<p>Uma suspeita se mostra real

<p>Uma suspeita se mostra real



Cap-03-Uma suspeita se mostra realidade.

NOTA DAS AUTORAS

Bem gente pedimos mil perdões pela demora sabemos que isso é um tremenda falta de respeito,mas é tivemos uma serie de complicações e o pior deles foi o bloqueio da Athena,pedimos mais uma vez pelo perdão e compreensão de vocês,e não preocupem pois o próximo cap não vai demorar tanto assim ela já esta em andamento.

Pedimos desculpas também pelo tamanho do capitulo,mas como já disse com o problema de bloqueio e mais o meu pc que foi reformatado e acabei perdendo boa parte do iria nesse cap ¬¬’ acabou que resolvi postar logo,para acabar com a aflição de vocês.

Atenciosamente e carinhosamente Perséfone,Athena e Ash.

Tenham uma boa leitura.

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-Quem é você?

-Alvo Dumbledore. –o senhor respondeu ao mesmo tempo em que vários raios se chocavam contra a redoma fazendo com que centenas de fagulhas coloridas preenchessem o contorno dele, dando-lhe uma aparência irreal.

Athena deixou o guia da cidade de Londres, que havia pegue no hotel, cair no chão; Júlio estava literalmente de boca aberta; Perséfone tentava balbuciar palavras desconexas; Loui olhava dos amigos para o velho bruxo e novamente para os amigos, tudo estava fora de controle e ele não gostava de se sentir acuado, ele –assim como sua mãe- gostava de ter tudo sobre controle, foi quando um pio agudo os despertou e fez com que olhassem para o caos instaurado ao redor.

Tudo, em seguida, aconteceu muito rápido; algumas luzes verdes vinham rapidamente na direção deles, quando uma barreira de pura terra e concreto,se ergueu do chão, impedindo o impacto fatal e uma belíssima ave vermelha e dourada pousava no ombro do homem a frente deles.

-Preciso tirá-los daqui. –ele disse puxando uma varinha de dentro das vestes e com uma sacudidela, fez surgir do nada uma haste de ferro. –Portus. –ele disse, fazendo o objeto de metal emitir um brilho azulado. –Por favor, segurem. –ele pediu.

Júlio olhou para tudo, como se estivesse em um algum tipo de sonho muito louco, olhou para o lado e viu que sua prima hesitava. Perséfone o olhava desconfiada, mas sentia uma estranha segurança emitir do senhor a sua frente,uma segurança que só sentiu com apenas uma pessoa... Uma pessoa que a muito havia sido obrigada a se separarem, Hades, o nome ecoou na mente dela, fazendo-a engolir em seco, piscou rapidamente ao sentir os olhos marejarem e desviou o olhar para a amiga.

Athena mordia o lábio inferior, habito que pegara da amiga de tanto a ver fazer o gesto quando estava nervosa, olhou nos olhos azuis atrás dos oclinhos dourados em forma de meia-lua e sentiu um estranho bolo na garganta, olhou para o lado e viu que a amiga tinha os olhos levemente avermelhados, ela conhecia Perséfone bem de mais, embora ambas fizessem parte da vida uma da outra há apenas pouco mais de dois anos, ela sabia que a amiga estava se segurando para não chorar e parecer fraca, mas... Por qual motivo? Respirou fundo e como se houvesse sido uma conversa silenciosa os três brasileiros seguraram a haste ao mesmo tempo, ela notou que Loui e Cat já estavam segurando o objeto.

Sentiram um puxão no umbigo, como se alguém estivesse fisgando-os de dentro deles próprios, o chão sumiu momentaneamente e quando voltaram a senti-lo caíram em um baque surdo, uns por cima dos outros.

-Gente... Eu não sei vocês... MAS EU PRECISO RESPIRAR! -Perséfone gritou no chão, agüentando o peso de todos sobre o seu corpo, fazendo-o todos pularem de cima dela.

