Capítulo I



Those three words

N/A: Boa leitura. Há uma N/A um pouco mais descente ao final do capítulo.

A garota entrara com tudo no quarto, fazendo quatro garotos pularem da cama, estes levando um susto muito grande, a menina estava meio afobada, os cabelos na face e estava impaciente.



-Tiago! – ela disse parando na frente da cama do garoto e puxando a cortina do dossel.



-Ao que devemos o prazer? – pergunta um Tiago com o rosto todo amassado de sono e o cabelo mais despenteado que o normal, e se defendendo da claridade que ia direto para seus olhos. 



-Uma proposta amigável. – ela foi direto ao ponto - Porque eu não quero que ocorra o mesmo de ontem – e cruzou os braços.



No dia anterior ele a beijara, embora a mesma dissesse que não gostava dele, retribuiu com certa vontade, mas queria resolver esse “mal entendido”.



-Não? Tem certeza? Parecia que você queria – retorquiu com um sorriso no rosto enquanto tratava de levantar e vestir uma camisa.



-Uma brecha e você para de me encher. – tornou a garota, ignorando o que ele acabara de falar, dando a volta na cama e ficando de frente para o moreno - Quero ver você se comportando como um devido homem, sem covardias, sem feitiços nem nada, daí quem sabe nós possamos ser amigos. – disse a ruiva olhando fundo nos olhos de Tiago, que pelo que ela percebeu estavam vermelhos.



-Amigos? – perguntou com um “quê” de desapontamento.



-É isso ou nada. Aposto que sermos amigos é melhor ao nos vermos na rotina de um dia atrás. – dizia de má vontade com a cabeça meio baixa.



-Mas eu não me importaria se o que aconteceu ontem acontecesse de novo. – disse de um modo sério, mas fazendo os seus amigos, que se encontravam no quarto, rirem.



-Eu me importaria se fosse você. Sorte sua que a Lene e a Dorcas pediram para eu pensar bem antes de começar a cavar sua cova. – sentou na cama do moreno, notou que esta era macia e tinha o cheiro do rapaz.



-Você é violenta... – resmungou, coçou um pouco o olho e tornou a olhar a garota para esta terminar a proposta.



-Mas como você não me forçou a nada não seria justo... – tornou ela evitando olhas nos olhos de Tiago.



-Ao menos admite... – disse com um baita de um sorriso no rosto.



-Tiago! – Lílian ralhou com o garoto. – E sua camisa está vestida ao avesso. – observou, ela estava dando uma olhada no moreno.



-Agora é Tiago, é? – perguntou enquanto arrumava a camisa, que também estava amassada, Lílian levantou e apontou a varinha para a camisa, os amassados sumiram no ato.



-Faz parte da proposta que eu te fiz. – ela disse satisfeita com o resultado.


-Não é tão ruim. – disse para si mesmo enquanto analisava a camisa desamassada.



-Não é nada ruim, e para quem não tinha nada, você não deveria reclamar.
-Então amigos? – perguntou, era só felicidade, deu uma bagunçada no cabelo.



-Isso – disse Lílian esticando a mão para Tiago, mas este por sua vez deu um abraço na menina ligeiramente mais baixa que ele. Logo que ele a soltou, ela deu uma pestanejada.


-Amigos. – disse ele se justificando, ela assentou a cabeça concordando, ficara rubra, mas passou despercebido.


-Vou tomar café. Até, Sirius, Remo, Pedro. – Lílian saiu do quarto e fechou de leve a porta.


-Amigos... Interessante, quero ver no que vai dar – disse Sirius pegando suas roupas e indo para o banheiro, Tiago ainda sorria e bem mais que o normal.



-Espero que não dê em sujeira isso. – disse Remo dando uma risada. – Quanto tempo que você acha que isso dura Rabicho? – perguntou ao garoto miúdo que ainda estava deitado.



-Uma semana. – disse incerto olhando para o teto.



-Dou duas, para ser parça do meu amigo Pontas. – disse Remo tirando uma com o Tiago.



-Que reconfortante, e ainda se dizem amigos. – murmurou Tiago para eles ouvirem.



