CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VI
Molly penteava os longos cabelos de sua filha mais velha, sentada diante do fogo crepitante da lareira, com a paciente habilidade de suas mãos delicadas. Era um instante precioso, que lhe trazia lembranças doces e tristes a um tempo, da infância de Gina, quando era fácil resolver-lhe os problemas. Mas a criança de outrora não existia mais; tornara-se uma mulher, pronta a lutar pelo que desejava e a fazer o que lhe parecia certo.
Inclinou-se para examinar-lhe o rosto corado pelo banho. Em geral, em momentos assim, de tranqüila intimidade, sua filha tagarelava satisfeita, fazendo perguntas e contando pequenas histórias. Agora, no entanto, ela estava absorta em pensamentos, os olhos fixos nas chamas, as mãos em repouso sobre o colo. Que estaria acontecendo?
Soltou um leve suspiro. De seus quatro filhos, era Gina que mais a preocupava. Rony, teimoso, mas auto-suficiente, não teria dificuldades em achar seu próprio caminho. Gwen, uma criatura doce e afável, de coração generoso e aparência frágil, atrairia, sem dúvida, a afeição de um homem bom e honrado. Quanto a Malcolm... Molly sorriu, enquanto manejava a escova. Seu filho caçula era tão cheio de encanto e malícia, que não haveria coração que pudesse resistir-lhe.
Gina, porém, herdara o temperamento impetuoso dos Weasley, além de uma sensibilidade exagerada. Ela sabia odiar tão apaixonadamente quanto amar, fazia perguntas que não podiam ser respondidas e... lembrava-se do que devia ser esquecido.
Temia que aquele odioso incidente houvesse deixado marcas tão profundas no coração da filha como as que deixara em seu próprio coração. Devia ser principalmente ali que residia a raiz do rancor que ela alimentava contra os ingleses. Um rancor que transparecia freqüentemente em seus olhos, e que, às vezes, a fazia explodir em torrentes de injúrias.
Preocupada, ficou a olhá-la, procurando inutilmente decifrar-lhe os pensamentos. Ah! Como era difícil cuidar de uma filha crescida.
- Por que está tão quieta, meu amor? Está vendo algum duende nas chamas?
Gina sorriu levemente.
- Você sempre disse que poderíamos vê-los, se olhássemos bem.
- Sim, mas...
- Mas o quê, mamãe?
Os olhos claros de Molly anuviaram-se, apreensivos.
- Você está bem?
- Estou ótima! - Gina riu expulsando todos os receios dela. - Quando papai vai voltar?
- Amanhã. Talvez depois. Está preocupada com ele?
- As vezes, eu me pergunto como tudo isso acabará. - Ela suspirou. - Gostaria de ser homem.
Molly permitiu-se, no íntimo, um pequeno sorriso.
- Que loucura é essa?
- Veja bem: se fosse homem, eu não seria forçada a ficar aqui, de braços cruzados, sem fazer nada.
- Se você fosse homem, teria me roubado uma das maiores alegrias de minha vida.
Gina voltou-se rapidamente e fitou-a.
- Não gostaria que eu fosse como você, ou como Gwen?
- Que absurdo, querida? Você é como é, e nada me agrada mais do que isso.
- Às vezes, sinto que está desapontada comigo.
- Desapontada, não. Isso nunca!
Molly inclinou-se e beijou-lhe o alto da cabeça.
- Agradeci a Deus quando você nasceu. Receava não poder ter mais filhos.
- Mas teve outros. - Gina sorriu e procurou uma posição mais confortável na cadeira. - Lembro-me quando Malcolm nasceu. Papai foi à estrebaria e embriagou-se. Havia um motivo para isso?
- Ele preferia enfrentar uma centena de dragões ingleses a assistir a um parto!
- Como você o conheceu? - indagou ela com vivo interesse.
Um sorriso lento aflorou ao rosto calmo de sua mãe.
- Foi num baile que os MacDonald ofereceram por ocasião do aniversário de sua filha Alice. O irmão dela, como você sabe, é o melhor amigo de seu pai.
- E então?
Molly parou de escovar os cabelos da filha e seu rosto iluminou-se de antigas recordações.
