De volta a Nova Iorque!



O ar estava fresco e levava o limpo e puro aroma de seu lar. O céu era de um azul brilhante e estava completamente ausente de nuvens. Gina se aproximou da granja e, durante um momento, deixou-se levar pelas lembranças.
—Tom, por que deu toda à volta? —perguntou Molly Weasley da cozinha. Então, saiu ao alpendre enquanto se limpava a mão no branco avental—. Gina... —sussurrou, ao ver sua filha—. Que surpresa!
Gina pôs-se a correr e abraçou a sua mãe.
—OH, mamãe, me alegro tanto de estar em casa...
Se sua mãe notou o tom de desespero que havia nas palavras de Gina, não fez comentário algum. Limitou-se a lhe devolver o abraço com idêntico afeto. Continuando, deu um passo atrás e observou a Gina com o olho crítico de uma mãe.
—Seria muito bom engordar um pouco.
—Já começou...
— Olhe o que nos trouxe o vento da cidade de Nova Iorque...
Arthur Weasley se aproximou delas e abraçou com força ao Gina. Ela respirou profundamente e gozou com o aroma a feno fresco e a cavalos que se aferrava à pele de seu pai.
—Deixa eu olhá-la —comentou ele, realizando a mesma inspeção que sua esposa—. Que linda está! Um pequeno tesouro temos aqui, não é, Molly? —acrescentou, dirigindo-se à mãe.
Algum tempo mais tarde, Gina se reuniu com sua mãe na enorme cozinha. As panelas ferviam sobre o fogão e enchiam o ar de um aroma irresistível. Gina deixou que sua mãe falasse de seus irmãos e das famílias destes e tratou de conter o profundo desejo que bulia dentro dela.
Inconscientemente, tocou as pedras que levava nas orelhas. A imagem de Harry se apoderou de seu pensamento com tanta força que quase lhe pareceu que podia tocá-lo. Afastou o rosto, esperando que o atento olhar de sua mãe não se precavesse das lágrimas que lhe tinham acudido de repente aos olhos.
Na manhã do dia de Natal, Gina despertou com o sol, mas se mostrou preguiçosa para levantar-se da cama de sua infância. A noite anterior se deitou muito tarde, mas não tinha conseguido dormir. Tinha estado dando voltas entre os lençóis até altas horas da madrugada. Harry lhe penetrava no pensamento por muito que tentasse de mantê-lo afastado dela. Sua imagem lhe destruía as defesas como uma pedra fazia com o vidro. Para seu desespero, ardia em desejos de estar perto dele, com uma necessidade que vibrava profundamente em seu interior. Sem deixar de olhar o teto, deu-se conta de que não havia nada que pudesse fazer. «Amo-o. Amo-o e o odeio por não ser correspondida. Sei que me deseja... Ele não se incomodou de ocultar isso, mas o desejo não é amor... Como pôde ocorrer isto? Onde estão minhas defesas?». Mentalmente, tratou de enumerar todas suas faltas para assim tratar de encontrar uma via de escapamento em sua solitária prisão. «É arrogante, com mau gênio, exigente e muito seguro de si mesmo. Por que nada disso tem importância para mim? Por que não posso deixar de pensar nele nem cinco minutos?».
Recordou-se que era Natal. Não pensava consentir que Harry estragasse também aquele dia!
Incorporou-se e arrumou o edredom da cama. Então, colocou uma bata e saiu correndo do dormitório. A casa já estava despertando. A atividade fazia que, pouco a pouco, desaparecesse a tranqüilidade da noite. Durante a seguinte hora, a cena ao redor da árvore de Natal esteve cheia de alegria, de exclamações de regozijo pelos presentes recebidos e da troca de beijos e abraços.
Mais tarde, Gina saiu. A fina capa de geada rangeu sob as botas que usava. Envolveu-se com a jaqueta de seu pai para combater o frio. O ar tinha sabor de inverno e a tranqüilidade parecia pendurar do céu como uma suave cortina. Dirigiu-se ao celeiro, onde estava seu pai e, automaticamente, ficou a medir grão. Seus gestos eram muito naturais. A rotina do trabalho diário tinha retornado a ela como se tivesse realizado as mesmas tarefas no dia anterior.
—Depois de tudo, não é mais que uma Granjeira, né? —brincou seu pai.
—Sim, acredito que sim.
—Gina —sussurrou ele quando notou a tristeza que cobria os olhos de sua filha—. O que te passa?
—Não sei —suspirou ela—. Algumas vezes Nova Iorque me parece tão cheio de gente... E mesmo assim sinto-me sozinha.
—Pensávamos que fosse feliz ali.
—Era... Sou... É um lugar muito emocionante e cheio de pessoas diferentes —disse a seu pai—, mas, algumas vezes, sinto falta da tranqüilidade, a paz, os espaços abertos... Não se preocupe comigo. É uma tolice —acrescentou, enquanto seguia medindo o grão—Ultimamente estou me sentido com um pouco de saudade, isso é tudo. O projeto que acabo de terminar era fascinante, mas me exigiu muito...
—Gina, se não é feliz, se houver algo que a preocupa, quero ajudá-la.