-É, que péssimo exemplo de amizade vocês, eu como bom amigo aposto em dois dias, nada mais que isso. – disse Sirius aparecendo na porta do banheiro com o cabelo molhado.



-Eu fico de cara com essas coisas, vou fazer companhia para a minha amiga que eu ganho mais. – deu um tchau geral e saiu saltitando.
Estava descendo as escadas, lá em baixo se encontrava uma garota morena, estava esticada no sofá, pensava em algo, até resolver fazer jus aos saltos de Tiago.



-Que coisa mais gay. – disse em voz alta.



-Algum problema? – perguntou Tiago encarando Lene que era da sua altura.



-Me diga, porque está tão veado hoje? Não me diga que mudou...? - perguntou a morena chegando o ouvido mais perto para ouvir uma confidência.



-Bebeu mulher? Eu sou macho. E para a sua informação, eu sou o mais novo amigo da Lílian. – disse estufando o peito.



-É, eu soube do mais novo incidente. – disse fazendo uma careta, Tiago deu uma batida em sua cabeça. – Idiota.



-Bom para mim, não é? – continuou andando, mas em passo mais rápido.



-Calminha aí, bambi da primavera. – disse alcançando Tiago a tempo de tentar fazer um interrogatório.



-Por que você não vai encher o saco do Sirius? – perguntou Tiago antes que ela começasse a falar.



-Ha-ha, faça-me rir. Eu nunca falei direito com ele e não vai ser agora que eu vou falar. Não é porque você ficou amiguinho da Lil’s, que eu vou esquecer do que ele me fez no primeiro dia de aula.



-Isso é chamado de amor. Você é que não sabe.



-Ah, mas você sabe que existem condições não é mesmo? – perguntou com um sorriso sacana e ignorando totalmente Tiago – E isso vai lhe por freios meu camarada – deu uma risada com um toque de Lúcifer.



-Sinto muito, mas nem aquela ruiva vai conseguir me pôr rédias, não enquanto só for minha amiga. – disse em tom de desafio.



-Sabia que você não aceitaria muito bem. Mas enfim, acho que já tem outro na fila, garotão. – disse Lene piscando para Tiago e indo sentar à mesa.



Lílian estava acompanhada de Amos Diggory, que estava claramente tentando aliciar a moça, estava em pé, mas arcado para cima de Lílian, ela ria de alguma coisa, estava vermelha, como sempre quando estava rindo e ele parecia exultante com o resultado das cantadas. Tiago prestou um pouco de atenção, mas o sangue subiu à cabeça, ele ia lá de qualquer maneira, quando deu o primeiro passo alguém segurou seu ombro.


-Nada disso garotão. Ela ainda pode voltar atrás no trato, daí você vai ficar na roça. – disse uma garota de cabelos encaracolados castanho claros, olhos cinza, bela com certeza, ela exibia um sorriso leve, que parecia transmitir algo bom.



-Dorcas... – disse Tiago irritado com a cena que estava vendo.



-Vamos, melhore esta expressão e não estrague com o que eu e a Lene construímos. Um pouco, mas ajudamos na decisão. – disse pegando o garoto pelo braço e entrando no salão de braços dados. Ela era um pouco mais baixa, estava de uniforme, assim como Tiago, só que feminino.Todos no salão estavam olhando para eles de braços dados, pareciam namorados, estavam comentando, ela e Tiago riram da maneira das pessoas.



-A Lene é muito má. – reclamou Tiago, logo que estavam próximos à mesa.



-É, ela é pior do que eu. – comentou Dorcas.



-Se ela é pior do que você ela é ruim mesmo, hein? – disse Tiago brincando com a garota.



-Não abusa da sorte garotão! – ela riu.



-Olá. – disse Tiago para Lílian e Amos, este olhou com certo interesse em Tiago e Dorcas, abrindo um sorriso de desdém.



-Olá, não sabia que você e a Meadowes estavam juntos. – comentou com um ar de agrado.



-Não não, a Dorcas é só nas horas livres. – disse Tiago tentando fazer jus à imagem de um maroto, fazendo os mais próximos rirem, inclusive Lílian.



