- Capítulo Único.



In my shame I want to run and hide myself.
But it's here I see the truth
I don't deserve You.



A chuva tamborilava na janela da humilde casa, no começo da noite. A noite fria e úmida assolava a cidade já a algum tempo. A moça adentrou na sua casa como de costume, só que, a única diferença, é que seus olhos não carregavam seu sorriso iluminado.

Ao fechar a porta, se dirigiu a cozinha, onde acendeu as luzes. Colocou as sacolas do mercado em cima da pia e se apoiou na mesma. Observou a sala de estar, que podia ser vista através duma enorme janela de vidro, que no momento estava fechada, semi-iluminada.

Fechou os olhos lentamente e pensou em tudo que havia acontecido naquele dia. Não era sua intenção. Nunca foi. Ela o amava, ele a amava. Ao abrir os olhos pôde sentir as lágrimas engasgarem em sua garganta, e os olhos começaram a arder, com vontade de berrar, chorar e correr de volta pra ele.

Mas ele sabia que ela não viria. Assim como ela sabia que ele não viria. Ambos eram orgulhosos de mais, cabeça-dura demais. E isso podia acabar com os dois.

But I need You to love me, and I
I won't keep my heart from You this time
And I'll stop this pretending that I can
Somehow deserve what I already have
I need You to love me



Um lampejo seguida de um trovão assustou a jovem, até então absorta em pensamento, fazendo com que retornasse a olhar para a sala, em direção a janela. Estava molhada por causa da chuva, mas a canseira era tanta que se limitou a deixar as compras no balcão e ir dormir.

Com passos pesados abriu a porta do quarto e viu a cama. Quente, confortável, se deitou com a roupa molhada. O vento que adentrava pela janela aberta a fez se cobrir com um leve lençol.

Dez minutos se passaram. Remexia-se incofortavelmente debaixo dos lençóis. Mudou várias e várias vezes, até que, finalmente, desistiu e deitou olhando para o teto de seu quarto. Quinze minutos.

Que droga!

Era impossível dormir com a briga tão fresca na sua memória. Os gritos, as palavras ditas e não-ditas. O remorso e a culpa de falar na hora da raiva, o amor... Ah o amor. O que faria ela com ele? Como poderia amar algo tão odioso e ao mesmo tempo tão lindamente perfeito?

Será que aquele era mesmo o fim. Tudo pelo o que passaram? Acabado? Seria tarde demais se ligasse? Se pedisse perdão? Mas como poderia pedir perdão, ou até mesmo perdoa-lo, pelas ofensas?

'Cause You're a God who has all things
And still You want me


As lágrimas vieram com mais força, fazendo com que a jovem decidisse se levantar, mais uma trovoada. Ao passar pela sala, olhou pela janela. Parecia seu coração refletido no tempo: triste e magoado.

No momento em que pôs os pés na cozinha, a campainha tocou. Por um momento, a jovem quis acreditar que era ele. O olho mágico foi esquecido, assim como o fato de que o mundo estava em guerra. Destrancou e abriu a porta e... O viu.

Molhado, cansado, mas irresistivelmente lindo. Os cabelos negros e bagunçados caíam sobre os olhos castanhos, as manchas verdes brilhavam a luz do trovão. A jaqueta e a calça encharcadas, assim como o resto de seu corpo.

Ao abrir a porta, os olhos se encontraram com os da jovem. Ela não esboçou reação, pois, como sempre, não daria o braço a torcer.

- Eu... – Sussurrou ele, com uma voz rouca, parecia, que assim como ela, ele segurava o choro.

- Você...? – Incentivou a moça, impassível.

- Eu sinto muito.

Era verdade, ela podia ver nos olhos dele o arrependimento. A tensão ali era palpável, mas indesejada.

- Como posso te desculpar? – Ela disse magoada, ao relembrar as coisas que disseram um ao outro. – Simplesmente esquecer? – A voz saiu mais tremida do que a intenção.

And I'll stop this pretending that I can
Somehow deserve what I already have


Não era a primeira briga dos dois. Mas ambos estavam nervosos e estressados, e, portanto, acabaram dizendo mentiras com a intenção de magoar. Acabaram jogando segredos e erros na cara um do outro. Fora a primeira briga em que se xingaram.

- Sim... Nós dois cometemos erros. Me desculpa... Por favor. – Disse ele ainda rouco.

- Ás vezes é tarde demais pra pedir desculpa. – Disse ela teimosa abaixando o rosto.

Pega de surpresa, a moça foi jogada contra a parede, e antes de poder fazer algo, a boca do homem se colou a sua.
Os lábios dele, totalmente molhados, a levavam ao delírio. Não teve reação, o beijo foi curto e nada além do toque dos lábios.

Ele distanciou suas bocas e colou a testa dele na dela.

- Eu te amo. – Ele sussurrou causando arrepios pelo corpo da jovem. – E nunca é tarde demais.


A moça não o deixou falar mais nada, puxou-o pela nuca e o beijou ardentemente, correspondida com a mesma intensidade.

As mãos dela percorriam o abdômen forte dele, enquanto ele passava a mão por baixo da blusa preta de alça dela.

- Te amo. – Disse ela se afastando, ao tomar fôlego.

Your love makes me forget what I have been
Your love makes me see who I really am
And Your love makes me forget what I have been



Ele sorriu. O sorriso dela. Aquele sorriso que levantavam todos os pelos de seu corpo, o que fazia a ruiva corar, o que fazia com que ela esquecesse absolutamente tudo. Os lábios dela, automaticamente se abriram seus olhos mais uma vez iluminados. E era assim que ele gostava de vê-la. Ainda pareciam dois adolescentes apaixonados como eram em Hogwarts. Os momentos de alegria debaixo da sombra das árvores, molhando os pés no lago. Ele lhe entregando flores, fazendo juras de amor que mal sabiam ambos que iriam se cumprir. Haviam, ainda, aqueles dias em que eram interrompidos maldosamente por Sirius rindo e se engraçando para cima de Lily, provocando ciúmes em James, Remus vergonhoso sorrindo timidamente com olhar de desculpas, e Pedro que vinha se divertindo ao ver Sirius causar os risos de todos.

Mas agora eram tempos sombrios. Viviam a cada dia, como se pudesse ser o último. Mal eles sabiam, que dali alguns dias Lily descobriria que estava esperando um bebê, preocupada em como explicar a James, e mais tarde ainda, Albus Dumbledore entraria pela porta arrasado, destruído, afetando a alegria do lugar. Eles nem imaginavam, que no próximo ano, se esconderiam e depositariam a confiança na pessoa errada, no momento errado.

Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.

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N/A:
Bem gente... essa é a minha primeira Short, entao sejam bonzinhos, OK?
Eu estava com ela faz tempo, só que não tinha inspiração pra terminar.
(Isso porque é uma SHORT fic, imagina se fosse uma normal o.O)
Bom, por favor não esqueçam de comentar, já que essa é a minha primeira, e vejam no meu perfil as outras fic's!

Obrigada, beijos!

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