Durante um instante desejou apoiar-se sobre o ombro de seu pai e lhe contar todas suas dúvidas e frustrações, mas, de que serviria levar a ele também aquela carga? O que poderia fazer seu pai sobre o fato dela amar a um homem que só a considerava uma diversão temporária, um bem de mercado para poder vender mais revistas? Como podia lhe explicar que estava triste porque tinha conhecido um homem que lhe tinha roubado o coração para romper-lhe em mil pedaços sem esforço algum? Sacudiu a cabeça e lhe dedicou um sorriso a seu progenitor.
—Não é nada. Suponho que só é um pouco de esgotamento por ter terminado o projeto “Depressão pós-agenda fotográfica”. Vou dar de comer às galinhas.
Muito em breve, a casa se encheu de gente. O eco das vozes, das risadas e dos sons dos meninos ressonou na granja. As tarefas familiares e o afeto sincero a ajudaram a esquecer-se do vazio que seguia obcecando-a.
Quando, ao final da jornada, só ficou o silêncio, Gina permaneceu sozinha no salão. Não desejava procurar a comodidade de seu dormitório. Aninhou-se em uma poltrona e observou as luzes da árvore. Sem poder evitar, começou a especular sobre como teria passado Harry aquele dia festivo. Talvez teria estado a sós com Cho ou os dois teriam assistido a uma festa no clube de campo. Certamente naqueles momentos, os dois estavam sentados diante de um bom fogo. Cho estaria entre os braços de Harry, esplendorosa com aquela bonita camisola...
Sentiu uma dor tão forte como o que teria causado a ponta de uma flecha. Imediatamente, viu-se envolta por uma tortuosa combinação de ciúmes e desespero. Entretanto, não conseguiu apagar a imagem de seu pensamento.
Os dias de feriado escolar passaram muito rapidamente. Gina desfrutou bastante, imersa em uma rotina que agradeceu profundamente. O vento de Kansas conseguiu levar uma parte de sua depressão. Deu longos passeios a sós, nos que contemplou as onduladas colinas e os semeados de trigo invernal.
Sabia que as pessoas da cidade nunca compreenderiam aquilo. Estendeu os braços e girou sobre si mesma. Em seus elegantes apartamentos, eles nunca sentiriam a alegria por formar parte da terra. A terra. Examinou sua infinidade com olhos maravilhados. A terra era indomável. A terra era eterna. Ali tinham habitado índios, pioneiros e granjeiros. Iam e vinham, viviam e morriam, mas a terra permanecia. Quando ela mesma tivesse desaparecido e outra geração tivesse nascido, o trigo seguiria ondeando-se sob o brilhante sol do estio. A terra lhes dava o que necessitavam, era rica e fértil e entregava ao homem quilos e quilos de trigo um ano atrás de outro pedindo em troca só seu honrado trabalho.
«Adoro isto», pensou. «Adoro o tato da terra em minhas mãos e sob meus pés nus nos dias do verão. Adoro seu rico e limpo aroma. Suponho que, apesar de toda a sofisticação que adquiri, sigo sendo uma garota do campo», refletiu. Pouco a pouco, foi retornando para a casa. «O que vou fazer a respeito? Tenho uma carreira, um lar em Nova Iorque. Tenho vinte e quatro anos. Não posso estender a toalha e retornar à granja. Não. Devo retornar e fazer o que melhor sei fazer». Com firmeza, negou-se a escutar a voz que afirmava que sua decisão se viu influenciada por outro residente de Nova Iorque.
Justo quando entrava na casa, o telefone começou a soar. Atendeu enquanto tirava o casaco.
—Sim?
—Olá, Gina.
— Harry? —perguntou ela. Não sabia que pudesse experimentar uma dor tão aguda tão somente escutando uma voz.
—Muito bem —respondeu ele, com seu habitual tom jocoso—. Como está você?
—Bem, estou bem. Eu... eu não esperava ter notícias suas. Há algum problema?
— Problema? Não, ao menos nenhum que seja permanente. Pensei que talvez necessitasse que alguém lhe recordasse Nova Iorque. Não queremos que se esqueça que tem que retornar.
—Não, não me esqueci —afirmou ela. Então, tratou de encontrar um tom vagamente profissional para sua voz—. Tem algo em mente para mim?
— Em mente? Bom, poderíamos dizer que tenho um par de coisas em mente... Acaso tem vontade de voltar para o trabalho?
—OH... Sim, sim, claro que sim. Não quero ficar parada.
—Entendo. Nesse caso veremos o que posso fazer por você quando retornar. Seria uma estupidez não utilizar seus talentos.
—Estou segura de que lhe ocorrerá algo vantajoso para os dois —afirmou ela, tratando imitar o tom profissional do Harry.
—Hmm... Vai retornar para o fim de semana?
—Sim, no dia dois.
—Manterei contato. Mantenha sua agenda livre de compromissos. Voltaremos a colocá-la na frente de uma câmera, se for isso o que deseja.
—Muito bem. Eu... Bom, obrigado por chamar.
—O prazer foi meu. Nos vemos quando retornar.
—Sim... Nos vemos... Harry? —disse, tratando de encontrar algo mais que dizer. Queria agarrar-se a aquele pequeno contato, talvez só para ouvir como dizia seu nome uma vez mais.
—Sim?
—Nada, nada -respondeu. Fechou os olhos e amaldiçoou sua falta de imaginação—. Esperarei notícias tuas.
—Muito bem —repôs ele. Então, deteve-se um instante. Quando voltou a falar, sua voz era muito mais suave. —Divirta-se muito, Gina.