-Eu não ficaria comentando essas coisas, tem gente que distorce. – disse Sirius se sentando à mesa e enchendo o prato de comida e lançando um olhar à Lene.



-Isso é comida para alimentar uma tropa. – Lene não conseguiu se conter, fazendo um comentário sobre o prato de Sirius.



-Pois é, mas com tanto treino eu preciso manter meu corpo em pé, não é mesmo? – comentou encarando a garota, que desviou o olhar. – E pelo que eu saiba ninguém reclamou dos meus dotes até o momento.



-Mas ele se acha o gostoso. - murmurou Lene.



-Experimente, quem sabe você goste. Mas se viciar eu não me responsabilizo. – disse Sirius com um ar superior, embora não precisasse de muito para se fazer de superior, isso já era uma qualidade nata, Lene revirou os olhos e saiu da mesa com um prato de leite com aveia da mesa. 



-Sirius! – disse Lílian rindo.



-É verdade. Só não digo isto para você porque estamos na frente do Prongs. – tornou sério, agora fazendo Dorcas rir.



-Então quando eu não estiver por perto você fala, é? Não tem amor à vida, ô sarnento de marca maior? – perguntou Tiago olhando Sirius que gargalhava do outro lado da mesa.



-Calma, tem Sirius para todos. Opa, pequeno erro. todas. Sinto Pontas, mas eu não sou simpatizante.



-V-a-i-t-e-c-a-t-a-r.



-Então – começou Amos que até o momento só observava. – Vocês vão tentar ganhar a taça esse ano de novo?



-Como todos os anos nós ganhamos, não tem porque este ser diferente. – disse Tiago encarando Amos.



-Entrei para o time e virei apanhador também. – disse com um tom de adversário.



-Boa sorte, pois vão precisar. – disse Tiago com um apoio de Sirius e Dorcas. – Nossos melhores batedores. – disse apontando para os dois amigos.



Dorcas embora parecesse frágil, era uma menina forte com uma bela pontaria, formava uma bela dupla com Sirius.



-Bom, eu tenho que ir. Até mais Lílian. – disse se levantando e se despedindo de Lílian.



-Você não poderia ter sido mais simpático com ele? – perguntou braba com a atitude de Tiago. 



-Você pode me pedir tudo, mas de quadribol eu entendo, ta certo? Bom, eu to indo para a aula. – disse Tiago se levantando já tinha perdido a fome também, não gostara nada de ver a Lílian defendendo Diggory.



-Sinto informar Lily – começou Dorcas – Mas o garotão tem razão. – ela encarou a amiga com o olhar mais penetrante que dava, Lílian desviou, ultimamente era meio suspeito olhar nos olhos das pessoas, estava muito na cara que Lílian começara a ceder caminho para Tiago.



- Tem mesmo Lil’s. – confirmou Sirius sério, deu uma olhada de relance para Lílian mas voltou a tomar o café da manhã.



-Ah, é força do hábito. – deu um sorriso meio sem graça. Mas viu que não adiantou. –Tá certo, eu vou lá pedir desculpas para ele. – pegou suas coisas e foi correndo para onde Tiago acabara de sair.



-Pelo menos ela não tem problemas em admitir que esta errada. – comentou Sirius terminando o café prolongado.



-Isso é uma indireta para alguém? – perguntou Dorcas que estava com os braços apoiados na mesa e agora viera a encarar Sirius.



-Não que seja, mas se a carapuça serviu. – disse impassível. – Não curto muito esse seu olhar inquisitor. Olha para lá! – falou colocando a mão no rosto dela, fazendo-a rir.



-Pare com isso, você também não é flor que se cheire. – acrescentou Dorcas agora olhando de esguelha o moreno.



-E a sua amiga é, por acaso? Deviam interná-la no St. Mungus. – a voz do Sirius foi diminuindo, até chegar a um silêncio entre os dois. Uma garota da Corvinal veio em sua direção.



-Olá Black. – cumprimentou com um sorriso e com um jeito “simpático”.
-Olá. – disse sem dar muita atenção.



