O aniversário

Harry fez a curva e entrou na rua, finalmente, estacionou em frente a uma das casas.

- Ainda não chegou ninguém! – a menina observou enquanto retirava o cinto e saia do banco de trás do carro – Chegamos cedo demais.

- Foi a sua mãe que estava apressada para sair de casa! – Harry explicou vendo a esposa bufar de raiva.

- Eu só pensei que a Mione poderia precisar de ajuda – respondeu caminhando até a porta.

- Está bem! – suspirou pesadamente – Não vamos mais discutir sobre isso – sussurrou baixo para que os filhos não ouvissem.

Tocaram a campainha, demorou um pouco para que a morena abrisse a porta.

- Oi gente! – sorriu enquanto abraçava o casal de amigos.

- Sei que chegamos cedo! – o de olhos verdes começou – Espero não estarmos atrapalhando nada.

- Vocês nunca atrapalham – explicou – Rony já está lá fora verificando se está tudo certo.

- Já contou para eles a novidade? – ouviram uma voz um pouco distante.

- Ainda não! – virou-se para dentro da casa para falar – Ver até aqui!

Um pouco depois, uma menina apareceu ao lado da mãe. Ela tinha cabelos castanho escuro e levemente cacheados e seus olhos eram castanho claros e ficavam verdes no sol (por causa da avó materna de Hermione, segundo ela mesma).

- Que novidade? – perguntaram ao mesmo tempo.

- Rose recebeu a carta de Hogwarts! – contou bastante feliz – Chegou hoje de manhã.

- Mãe! – a menina cruzou os braços fingindo-se de brava – Combinamos que eu ia contar.

- Desculpe-me – pareceu se lembrar nesse momento – Eu fiquei empolgada.

- E quando eu vou receber a carta de Hogwarts? – o garoto perguntou parecendo indignado – Eu e Rose temos a mesma idade. Por que ela recebeu e eu não.

- Você ainda não fez 11 anos! – Harry explicou – E vai ter o verão todo para receber a carta.

- Está bem! – balançou a cabeça afirmativamente.

- Vem aqui Alvo! – Rose esticou os braços e puxou o primo – Quero te mostrar uma coisa lá em cima.

Logo, os dois desapareceram no interior da casa.

- Hugo está lá em cima no quarto dele – a morena se ajoelhou em frente a Lilian – Por que você não vai lá em cima falar com ele?

- Não quero! – respondeu.

- Vai até lá filha! – a outra mulher sugeriu – Vai brincar um pouco com o seu primo!

- Está bem! – suspirou pesadamente e seguiu pelo mesmo caminho que os outros dois.

- Entrem também! – se afastou para deixar os outros dois entrarem – Vão até lá falar com o Rony enquanto isso eu vou pegar bebidas para nós.

- Está bem! – a ruiva respondeu indo para o quintal

- Eu vou te ajudar! – o de olhos verdes respondeu logo em seguida – Não é bom que carregue tanto peso.

- Como se uma bandeja com quatro copos pesasse alguma coisa – revirou os olhos.

- No seu estado sim! – lembrou.

A mulher não disse nada. Seguiu para a cozinha e o moreno foi logo atrás.

- Está precisando de alguma coisa senhorita Granger? – Winky perguntou assim que a viu (Hermione chamou a elfo para trabalhar em sua casa quando sua filha mais velha nasceu, e, é claro, que pagava um salário para ela).

- Só vim pegar algumas bebidas! – explicou abrindo a geladeira – Mas você pode levar suco para as crianças lá em cima.

- Imediatamente senhorita Granger! – disse fazendo uma pequena reverencia.

- Ela não muda nunca! – riu levemente depois que Winky saiu.

- É o jeito dela! – lembrou – Sabe! Eu estava pensando em como a Rose cresceu.

- Verdade! – concordou – Já está com 11 anos e vai para Hogwarts em Setembro.

- A nossa garotinha! – comentou.

- Não é a nossa garotinha – sussurrou, estava com medo de que alguém ouvisse – É minha garotinha e do Rony.

- Você pode negar quantas vezes quiser! – também começou a falar no mesmo tom – Mas a Rose é minha filha.

- Já conversamos sobre isso! – parecia preocupada – Não tente bagunçar essa história depois de tantos anos. Além de causar muita confusão, vai magoar muitas pessoas.

- Está bem! – saiu rapidamente da cozinha, parecia com raiva.

Hermione suspirou pesadamente e sentiu o bebê chutar, sentou-se e começou a passar a mão sobre a barriga.

