O Desespero de Snape
Os dias em Hogwarts já não estavam tão frios como quase em todo o ano.
As aulas de poções estavam cada vez mais maliciosas, porque era assim que Severo gostava. Que seus alunos lutassem contra a barreira do tempo, para que conseguissem alcançar o nível máximo; o nível que ele esperava de seus alunos, de suas “crias”.
A reunião com Minerva naquela tarde havia sido um tanto reveladora... Severo, enquanto esperava a classe dos alunos de segundo ano terminar as poções, não conseguia deixar de lembrar-se das palavras proferidas pela Diretora... Porque aquela perturbação toda?
-A casa dos Granger explodiu; até agora não se sabe o que restou e quem estava dentro... Como são trouxas, exceto Hermione, não podemos interferir diretamente – disse Minerva, com ar assustado.
-Mas Harry... e todos os outros... aurores foram... até a casa, Minerva... Irão dar... as notícias a qualquer... momento! – falava Hagrid, em meio aos soluços.
-Hagrid, os professores ainda não sabiam disso, e achei necessário contar isso, já que existem muitos aqui que sempre admiraram a esperteza e talento que Granger tinha... – a Professora disse, olhando Severo, nos olhos.
-Não sabemos se ela estava na casa, Minerva – Snape disse, quase que involuntariamente, e percebeu que todos os professores o encararam, surpresos... tentou desconversar – Não devemos morrer de véspera.
-As buscas à casa serão complicadas... Será mais fácil os trouxas nos dizerem isso, já que não podemos colocar todos os aurores à busca de qualquer sobrevivente... – o Sr. Weasley disse, parecendo encantado por dependerem dos trouxas para algo, mas demonstrando sua preocupação em suas palavras.
-Não vou ficar aqui, esperando um bando de trouxas atrasados descobrirem algo que podemos saber em dois minutos – Hagrid levantou-se, já não soluçava, mas estava com a carocha inchada e molhada.
-Sente-se já, Hagrid – inquiriu Minerva, e o meio-gigante sentou-se – Não vamos alarmar nada, já vivemos um caos há poucos anos atrás, não faremos com que os trouxas desconfiem de qualquer coisa mais uma vez...
E as palavras se perderam em sua mente. Severo estava mais uma vez, pensando nas possibilidades. No que poderia fazer. O que era aquele sentimento? Equiparava-se ao que sentia quando Lílian havia morrido, mas... Por quê?
Tento pensar que o fato de estar tão perturbado, ligava-se a certeza que tinha de que Hermione era sua melhor aluna e tinha uma mente brilhante... Soube disso desde o princípio, sabia que perdê-la, seria perder parte de seus ensinamentos e conhecimentos...
Lutou por toda aquela manhã, contra aquele sentimento que estava tomando conta de seu corpo... Não sabia o que pensar... O que dizer às pessoas... Não sabia se estava agindo de forma estranha ou se estava apenas preocupado.
A tarde chegou e com ela a notícia de que os trouxas demorariam mais tempo para saber se existiam pessoas dentro da casa.
Severo já não conseguia controlar a vontade de ir até os destroços da casa de Hermione... Aquela angústia não passaria, e ele sabia disso... Precisava conversar com a única pessoa que o entendera durante toda a sua vida... Desde que havia ingressado em Hogwarts... Dumbledore.
Severo caminhou até o local onde poderia encontrar seu mentor, e conselheiro, o único lugar onde Dumbledore poderia falar com ele naquele momento... A Sala da Diretora.
-Minerva... Preciso usar a Penseira – comunicou ele.
-A Penseira? Está com problemas Severo? Quer conversar? – perguntou ela, em tom preocupado.
-Sabe algo sobre os Granger? Já descobriram alguma coisa? – perguntou Severo.
-Não, ainda não... Eles disseram que... – Minerva dizia, mas foi interrompida por Severo.
-Então não pode me ajudar, preciso falar com Dumbledore – disse ele, áspero.
-Fique a vontade – falou a diretora entre os dentes.
Severo lançou sobre a Penseira um feitiço e fez com que ela flutuasse a sua frente, até a sua sala.
Depositou o objeto sobre sua mesa e antes de qualquer coisa, lançou um feitiço, que faria com que Dumbledore o visse e pudesse falar-lhe, enquanto fosse possível.
