Quando perdemos alguém
A única coisa que Brittany sentia naquela manhã era fome. A garota acabara de acordar e se vestia apressadamente para poder descer e tomar seu desjejum; as outras garotas já haviam descido, então não tinha mais ninguém para esperar.
Brittany desceu rapidamente as escadas e trombou em alguém, mas não deu tempo de ver em quem fora, pois a pessoa já saira pelo buraco do retrato; a garota continuou se saminho para o Salão Principal, sem mais interrupções.
- Até que enfim você chegou! - exclamou Lílian, enquanto a amiga sentava ao seu lado.
- Estou morrendo de fome! - disse Brittany, servindo-se de panquecas e suco de abóbora.
- Você poderia deixar um pouco para nós? - falou Lucie, arregalando os olhos. - Não precisa comer tudo o que está sobre a mesa, Britt!
- Vê se não enche...! - retrucou Brittany, enquano Katie ria.
Os marotos chegaram minutos depois, Remo falou bom dia para todos e deu um selinho na namorada, sentando ao seu lado; Pedro parecia amedrontado, sentou-se ao lado de Brittany e passou a comer o mesmo, ou até mais, que a garota; Sirius e Tiago sentaram um ao lado do outro, perto de Lucie e em frente Lílian. Sirius parecia extremantente feliz, até que anunciou:
- Hoje tem quadribol!
- Nem me fale! - exclamou Tiago, sorrindo igual o amigo. - Não vejo a hora de montar logo esse time...
- Vocês só pensam e quadribol? - disse Lílian, encarando-os.
- Não...eu penso em quadribol, mulheres, comida...- disse Sirius. - Mas não necessariamente nessa ordem!
- Eu penso parecido...quadribol, comida e...minha ruivinha mais linda! - Tiago sorriu mais ainda, se é que isso era possível. - Não necessariamente nessa ordem.
Lílian revirou os olhos, tomando um gole de suco. O correio chegou, várias corujas começaram a voar pelo teto do Salão Principal, deixando cartas e pacotes para seus destinatários; uma coruja velha, acinzentada, pousou em frente Tiago e deixou uma carta.
- Dos meus pais! - exclamou Tiago, espantado. Os pais do maroto só escreviam para ele por um motivo grave, e Sirius sabia disso, então se aprumou na cadeira e espiou para o pergaminho que estava nas mãos do amigo.
Dentro do envelope encontrava-se um recorte de jornal e uma carta. Tiago abriu primeira a carta e leu baixo, para que somente ele e os amigos pudessem ouvir.
" Querido,
Estamos escrevendo para você, pois sabemos que você precisa estar preparado para qualquer coisa que vá acontecer. Seu pai e eu, estamos enfrentando sérios problemas no ministério...parece que surgiu um Bruxo das Trevas, que se alto intitula Lord Voldemort; estão ocorrendo mortes de trouxas e de mestiços, coisa que somente um bruxo com serios problemas mentais poderia pensar em fazer! Não sabemos quando ele irá se revelar para nós, aurores, mas espero que você esteja preparado para o caso de seu pai e eu chegarmos a falecer. Segue uma notícia do O Profeta Diário.
Com todo carinho,
Mamãe."
Tiago dobrou novamente a carta e pegou o recorte, lendo para os amigos:
" Ataques a trouxas estão ocorrendo com muito mais frequência do que antigamente. Relatos dizem que esses ataques provém de um poderoso bruxo das trevas, que se alto denomina Lord Voldemort; não podemos confirmar ainda, mas já são contados cerca de 1.000 mortes de trouxas e mestiços. O Ministro da Magia, junto com toda a sessão de aurores, estão trabalhando dia e noite no caso, para que não aja mais vítimas, só que, pelo que podemos constatar até agora, esse número só tem aumentado.
Pessoas nas ruas estão com medo de fazer qualquer coisa, pois, o que estão dizendo, é que o poderoso bruxo não tem piedade de ninguém, muito menos de trouxas, mestiços, e os chamados traidores do sangue. Quando obtivermos maiores informações, mandaremos uma coruja expressa para a editora do O Profeta Diário.".
Os amigos se entreolharam, e então Sirius disse:
- Pontas...seus pais estão nessa sessão de aurores também, não é?
- Sim...- Tiago estava paralizado.
- Não podemos fazer nada, não é? - sussurrou Lucie.
- Infelizmente, não! - murmurou Remo.