- Não acredito que ele resolveu tocar nesse assunto de novo! – começou a falar sozinha – Depois de onze anos.

Enquanto isso, os dois garotos estavam no quarto de Rose. Ele lia a carta atentamente enquanto ela esperava.

- Isso é muito legal! – o menino respondeu enquanto devolvia o pergaminho para prima – Espero também receber uma.

- Você vai receber, nós vamos para Hogwarts juntos – explicou – Imagina quantas coisas legais vamos aprender!

- Você está preocupada com os estudos? – espantou-se – Só você mesma.

- É uma escola – deu de ombros – No que quer que eu pense?

- Nas aventuras que vamos viver! – explicou – Iguais as que nossos pais tiveram.

- Minha mãe me contou! – parecia lembrar – Será que vamos passar por situações parecidas?

- Quem sabe? – deu de ombros – A única diferença é que nenhum bruxo das trevas vai caçar a gente.

- Assim eu espero! – começaram a rir – Vamos até lá embaixo. Daqui a pouco os outros convidados vão chegar.

Saíram do local e fecharam a porta.

A morena foi até onde os outros estavam levando as canecas de cerveja amanteigada. Eles riam e pareciam estar se divertindo, pelo visto o amigo esqueceu daquela pequena discussão, isso a deixava bastante aliviada.

- Finalmente você chegou meu amor! – o ruivo abraçando a mulher assim que ela sentou ao seu lado – Demorou tanto que já estava ficando preocupado.

- Eu disse para eles que você recusou minha ajuda! – o de olhos verdes falou.

- Da próxima vez eu vou até a cozinha! – Rose continuou – Você entrou de licença mais cedo justamente para ter todo o conforto até o bebê nascer.

- Está bem Rony! – suspirou pesadamente.

Foi então que viram os dois garotos chegaram ao jardim de mãos dadas.

- Estava mostrando para o Alvo a minha carta de Hogwarts – a menina disse se aproximando da mãe.

- Está bem minha filha – ela concordou.

- Deixa eu te mostra o meu bolo de aniversário! – puxou o menino novamente para dentro da casa - É muito bonito.

- Acho tão legal a amizade dos dois! – Gina comentou – É muito importante que se tenha primos da mesma idade, assim sempre terá companhia.

- É verdade! – o ruivo concordou com a irmã – E quem sabe os dois não acabam namorando.

- Pensei que a Rose ainda não estava autorizada a namorar! – Hermione lembrou – Ela ainda é muito nova.

- Tem uma vantagem se a Rose namorar o Alvo! – continuou – Nós já conhecemos os pais dele e poderemos ficar de olho em tudo.

- Isso foi à coisa mais horrível que eu já ouvi na minha vida – a outra mulher comentou – Mas quem sabe dê certo.

- Não concordou com isso! – Hermione comentou – Quero dizer, os dois são primos, isso séria um pouco estranho.

- Exatamente, eles são primos! – o ruivo continuou – Não irmãos.

- Mas nisso eu tenho que concordar com a Mione! – foi o de olhos verdes continuou – Os dois foram criados praticamente juntos. Como irmãos.

- Finalmente alguém concorda comigo! – suspirou aliviada, ainda bem que o amigo tinha juízo.

- Isso quem vai decidir são os dois – Rony concluiu – Não somos nós que vamos escolher com quem eles vão se casar.

Algum tempo depois os convidados começaram a chegar. Os primeiros foram os amigos de Rose, somente depois aparecerem os familiares. Ted foi o primeiro e estava conversando com os dois casais.

- Eu estou adorando a escola de Aurores – contou parecendo bastante feliz – Mal posso esperar para me formar e começar a trabalhar.

- Que bom que você esta feliz! – o moreno disse – E sabe que qualquer dúvida é só me chamar.

- Pode deixar! – concordou – Afinal, já perguntei tantas coisas.

Viram um casal se aproximando de onde eles estavam: eram Gui e Fleur.

- Olá para todos! – a mulher disse (depois de tantos anos, aprendeu a falar inglês perfeitamente) – Demoramos um pouco, mas já estamos aqui.

- As pessoas ainda estão chegando! – Hermione explicou – Não se preocupem com isso.

Concordaram antes de terminarem de cumprimentar todos.

- Já ia me esquecendo Ted! – ela continuou enquanto se virava para o rapaz – Victorie me escreveu ontem e disse que vocês dois estão se correspondendo.

- É verdade! – concordou, ninguém reparou que o seu rosto havia ficado extremamente vermelho – Ficamos amigos enquanto estávamos em Hogwarts e agora que eu me formei continuamos a conversar, para não perder o costume.

