Sal descobre a Verdade
3. Sal descobre a Verdade
Muitas vezes, não sabemos quando reagir em meio á algumas situações inevitáveis... Alguém próximo morrer ao seu lado... Seus melhores amigos se espancarem na sua frente, ou seu maior amigo descobrir, que logo após vocês selarem um pacto de sinceridade e não segredos, que você o violou, escondendo um segredo... Nós nunca sabemos quando isso vai acontecer, e sabemos menos ainda como vamos reagir...
Flashback
Sabe, tudo começou numa manhã que parecia normal... eu, pra variar estava esparramado no meu pufe preferido, o vermelho, enquanto lia “Dragonologia. Um Estudo Avançado Sobre Dragões”... é eu sei, legal né? Teoricamente, minha porta estava fechada, mas, se tratando de quem estava para adentrá-la... cadeados não importavam muita coisa... e então aconteceu... Sal, meu melhor amigo, 15 anos assim como eu, loiro, enquanto eu... moreno; e olhos castanhos, outra coincidência entre nós... eu sempre achei que ele era meu primo... mas, enfim... Ele escancarou a porta do MEU quarto, irrompeu pelo MEU quarto sem a menor cerimônia e desabou num dos MEUS muitos pufes...
- hey Sal, como vai? Saudades de você cara... E aí? Como foi na Romênia?
- Drico, olha, eu vou ser breve, porque não sei como consigo te encarar sem te socar... eu sentia que tinha alguma coisa errada...
- como assim Sal? O que foi que eu fiz?
- bom, eu sempre soube que você era cuidadoso com seus poemas, mas eu, por acaso, achei esse texto na floresta, perto da minha casa, e pela letra, é seu... putz como eu pude deixe este... logo ESTE perdido na floresta perto da casa do Sal??
“Eu preciso falar com você,
Mas não tenho idéia de como começar,
Sei que em sã consciência eu não seria capaz de dizer isso a você,
E apesar de ainda tentar me manter sóbrio na cruel realidade,
Eu preciso dizer, e preciso que você me escute...
Não sei se espero que você me entenda,
Nem sei se devo guardar esperanças de que algum dia
Você me perdoe...
Eu realmente não queria que fosse assim,
Apesar de estar amargamente arrependido por ter de fazer isso,
Não queria que fosse dessa maneira...
Nem com essas palavras...
Não espero que me perdoe...
Nem que me compreenda...
Apenas espero que entenda,
Que eu gostaria de poder fazer de outra maneira.”.
xiii...
- se formos julgar as entrelinhas, há algo que você quer me dizer, pois esse pergaminho estava meio chamuscado, e atrás estava escrito “Salazar”... Fora o fato de eu estar sentindo que você está me escondendo alguma coisa... Apesar de tudo, meus parabéns, eu sempre admirei a facilidade que você tem com as palavras escritas... Enfim, vamos ao que interessa Drico... Diga. Esse é um defeito do Sal... Ele é perceptivo demais...
- bom Sal, é que... Então... Eu...
- não precisa dizer nada Drico, deixe que eu fale. Primeiro VOCÊ propõe o pacto do não-segredo... Depois você O QUEBRA... Drico... Como você consegue suportar isso? Eu nunca escondi nada de você... Absolutamente NADA! E como você me retribui? Com um segredo, que está te matando por dentro. E ver você sofrendo em silêncio está acabando comigo. Eu te tenho como irmão, eu sempre confiei em você...
- meus pais não queriam que eu comentasse com ninguém sobre...
- sobre o quê Drico? Fala? EU muitas vezes já enfrentei meu pai e discuti com a minha mãe para poder lhe contar todos os meus segredos, não é justo que você, logo VOCÊ, vá me esconder algo...
- DRICOOO, descobri um jeito que pode te ajudar a falar com o... SAL?! – sabe, naquela hora eu fiquei com dó da Row outra amiga minha... Uma garotinha, muito curiosa, extremamente irritante, mas acima de tudo uma grande amiga, dedicada e leal... Com aqueles cabelos castanhos e olhos castanho-esverdeados, a pequena chamava já muita atenção... Ela tem 14 anos... Enfim... Ela entrou sorridente pela porta aberta, estancando ao notar a presença do loiro. – Oi... Hum... Já voltou da Romênia pelo que vejo... Você ta ótimo... E aí, como foi de viagem? Você finalmente conseguiu a... A...? Eu sei que não é nada engraçado, mas o fato de ela sempre ficar sem palavras perto do Sal era grande motivo de piadas... Ahahahha....
- sim, Row (N/A: pronuncia-se Rovi... ;-P) eu já voltei, e obrigado, eu me sinto ótimo... Eu fui muito bem de viagem, e não, eu não consegui um espinho dourado da língua de um Dourado Irlandês... Mas, voltando a você... O que você descobriu Row? Outro grande defeito do Sal... Sempre esbanjando sarcasmo...
- bem, erm... É que... Ai... – Row parecia sem saber o que fazer... Felizmente...
- SSSSSSSSSSSSAAAAAAAAAAALLLLLLLLLLLL!!!! – eu sempre admirei o senso de oportunidade da Helga... Helga é prima do Sal... Loira, como ele, de olhos cor de mel... É, ela nunca foi discreta... Tinha o péssimo hábito de irromper pelo MEU quarto como se fosse à casa da mãe Joana... Pra variar... Berrando e pulando no pescoço do Sal – QUE BOM QUE VOCÊ VOLTOU!!! VOCÊ TEM IDÉIA DE QUE EU TAVA MORRENDO DE SAUDADES DE VOCÊ PRIMO???