- Eu estava de branco e usava as pérolas de minha avó. Tinha os cabelos empoados e, segundo diziam, estava muito bonita. Seu pai pediu a Donald que o apresentasse e tirou-me para dançar.
- Oh mamãe. Nunca imaginei que papai soubesse dançar!
- Pois sabia. E ninguém dançava com mais graça e leveza do que ele, apesar de ser um homem tão grande.
Gina sorriu à idéia de seus pais jovens e esperou, calmamente, que sua mãe continuasse.
- O engraçado é que Alice e eu tínhamos feito um pacto de escolher apenas os mais bonitos, os mais elegantes e os mais ricos para nossos pares.
- Você, mamãe? - indagou, fitando-a com ar escandalizado.
- Naquela época, eu era fútil e vaidosa. - Molly alisou os cabelos, ainda sem fios grisalhos, e prosseguiu: - A partir do dia do baile, seu pai começou a fazer-me a corte. E, no final, foi ele, que não era o mais bonito, nem o mais elegante, nem o mais rico de meus cortejadores, que eu escolhi para marido.
- Mas como você teve certeza de que era ele o homem que amava? - perguntou Gina, impulsivamente.
Molly lançou-lhe um olhar longo, penetrante, e depois quase sorriu diante de um pensamento novo.
"Então é esse o problema. Minha filhinha está apaixonada! Como foi que não notei antes?"
Rapidamente, passou em revista os nomes e os rostos dos jovens que freqüentavam sua casa. Não se lembrava de ter visto sua filha lançar sequer um olhar interessado a um deles. Pelo contrário, ela despachava a todos com desdenhosa altivez.
- Porque meu coração falou mais alto do que minha razão. - respondeu calma.
Gina rejeitou enfaticamente a explicação.
- Isso não basta! Tem que haver uma certeza, um sentido. Se papai fosse diferente, se não tivesse sua mesma formação nem seus ideais, seu coração nunca teria falado mais alto!
- O amor não leva em conta as eventuais diferenças que há entre um homem e uma mulher, Gina.
Foi então, de súbito, que Molly compreendeu a verdade, como um jato de água fria que lhe batesse no rosto. Sua filha, sua orgulhosa e obstinada filha, estava apaixonada pelo lorde inglês!
- Minha querida. - disse, então, com um sorriso e uma leve malícia no olhar. - O amor raramente faz sentido.
- Eu prefiro ficar solteira a me casar com um homem que certamente me fará infeliz!
- O amor só assusta quem tenta lutar contra ele.
Gina enterrou o rosto em seu peito.
- Oh! Mamãe, por que é tão difícil saber o que se quer?
Molly afagou-lhe os cabelos.
- Quando chegar a hora, você saberá. E corajosa como é, aceitará o seu destino.
Um estrépito de patas de cavalos, seguidos do som de vozes e do latido dos cães, interrompeu a conversa.
- Deve ser seu papai. - disse ela, encaminhando-se para a porta. - Vou pedir à sra. Drummond que prepare uma refeição quente.
Mal Molly saiu do quarto, as portas da frente escancararam-se e uma animação ruidosa substituiu o silêncio que imperava na casa. Gina afofou os cabelos, alisou o chambre verde e desceu para cumprimentar o pai. Encontrou-o na sala, o rosto ainda corado pelo exercício, conversando animadamente com Gwen e Rony.
Harryb estava diante da lareira, uma das mãos segurando uma taça e a outra enfiada no bolso do calção. Quando a viu, não proferiu palavra, limitando-se a cumprimentá-la com uma leve inclinação de cabeça. Ela fitou-lhe o rosto moreno e bonito, iluminado pelo clarão das chamas e, pelo espaço de alguns segundos, não viu mais nada na sala.
Nesse instante, Arthur avistou-a e abriu os braços, chamando-a para si.
- Aí está você, meu pequeno gato selvagem da Alta Escócia! Veio dar um beijo em seu velho pai?
Quando ela correu ao seu encontro, ele a ergueu do chão e a fez rodopiar no ar.
- Aqui está uma moça de verdade. O homem que souber aparar suas garras levará para casa um prêmio valioso!
- Não quero ser prêmio para ninguém, papai!
