
Ele a encarou por um tempo, que para eles parecia uma eternidade, saia que precisavam conversar, mas não seria naquele exato momento.
Harry caminhou lentamente até Gina, e ela sem reação recuou a cada passo que ele deu parando apenas quando chegou á parede.
Quando Gina estava encurralada e a distância entre eles era mínima, Harry parou, respirou fundo e disse calmamente olhando nos olhos azuis da ruiva:
- Eu sei que nós precisamos conversar, eu sei que tenho muito a lhe dizer, não quero que pense nunca que eu estou me aproveitando de você por que eu te adoro Gina. – Ela engoliu em seco ao ouvir as palavras do moreno e neste exato momento as lágrimas vieram aos seus olhos, mas não caíram. Ele continuou. – Mas eu não posso esperar nem mais um minuto longe de você. – Harry diminuiu mais ainda a distância entre eles e enlaçou a cintura da ruiva ainda olhando nos olhos dela, chegou bem próximo aos seus lábios e sussurrou – Posso?
As palavras de Harry trouxeram a Gina uma felicidade que ela nunca pensou em sentir. Estava diante do seu amor, seu primeiro e único amor e ele estava na sua frente dizendo que a queria, que não podia ficar longe dela, sem pensar duas vezes ela passou as duas mãos sobre seu pescoço enroscando os dedos nos cabelos negros e rebeldes dele e limitou-se a dizer:
- Deve.
Dizendo isso os lábios de ambos se encontraram de maneira sôfrega, como se as vidas deles dependessem daquilo e ali naquele beijo, eles colocaram todas as sensações que estavam presas há muito tempo, a saudade, o medo, o carinho, a amizade, o respeito e o amor que ambos sentiam um pelo outro.
Pela primeira vez em muito tempo, Harry sentiu que sua vida valia sim a pena e que ele podia ser feliz. Seu coração batia descontroladamente, as lágrimas caíam sem que ele pudesse evitar e misturavam-se as da ruiva que também teimavam em rolar pela sua face, mas desta vez, não de dor ou de medo e sim de alegria, de felicidade, de êxtase. E ele sentiu que explodiria a qualquer momento.
Ele tinha uma das mãos em sua cintura e a outra afagava sua nuca e seus cabelos trazendo famintamente mais pra perto de si como se isso fosse possível, não havia mais espaço entre eles, Gina o apertava contra ela, como se estivesse com medo que ele fosse embora de novo, como se ele pudesse deixá-la outra vez e somente quando seus pulmões imploraram por ar eles se afastaram, mas não de repente, de maneira doce, carinhosa.
Ambos estavam ofegantes, os lábios inchados e vermelhos pela pressão do beijo, as faces molhadas pela emoção e um sorriso sincero nos rostos de cada um. Harry enlaçou Gina num abraço apertado.
Como ele sentiu falta daquela ruiva, aquela menina que ele via como a caçula Weasley, a menina que ele ignorou por seis anos, mas que ele se viu perdidamente apaixonado quando a enxergou como uma mulher.
Sentiu uma onda de sentimentos até então completamente desconhecidos ao beijar Gina no sexto ano, era como se ele começasse a descobrir o amor. Sem duvida era tudo muito diferente de quando beijou Cho, talvez tenha gostado da oriental, mas com certeza não passou de paixonite de menino. “É obvio que ela é muito bonita, mas Gina é maravilhosa” pensou ele. Não dava pra negar a grande diferença entre o êxtase do primeiro beijo e a descoberta do primeiro amor. Beijar Gina era tão necessário quanto respirar. O Aroma daquela ruiva o hipnotizava.
Harry tinha tanto para dizer a ela, queria que ela soubesse como ele se sentia, mas a ruiva foi mais rápida que ele:
- Senti tanto sua falta. – Ela disse num sussurro. – Senti tanto medo, medo de te perder pra guerra, medo de você não voltar pra mim, não me querer mais... – ele a sentiu soluçar e não deixou que ela continuasse.
- Shh. – Ele pousou um dedo em seus lábios. – Eu estou aqui Gina, nunca abandonaria você. Olha pra mim Gina. – Ele segurou o rosto dela entre suas mãos fazendo-a olhar em seus olhos e disse com a voz chia de verdade, ternura e emoção – Eu te amo minha ruiva linda.
