PRÓLOGO



Disclaimer: Salvo algumas exceções, os lugares e personagens aqui citados não pertencem a mim. Essa estória não possui fins lucrativos.


Prólogo


Famílias são grupos de pessoas ligadas por alguma descendência ou grau de parentesco. Uma família é ligada por vários laços: sejam estes puramente sanguíneos ou sejam de afeto, sem qualquer ligação genética. No mundo mágico, assim como no mundo trouxa, existem milhares de famílias de ambos os tipos.

Pode-se dizer que, em termos gerais, o único diferencial entre famílias do mundo trouxa e do mundo mágico é que estas últimas têm poderes mágicos. Isso, é claro, são termos gerais. Cada uma destas famílias bruxas é tão notavelmente diferente quanto são as do mundo trouxa entre si. Todas têm uma particularidade, uma mania e uma história.

Dizemos algo do tipo sobre uma família em especial. Afinal, de tantas famílias “notavelmente diferentes” nunca se viu uma como a dos Weasley.

Tudo começou quando Cedrella Black deixou sua família e os ideais de pureza para trás e se casou com Septimus Weasley, um sangue-puro sem dinheiro, ligações importantes ou maiores ambições. A parte da história a ser contada, porém, começa muito tempo depois disso. Começa quando Ron e Ginny Weasley casaram-se, respectivamente, com Hermione Granger e Harry Potter, para tornarem-se sra. Potter e sr. Granger.

Bastou pouco mais de um ano de casamento para os novos Potter trazerem ao mundo um garoto de cabelos pretos, como o pai, e olhos castanhos, como a mãe. O primogênito e novo privilegiado da família era James Sirius Potter. Durante o ano em que foi a única criança, James foi o favorito. Tanto que quando seus pais entraram em casa com um novo bebê nos braços e disseram: “Olha, Jamie, seu irmãozinho mais novo”, ele quis pular do colo da tia Hermione e dizer que nunca pedira um irmão; porém, não aprendera palavras o suficiente para dizer aquilo.

Quando James começou a se acostumar com o novo membro na família, sua tia Hermione e seu tio Ron entraram em casa carregando um bebê idêntico ao seu irmão. Porém, aquele tinha um tufo de cabelos ruivos, olhos azuis e não era “aquele”, era “aquela”. Era Rose Weasley, que nasceu vinte e seis dias após Albus Severus Potter, e mal tendo chegado, já era toda sorrisos. James, que já dava os primeiros passos, via agora que aquele irmão e aquela prima, que sequer conseguiam ficar sentados, de nada lhe seriam úteis.

Rose foi crescendo na presença de dois meninos e as bonecas que ganhara em meros dois aniversários já começavam a empoeirar pelo desuso. Estando na companhia de seus primos, as brincadeiras eram de garotos. As ocasionais visitas de Victorie e Dominique, suas duas primas mais velhas, foram o que impulsionaram Rose a articular uma nova palavra: “Irmã”. Hermione ria. “Acho que você vai ter que esperar novas primas, Rosie”, avisava.

Um dia, tia Ginny colocou a mão da sobrinha sobre o próprio abdômen e explicou que havia um bebê ali. Rose proferiu “menina”, pela primeira vez em dois anos de vida. “Tomara, Rosie. Agora, quero uma menina linda como você”, respondeu Ginny. E valeu a pena esperar todo o tempo que Lily Luna Potter demorou para vir, de fato, ao mundo e matar a vontade de Rose de ter uma companhia feminina. Valeu a pena todo o tempo que Lily demorou em aprender quem era realmente Rose, o tempo que demorou a conseguir dizer o nome da prima e entender que aquela garota a adorava do mesmo jeito que Al e Jamie; pois agora, a única Weasley-Granger começava, com seus poucos três anos, a entender que não era uma prima qualquer, mas sim a quarta irmã da família. Ron e Hermione nunca preocuparam-se que a filha se sentisse só.
Hugo Weasley, porém, quis ter certeza disso, e chegou apenas um ano após Lily.

Depois que o novo Weasley-Granger nasceu e se incluiu no quarteto que agora transformara-se em quinteto, os novos Potter e os novos Weasley só queriam uma coisa: que seus filhos crescessem tão unidos quanto eles quatro foram na adolescência. Afinal, quando não se tem mais nada, sobram os verdadeiros amigos. Nem sempre uma família é tão sólida quanto uma amizade. Por isso, aqueles cinco seriam amigos e, quando houvesse tempo, poderiam ser parentes.

Ron e Hermione resolveram sair do apartamento pequeno em que moravam, agora que a família havia aumentado. Não demoraram a encontrar uma casa espaçosa, em um bairro tranqüilo e afastado da agitação da cidade. E foi uma feliz coincidência que houvesse uma casa à venda logo do outro lado da rua, justamente quando Harry e Ginny pensavam em se mudar do centro de Londres.

Depois disso, não houve quase nenhum momento das vidas uns dos outros em que todos não estivessem presentes. Quando chegou o inverno e Rose contraiu uma gripe das mais arrasadoras, os cinco ficaram de cama. Quando James resolveu dar aulas de quadribol para os mais novos e Hugo quebrou a vidraça de sua casa com uma goles, os cinco assumiram a culpa. Rose e Albus foram ao Beco Diagonal comprar os materiais para Hogwarts e, por uma hora, perderam-se de Lily, que estava sob os cuidados deles. Ela não contou aos pais nem aos tios que os dois tinham-na esquecido na Floreios e Borrões, ainda que Rose tenha passado uma semana chorando e se desculpando por causa de seu deslize.

À medida que cresciam, as diferenças entre os cinco se acentuavam, mas aquilo nunca se tornou um problema. Às vezes brigavam e passavam dias sem sequer ir à janela olhar a casa da frente. Porém, mesmo que ninguém tomasse a iniciativa de pedir desculpas, as coisas se ajeitavam com o tempo. E sempre que os Potter e os Weasley viam seus filhos juntos – fosse quebrando a vidraça ou tomando um sorvete antes do almoço, na varanda – sabiam que haviam conseguido o que queriam.

Inúmeras coisas que não faziam a família Weasley apenas mais uma em um milhão.


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