-Desculpe. –todos pediram ao mesmo tempo. –Você está bem? -Loui perguntou se levantando e oferecendo a mão para ajudá-la a levantar, ajuda que foi repudiada por ela, que estava com uma expressão fechada e muita concentrada em olhar para o chão.

-Não preciso da ajuda de ninguém para me levantar, sei me erguer sozinha. –ela disse ríspida, afastando a mão do francês e se levantando começando a andar silenciosamente pelo local observando tudo em cada detalhe.

-Hades. -Athena murmurou ao observar a atitude da amiga e sentir que a frase que ela proferira tinha um duplo sentido, respirou fundo e já prevendo o que vinha adiantou-se na direção dela, fazendo um gesto com a mão indicando que ela cuidaria de tudo, olhou para o primo e passou o dedo direito no pulso esquerdo, sinalizando o que estava acontecendo fazendo-o aproximar-se também. –Pê. –ela chamou a amiga em um tom que ela só usava para essas ocasiões especiais, e foi terminantemente ignorada pela amiga. –Perséfone. –ela voltou a chamá-la, viu a amiga ir para o outro lado do lugar sem olhar para nada que não fosse o chão e foi em direção a uma janela, a viu colocar ambas as mãos no para-peito e com um impulso, sentar-se com as pernas encolhidas, abraçando os joelhos e afundando o rosto nos braços.

Os primos olharam para Loui e Catherine que olhava aos movimentos deles em total incompreensão, analisando-os com cautela e silenciosamente, suspiraram ao mesmo tempo, gesto que fez o francês e a guia erguerem as sobrancelhas. Athena e Júlio foram até a amiga e a fizeram virar-se para dentro da sala e se abraçaram silenciosamente.

-O que aconteceu para te fazer lembrar? -Athena sussurrou para a amiga.

-Eu... Eu senti... A mesma força... A mesma... –Perséfone começou mais as lágrimas que ela havia impedido de caírem no centro de Londres, agora a venciam e a forçavam a ficar calada.

-Você sentiu que estava protegida, sentiu a mesma força... O mesmo carinho. –Athena mais falou pela amiga do que perguntou, e suspirou, novamente, junto com o primo, ao senti-la balançar a cabeça em uma afirmativa emocionada. –Pê... Você sentiu isso... Vindo daquele senhor? -e novamente ela confirmou. –Então podemos confiar nele. –ela disse em um murmúrio aliviado, abraçando a amiga mais fortemente e sendo abraçada de igual maneira tanto por Júlio como por Perséfone.

Eles ficaram naquela posição até que Perséfone se deu conta do desconforto que estava provocando aos amigos e se afastou, deixando a mostra o rosto, antes branco, agora avermelhado e levemente inchado,passou as pontas das duas longas mangas no rosto secando-o e tirando a sombra preta que usava,respirou fundo e pulou da janela, sentiu-se levemente tonta e fechou os olhos, foi quando sentiu um par de braços fortes lhe segurarem pela cintura, abriu os olhos e viu Loui próximo a ela, ela forçou um meio sorriso ao amigo e murmurou um desculpe, ele apenas balançou a cabeça como se a pedisse para esquecer, olhou ao redor e viu Athena sentada em um sofá firmou-se em pé e agradeceu ao francês com um aceno de cabeça, caminhou até a amiga e deitou-se com a cabeça no colo dela, fechou os olhos ao senti-la afagar-lhe a cabeça e logo adormeceu.

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Athena não gostava de ver a amiga daquela forma, poucas vezes vira Perséfone derramar uma única lágrima, nem quando ela era praticamente obrigada a passar dias fora de casa, e agora estava com a amiga com a cabeça apoiada em seu ombro, se debulhando em um pranto silencioso e dolorido, sentia toda a dor dela, como se fosse sua própria. Ao seu lado, ela sabia seu primo também sentia o mesmo, eles nunca souberam dizer o porquê, mais sempre sabiam o que outro sentia, mesmo que fosse apenas uma ínfima parte.

