Intrusos
Casada. Realmente havia se casado com Draco, e sentia-se feliz por isso. Ela agora estava nos jardins, apreciando a festa. O local não havia sido enfeitado, tudo era muito simples e de estremo bom gosto. Não se parecia em nada com as festas que participará. Garçons em impecáveis trajes de gala flutuavam bandejas, servindo os convidados com os mais finos vinhos e champanhes.
- Esta se divertindo? – Ela olhou para Draco que estava ao seu lado, bebericando champanhe.
- Sim – Ela sorriu. Realmente estava gostando de tudo. Em seus sonhos nunca poderia imaginar casamento mais perfeito que esse. Também nos seus sonhos o noivo,era um moreno de olhos verdes e não um loiro de olhos azuis.
-Vocês dois não fiquem parados ai – Gina olhou para a mulher que vinha em sua direção. Em tão pouco tenho havia se apegado a ela. – Vamos, vocês tem que dar atenção aos seus convidados.
- Mas eu não conheço ninguém – Gina olhou para Draco tentando encontrar algum apoio, ele fez uma careta e ela quase riu.
- Por isso mesmo – A mulher falava enquanto ajeitava a gravata do filho – Em nosso mundo, os contatos são muito importantes – Gina só sorria. – E você Draco, para de beber e vá apresentar sua esposa à nata da sociedade bruxa está dentro da mansão e não aqui fora. – Ela fazia uma cara de desagrado enquanto olhava para as poucas pessoas ali presentes.
- Sim mamãe – Ele suspirou cansado e lhe ofereceu o braço, que ela prontamente a aceitou. Agora os dois deslizavam para o salão. Gina havia tirado o vestido de noiva e colocado um de festa. Não havia gostado muito da cor, mas ele era muito mais confortável
[Vestido: http://www.facluboficialnataliaguimaraes.blogger.com.br/0,,11312570-EX,00.jpg]
Mais preto não era a cor que gostaria em um vestido de casamento.
- Você é uma Malfoy agora – Narcisa havia dito em defesa do vestido – E os Malfoy não ligam para convenções tolas. – Gina só havia assentido
- Meus parabéns – Draco os havia encaminhados até um grupo. Todos os saldaram com elegância e ela retribuiu os comprimentos.
- Não vejo a hora de tudo isso acabar – Ele sussurrou em seu ouvido e ela sorriu.
- Eu também – Ela estava gostando da festa, mas sentia-se exausta.
- Que tal a gente fugi de novo pros jardins? - Aquela era uma proposta realmente tentadora
- Não é uma boa idéia – Seu tom era desolado
- Porque não? – Ele levantou uma sobrancelha e ela sorriu. Por incrível que pudesse parecer, ela gostava dele.
- Por que sua mãe não iria gostar
- Se a gente for rápido ela nem vai perceber – Ela estava muito tentada – E afinal nos somos casados, precisamos de um tempo sozinhos.
- Acho que você tem razão – Ela cedeu – Vamos, mas rápido por favor – Ela não queria que Narcisa ficasse chateada, afinal tinha sido a mulher que organizara tudo. Não queria desapontá-la agora
Eles dois discretamente saíram do salão, não sem antes ter cumprimentado algumas pessoas
- Pensei que não conseguiríamos – Eles agora estavam em uma parte distante da festa.
- Por um momento eu também – Draco encostou-se em uma árvore e ficou a olhando
- E então?- Gina estava um pouco incomodada, pois ele não para de fita-la
- O que? – Ele a olhava de cima a baixo
- O que viemos fazer aqui?
- Viemos para ficar longe daquilo lá – Ele sorria estranho
- Acho melhor irmos agora
- Mas nos acabamos de chegar –
- Serio, Draco, porque estamos aqui? – Ele respirou fundo
- Porque eu queria ficar a sós com você
- Pra que?
- E porque não? Nos somos casados, você agora é minha esposa
- Eu não estou entendendo
- Você não precisa entender – Ele chegava cada vez mais perto
- O que você quer de mim? - Ela tremia, ele estava muito próximo dela.
- Isso
Draco a pegou pela cintura e a trouxe para si, seu rosto estava poucos centímetros do dela. Ele roçou seus lábios na bochecha dela, antes de descer a sua boca. Gina abriu à boca dando passagem a língua do garoto. Draco a beijava com desejo e ela retribuía.