- Não disse a verdade, Harry? Gina não é autêntica?
Harry moveu a cabeça afirmativamente, sem uma palavra.
- Estou com vontade de dá-la a Duncan MacKinnon, como ele vem me pedindo há tempo.
- Pode fazer isso, papai. Mas correrá o risco de ver o filho de seu amigo aleijado para sempre.
Arthur riu novamente. Embora nutrisse um amor profundo a todos os seus filhos, não escondia de ninguém que Gina era a sua predileta.
- Despeje mais um pouco de uísque na minha taça, e na dos outros também, e não se preocupe. Sei que o jovem Duncan não é páreo para você.
Ela o obedeceu incontinenti. Mas, enquanto enchia a taça de Harry, não resistiu à tentação de dizer como num desafio:
- Nem Duncan nem homem nenhum, papai.
A luva havia sido atirada e Harry viu-se no direito de reagir à provocação.
- Talvez não tenha ainda encontrado o homem que lhe ensinasse a recolher as garras, senhora.
- Muitos já tentaram, my lord. Mas, até agora, ninguém conseguiu.
- E porque a senhora tem encontrado homens errados.
Gina levantou os olhos e fitou-o frente a frente.
- Está enganado, senhor. E volto a afirmar que não sou para homem nenhum.
Ele sorriu, um sorriso largo.
- Perdoe-me, madame, mas uma égua nervosa raramente compreende a necessidade da mão livre de um cavaleiro.
Rony soltou urna gargalhada.
- É inútil, Gina. O homem poderá continuar nesse tom durante horas e você nunca o vencerá. Desista e venha servir-me. Minha taça está vazia.
- Como sua cabeça!
- Calma, moça, não me arranque a pele! Estou ainda convalescendo de uma doença séria.
- Está mesmo? - Ela tirou-lhe bruscamente a taça da mão. - Nesse caso, vai tomar o caldo de Gwen em vez de uísque!
Sorrindo, Rony agarrou-a pela cintura e a fez sentar em seu colo.
- Sirva-me mais bebida que eu guardarei seu segredo.
Gina pôs-se em guarda.
- Que segredo?
- Os calções de montaria. - murmurou ele ao seu ouvido.
Ela o amaldiçoou baixinho e despejou em sua taça mais um pouco de uísque.
- Você não estava tão doente assim, se pôde chegar até a janela!
- Um homem acuado defende-se como pode!
- Silêncio, crianças!
Arthur esperou que todos os olhos se fixassem nele e então anunciou:
- Encontramos os MacDonald bem de saúde. Daniel, o irmão de Donald, tornou-se avô pela terceira vez, o que me deixa envergonhado.
Ele abarcou com o olhar seus dois filhos mais velhos, que sorriam inocentemente.
- Vocês ficam sorrindo como dois bobos, sabendo muito bem que não estão cumprindo as obrigações determinadas pelo clã. Um pai mais severo já os teria casado, com ou sem os seus consentimentos.
- Não há pai melhor do que o nosso. - murmurou Gina com suavidade.
O rosto de Arthur distendeu-se, e ele quase sorriu.
- Bom, vamos mudar de assunto. Convidei Hermione MacDonald para passar alguns dias conosco.
- Oh, senhor... - gemeu Rony. - Que amolação!
- Não diga isso! Mione é a minha melhor amiga! - censurou-o Gina. - Quando ela vem, papai?
- Na próxima semana. - disse Arthur, lançando um olhar duro a Rony. - Espero, meu rapaz, que não se considere dispensado das cortesias devidas à filha de meu melhor amigo.
- Ela não vai me deixar em paz! - protestou o filho.
- Mione não é mais uma criança. Certamente encontrará distração na companhia de Gina e Gwen.
Os dias que se seguiram foram passados em febril atividade. Poliram-se os móveis e as pratarias e prepararam-se iguarias finas. Gina, habituada ao trabalho, achava tudo muito divertido. Além disso, estava ansiosa para rever Mione, sua confidente e companheira de infância.
Rony já se restabelecera e saía com freqüência, às vezes em companhia de Arthur e Harry, outras sozinho. À noite, participava das discussões em torno da causa jacobita e do próximo passo de Charles, já que corriam os mais desencontrados rumores: o príncipe estava a caminho, o príncipe encontrava-se ainda em Paris, o príncipe nunca viria à Escócia.