Tocou o líquido com a varinha e o mesmo ficou neon, brilhante... E ele mergulhou.
Dumbledore estava em sua sala, sozinho, defronte a Penseira, sobre sua mesa.
-Esperei por você Severo – disse o velho diretor, com seu ar cansado.
-Dumbledore... Não sei mais o que fazer – disse o professor – não consigo parar de pensar em Granger, porque esse sentimento está se apossando de mim? Nunca a vi como mulher! É minha aluna! Minha prole... O que está havendo comigo?
-Severo, todo coração precisa ser habitado um dia... Até Lord Voldemort já teve o coração habitado um dia... E é isso o que dá a graça, o brilho e o colorido aos nossos dias... – o diretor olhava como se penetrasse a alma de Severo, que sentiu-se constrangido – Não se reprima sob estas vestes negras... Vejo uma vitalidade além do que veste, por mais que tente mostrar o contrário.
-Eu não sei o que fazer – disse Snape – Acha que devo ir procurar por Granger?
-Acho que você é mais que um amigo, Severo – disse Dumbledore – Se não desenvolver este novo amor que sente, sentirá todos os dias o que sentiu no dia em que Lílian partiu...
-Não se compara ao que senti quando Lílian morreu! – disse Severo, irritado com a comparação – Granger é parte de meus ensinamentos! Ela é boa, inteligente, audaciosa, ela consegue administrar bem o que aprende!
-Severo... Porque veio me procurar?
-Porque você é o único amigo a quem posso confidenciar certas coisas!
-E você não acha que se fosse algo sobre ensinamentos, Minerva não poderia ajudá-lo? – perguntou o diretor e sorriu, amigavelmente.
Snape não soube o que responder.
Olhou para a janela, mas não estava querendo ver o sol lá fora, queria ver Granger...
-Não preciso de legilimência para saber o que está pensado Severo... – disse Dumbledore – Vá... Não dê aulas agora pela tarde. Procure Granger. Sua mente está com ela, precisa pegar de volta.
E Dumbledore deu uma risadinha, com satisfação...
Severo voltou a sua mesa, em seu escritório... Na Hogwarts atual, onde Dumbledores estavam mortos...
Levou a Penseira a sala de Minerva, certo de sua escolha e do que faria.
-Peça que liberem os alunos da Grifinória e Sonserina hoje, estou indo a procura dos Granger – disse Severo.
-Mas, Severo, não podemos...
-O que eu posso fora da escola, eu sei... Não vou matar ninguém, nem bradar varinhas por aí como louco... Quero e preciso ir, não posso ficar aqui de braços cruzados – ele falou, sentindo-se feliz por tomar aquela iniciativa.
-Vá Severo, vá... – a diretora estava com ar cansado, como Dumbledore tinha as vezes – Mas não faça nada do que possa se arrepender.
-Não farei – disse e saiu.
A jornada era longa até o seu destino.
Pegou pouca bagagem, pois desaparataria em Hogsmead, e faria o tinha de ser feito bem rápido.
Foi até o Corujal e enviou uma carta à Harry, já que ele estava a frente das investigações por parte dos Bruxos, dizendo que estava a caminho e que chegaria até a noite no local do incidente.
Desceu até a cabana de Hagrid, e informou que estava indo até a casa de Hermione e que se qualquer notícia fosse dada, que entrasse em contato com ele usando um objeto que lhe deu; uma espécie de moeda, mas que era feita de vidro...
Explicou os princípios básicos do “Achador” e foi em direção à cidade.
Em Hogsmead, correu até o pub e deu à Madame Rosmerta o mesmo objeto que havia dado á Hagrid, pediu que entrasse em contato com ele, se soubesse de qualquer coisa, e que faria o mesmo se descobrisse algo lá, nas terras dos Granger.
Desaparatou.
Tudo próximo a casa de Hermione estava o caos.
As pessoas iam e vinham com objetos trouxas que ocupavam muito espaço e tinham pouca utilidade.
Snape buscou com o olhar aguçado o sinal de bruxos ali perto... Mas só via homens vasculhando com grandes máquinas os escombros da casa onde vivia... Onde Hermione morava. Onde moraria a partir dali? Será que iria com ele para casa? Daria um jeito na casa, e ela um toque feminino... Mas ele não aceitava esses pensamentos... Não havia motivos para isso. Seu grande amor era Lílian Potter, ou melhor, Lílian Evans... A Sra. Potter não existiu na vida dele.