Eles pararam o beijo para respirar, Gina já não tinha mais fôlego.
- Temos que voltar – Ela falava enquanto respirava profundamente
- Por quê? Aqui não está bom? – Ele parecia preocupado. Ela ficou na ponta dos pés e depositou um beijo nos lábios dele.
- Você sabe que sim – Ele sorriu – E sabe também que sua mãe não vai gostar nada de saber que fugimos da nossa própria festa de casamento
- Você venceu – Ele fez uma cara estranha e ela achou engraçado. Seu marido se revelava ser bem diferente do que imaginava.– Mas antes, eu quero um beijo – Gina sorriu antes de colar seus lábios no dele.
- Gina
Gina estava muito envolvida no beijo. Draco era incrível e tinha o poder de fazê-la esquecer a cabeça
- Gina
Ela continuou, porém achou que estava ouvindo coisas. Alguém a chamava e ela conhecia aquela voz.
- Gina
Gina parou o beijo bruscamente deixando o garoto sem entender nada. Não era possível
- Gina
Sim, aquela voz.Aquela voz. Era de sua mãe.
- O que foi? – Draco estava confuso
- Minha mãe esta aqui – Gina estava agoniada
- Gina, se acalma e me explica o que aconteceu, porque eu não estou entendo nada
- Eu ouvir a voz da minha mãe, Draco
- Impossível
- Não, Draco, ela esta aqui – Ela segurou-lhe a mão e eles rapidamente foram para a outra parte dos jardins. Viram Narcisa indo para os portões e foram atrás dela
- O que esta acontecendo aqui?- Draco perguntou para sua mãe.
- Os Wesley estão ai fora – Ela tinha uma cara estranha - Eles querem vê-la – Gina engoliu em seco. Não querida vê-los, não queria nada com eles.
- Eu irei vê-los
- Mas querida ...
- Está tudo bem Ciça, nada irá acontecer. Aonde eles estão?
- Do lado de fora. Eles não podem entrar sem permissão de um Malfoy
- Irei até lá – Gina virou e começou a andar elegantemente para onde eles estavam
- O que você esta fazendo?- Ela perguntou a Draco que estava a seguindo
- Você realmente achou que iria sozinha? – Ele perguntou irônico e ela fechou a cara.
- Eu sei me cuidar sozinha – Ela falou emburrada
- Eu sei disso, mas o que posso fazer se sou um marido extremamente zeloso – Ele debochou e ela soltou um bufo irritado
Os dois pararam ao chegar no local
- Querida – Molly Wesley se jogou nos portões – Você esta bem? Eu estava tão preocupada – Gina quase riu.
- Se fazendo de mãe zelosa Molly? - Gina sorriu com escárnio - Esse teatrinho combina bem com você - Todas as cabecas ruivas ali presente a olharam espantados.
- O que aconteceu com você querida? Porque esta me tratando assim? - A mulher chorava desesperadamente e Gina sentiu uma vontade imensa de gritar com ela, mandando ela parar com aquela palhaçada, que não comovia ninguém.
- Não se faça de vitima Molly, você sabe muito bem porque te trato assim
- Não eu não sei,o que foi que eu fiz?
Gina não podia acreditar no cinismo de sua mãe. Mãe? Não, ela não era mais sua mãe
- Se você não sabe – Ela riu com escárnio
- Por favor querida, venha para fora, seu pai está muito preocupado – ela olhou para o pai e se esforçou para não sorrir. Lá também se encontravam três dos seus irmãos.
- Não tenho nada para conversar com você
- Não fale isso comigo, eu ainda sou sua mãe
- Mãe? – Ela riu – Que mãe? – A mulher ficou pálida
- Por favor, saia, para que possamos conversar sem sermos incomodadas – A mulher tinha os olhos posados em Draco. E este sorria a ela de uma forma cínica. Draco estava muito orgulhoso da esposa. Realmente ela havia nascido para ser uma Malfoy
- Gina – Draco a chamou suavemente e ela se virou até o marido – O que pretende fazer? – Ele falou baixinho no ouvido dela.
- Prendendo sair – Ela sussurrou. Gina estava atenta aos ruivos, que os olhavam espantados e enojados.