A ruiva não conseguiu conter o choro, ela não queria parecer frágil naquele momento, mas era impossível controlar, estava muito feliz, tanto que as emoções não cabiam dentro dela e saiam sem pedir licença em forma de lágrimas. Eles se beijaram de novo, de uma forma, mas terna, mas tão intensa quanto a primeira vez naquela noite.
Depois que interromperam o beijo Harry sentou-se na cama de Gina e puxou-a para perto de si fazendo a sentar de costas para ele encaixada entre suas pernas. Gina encostou a cabeça no peito do moreno enquanto ele usava as mãos para lhe fazer carinhos nos cabelos e no rosto:
- Valeu a pena Gi.
- O que?
- Lutar. Valeu a pena lutar, só para hoje eu poder te abraçar e te beijar e me sentir assim tão completo como nunca fui.
A ruiva limitou-se a sorrir e o moreno continuou:
- Sabe Gina, eu sempre vou ter uma parte no peito onde vai habitar um vazio, vazio de saudades pelas pessoas que eu amo e que não estão mais aqui. Dumbledore, Sirius, Remo, Tonks, Fred, meus pais que mesmo que eu não tenha conhecido o que eu sei deles me faz amá-los com todas as minhas forças. Mas eu nunca me senti tão feliz e tão completo como me sinto agora.
A ruiva se inclinou um pouco de forma que pudesse olhar para ele e tocar seu rosto e lhe fez um carinho a face:
- Sinto-me assim por que pela primeira vez na minha vida eu amo e me sinto amado. Amado por você, e o sentimento é recíproco viu? – ele brincou e ela riu – Amado por meus amigos que são tão importantes pra mim e por esta família que eu tenho a honra de poder chamar de minha também. Eu não sei o que seria de mim sem vocês, Weasleys.
- Todos aqui te adoram Harry, sempre foi assim.
- Eu sei e é por isso que eu quero fazer tudo direito Gina. Tudo da forma correta. Primeiro com você. – Harry levantou-se fazendo Gina continuar sentada e a ruiva ficou confusa:
- O que vai fazer? – ela perguntou vendo-o se ajoelhar em sua frente, mas Harry não respondeu, apenas tomou as mãos dela entre as suas e disse:
- Gina, eu não decidi que voltaria pra você, eu sabia que o faria, pois foi pensar nisso que me deu forças pra continuar nesta guerra, foi pensar em você e que talvez eu teria uma chance de ser feliz ao seu lado que me manteve vivo. Sei que me afastei por um tempo, mas espero que entenda que eu precisava disso. Nunca duvide do que eu sinto por que é tão forte que superou a morte e a dor. Eu sempre estive com você mesmo que longe, então hoje, quando eu decidi que era hora de voltar aqui também decidi que era hora de voltar pra você.
Harry falava e novamente Gina sentia aquela onda de sentimentos que a inundava e que trazia lágrimas a seus olhos:
- Então eu comprei isso pensando neste momento. – dizendo isso ele tirou dos bolsos uma pequena caixa que ao se abrir revelou um lindo anel de ouro com uma pedra de safira azul delicadamente trabalhada em uma forma que parecia um coração. – É obvio que quando eu lhe pedir em casamento a pedra será um diamante, mas para esta ocasião eu trouxe esta safira por que ela lembra seus olhos lindos.
Harry observava atentamente o rosto de Gina enquanto falava e sentiu-se extremamente feliz vendo a ruiva chorar daquele jeito, por que ele sabia que ela estava tão feliz quanto ele.
Gina não conseguia falar, ela estava completamente tomada por aquele turbilhão de sentimentos que se apossava do seu corpo, de sua mente, não era diferente com sua voz, só conseguia ouvir o que Harry dizia:
- Como eu te disse, eu quero fazer tudo certo e esta ocasião é especial por que eu preciso saber de uma coisa – Ele moldou a voz para um tom mais sério, mas não tirou o sorriso do rosto – Ginevra Molly Weasley, você aceita ser minha namorada?
Gina não conseguia responder, estava estática. Tudo bem, ela entendia que eles estavam juntos, mas não esperava que Harry a pedisse em namoro de uma forma tão linda quanto aquela. Seu corpo todo tremia, mas ela sabia que precisava responder a ele. Ela entendia que mesmo ele sabendo de tudo o que ela sentia ele precisava desta resposta e ela não estava disposta a destruir o momento com seu silêncio.