-Se tinha alguém nessa casa, já não está mais vivo... Os bombeiros não agem! – gritou um homem, em meio à multidão, arrancando Snape de seu devaneio.
O bruxo o olhou com asco. O que ele estava pensando? Não sabia que poderia ser azarado ali? Na frente de todos? E que aquilo para um bruxo do nível do professor ali ao seu lado, seria... Uma lasca do poder que apresentava?
Severo coçou a varinha, ainda dentro de seu sobretudo... Queria matar a todos que pensavam negativo... Queria acreditar que não havia ninguém ali dentro.
-Por favor, vamos afastar... Vocês aqui, olhando, não vão ajudar em nada! – gritou um dos homens que ajudava na retirada dos entulhos.
Dessa vez a varinha quase pulou para fora do bolso do professor... Que homem atrevido... Não tinha noção nenhuma de quem era Severo Snape!
Mas dessa vez, viu algo estranho. Uma coruja, branca. Era a coruja de Potter. Nunca vira coruja mais alva!
Seguiu o animal com os olhos... E viu quando ela desceu, há poucos metros dali... Em plena luz do dia.
Foi na direção em que a coruja havia feito seu pouso, ali encontrava-se Potter, seguido de perto por Longbotton e Weasley... Aquele trio... Se não tivessem com seus vinte e poucos anos, Snape juraria que estavam fazendo algo contra as regras... Mas já tinha dado o braço a torcer, Potter era um guerreiro, seguido de perto por Neville e Rony.
-Professor Snape, o que faz aqui? – disse Harry, assustado com a presença de alguém que nunca imaginaria.
-Vim para ajudar, Potter – disse ele – Já descobriram alguma coisa? Não recebeu a minha coruja?
-Não recebi coruja nenhuma... Até porque estamos há tantos quilômetros de Hogwarts, que a coruja só vai nos encontrar em alguns dias... Só descobrimos que tinha, sim, uma pessoa na casa, mas não fazemos idéia de quem seja - explicou Harry.
O coração de Snape apertou. Sentiu que sua expressão mudou, estava apresentando o terror que sempre tentou evitar.
-Como vai Parvati, Weasley? E as crianças? – perguntou ele, tentando disfarçar seu pânico.
-Estão bem... Mas o senhor não parece estar bem – disse Rony – Houve alguma coisa que nós não sabemos?
-Não houve nada, apenas cansaço – mentiu – E então, o que faremos agora Potter?
-Penso que é melhor esperarmos as pessoas saírem... Não podemos lançar um feitiço ilusório em tantas pessoas ao mesmo tempo... Precisaríamos de todos os Aurores aqui – disse Harry.
-E porque não estão todos aqui? Isso é uma catástrofe! Precisamos de toda ajuda possível – esbravejou Snape, inquieto.
-O ministério não achou necessário... – Neville resolveu dizer – Como Hermione é a Chefe do Comitê de Comissão Internacional da Proteção aos Elfos, acham que ela não estava em casa, deveria estar viajando por aí, e sem dar satisfações...
-Hermione sempre foi muito responsável em tudo o que fez – disse Snape, lembrando da ex-aluna – Não sairia pelo mundo sem dar maiores explicações ao Ministério!
Os três amigos se entreolharam, abismados com a reação do professor. Não era o mesmo que os educara há alguns anos atrás...
-Professor, calma – disse Harry – Achamos mesmo que Hermione não estava em casa... Ela tinha de ir ao Brasil, num Congresso que foi convidada... Mas como não confirmou, não podemos ter certeza...
-E vocês nessa calma... Não é para ter calma! – disse ele – Precisamos fazer alguma coisa... Ela pode estar embaixo daquela pilha de cimento e madeira! Vocês são ou não amigos dela? Mexam-se, vamos!
-Não podemos fazer nada agora... Já dissemos professor – disse Rony – Se usarmos nossas habilidades de aurores para ajudá-la, todos os presentes saberão de nossa existência... E certamente o Ministério nos caçará.
