Capítulo I.
Capítulo I.
you got a piece of me.
Podiam ter carregadores de malas. Não é pedir demais, sabe. Todo mundo chega com aquela mala ENORME e mais um monte de saquinhos – saquinhos para lá e para cá –, sem contar a bolsa onde tem as coisas delicadas e quebráveis – meus CDs, por exemplo - e fica difícil para uma pessoa fraquinha como eu conseguir botar tudo há tempo dentro do trem. Se tivessem carregadores seria tudo muito mais fácil. Entende? Claro que não. As pessoas nunca entendem até acontecer com elas a mesma coisa. Talvez já tenha acontecido com você uma cena parecida. E quando as calças começam a escorregar fica tudo lindo, também.
Mas é claro que você nunca passou por isso. Você, para começar, nunca embarcou em um trem que vai para uma Escola de Magia e Bruxaria, acertei? Você nunca teve um malão de madeira do tamanho do mundo, teve? Você também, posso apostar, nunca teve um gato grande e gordo para complicar mais um pouco. Você nunca precisou TANTO de um CARREGADOR DE MALAS!
Ou um bom samaritano para te ajudar. Mas ninguém repara que a ruivinha ali está só, hm, morrendo para colocar a bagagem pra cima daquele trem idiota e alto!
O apito soou. Ótimo. Tudo que eu queria era pressão psicológica agora. Por que diabos eu disse que meus pais não precisavam atravessar a passagem comigo? Por quê? Meu pai, com certeza, já teria botado tudo no trem e eu não precisaria fazer, tipo, nada.
Eu queria tanto poder usar a minha varinha, agora. Porém, ela estava no bolso da minha calça e eu não podia pegá-la. Minhas mãos estavam ocupadas empurrando o malão para o trem, tentando não deixar os saquinhos em cima dele caírem, e pedindo a Deus que o meu gato não saísse correndo por aí. Ele estava, por enquanto, rondando meus pés.
O apito soou pela segunda vez. As pessoas agora se davam os últimos beijos e abraços, as últimas recomendações, depois subiam no trem. Eu estava tentando empurrar o malão para um dos últimos vagões, e ninguém parecia me ver por ali.
Eu já estava calculando mentalmente quanto tempo faltava para alguém sentir minha falta e fazer o trem não sair até eu não aparecer. Ótimos amigos, os meus.
A fumaça começou a subir e eu me apavorei. Podia gritar, chamar ajuda. Eu abri a boca e tornei a fechá-la quando James apareceu ali e riu da minha situação. Tudo que ele não podia fazer agora era rir.
- Precisa de uma ajuda? – perguntou, dando seu sorriso maroto.
- O que você acha?
- Ok, ok.
James empurrou o malão para o trem com muita facilidade, depois subiu e o colocou no bagageiro, junto com as sacolinhas. Meus braços estavam doloridos. Parecia que tinha ficado horas ali.
Ajeitei minhas calças e peguei o gato. James me ajudou a subir, depois fechou a porta da cabine.
- Obrigada. – disse.
- Não há de que. – respondeu ele, se sentando em frente a mim. – Precisava mesmo de ajuda. Por que não gritou para alguém?
Eu mordi o lábio.
- Eu já ia fazer isso. – respondi. – Eu vou lá procurar as gurias.
Me levantei e saí da cabine antes de um momento constrangedor. Eu atravessei o trem inteiro, parando para cumprimentar aqui e ali, e finalmente achei quem estava procurando: Taylor e Alice. Aquelas que nem foram me procurar (y).
Estavam as duas lá, papeando em uma cabine só para elas. Eu olhei de esguelha os dois malões em cima de suas cabeças, e pensei como elas fizeram isso. Com certeza foi mágica.
- Olá Lily. – disseram as duas, então uma por uma vieram me dar dois beijinhos.
Eu esperava uma recepção mais estilo: “Onde você estava? Ficamos te procurando feito loucas!”
A-rrã.
- Eu sei que ninguém perguntou, mas, sabe eu estava morrendo lá trás e pedindo a Deus que um carregador de malas, se existisse um, ou até uma boa alma, me ajudasse a colocar a droga do malão pra cima do trem! – disse, fazendo pouco caso do assunto e olhando as unhas.
Taylor ergueu os olhos para mim.
- Mandamos o James te procurar. – disse.
- Ah, é? Bom, ele me achou.
- E como foi? – Alice sorriu maliciosa.
Oh god.
- Sabe, eu acho melhor vocês pararem de jogar o James para cima de mim. – disse. – Vou acabar ficando braba com vocês.
- Poxa, Lily, ele gosta tanto de você! – disse Taylor com um sorriso.
- Se fosse para escolher, eu realmente preferia que existissem carregadores de malas aqui. – falei, ignorando-a.
- Não mude de assunto, Evans. – disse Alice, botando os óculos.
- Como foram as férias, afinal? – perguntei, sorrindo e mudando totalmente de assunto.
Só para irritá-la.
E para, sei lá, mudar de assunto.
N/A: eu seeei que tá pequeno T.T é que, sei lá. UASIOUSIOAS. não tenho uma boa explicação >< anyway, espero que tenham gostado! let me know, ok?
thanks pelos comentários *-*
beeeeijo. daay.
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