- Fico muito feliz com isso – completou – Ela sempre falou tanto de você durante as férias.

Ted apenas balançou a cabeça afirmativamente.

- Vamos procurar a Rose para entregar o presente dela – Gui avisou mostrando o embrulho na sua mão.

- Acho que eu vou pegar alguma coisa para beber! – o garoto disse depois que os outros dois aviam saído.

- Na verdade ele e Victorie estão namorando – o de olhos verdes explicou depois que o afilhado já tinha ido embora – Mas eles não querem que ninguém saiba.

- Uau! – Rony disse logo em seguida.

- Bem que eu reparei que os dois estavam muito juntos no natal – a ruiva comentou logo em seguida.

- Pelo que o Ted me disse eles estão planejando contar tudo para o Gui e a Fleur nas férias – continuou – E quando ela se formar estão planejando morar juntos.

A festa continuou normalmente, todos estavam se divertindo bastante. Assim que o senhor e a senhora Weasley chegaram, a mulher chamou Hermione para conversar.

- O que a senhora quer falar comigo? – a morena quis saber.

- Já tem um tempo que eu estou pensando – começou – Agora o bebê está pára nascer, não acha que está na hora de você e o Rony oficializarem o casamento?

Ela suspirou pesadamente. Já tem mais de 11 anos que houve a mesma coisa.

- Eu e Rony já conversamos sobre isso – explicou – Estamos bem desse jeito e não pretendemos mudar.

- Não acha que isso vai ser melhor para os seus filhos? – sugeriu – Assim eles crescem em uma família mais bem estruturada.

- Isso nunca foi um problema para a Rose e o Hugo e tenho certeza de que não será para o bebê – lembrou – Eu amo e o Rony e não precisamos estar casados para estarmos juntos, já somos uma família.

- Como você quiser – deu de ombro – Mas pense bem em tudo o que eu te falei.

- Vou pensar! – balançou a cabeça afirmativamente – Mas estou totalmente decidida.

Foi caminhando até encontrar o namorado, que estava conversando com os amigos. Aproximou-se dele e o abraçou.

- O que houve meu amor? – ele quis saber.

- O que você acha? – foi tudo que ela disse – Sua mãe estava tentando me convencer de que seria melhor a gente se casar.

- Mamãe nunca se conformou que o Rony seja o único filho que não se casou – Gina lembrou – Vai tentar mudar isso até quando puder.

- É só você ignorá-la – o ruivo sugeriu – É o que eu faço sempre.

- Acho que vocês dois deveriam aceitar o pedido dela – foi à vez de Harry falar – Vocês já moram juntos e têm três filhos, qual é o problema.

- Estamos muito bem assim! – o casal disse ao mesmo tempo.

- Está bem! – deu de ombros – Vocês quem sabem.

Algum tempo depois resolveram cantar parabéns. No fim, Hermione ajudou a filha a cortar o bolo.

- Aqui está! – colocou a fatia em um prato e entregou para a menina – Agora decide para quem você vai dar o primeiro pedaço.

Ela ficou parada durante algum tempo parecendo pensar.

- Já sei! – disse por fim – Vai ser para uma pessoa muito importante da minha vida, sem ele eu não poderia existir. O meu pai!

Entregou o prato para Rony que ficou bastante emocionado. Nesse momento Hermione reparou que o melhor amigo não havia ficado muito feliz, mas estava tentando não demonstrar isso.

Depois de comerem o bolo todos começaram a ir embora. Todos estavam bastante cansados.

- Todos já foram embora! – a morena suspirou pesadamente se sentando no sofá – Foi uma festa muito boa.

- Tem certeza de que não quer ir descasar? – o ruivo sugeriu – Vamos ficar bem aqui.

- Pode deixar! – falou – Estamos ótimas.

- Eu vou lá para cima! – Rose disse – Vou abrir os meus presentes.

- Vamos jogar uma partida de xadrez bruxo – o menino disse para irmã – Faz tanto tempo que não fazemos isso.

- É claro que não! – respondeu – Prefiro ir lá para cima.

- Acho que você está com medo! – tinha um sorriso maroto nos lábios – Pois sabe que eu vou ganhar.

- Então por que quer jogar comigo? – foi subindo as escadas – Se já sabe que vai ganhar.

- Não provoque a sua irmã Hugo! – Hermione pediu – Sabe que ela não gosta de jogar xadrez bruxo.

- Você joga comigo pai? – pediu se virando para o homem.

- Claro! – concordou se levantando.

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