-Você pode vir no jardim comigo um pouco? – a garota estava com as mãos atrás das costas e vacilava para frente e para trás.



-Sinto muito. Eu tenho um assunto para tratar com ela. – disse Sirius se esquivando das garras da garota e segurando as mãos de Dorcas – Você entende, não é mesmo? – perguntou dando um sorriso sacana.



-Ah, ta. – a garota saiu desconsolada, Sirius dera um fora para valer.


-Aliás, depois de ver isso, eu acabei percebendo. Eu nunca vi você com ninguém. Eu só vejo você mentindo descaradamente para essas garotas. – disse Dorcas que não se importou de ele ter a usado para dar um fora na garota, tinha um leve som de riso em sua voz, Sirius sorriu em resposta e disse:


-E não teria como, é raro eu sair com alguma dessas garotas que ficam se jogando em cima de mim e do Prongs. 


-Mas você falou com a Lene de um jeito tão arrogante... E você não é assim. – observou Dorcas agora meio triste com a atitude passada de Sirius.



-Ela me irrita. Eu já pedi desculpa por aquele incidente daquele dia. Mas a arrogante é ela, que não as aceitou. – disse se levantando e colocando um ponto final na história. – Vamos então? Me da o prazer da companhia, minha dama? – perguntou ele dobrando o braço para Dorcas encaixar o dela no dele.

[...]

-Tiago, posso falar com você? – perguntou Lílian séria se aproximando do garoto.



-Sim. – murmurou, saiu de perto de uns garotos e foi em um canto com Lílian.



-Olha, me desculpa Tiago, eu propus a amizade, mas eu não estou cumprindo com o combinado, me desculpe. – disse encarando Tiago, aqueles olhos verdes eram intimidadores, porém eram tão atraentes, despertavam sentimentos controversos em Tiago, era disso que ele gostava.



-Tudo bem. – falou ele com um sorriso - Anda, vamos, antes que a Professora McGonnagal nos mande para fora. – ele havia se afastado de Lílian e estava sentando na carteira. Ela foi ate lá.



-Bom, como mais novos amigos, posso me sentar com você?- perguntou com o material em mãos.



-Claro, senta aí, parceira. – disse sorrindo.



-A aula hoje é com a Sonserina, logo cedo, é castigo divino. – falou Lílian olhando para Narcisa e Belatriz que adentravam a sala com risadinhas incômodas. – To com vontade de lascar uma azaração bem feia nelas. – murmurou as olhando de esguelha.



-Ah, então quer dizer que a senhorita pode e eu não posso? – perguntou Tiago com a cabeça levantada e com um ar de acusação.



-Mas eu não faço, eu só penso, imaginar não é crime algum. – observou – Mas que eu queria que acontecesse eu queria. 



-Eu, o Sirius, a Dorcas e a Lene fazemos esses seus pensamentos tornarem realidade. – disse Tiago em tom de desculpa. – Mas como eu estou proibido de fazer azarações...



-Tiago, fica quietinho, ta? 



-Só por você. – piscou para ela e começou a prestar atenção na professora.
Passado algum tempo de aula eles começaram a treinar os feitiços, saia cada transfiguração mais macabra que a outra. Lílian era rápida para aprender, Tiago era a mesma coisa, formaram uma dupla imbatível, no que um não era lá aquelas coisas, o outro era primo, e vice versa.



-Então, como foi a maratona de aula dos dois? – perguntou Lene se servindo de coxa de peru.



-Lene, quem vai engordar é você. Sedentária do jeito que você é... – disse Sirius que estava terminando o segundo prato.



-Engraçadinho, e aí dupla imbatível? – continuou. Ela quase sempre ignorava Sirius.



-A Lílian é uma beleza em poções, sabia? A minha ficou meio estranha, devo ter ganhado algum passável, ou algo do gênero. – disse Tiago mexendo na comida e lembrando da cena na aula de poções. – Explodiu, mas sobrou um pouco no fundo – justificou-se, todos deram risada.