Ela saía da aula extra de física, estranhamente se sentia furiosa, encostou-se à parede e ficou esperando o primo sair da aula de reforço de português o viu se aproximar soltando fogo pelas ventas e começou a atravessar a quadra principal em direção ao portão de saída e em instantes foi alcançada por Júlio.

-Athena! -um garoto gritou do outro lado do pátio,quando eles já estavam quase saindo,ela suspirou impaciente e se virou. –Oi... Eu queria saber... Você está sabendo da festa de inicio de ano? -ele perguntou sorrindo presunçoso.

-Sim estou, eu...

-Quer ir comigo? -ele perguntou interrompendo-a e depois soltou um risinho de escárnio. –É claro que quer que garota não gostaria de ir comigo?! -ele disse prepotente, fazendo-a lembrar de Gilderoy Lockhart. –Eu te pego em casa as oito tudo bem?

-Eu não vou com você. –ela disse impaciente. –Agora tchau. –ela disse dando as costas.

-Espera aí! Você não pode me dar o fora, eu dou o fora! -ele disse segurando o braço dela e virando-a, a fazendo soltar um gemido de dor devido à força que ele a segurava.

-Solta ela. –Júlio disse com uma calma fria e calculada. –Solte agora! -voltou a mandar, vendo que o garoto não queria soltar a prima.

-Smith, vai cuidar da tua vida, meu assunto é com a sua amiga. –o garoto disse olhando o moreno como se ele fosse um verme.

-Júlio... –Athena chamou o primo em um claro pedido de ME TIRA DAQUI AGORA!

-Eu vou te dar mais uma chance, solte-a. - ele disse olhando o garoto de modo superior, fazendo a prima ter a impressão de sentir uma onda de poder emanar dele.

-Só depois que eu conversar com essa aqui. –o garoto disse, se referindo a Athena como se ela fosse uma qualquer, e aquilo definitivamente foi um grande erro.

Júlio jogou a mochila, que estava apoiada apenas no ombro direito, no chão com força e deu um belo gancho de direita no queixo do rapaz levando-o ao chão com a boca sangrando, ele se virou para a prima e ela viu um leve tom prateado nos olhos, ele fechou os olhos com força e ao abri-los ela não viu o prateado.

Foi apenas uma ilusão de óptica, você anda lendo muita fanfic Athena. Ela balançou a cabeça e já ia saindo quando sentiu uma lufada de ar e ouviu Júlio gemer, olhou para o lado e viu seu primo e o garoto, que a chamara para sair, aos murros no pátio principal.

-Que foi isso? -ela ouviu a voz da amiga ao lado dela.

-Esse cretino queria me obrigar a ir com ele no baile. –Athena disse, fazendo a amiga levantar as sobrancelhas. –Aliás... Porque a senhorita preciso-de-nota-em-física não veio para a aula? -ela perguntou.

-Você está bem?Você nunca chamou ninguém de cretino... O seu máximo sempre foi imbecil, e mesmo assim só quando está de piti! -a garota falou em um tom mais irônico que o normal, ignorando a pergunta sobre a falta dela, Athena a olhou e a viu de cabelo solto.

-Tira o cabelo do rosto. – ela falou, ainda sentindo o estranho sentimento de raiva, ela viu a amiga voltar a olhar para a briga e a ignorar. –Tira o cabelo do rosto, Perséfone.

-Para que isso? Eu sei que você me ama querida, mas daí a querer dar chilique só por causa do meu novo penteado?! -ela desviou o assunto e o olhar, em um tom mais do que irônico.

-Tira. –ela mandou uma ultima vez, e sentiu a raiva piorar ao ver o motivo do cabelo no rosto. –Quando foi...