-*-*-


A primeira coisa que Gina fez quando retornou para seu apartamento em Nova Iorque foi chamar Neville. Quando escutou uma voz feminina, duvidou e se desculpou.
—Sinto muito, devo me haver equivocado de número.
— Gina? —perguntou-lhe a mulher—. Sou eu, Luna.
— Luna? —repetiu ela, confusa—. Como está? Como passou as festas? —acrescentou, rapidamente.
—A resposta a ambas as perguntas é muito bem. Neville me disse que você foi para casa de seus pais. Passou bem?
—Sim. Sempre é muito agradável retornar a meu lar.
—Espera um momento. Vou chamar Neville.
—Oh, bom, eu não...
A voz de Neville interrompeu seus protestos. Gina se desculpou imediatamente e lhe disse que chamaria mais tarde.
—Não seja tola, Gina. Luna só está me ajudando a ordenar minhas velhas revistas de fotografia.
Gina percebeu que a relação de Neville e Luna devia estar progredindo à velocidade da luz para que Neville permitisse à jovem tocar em suas valiosas revistas.
—Só queria que soubesse que já retornei —disse ela—. Se por acaso surgir algo...
—Hmm, bom, suponho que deveria se pôr em contato com Harry —respondeu Neville — Ainda segue contratada por ele. Por que não o chama?
—Acredito que não devo me preocupar a respeito -comentou ela, tratando de manter um tom casual—. Eu disse que retornaria depois de Ano Novo. Ele já sabe onde me encontrar.
Passaram vários dias antes que Harry entrasse em contato com Gina. Ela passou grande parte desse tempo em sua casa por causa da neve, que parecia cair incessantemente sobre a cidade. Aquele confinamento, depois de retornar dos espaços abertos do Kansas, causou estragos em seus nervos. Não fazia mais que observar da janela as calçadas cobertas de neve.
Uma tarde, justo quando o céu deixava cair o presente pouco bem-vindo da chuva, Mione a chamou para jantar e passar umas horas em companhia de Gina.
De pé na cozinha, estava preparando um broto de alface quando soou o telefone. Como tinha as mãos molhadas, pediu a Mione que atendesse.
Mione o fez com um tom de voz muito formal.
—Residência da senhorita Gina Weasley. Hermione Granger falando. A senhorita Weasley atenderá assim que tirar a mão da alface.
—Mione!! —comentou Gina, entre risadas, enquanto se dirigia correndo a sala—. Não posso deixar que faça nada!
—Não importa —anunciou enquanto lhe estendia o telefone—. Só se trata de uma voz masculina incrivelmente sensual.
—Obrigado. Volte à cozinha —ordenou Gina. Rapidamente agarrou o telefone—. Olá, não de importância a minha amiga. Está louca —disse, sem saber quem estava do outro lado da linha.
—Ao contrário. É a conversa mais interessante que tive em todo o dia.
—Harry?
—Adivinhou de primeira. Bem-vinda à selva de asfalto, Gina! Como foi em Kansas?
—Muito bem —sussurrou ela—. Muito bem...
—Nossa, que comentário mais esclarecedor. Desfrutou do Natal?
—Sim, muito. E você? — perguntou-lhe, tratando de recuperar a compostura—Teve boas festas?
—Maravilhosas, embora esteja seguro de que as minhas foram muito mais tranqüilas que as suas.
—Suponho que diferentes -replicou ela, zangada sem saber por que.
—Bom, de qualquer forma isso já faz parte do passado. Na realidade, chamo-a pelo próximo fim de semana.