Flashback

A Lílian faz tudo muito rápido, como ela consegue? Eu não consigo acompanhar o seu ritmo, ela é ninja.
Anh, raiz de cuia.... Três raízes de cuia... Mexe... Que calor do inferno, por Merlin.
Mexe... Isso está realmente estranho.
Olha lá o ranhoso, fazendo tudo diferente do que é pedido... E está dando certo.
Mas a Lils é brilhante.
Para que eu vou usar uma poção se eu tenho varinha... Putz, isso ta ficando estranho. Parece que vai ...



-Lils, abaixa! – Tiago a pegou e se jogou no chão, ficando por cima da menina. Explodiu o caldeirão, algo dourado indo por todas as direções e dando pequenas explosões no líquido já tinha se extravasado.



-O que foi isso? – perguntou Lílian perguntando para James que estava em cima dela.



-Minha poção... – deu um sorriso de desculpas.



-Senhor Potter, acredito que já tenha terminado, não? Meu caro, você pode ser bom em muita coisa, mas sinto lhe informar em poções é uma negação. –falou Slughorn sorrindo para o garoto, Snape fez uma expressão de desgosto. – Mas valeu à tentativa. Senhorita Evans, você está bem? – perguntou para a garota que estava se levantando, ela respondeu que sim e continuou sua poção, colocou em um frasco e entregou ao professor.


Todos saíram em um estado pecaminoso na sala, os mais espertos já haviam se limpado.



-Vem aqui que eu te limpo – disse a garota sacando a varinha, o estado de Tiago não era o dos melhores.



-Obrigado Lils – agradeceu num meio sorriso. A garota ordenou “Targeo” e aspirou toda a poção derramada em Tiago.

Fim do Flashback 



-Mas o Tiago é algo inacreditável em transfiguração – comentou Lílian com uma espécie de assombro. Os quatro amigos se olharam com um sorriso de canto.



-É impressão sua, em DCAT, Feitiços... – disse contando nos dedos...



-Nós sabemos, nós sabemos Tiago. – disse Dorcas bebendo um pouco de suco, deu uma espreguiçada – Ei, cadê o Remo? – perguntou dando uma olhada geral no salão e não tendo o garoto à vista.



-Acho que ele foi pegar alguma coisa no dormitório, deve estar aqui dentro de alguns minutos. – disse Tiago que comia feito um condenado.



-Foi realmente uma maratona, nunca o vi comendo tanto... – Sirius parou um pouco para pensar e retomou a frase – Para falar a verdade eu vi sim, naquele dia que ele... – se calou no momento em que Tiago o olhou mortiferamente.



-Naquele dia que ele o quê? – perguntou Lílian interessada apurando mais os ouvidos.



-Nada de muito importante. – disse Sirius enfiando comida na boca para não falar.



-Ei, pode contar. – disse Lene que escutava tudo atrás de Sirius – Agora eu quero saber. – sentou do lado do garoto e ficou o encarando enquanto o mesmo mastigava o mais devagar que podia. Ele a olhou com uma sobrancelha e em seguida apontou para a boca que estava cheia.



-Então engula. – disse sem rodeios. – Eu quero saber o que o Tiago andou fazendo para ter tanta fome e para você ter visto... Coisa boa é que não foi.



-Na verdade foi boa – disse Tiago com um olhar meio vago, como se lembrasse de algo que havia o corrido há muito tempo atrás.



-Mas são uns pervertidos mesmo. – disse Lene balançando a cabeça como se quisesse espantar uma mosca. Houve um silêncio em que cada um estava perdido em seus pensamentos, pensando no que Tiago poderia ter feito, as hipóteses eram cada vez mais estrambólicas, mas como já diz o nome, não passavam de hipóteses.



O céu estava um azul claro sem nuvens, o que contrastava com o tempo lá fora, que estava com uma chuva chata, e com um vento monótono.
O assunto terminara ali, com um final muito constrangedor, Lene procurou parar por ali, mas somente naquele momento, até achar outros meios de extrair a verdade de Sirius.



Eles resolveram ficar dentro do castelo, lá fora o tempo não estava muito convidativo, “matar” o tempo dentro do castelo não era algo que podia se chamar de agradável, mas entre fins e meios não havia muita escolha de divertimento, não junto com as garotas por perto.