-Tem de haver algo a ser feito... Não é possível! – disse Snape, e teve uma idéia brilhante, um sorriso, daqueles que Harry, Rony e Neville conheciam bem, perpassou o rosto do professor.
-No que o senhor está pensando? – perguntou Harry.
-Já descobriu quem é o chefe desse grupo de homens? Que estão retirando os entulhos?
-Sim... É aquele barbudo, o mais gordinho – disse Harry apontando o homem ao longe.
-Vou fazer com que ele vá e leve seus homens... Preparem-se... Vamos achar Hermione – falou Snape.
Severo levantou-se, confiante em suas habilidades e poderes de legilimência.
Aproximou-se o suficiente para o feitiço tivesse o efeito necessário...
-Imperio.
O homem ficou com cara de abobalhado.
-Não há mais o que fazer, vamos embora. Não há corpos. Ninguém morreu – Snape falava e o homem repetia em alto e bom tom... E todos começaram a recolher suas coisas... A saírem e em alguns minutos, não havia mais uma multidão ao redor... apenas alguns curiosos que ficaram, observando os escombros sem vida e sem movimentos.
As buscas demoraram apenas dez minutos. Eles já tinham a certeza. Quem morreu, não havia sido Hermione. A mulher poderia ser a mãe dela, estava morta, e não tinha nenhum traço que ligasse a amiga, descartaram a idéia de ser a mãe.
Snape estava explodindo de alegria.
Não sabia mais o que fazer com a dor estava sentindo, por achar que Hermione estava morta... Não saberia administrar mais uma perda tão grande em sua vida.
-Harry? – gritou alguém, ao longe.
Era uma mulher. Jovem, bonita, cabelos longos e lisos... Era Hermione!
-Mione! – gritaram os três amigos. Snape apenas olhou, mais apaixonado ainda.
Hermione corria, desesperada, ao encontro dos amigos – e do ex-professor.
-Recebi uma coruja do Ministério, dizendo que havia ocorrido um acidente com a minha casa... – ela olhou para o que um dia havia sido sua casa, mas não pareceu estar triste ou chocada – Imagino que tenha sido uma explosão de gás, ou Aldo trouxa que vocês não entenderiam...
-Eu morei com trouxas até os dezoito anos, Hermione... – disse Harry, sorrindo.
-Me referi aos outros – disse ela, retribuindo o sorriso – ainda bem que meus pais estão na França, viajando... Não sei o que seria de mim sem vocês, obrigada!
-Não nos agradeça... A casa nem está inteira! – disse Rony – E dê graças ao Professor Snape por isso aqui não estar infestado de trouxas... Ele foi quem nos ajudou...
-Professor Snape? – Hermione não entendeu, na verdade, nem havia percebido que ele estava ali.
-Você está bem, Hermione? – ele perguntou, sua voz estava macia, ele nunca usava aquela voz, nem a chamava de “Hermione”.
-Estou, sim, Severo, obrigada – disse ela, olhando para ele, mas percebeu algo estranho e novo na figura do professor.
-Preciso conversar com você, agora e sério – disse Snape, com o mesmo tom de voz.
-Claro, vamos conversar sim – concordou Hermione – Vamos até a praça aqui atrás, é um ótimo lugar!
-Hermione, só pra te lembrar... – Rony falou – A sua casa, explodiu... BUM! Você está essa tranqüilidade toda? Vai morar aonde? Com os elfos?
-Não, querido... Eu já comprei uma casa, e meus pais já queriam mesmo reformar a casa... Está aí um belo motivo para isso! – ela falou, sorrindo – Harry, Rony, Neville... Amo vocês! Vou com Severo, e farei questão de ligar, para os que têm telefone e enviar corujas ao que não têm! Obrigada mais uma vez!
E Hermione abraçou os três amigos, seguindo depois com seu ex-mestre de poções.
-Vou pedir pra você esperar cinco minutos, retorno já – disse Severo, desaparatando ali, na praça, sem medo de ser visto.
A moça ficou atônita. Que conversa era essa que ele queria tanto ter, e que de repente poderia esperar cinco minutos?
Ficou pensando nas aulas de poções... e em como havia criado uma expectativa infundada de um dia estar com Severo como homem... Chegava a ser engraçado... Porque aquilo estava vindo em sua mente naquele momento?