- Você ficou maluca?Não pode fazer isso – Draco estava furioso. Será que ela não via a besteira que iria fazer?
- Draco, eles não vão embora até que eu saia – Ela tocou em seu ombro e ele estremeceu – Eu não vou permitir que eles estraguem nossa festa. Confie em mim – Draco suspirou resignado. Os olhos castanhos a sua frente não o deixava entrar
- Se você irá sair, eu irei junto
- Mas... – Ele colocou o dedo nos lábios dela a calando
- Mas nada, você só vai sair daqui comigo ao seu lado – Gina percebeu que aquela era uma batalhada perdida.
- Tudo bem, mas por favor, não faça nada que os irrite,eu não quero que você se machuque – Draco não demonstrou mais estava um tanto que admirado. Sua mulher se preocupava com ele. Ele sorriu. Apesar de tudo, estava feliz
Gina andava lentamente ao encontro de seus pais. Draco percebeu que ela estava nervosa e segurou a sua mão. Gina o olhou e ele sorriu. Ela respirou fundo e apertou a mão dele. Iria ser forte. Tinha que ser. Draco parou abruptamente o que fez com que ela também parasse. Ele não queria se arriscar a chegar muito perto. Sabia do que os irmãos dela eram capazes.
- O que vocês querem? – Perguntou ela fria.
- Porque você esta nos tratando assim filhinha? – Molly chorava silenciosamente.
- Deve ser influência desse cara de fuinha – Um dos gêmeos se intrometeu
- O que você fez com minha irmã? – Rony segurava-se para não ir para cima do garoto.
Gina não respondeu nenhuma das perguntas. Sua paciência estava se esgotando. Não queria ficar ali, os ouvindo. Já estava de saco cheio deles.
- Ele te fez algum mal? Você esta bem? – Arthur Wesley perguntou, mas só recebeu um olhar gelado dela. Gina se ressentia com ele. Seu pai não havia feito nada. Fazia semanas que tinha ido embora e nenhum deles a procurara.
- Eu exijo que você me responda – Gina olhou para a mulher.
- Quem você pensa que è para me exigir alguma coisa? – Todos estavam espantados com a forma que ela havia falado. Draco que sorria orgulhoso, tinha uma mulher a sua altura.
- Eu sou a sua mãe – Gina olhou fixamente para ela, que desviou o olhar.
- E nos somos sua família – Os gêmeos disseram juntos.
- Vocês? Minha família? – Ela riu e balançou a cabeça – Não,vocês não são nada.
- Filha ...- Molly começou
- Não me chame assim – Gina a interrompeu – Eu não sou a sua filha e você não é minha mãe. No momento que eu bati aquela porta, você morreu para mim – A mulher filhou pálida.
- Eu não acredito que você esta dizendo isso – Rony se meteu na conversa – O que foi que ele fez com você? – O menino olhou para Draco – Que feitiço você usou Malfoy? Fale agora e eu te deixarei vivo
- Cala-se – Ele engoliu em seco
- Mas, Gina, eu...
- Eu mandei você se calar – Ela falava autoritária e ele abaixou a cabeça.
- Eu não sei o que você vieram fazer aqui, mas é melhor irem embora – Todos estavam de boca aberta. Nenhum Wesley conseguia reconhecer a menina a sua frente.
- Nos viemos te buscar e não sairemos daqui sem você – Molly estava absolutamente decidida. Gina percebeu que a mulher tinha os punhos fechados e isso significava que ela não desistiria tão fácil
- Você ouviu Draco, eles vieram me buscar – Gina riu e ele também. Os dois gargalhavam como se tivessem ouvido uma piada.
- Draco? - Rony estava abobado – Desde quando você chama essa doninha loira pelo nome? – Gina sentiu o marido endurecer o corpo, ele devia estar furioso. Ela apertou a mão dele que olhou para ela que balançou a cabeça. Arthur Wesley estudava a filha, ela estava diferente, parecia ser dominada pelo ódio. Não sabia o que havia acontecido a ela para mudar tanto assim, mas com certeza tinha sido muito grave. Molly Wesley não acreditava no que via. Sua filha estava de mão dadas com o garoto. E o pior de tudo era que ela parecia gostar. A mulher reparou na troca de olhar e nos gestos feitos. E levou a mão na boca. Ela estava apaixonada. Sua filha estava apaixonada por um Malfoy.