Gina fez um esforço enorme para falar, nunca se imaginou naquela situação, a voz querendo sair em alto e bom som, porém presa a sua garganta, mas ainda assim, mesmo que quase num sussurro ela conseguiu dizer:
- É o que eu mais quero meu amor.
Harry riu pra ela, um sorriso sincero carregado de felicidade, tomou sua mão direita e depositou no seu dedo anelar a linda aliança que comprara. Em seguida ele tirou mais um embrulho do bolso no qual revelou mais um anel, que ele entregou nas mãos de Gina. Este era mais grosso, com a mesma pedra de safira azul que tinha no anel de Gina, porém num tamanho menor e com letras grafadas ao redor do anel que dizia “Gina, my Endless Love”.
Gina segurou o anel durante um tempo passando os olhos na inscrição que o circulava. Ela não acreditava que podia se sentir mais feliz a cada minuto, tinha certeza que iria explodir, pois não cabia mais tanto sentimento dentro dela. Cada palavra de Harry inundava o peito dela com os mais nobres sentimentos.
Ele estendeu-lhe a mão direita e ela colocou o anel nele. Harry entrelaçou seus dedos com os de Gina e olhou nos olhos dizendo:
- Te amo Gina, e tenho certeza disso, mas como eu disse quero fazer tudo direito. Quero falar com seus pais, quero que eles saibam que queremos ficar juntos e que eu tenho as melhores intenções do mundo com você.
- Harry não precisa fazer isso agora, não estou te pressionado – disse a ruiva com a voz ainda embargada pela emoção.
- Eu quero Gina, é o que mais quero agora. Quero andar de mãos dadas com você, quero te beijar sem me importar quem está vendo, quero te levar pra passear, te dar flores, te dizer que te amo onde eu quiser. Ah sim! E quando voltarmos para Hogwarts, eu quero que todos aqueles gaviõezinhos saibam que Gina Weasley é minha garota.
- Uau senhor Potter! Ciúmes?
- Sim, senhorita Weasley. Você não tem idéia do quanto. Você é linda demais para eu não ter ciúmes e saiba que eu nunca vou deixar ninguém te tirar de mim. Podem todos eles irem tirando a vassoura da chuva.
Gina riu gostosamente com o comentário do namorado.
- Não precisa se preocupar senhor, por que o coração desta ruiva já tem dono, e há muito tempo. Eu te amo demais pra olhar pra qualquer outro Harry Potter.
- E eu te amo demais para pensar em qualquer outra Gina Weasley, mas agora eu quero falar com sua família. – Ele levantou-se e estirou a mão para ela.
- Ok, se você insiste. – Ela segurou sua mão e se levantou e eles saíram juntos.
Já estavam próximos a escada quando Harry segurou Gina:
- O que foi? Desistiu? – ela disse marotamente.
- Nem se eu estivesse louco. É que eu quero falar com o Rony primeiro.
- Ah que bobagem Harry.
- Não Gi é sério, o Ron me deu a maior força, mas ele é seu irmão e como um irmão pra mim, acho que depois de tudo ele tem o direito de ser o primeiro a saber.
- Ok então.
Eles entraram no quarto de Rony e Harry conjurou um patrono mandando para Rony um recado para que ele e Hermione subissem imediatamente.
- Sabe Gi, quem sabe com nossa atitude aqueles dois não tomem coragem para fazer o mesmo?
- Seria ótimo, mas são duas mulas Harry, eu já disse isso pra Mione.
- Eu sei, mas agora que estamos juntos, podemos dar uma forcinha para as mulas saírem do lugar não é?
- Gina riu e abraçou Harry, ele lhe segurou o queixo e depositou um beijo leve e apaixonado nos lábios, já estavam aprofundando o beijo quando ouviram um barulho de um pigarro.
- Hum hum – Rony estava parado na porta junto com Hermione olhando para o casal com uma face inexpressiva. Harry sabia que ali estava seu melhor amigo, mas não deixou de sentir-se nervoso.
- Ron – Ele disse aproximando-se do amigo – Precisamos falar com você.
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