Certo dia, chegou um mensageiro com um despacho para Harry. O homem foi introduzido na sala de visitas, que permaneceu de portas fechadas durante horas. Quando ele partiu, as notícias não foram transmitidas às mulheres da casa, fato que indignou Gina.
Ela trabalhava na cozinha, onde o fogo estava aceso, preferindo lavar as roupas de cama na grande tina de madeira, a mergulhar as mãos na cera de polir. Com a saia erguida, vadeava na água que lhe chegava até os tornozelos, deliciando-se com seu trabalho tanto quanto com a paz quase domingueira da cozinha. Enquanto colocava as roupas de molho, pensou se Harry achara Mione MacDonald bonita e se lhe beijara a mão do mesmo modo como, certa vez, beijara a sua.
"Por que estou pensando nisso?", disse de repente a si mesma, e começou a pisotear a roupa com vigor. O homem não lhe lançara um olhar desde que chegara!
Queria que ele fosse embora para Londres ou para o diabo, pouco lhe importava! Ou que caísse no rio e apanhasse uma pneumonia e então morresse lentamente. Melhor ainda, queria que ele tombasse de joelhos a seus pés e lhe implorasse um sorriso. Riria na sua cara e...
Harry abriu a porta da cozinha e sua irritação cresceu. Fazia dois dias que evitava Gina, e agora encontrava-a ali, sozinha, o rosto corado pelo calor do fogo, os cabelos escapando dos grampos e a saia... Santo Deus!
Sem querer, viu-se com os olhos cravados naquelas pernas deliciosamente bem torneadas, e sua pulsação acelerou-se.
- É uma cena doméstica inesperada... e encantadora. - disse com estudada calma.
Gina olhou-o com frieza.
- Que veio fazer na cozinha, lorde Potter? Aqui não é seu lugar!
- Seu pai quis que eu voltasse antes para comer alguma coisa. E assim, pensei em vir até aqui e pedir um prato de sopa à sra. Drummond.
- Há sopa no caldeirão. Sirva-se e vá comer em outro lugar. Estou muito ocupada.
- Estou vendo. - Ele chegou mais perto. - E lhe asseguro que não vou dormir em paz, sabendo de que modo foram lavados os lençóis de minha cama!
Gina sufocou uma risadinha.
- Pode acreditar, Sassenach. Esse método dá ótimos resultados.
Súbito, sob a inspiração do demônio, ela começou a patinhar, na água, espirrando água no calção dele. Depois, simulou um pesar que estava longe de sentir.
- Queira me desculpar, my lord.
Harry olhou para o calção e perguntou, bem-humorado:
- Quer lavá-los também?
- Jogue-os na tina! - desafiou-o Gina.
- Está falando sério? - Ele abaixou os suspensórios e teve a satisfação de vê-la arregalar os olhos.
- Harry... por favor. - murmurou ela, recuando, e quase perdendo o equilíbrio.
Ele a amparou a tempo, passando-lhe o braço pela cintura.
- Eu sabia que você iria tornar a dizê-lo.
- Dizer o quê?
- Meu nome. Diga-o novamente.
Ela umedeceu com a língua os lábios subitamente secos.
- Não. E não precisa ficar me segurando.
- Preciso, sim.
Ele falava e ao mesmo tempo acariciava-lhe os cabelos, os ombros, as costas, num movimento incessante.
- Preciso e estou vendo essa mesma vontade em seus olhos.
Ela sentiu uma onda de desejo agitar-lhe o corpo, numa emoção nova e balbuciou confusa:
- Pois eu lhe digo que não está vendo nada.
Sem tomar conhecimento de suas palavras, Harry inclinou-se para aspirar-lhe o aroma dos cabelos.
- Tão cheiroso como uma manhã de chuva na primavera.
- Pare, por favor! Não quero ouvir mais nada.
- Porquê? Por que sou inglês?
- Não... não sei. Sei apenas que não quero me sentir do jeito que você me faz sentir.
Ele a puxou para si, apertando-a de encontro ao peito.
- Como eu a faço sentir-se, Gina?