- ei, ei , ei , ow, ow! Meu quarto virou o quê? Um híbrido de sala de interrogatório com salão de confraternização? Qual é Helga você podia pelo menos ter batido na porta...
- ah.. Foi mal Drico... Mas minha mãe disse que o Sal tinha vindo pra cá aí eu liguei pra Row, pra gente vir junto, e a mãe dela disse que ela já tava aqui... Como vocês podem se esquecer de chamar pra uma reunião importante a pessoa mais linda desse grupo??? – Sabe... Em um dia melhor, esse comentário teria rendido boas gargalhadas... Mas naquele dia... Sal nem se dignou a fingir um meio sorriso amarelo... Preferiu ficar me encarando...
- sabe priminha, eu também tava morrendo de saudades de você, só eu a gente não vai poder matá-la se VOCÊ me matar enforcado... Então... er... Você se importa de me soltar?
- desculpa Sal... xi... Mau sinal... Sal nunca usava de sarcasmo com a Helga... mas nas raras ocasiões em que isso ocorria... ELE insistia em afirmar que EU tinha feito cagada... se bem que... é... ele tava certo... Eu tinha feito cagada, e não tinha a menor idéia de como consertar...
- então Drico onde estávamos antes da Row nos interromper? Ah! Sim... sim, eu lembrei..., anda Drico, fala, que é que te preocupa tanto que você não consiga falar e tenha de recorrer a um poema?
- bem Sal... er... eu não sei como começar... – naquela hora começou a me dar uma vontade incontrolável de coçar o meu ombro esquerdo, onde, sob o tecido da minha malha estava escondida a Marca da Aliança... que nominho mais ou menos viu... mas voltando a minha vontade de coçá-la... eu não tinha idéia do que fazer, muito menos do que poderia acontecer com eles se tomassem conhecimento da Marca... decidi não piorar as coisas e falar a verdade... Então tirei a minha malha... – esse é o meu segredo Sal... essa marca amaldiçoada... eu não queria lhe contar, porque não sabia o que poderia acontecer com você se você estivesse ciente dos acontecimentos...
- então, você já foi marcado...
- quando eu tinha 10 anos...
- você escondeu esse segredo de mim por tanto tempo!
- era necessário... minha voz tava começando a falha... eu juro que teria fugido dali se ela começasse a embargar, mas minhas pernas não queriam me obedecer e eu sentia que estava prestes a desabar no pufe... e mais uma vez Sal me surpreendeu com seu gênio explosivo imprevisível... GEI como eu gosto de chamar... não, não é gay, é GEI... enfim... e me deu um soco na cara...
- ISSO é por ter escondido isso de mim por 3 anos – nós havíamos selado nosso trato com 12 anos... – e ISSO – eu já tinha até encolhido porque ele soca forte mesmo, mas de repente eu vi que ele estava me dando aquele abraço de irmão... – isso é pra mostrar que eu vou te ajudar a sair dessa!
- todos nós vamos... – eu amo meus amigos... bem, então o Sal me soltou e olhou bem fundo nos meus olhos... eu percebi que ainda faltava um pergunta a ser respondida...
- como é que a Row sabe?
- bom Sal, você sabe o quanto essa baixinha irritante é curiosa...
- EI... EU NÃO SOU BAIXINHA E NEM IRRITANTE!!! – eu sempre me esqueço porque o irmão mais velho dela, que tem 19 anos nunca implica com ela... a baixinha tem uma força...
- autch, essa doeu até em mim baix... er.. Row... Drico, você ta sentindo se o seu estômago continua do mesmo jeito? Nenhuma deformação?
- eu acho que meu estômago agora tem a forma do punho da Row...
- sabe Row, você deveria maneirar na sua força... eu acho que um dia você ainda mata o Drico... – ai se a Row seguisse os conselhos da Helga...
- eu acho que vou sobreviver Sal, o que a Row fez em mim não é um estrago permanente, pelo menos, eu espero que não seja... mas, bem, ela descobriu...
- como ela descobriu?
- vem Row, vamos deixar os rapazes a sós – eu to devendo essa pra Helga... ela sempre teve muito tato...
- mas Helg...
- nada de “mas Helg”... Vamos. Agora! – eu nunca mais vou esquecer de como foi engraçado a Helga arrastando a Row pra fora do meu quarto...
- bom, voltando ao que interessa... Como é que a Row sabe?
- então, er, com eu ia dizendo antes de ser tão cruelmente agredido...
- ei, menos drama Drico...
- ta bom, ta bom... Sal, você sabe o quanto a Row ama vir aqui em casa no sábado de manhã, me acordar e comer panquecas feitas pelo meu irmão né?
- sei, e daí?
- bem, um belo sábado ela veio, e eu tinha dormido sem camiseta, porque na sexta-feira estava muito quente... Row geralmente gosta de me acordar passando cubos de gelo nos meus pés, mas, naquele sábado, ela resolveu variar... Ela jogou um BALDE de água em mim... Eu quase morri afogado... Você tem noção?
- Drico, menos drama... Não posso evitar...
- então... Depois que ela jogou um balde de água em mim e eu quase morri afogado... Eu levantei e fui pegar a minha toalha que estava pendurada no meu guarda-roupa, ficando assim de costas pra ela... Que deu um berro, quase me matando do coração... Você tem idéia de que em menos de 5 minutos aquela baixinha quase me matou DUAS vezes?
- Drico, seu mala eu não sou baixinha!!
- SAL, ME SALVAAAAAAA!!! Sim, esse era eu correndo pelo meu quarto tentando fugir da Row...
- ROW VOLTA AQUI!!! E essa era Helga tentando segurar a Row...
- vocês por algum acaso estavam escutando atrás da porta? Dã...
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