Ouve um silêncio infernal entre eles, que só foi interrompido pelo sinal.Todos levantaram rapidamente para ir até as suas salas, menos Brittany, que digiria-se para as saídas.
- Onde você vai, Britt? - disse Katie.
- Lá fora...estou com um aperto no peito...como se algo ruim fosse acontecer! Preciso ir para os portões de Hogwarts...
- Mas é proibído... - começou Remo, no que foi cortado pela amiga.
- Eu não me importo com regras!
Lílian viu a amiga sair para os jardins de Hogwarts, então correu para a sala dos professores.
- Profª McGonagall! - exclamou a ruiva, batendo à porta.
- O que foi, Srta Evans? - Minerva saiu da sala.
- É a Brittany...ela está estranha, e está indo para os portões de Hogwarts! - disse Lílian, apressadamente.
Minerva arregalou os olhos e saiu correndo pelos corredores, com Lílian e uma renca de professores logo atrás.
Brittany não conseguia decifrar o que estava sentindo...era como se algo estivesse levando-a para os portões, como se estivessem mandando-a ir naquela direção. Então a garota ia, andava rapidamente por entre as plantas, até chegar naquele imenso portão; ela não sabia como, mas os portões arrebentaram e por ele passou uma figura encapuzada.
- Muito bem! - sussurrou a figura. Logo em seguida apontando a varinha para a garota, que não se moveu um centímetro que seja.
Nesse instante, vários alunos e professores saíam do castelo, dirigindo-se para o local em que estavam os dois. Então, ao ver Dumbledore no meio da multidão, o vulto exclamou, ainda apontando a varinha para a garota:
- Avada Kedavra! - um jato de luz verde atingiu-a bem no peito, fazendo a garota ir caindo lentamente no chão. Em seguida, o bruxo apontou a varinha para o céu e murmurou algo, fazendo aparecer uma caveira com uma coba saindo da boca. - Ao Lord das Trevas! - gritou o homem, correndo para fora do castelo e aparatando.
Dumbledore chegou à Brittany rapidamente. A garota estava com os olhos vidrados, sua expressão era de profunda agonia; os outros professores e alunos foram chegando devagar, até formarem um círculo em volta de Dumbledore com uma Brittany morta em seus braços.
- Dumbledore... - falou Minerva.
- Imperius! - disse Dumbledore.
- Uma Maldição Imperdoável?? - exclamou Slughorn.
- Duas...Avada Kedavra! - corrigiu-o o diretor.
Os alunos olhavam a cena boquiabertos; Lílian, Lucie e Katie haviam acabado de chegar ao grande rebuliço, só então perceberam que sua amiga estava morta.
- Ahhh...! - gritou Katie, escondendo o rosto nas vestes de Remo, que afagou seus cabelos.
As três começaram, então, a chorar. Lílian levara a mão à boca, numa tentativa de conter os soluços; Lucie limpava constantemente os olhos, que teimavam em deixar cair lágrimas; Sirius e Tiago pareciam não acreditar no que viam; Pedro estava parado ao lado deles, com uma expressão indecifrável.
Naquela mesma noite aconteceu o enterro. Cadeiras foram colocadas nos jardins, perto do caixão de Brittany; os pais da garota, que eram trouxas, haviam morrido instantes depois da filha, mas já tinham sido enterrados por amigos; então o enterro da menina foi simples, mas ouve muita dor, muito choro. Lílian e Lucie estavam sentadas, seus olhos estavam inchados de tanto chorar; Pedro parecia chocado; Katie continuava abraçada à Remo, que exibia grandes olheras; Sirius e Tiago também estavam sentados, mas suas expressões eram de pura revolta, pura seriedade.
Após terminar o enterro, Lílian andava perto do lago, com um lenço na mão. Tiago foi até ela e começou a acompanhá-la.
- Eu vou sentir falta dela! - disse o maroto.
- Quando perdemos uma pessoa querida, não temos como não sentir falta...é incontrolável! - a ruiva soluçou e recomeçou a chorar. Tiago abraçou-a, no que ela não o impediu, e assim ficaram, ninguém sabe até quando...pode ser até Lílian ter se acalmado, ou então até er percebido que estava abraçado com o Potter irritante. O caso é que, com a morte de Brittany, ninguém conseguia deixar de pensar...quem era aquele homem encapuzado e o que era aquela caveira com uma cobra saindo da boca...?
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