O que sentia por ele, o próprio professor tratou de apagar... Era frio, grosso... Rude demais... Não sabia como administrar um sentimento que era renegado com tanta vontade.
Foi muito bom, Hermione sabia que, no intimo, havia crescido demais... Guardar o sentimento havia feito com que ela percebesse qual a base e princípio das pessoas...
Snape voltou.
-Quero que venha comigo... – disse ele, segurando as mãos dela.
Hermione sentiu como se estivesse usando uma chave de portal... As mãos dele eram como seda e remetiam há anos atrás... Quando sonhava segurar aquelas mãos, ouvir palavras bonitas, com uma voz macia... A mesma voz que ele usou para chamá-la a este tal lugar...
-E para onde vamos? – perguntou ela.
-Vou levá-la ao local mais importante de sua vida – ele falou.
A mulher apenas maneou a cabeça, não disse nada.
Snape pegou de seu bolso um pedaço de pergaminho velho e apontou para ele com a varinha:
-Portus.
Os dois tocaram o papel e tudo se transformou num redemoinho de cores...
-Esse é o lugar mais importante da minha vida? – ela perguntou, vendo a casa que estava. Bem arrumada, perfumada, com velas espalhadas por todo o ambiente... um aroma doce e intenso deixava cada canto daquele lugar com um cheiro perfeito.
Era um ambiente romântico... que para ela não combinava com Snape, não até aquele momento.
-Não é, ainda... – ele falou, quase sussurrando – Mas espero que seja, daqui por diante.
-E onde é que estou?
-Na minha casa.
Hermione olhava para Severo com um desejo súbito de beijá-lo e tomá-lo em seus braços... a cena estava perfeita... ela havia imaginado aquilo a vida inteira... a pessoa perfeita, num local perfeito.
-Espero muito tempo para tomar coragem e te dizer tudo que quero – o coração dele batia tão forte que podia ouvi-lo, suas mãos estavam geladas e suas pernas tremiam.
-Porque me deixou sozinha na praça, por cinco minutos? – perguntou ela curiosa.
-Porque o lugar mais especial da sua vida, não poderia ser qualquer um... Tinha de ser perfeito...
A moça estava encantada. Já não queria mais ouvir nada. Tudo estava perfeito. Não queria ouvir qualquer palavra. Apenas um beijo, com carinho e amor, bastava.
-Eu te amo, Granger... Hermione Granger – disse ele.
Não houve mais palavras.
Snape tocou a mão de Hermione mais uma vez... Deixando ciente de que dali não sairia mais.
Tomou-a em seus braços, da forma mais perfeita... com o abraço de encaixe quase que artificial de tão combinado que ficou.
O beijo foi intenso, único, maravilho.
As mãos dos dois descobriam o corpo alheio de forma natural, sem esforços, sem puritanismos...
Hermione não o deteve quando se aproximou de seu sexo. O prazer daquele momento era quase místico, encantador... Mágico...
“Será que existe magias para este momento?”, ela pensou.
-Não... A nossa magia, é o amor – ele respondeu.
A mulher não questionou a invasão de mente... pelo contrário... ela queria que ele a penetrasse de todas as formas.. que a descobrisse... que a fizesse mulher...
Cada canto de seu corpo implorava pelas mãos quentes e sedosas...
Os toques eram respeitosos, mesmo nas zonas erógenas... Hermione sentia muito prazer...
Snape não acreditava no que acontecia...
Tinha em seus braços a verdadeira mulher de sua vida.
A mulher que não o desprezara para ficar com outro... que não casara... que não tivera um filho... era ela... aquela Hermione... aquela mulher... aquela princesa!
Os corpos se espalharam no chão...
O prazer era absoluto...
Eles não respeitavam leis, nem estratégias...
Eles apenas se amavam...
Com tudo o que tinham de si para dar ao momento... e todo o momento foi perfeito, único.
Chegaram ao êxtase...
Abraçaram-se.
Não trocaram uma palavra. Apenas ficaram agarradinhos. Deitados naquele chão fervoroso... Hermione ouvia o coração de Snape, e Snape ouvia a respiração aliviada, gostosa, de Hermione...
-Quero que case comigo – ele falou.
-Quero que seja meu marido... – ela retrucou.
-Eu te amo, Mione...
-Eu sempre te amei, Severo...
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