-Sabe... Só um conselho... Nunca jogue verdades na cara de alguém maior que você quando esse alguém estiver completamente bêbado... Nem faça insinuações. –Perséfone disse ao ver a expressão da amiga ao ver a sua bochecha roxa, o canto direito dos lábios e o canto da sobrancelha direita com um pequeno corte e resquícios de sangue. –Minha mãe não tava em casa, se é isso que você quer saber. – ela disse ao ver Athena abrir e fechar a boca. –Mas veja pelo lado bom. –ela forçou um sorriso sarcástico para esconder a revolta e a dor que estava refletida nos olhos castanhos, e mais uma vez ela teve a impressão de ver um tom de cor diferente, só que diferente dos olhos do primo, o que ela viu foi um tom de verde meio musgo. – O Júlio vai ficar bem pior. – ela disse, trazendo de volta a mente da menina a confusão que naquele momento estava sendo interrompida por dois professores e a diretora. –Além dos ferimentos... Ele vai ser suspenso... No mínimo.

-Quando a sua mãe vai chegar? -Athena perguntou se dirigindo com a amiga para a sala de espera da diretoria, enquanto ligava para casa com o celular da amiga.

-Semana que vem... Ela foi com os pirralhos dos meus primos lá pro meu avô, ele está doente e ela foi ver como ele está. –ela disse ajeitando o cabelo para cobrir melhor os ferimentos. – Fica fria, eu peguei o cartão de crédito daquele bastardo, acho que vou... Sei lá... pra um hotel. – ela disse dando de ombros.

-Você pode ficar lá em casa, como da última vez. –Athena voltou à fala e depois olhou para a amiga e perguntou. –Porque a sua mãe não se separa? -Perséfone ficou em silencio, encarando a parede de acrílico, onde se podia ver a coordenadora do anexo em que eles estudavam, na frente delas. –Perséfone... Você conta para ela não conta?

-Minha mãe já tem problemas demais. –foi tudo o que a garota disse antes de se levantar e sair do colégio a passos pesados e firmes a cabeça, sempre erguida, estava baixa, deixando a amiga sozinha e confusa com o celular a meio caminho do rosto.

Suspirou resignada, quando a amiga afastou-se a permitindo sair da posição desconfortável, caminhou até o sofá que ela havia visto em um canto e se sentou enquanto a amiga pulava da janela e quase caiu pela leve tontura-se recriminou, esqueceu que quando ela chorava costumava ficar tonta - a viu caminhar até ela e deitar-se no sofá colocando a cabeça no seu colo, começou a afagar-lhe os cabelos, ela bem sabia o quanto à amiga era forte e ter visto a máscara de alegria e ironia dela ruir a fez sentir-se temerosa, Perséfone nunca se deixava abalar por coisa pouca, tanto que no colégio era um verdadeiro caos quando algo a deixava fora de si.

Desciam à escada que levava até o laboratório de química, quando umas meninas passaram por elas, quase derrubaram Perséfone e continuaram o caminho enquanto riam do acidente que quase provocaram, chegaram na sala de informática e ela sentiu que algo iria acontecer, a amiga a puxou para se sentarem no fundão como sempre faziam. Athena olhou para as meninas que praticamente atropelaram a morena na escada e as viu rindo e apontando para elas, sentiu um frio subir-lhe a espinha e respirou fundo "Isso não vai dar certo!" pensou enquanto via a amiga sorrir-lhe e morder o lábio inferior ao mesmo tempo “Deus tenha piedade!" ela suspirou pesadamente, ao ver o gesto traquina da amiga.

A aula foi calma, se fosse tirar o fato que as garotas ficavam todo o tempo mandando mensagens para elas, chamando-as de todos os tipos de ofensas possíveis, quando faltava pouco mais de cinco minutos para o termino da aula a diretora entrou na sala com uma expressão lívida, instintivamente ela puxou Perséfone e sussurrou nervosa.

-Me diz por tudo que é sagrado que você não fez o que eu tô pensando! –estremeceu ao ouvir uma risada baixa e irônica da amiga, ao mesmo tempo em que ela viu novamente o tom de azul puxado para o lilás no olhar da amiga.