-Então – disse Lene quebrando o silêncio que havia se instalado feio um inquilino, daqueles que pagam bem mal – Você não vai contar o que o Tiago fez?



-Não. – Sirius não se deu nem ao trabalho de olhar nos olhos de Lene.


-Você é um idiota. – disse cruzando os braços e sentando na poltrona em frente do sofá em que Sirius estava.


-Isso é um elogio, vindo de você. – disse ignorando totalmente o xingamento da garota.


-Vamos, parem. – disse Tiago – O que eu fiz, já passou. E de qualquer modo vocês não têm nada a ver com a minha vida. – falou sério, levantando a cabeça do pergaminho que estava escrevendo.


-Mas eu gostaria muito de saber, afinal agora nós somos amigos. – falou Lílian com um sorriso simpático – E me pareceu importante saber.


-Nós podemos ser amigos sim, mas isso não implica em que algum de nós dois devemos declarar tudo o que nos aconteceu. Aliás, você também tem alguma coisa que eu não sei. Disso eu tenho certeza, e pode ser tão ruim quanto o meu. – encarou Lílian através dos óculos, e pareceu estranhamente sério com aquele tipo de expressão.


-Tudo bem. – disse Lílian finalizando o assunto.


-Então você realmente tem algo que pode ser tão ruim quanto o do Prongs. – disse Sirius pensativo.


-Mas vamos deixar os dois enterrados, okay? – disse Lene com um autoritarismo para cima de Sirius.


-Então quando é para defender a sua amiga você fecha o bico é? 


-PÁRA, cacete. – gritou Dorcas quando viu que Lene tinha aberto a boca para retrucar – Andem! Vocês para o dormitório dos garotos e vocês para o nosso – disse empurrando as meninas para o dormitório.


-Você sempre o defende. Ta gostando dele por acaso? – perguntou Lene irritada com a Dorcas que estava prestando atenção em Lílian.


-Dá um tempo Lene, vocês parecem gato e rato. – Dorcas deu uma invertida em Lene. – Porque você não vai lá com o seu namorado? Você sabe que até ele está estranhando esse seu comportamento rude com o Sirius, e sem muitos motivos.


-Você disse bem, sem muitos motivos, pois eu tenho o suficiente para investir contra ele.


-A questão não é essa Lene. – interrompeu Lílian – Pois todos ele são amavelmente irritantes, mas você só implica com o Sirius.


-Você só implicava com o Tiago!


-Ele com certeza me dava mais motivos.


-Mas o Sirius é irritante! – disse Lene sem mais argumentos, pestaneja porque suas amigas não entendiam seus motivos. Andou de lá para cá pelo quarto e acabou sentando na cama.


-E o Tiago não é? – perguntou Dorcas rindo.


Lene bufou tentando esconder uma risada, Lílian balançou a cabeça achando graça enquanto Dorcas estava sorridente, as amigas dela eram realmente excêntricas. Então elas resolveram fazer uma espécie de teste, muito insolente. Jogar um jogo de perguntas e respostas com Veritasserum, elas tinham um pequeno estoque para futuros “problemas”, mas houve uma proposta ainda mais ousada.


-Vamos chamar os meninos então, vai ficar mais quente, com certeza – disse com uma espécie de brilho malévolo no olhar. Dorcas e Lílian se entreolharam e concordaram na hora.


-Só uma coisa. – Lene hesitou antes de irem chamar os garotos. – O Veritasserum, só irá à bebida deles. 


-Você é má. – disse Lílian.


-Demais. – concordou Dorcas. – Bom, vamos então? – perguntou, então saíram rindo.


O salão comunal estava cheio, elas passaram por algumas pessoas cumprimentaram e subiram para o dormitório dos garotos. Chegaram lá e estava vazio, deram mais uma olhada para ver se não tinham se enganado.


-Cadê as anomalias genéticas? – perguntou Lene sentando em uma cama, que ela não sabia de quem era, mas a achou confortável e cheirosa..


-Devem estar lá fora. – disse Dorcas olhando pelos vitrais.