Ela fechou os olhos, com vontade de fugir dele e ocultar-se em seu quarto. Mas respondeu:
- Fraca, trêmula, com raiva de mim mesma. Não, não faça isso. - acrescentou num frágil murmúrio, quando ele fez menção de tomar-lhe os lábios. - Não me beije.
- Então beije-me você.
- Não quero.
Seguro de si, Harry pôs-se a passear a boca sobre o rosto ardente, cobrindo-o com beijos leves.
- Sim, você quer.
Os joelhos de Gina fraquejaram e ela oscilou, como um arbusto ao sabor de um vento forte. Então, deixando que seu coração falasse mais alto, jogou a cabeça para trás e entreabriu os lábios trêmulos de emoção e desejo.
Com um murmúrio de júbilo, ele a ergueu da tina e a manteve abraçada por um momento. Então, lentamente, deixou-a deslizar ao longo de seu corpo, até que os pés dela tocassem o chão.
Gina sentiu que não podia... não queria resistir ao anseio incontrolável de abandonar-se àquelas carícias. Com um suspiro, colou-se a ele sem reservas, deixando-o sentir a maciez de seus seios, sob o casaco aberto.
Harry percebeu-a despertar para a volúpia e, embora excitado, soube que devia parar antes que a situação fugisse ao seu controle.
- Precisamos conversar, Gina. - disse, tomando-lhe ambas as mãos e afastando-a delicadamente de si.
- Para quê?
- Para que eu não abuse da confiança que seu pai e seu irmão depositaram em mim.
Súbito, Gina compreendeu o que acontecia sempre que ele a tomava nos braços e a beijava: ela se rendia, em submissão ao próprio desejo. Ao se dar conta disso, o sangue gelou em suas veias.
- Não quero conversar. Quero que vá embora!
- Mas é necessário, não vê?
- Não.
Ele a fitou com desalento.
- Gina, não podemos continuar a fingir, nem pretender que nada aconteça entre nós quando estamos juntos.
Ela engoliu o nó que se formou em sua garganta e disse lacônica:
- Os desejos morrem.
Uma sombra de tristeza velou os olhos cinzentos de Harry.
- Que palavras tão frias!
- Deixe-me em paz, está bem? Eu era feliz, antes que você chegasse. E voltarei a sê-lo, quando você for embora.
- Não acredito. Se eu fosse embora, você iria chorar.
- Eu nunca derramaria uma lágrima por você. Por que deveria? Você não é o primeiro homem que me beijou e não será o último!
Ele estreitou os olhos irritado.
- Você diz coisas perigosas, Gina.
- Digo o que me agrada. Agora, deixe-me!
Envolvendo-a pela cintura, Harry tomou-lhe os lábios e beijou-a até fazê-la render-se por completo.
- Os outros fizeram-na sentir-se assim, lânguida, quase desfalecida? Você os olhou como está me olhando agora, com os olhos enevoados de desejo?
Ela virou o rosto, fugindo dos penetrantes olhos verdes, mas ele pegou seu queixo e obrigou-a a encará-lo.
- Sim ou não?
- Não.
- Ah...
Nesse instante, Gwen abriu a porta e, ao ver sua irmã abraçada ao lorde inglês, ficou parada no limiar, sem saber o que fazer.
- Queiram me desculpar. - disse por fim, sentindo uma súbita vergonha de estar ali.
Gina deu um passo para trás e alisou os cabelos, num gesto nervoso.
- Lorde Potter estava justamente...
- Beijando sua irmã. - completou ele friamente.
Gwen baixou os olhos e sufocou uma risadinha maliciosa.
- Desculpem-me. - tornou a dizer, pensando se não era melhor deixar os dois sozinhos.
- Não há necessidade de se desculpar. - interveio Gina. - Lorde Potter veio pedir-me um prato de sopa.
Harry lançou-lhe um olhar irônico.
- Era essa a minha intenção, mas perdi o apetite.
Agradecimento especial:
Bianca: Ela foi pega de surpresa mesmo né? Mas aquele local vai ser especial para os dois. A cena com certeza foi hilária da até pra imaginar na cabeça a reação dela quando perceber que Harry está lá. Beijos.
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