- Pois eu sinto informa-lhes que eu não irei com vocês – Ela sorriu sarcástica.
- Ah, mais vai sim – Molly berrou. Não iria deixar sua filha ali, não mesmo.
- E quem vai me obrigar? – Molly deu um paço a frente – Você? – A menina perguntou com incredulidade na voz e depois desatou a rir. A mulher por um momento não sabia como agir.
- Você quer ficar? – Rony perguntou incrédulo – Que diabos esta acontecendo aqui?- Ele gritou furioso – Porque a Gina não quer ir conosco ?- Ele estava confuso
- Porque você não pergunta a sua mãe – Para o espanto de todos, havia sido Draco que tinha falado.
- Mamãe – Rony falou, mas todos a olhavam. Molly sentiu-se perdida e começou a chorar.
-Será que alguém da pra nos explicar o que esta acontecendo? – Todos os ruivos estavam confusos.
- Eu já disse Wesley’s, perguntem à mãe de vocês – Gina sorriu timidamente para ele, que retribuiu.
- Esta na hora de esclarecer algumas coisas, Molly – A mulher enxugou as lágrimas e concordou com a cabeça
- Porque a Gina foi embora de casa?
- Porque, porque – A mulher começou a chorar de novo
- Tudo bem mamãe, tudo bem, não importa – Os irmãos da garota tentavam consolar a mulher. Gina estava extremamente enojada com aquela cena
- Pare com esse teatro – A cada palavra da menina a mulher chorava mais – Você acha mesmo que eu vou acreditar nessas suas lagrimas? – Gina mostrava seu desprezo. – Acha mesmo que depois de tudo que você me fez eu vou acreditar em você? – A menina ria descontrolada
- Você não vê que ela não esta bem? Pare com isso – Gina olhou para o pai e sorriu diabolicamente
- Parar? Agora? – Os ruivos estremeceram e ela continuou em seu tom sombrio – Mas eu ainda nem comecei
A mulher chorava, estava sem forcas e começou a cair, todos a apararam enquanto a ruiva a olhava atentamente. Em seus olhos se podia vê o ódio.
- Filha, eu não quis, me perdoe
- Perdoar? – Ela riu – Eu não conheço isso
- Você tem que me perdoar filha, eu estou tão arrependida – A mulher chorava, mais e mais. E isso a irritava.
- Você pensa que me engana não é mesmo Molly? – Aquela não parecia ser a menina e realmente não era. Gina estava tomada de ódio, de raiva e só queria machucar, queria que ela sofresse da mesma forma que sofreu – Acha mesmo que eu vou acreditar em você? Que eu vou te perdoar? – Ela ria, um riso sinistro. – Nunca, Molly. Isso nunca vai acontecer, nem mesmo quando você morrer, eu vou te perdoar – Todos estavam paralisados, o choque havia sido imenso.
- Quem é você?O que fez com a minha filha – Molly gritou furiosa.
- Isso Molly,mostre realmente quem você é
- Você não é a Gina, você não é a minha filha
- Você esta certa, eu não sou a sua filha, não mais, Gina Wesley morreu, eu sou Ginevra Malfoy agora.
Molly Wesley lutou para se manter em pé. Os outros não acreditavam no que ouviram.
- Do que você esta falando? – Molly perguntou com a voz fraca. Aquilo não podia esta acontecendo.
- Todos vocês ouviram muito bem
- Mas, como,isso não é possível - Molly estava a ponto de desmaiar.
- Vocês acham que esta festa é o que? – Draco riu. Estava se divertindo com toda aquela situação
- Não, não pode ser, você não pode, eu não deixo – Molly gritava descontroladamente.
- Você não tem como impedir – Gina sorriu – Não mais. – Ela mostrou a aliança – Eu já estou casada. Eu sou a senhora Malfoy e o Draco é meu marido – Molly Wesley não se agüentou em pé e desmaiou.
Os ruivos apararam a mulher que estava desacordada.
- È eu acho que ela não gostou muito da noticia. Uma pena não é mesmo? - Gina debochou.
- Vamos, Draco, não temos mais nada para resolver - Gina se virou e entrou pelos portões, sem nem mesmo olhar para trás. Sua vingança estava apenas começando. Ela sorria.
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