-Fazendo o quê? – perguntou Lílian absorta no sumiço dos garotos. – Bem, tenho uma idéia melhor, vamos para a Floresta Proibida.


-Fazer...? – perguntou Lene sem achar nexo no que Lílian propôs.


-Procurar os garotos. – disse Lílian dando um salto e saindo do dormitório. As amigas não a seguiram, voltou: - Não vão junto? 


Dorcas e Lene saíram no encalço de Lílian, como elas meio que “resolveram” matar aula, não fazia mal ir atrás dos garotos. A chuva continuava fraca e chata e o vento monótono era o dia para dormir, mas descobrir o que os protótipos de pessoas estavam fazendo era mais interessante.


Desceram os jardins, aquela grama escorregadia, ao longe se via o salgueiro, espantando os pássaros que pousavam em seus galhos. Começou a chuviscar um pouco mais forte, as garotas apressaram o passo. A Floresta não era longe, o lago estava em movimento por causa da chuva que batia em sua superfície, as garotas poderiam jurar que viram algum animal dentro da clareira, normalmente animais não chegavam tão perto do colégio, não chegavam à clareira ao menos, era curioso. 
Chegando à clareira, a umidade quase não existia, pois a copa das árvores retiam grande parte da chuva. Lene se apressou mais que as outras duas amigas, ela era ligeiramente mais curiosa.


-Petrificus Totallus! – apontou para uma massa preta que corria da companhia. Atingiu em cheio, foi ver o que era.


-Marlene McKinnon, isso é perigoso! – alertou Dorcas, Lílian vinha logo atrás registrando todo e qualquer movimento além delas.


Lene já havia se embrenhado no meio das árvores, e gritou às amigas: - É só um cachorro, venham aqui ver. – a voz estava meio abafada, ela havia percorrido uma distância considerável até o seu alvo, ela era realmente boa em lançar feitiços.


-Que lindo! – falou Dorcas. – Desfaça esse feitiço! – pediu para a amiga.


-E se ele for perigoso? – perguntou Lílian alcançando as amigas.


-Acho que não é – disse Lene cessando o encantamento.


O cachorro recuperou os movimentos e fez um movimento que lhes pareceu um agradecimento, mas cachorros não agradecem.


-Pera aí, gracinha! – falou Lene segurando o cachorro com toda a força que pode.


-Lene! – ralhou Lílian.


-Eu gostei dele. – disse acariciando o cachorro que havia parado de tentar escapar e aceitava o carinho de bom grado. Dorcas e Lílian também ficaram mimando o cachorro, que era preto e com pelos muito lisos e sedosos, era muito majestoso.


-Hei, e os garotos, nós não viemos atrás deles? – perguntou Lílian enquanto fazia carinho na orelha do cachorro.


-Você está interessada demais nisso senhorita Evans! – disse Lene rindo enquanto o cachorro ficava de barriga para cima para ela coçar.


-Não que eu esteja interessada, sabe? – perguntou meio sem jeito – Mas eu queria saber o que eles andam aprontando.


Algo se mexeu mais adiante, parecia estar se afastando delas, dava-lhes a impressão de estar as vigiando. Lílian parou de fazer carinho no cachorro por um momento para tentar distinguir o que era aquilo, mas não conseguiu, seja lá o que fosse que estivessem as vigiando tinha se afastado, isso a aliviou, mas não achava prudente ficar com as varinhas no bolso, empunhou a varinha, na retaguarda das amigas que se distraíram com o amável cachorro sem dono. Para além da clareira, no jardim, a chuva já estava forte, se percorressem o caminho até o castelo agora, chegariam lá encharcadas. Ficaram mais um pouco, afinal não teriam que se preocupar com aulas.
Lílian sentiu alguma coisa ali perto de novo, avançou para perto do mato fechado, com a varinha empunhada ordenou luz, para poder ver o espião.


-Tiago Potter! – disse num tom agudo para um garoto que se encontrava deitado no chão e sorrindo para ela.


-Me achou! – disse débil e desnecessariamente.


-Por acaso estávamos brincando de esconde-esconde, criatura mentecapta? – perguntou ajudando Tiago a se levantar do chão.