— Fim de semana? —repetiu Gina.
—Sim. Trata-se de uma escapada às montanhas.
— Às montanhas?
—Parece um papagaio — brincou ele — Tem algo importante planejado desde sexta-feira até no domingo?
—Bom, eu... Não, quer dizer, nada muito importante...
—Bem. Já esquiou alguma vez?
— Em Kansas? —replicou ela, um pouco mais tranqüila—. Acredito que as montanhas são essenciais para praticar o esqui.
—Efetivamente. Bom, não importa. Ocorreu-me uma idéia para umas fotografias. Tinha imaginado uma formosa dama brincando na neve. Tenho uma casa nos Adirondacks, perto do lago George. Seria um fundo muito formoso. Assim, poderemos combinar os negócios com o prazer.
— Poderemos?
—Não há necessidade de alarmar-se -assegurou ele, com certa ironia—. Não vou seqüestrá-la para levá-la a natureza selvagem e seduzi-la, embora a idéia tem possibilidades interessantes -acrescentou, com uma gargalhada—. Sinto que está se ruborizando ao outro lado da linha telefônica...
—Muito gracioso —repôs ela. Zangava-a que pudesse ler suas reações tão facilmente— De fato, estou começando a recordar um compromisso muito urgente para o fim de semana, assim...
—Um momento, Gina. Lembre-se que ainda temos um contrato. Meus direitos sobre você duram ainda dois meses. Você queria voltar a trabalhar e eu estou dando uma oportunidade.
—Sim, mas...
—Não tem mas... Deixe livre o fim de semana e relaxe. Estará bem protegida contra minhas tentativas de sedução. Neville e Luna vão vir conosco e Bud Lewis, meu diretor artístico, se reunirá conosco mais tarde.
—Oh —respondeu ela. Não sabia se ficava aliviada ou desiludida.
—Eu, a revista, vamos proporcionar o equipamento adequado para a neve. Pego você às sete e meia da manhã da sexta-feira. Espero que esteja pronta.
—Sim, mas...
Gina olhou o telefone com uma mescla de irritação e antecipação. Harry tinha desligado. Não lhe tinha dado a oportunidade de lhe fazer perguntas nem de formular uma desculpa razoável para recusar sua oferta. Deixou o telefone e deu a volta, para encontrar-se com o rosto de Mione, que a interrogava com o olhar.
— O que foi tudo isso? Parece completamente atônita —lhe disse sua amiga.
—Parto este fim de semana par as montanhas.
—Às montanhas? Com o dono dessa voz tão fascinante?
—Trata-se só de uma reportagem —respondeu ela, tratando de manter um tom casual de voz— Era Harry Potter. Haverá mais projetos—acrescentou.
— Uiii! Se eu fosse você me PROJETAVA em cima dele isso sim!
— Mione!!! VOcê é uma mulher comprometida!
— Comprometida sim, amiga, não morta! - Riu-se hermione. — É agora que você e o bonitão dão veracidade ao efeito estufa! Esse fim de semana o gelo da montanha vai derreter com esse fogo contido de vocês!!! Ah se vai!
Gina limitou-se a rir da piada da amiga. "Tomara que você esteja certa Mi!" - Pensou ela.


***********Nota da Autora:

Não me maaaaateeemmmmm!!!!
Huauahua!! É que depois do BBB eu vejo na multishow! Aí quando voltie pro pc minha maninha tava jogando The Sims,... Aí pentelhei, pentelhei, expulsei ela e agora pronto! UFA! POSTEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII! huahuauahua

Beijoscassss

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