-Vocês parecem que sim. – disse Tiago se tirando algumas folhas secas de seu cabelo.


-Pois é... Nós estávamos procurando vocês. – disse Lílian guiando Tiago para aonde as amigas estavam.


-Vocês? Que vocês? – perguntou Tiago olhando de esguelha para o cachorro que continuava sendo mimada pelas garotas.


-Bem, você o Sirius, o Pedro e o Remo. – disse Lílian para o moreno que estava meio nervoso. – Mas vejo que estava sozinho. O que estava fazendo? – perguntou levemente interessada, afinal só um retardado para andar sozinho na Floresta Proibida.


-Eles não estão no dormitório? - perguntou com uma falsa surpresa – Bom, eu estava conhecendo melhor a Floresta, sabe? Perigo, ação, sempre é bom para sair da rotina. – disse coçando a cabeça e dando pequenas olhadas para o cachorro diante dele.


-Não, não estão. – confirmou Lílian com uma nota de ceticismo na voz. Tiago deu um sorriso para ela, esta não retribuiu.


-Então – disse Tiago tentando fazê-la esquecer desse fato desagradável – Então, para que vocês nos queriam? – continuou agora com um interesse maior no assunto.



-Ah, era para fazermos um jogo... Mas agora, para achar os outros. Sabe onde eles estão? – perguntou Lílian olhando as amigas que não largavam do cachorro.


-Não sei. – disse Tiago. – Vamos para o castelo então? – perguntou tentando tirar as garotas dali.


-Claro – disse Lene levantando – Ele vem com a gente também. 


-Bebeu? Não mesmo, ele é um cachorro do mato. – disse Tiago alterado.


-Não bebi não, ele não me parece um cachorro do mato. – contestou Lene.


-Então é por isso. – disse Tiago como se tivesse ganhado o dia – Você conhece algum cachorro do mato por acaso para dizer que este não seja? – o cachorro olhou para Tiago como se quisesse comê-lo vivo, ali e agora.


-Não, não conheço. “Então é por isso” o quê? – perguntou Lene repetindo o que Tiago havia dito.


-Dupla negação é uma afirmação. – disse levantando uma sobrancelha.


-V-a-i-p-a-s-t-a-r! – disse Lene encarando Tiago.


-Vamos logo? A chuva vai piorar e está começando a ficar frio – reclamou Lílian que estava desconfiada de Tiago e estava de mau humor a essas alturas.


-Desencana Lils. – disse Lene.


-Toma – disse Tiago tirando a blusa e dando para a garota. – Se vocês quiserem ficar aí, tudo bem, eu to indo. Tomem cuidado. – virou e deu um sorriso pilantra.


-Você podia ser mais cavaleiro e ficar aqui conosco, não é? – disse Dorcas que não gostava muito da idéia de ficar ali.


-Você nem parece uma Grifinoriana! – disse Tiago se virando para as amigas.


-Ah é? Então se acontecer alguma coisa com a gente, você vai ficar com peso na consciência.


-Tudo bem, suas reclamonas, eu fico. – concordou. Sentou ao chão, encostou-se a uma árvore e tirou um pergaminho do bolso.


Lílian havia se afastado dos amigos e resolvera dar uma volta por ali perto, quando voltou, as amigas continuavam a acariciar o cachorro, mas ela vinha de um lado que ela se encontrava atrás da árvore de Tiago, ela se aproximou silenciosamente e tentou ver o que estava escrito.

Tiago Pontas Maroto Potter
L.P

Aquelas iniciais... Quem era L.P? 


N/A: Olá pessoal! Aí, o que acharam desse capítulo? Tosco demais da conta? Chato? Tudo bem eu entendo *indo se enforcar num pé de alface*

Não tive coragem, então decidi que era melhor escrever os próximos, quem sabe não fica tão ruim, né?
Ou não? 
É bom comentar, a autora gosta =D Isso é uma motivação espírita-moral-intelectual-fisionanomal (?) Oka. Ignorem... Em todo o caso espero que tenham gostado do capítulo, logo logo vem o próximo <ô/

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