-Professor David, poderia, por favor, ver que computador foi usado para mandar mensagens para o meu? -a mulher perguntou em alto e bom som, fazendo todos os alunos se olharem, devido à intensidade do olhar da mulher que estava à frente da turma.

-Claro Sra.Isabelle. – professor disse indo até o computador de uma das meninas que minutos antes estavam agredindo virtualmente a ela e a Perséfone, depois olhou para elas com o rosto em uma expressão raivosa e chamou a diretora.

-Mas o que significa isso? - a diretora perguntou olhando para elas. – Já não bastasse ficar me mandando mensagens ofensivas, também agridem a suas colegas de classe? Não vou admitir condutas desse tipo, senhoritas Leben e Lancaster, gostariam de fazer reclamações com relação aos recados que receberam?

-Por mim, não. – Perséfone disse em um tom desinteressado, fazendo Athena a olhar como se a amiga estivesse louca. – Elas não me atingem, me atingiria se o que disseram fosse verdade.

-Você é realmente uma pessoa impressionante minha querida. – a diretora disse, com um olhar mais suavizado para a morena e depois olhou para ela, Athena. – E você minha querida?

-A Perséfone tem razão, faço das palavras dela, minhas. –ela respondeu recebendo um pequeno sorriso da diretora.

-Vocês são umas verdadeiras damas, queria tanto que todos desse colégio fossem como vocês. – ela disse e depois se virou para as meninas, que se olhavam sem entender nada. –Vocês... Venham comigo, vou ligar para seus pais e vamos ter uma longa conversa. – ela disse saindo da sala levando as meninas, sob um pequeno sorriso sarcástico por parte de Perséfone.

-Pê...

-Eu não ligo que mexam comigo, que me derrubem escada a baixo, mas não mexam com meus amigos. – ela disse em um sussurro e depois voltou à atenção para o computador à frente dela.

Ouviu a porta se abrindo e virou o rosto para ver o senhor que se dizia ser Alvo Dumbledore, entrar na sala, ela ia acordar a amiga, mas ele levantou a mão pedindo-a para que se deixasse à amiga descansar.

-Bem... Vocês não devem estar entendendo nada. – ele começou, Athena percebeu que ele olhava para Perséfone, abaixou o rosto e viu que a amiga estava olhando fixamente nos olhos do senhor.

- Você é mesmo Dumbledore? - perguntou Perséfone desconfiada – Não é nenhum ator contratado pela editora pra fazer a gente de besta? - completou com desdém.

O senhor sorriu gentilmente e lançou um olhar doce que transmitia confiança.

-Sim, sou Alvo Dumbledore, aquele que vocês conhecem como um grande mago e que até alguns minutos atrás não passava de um personagem de um livro...

-Prove. - disse Perséfone em tom desafiador.

-O que posso fazer para lhe provar que realmente sou Dumbledore? - perguntou o senhor com uma confiança impressionante.

-Hum... - ela pensou durante um tempo. - Sei lá, faça algum feitiço, mas nada de truques baratos!

- Perséfone... - falou Athena como que pedindo para que a amiga se acalmasse.

-A qual é? Uma coisa é a pessoa ser de confiança, a outra é dizer que é Alvo Dumbledore!

-Mas ele é Alvo Dumbledore... - falou Loui entrando na conversa ao perceber que as meninas pareciam ligeiramente nervosas enquanto que Júlio aparentava estar em estado de choque – O maior mago da atualidade e diretor da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts! Qualquer trouxa entenderia!

- Acho que eu sei o que está acontecendo... - finalmente Júlio se manifestou, todos se voltaram para ele – Nós estamos mortos! Nós morremos!

- Como? Estamos mortos? - perguntou Athena incrédula ao primo, agora ela começava a se preocupar.

-É! Estávamos passeando... A explosão... Foi um homem bomba! É isso! Um homem bomba! Das duas uma, ou eu morri, ou estou num hospital em estado de coma... - falou pensativo, Athena respirou fundo e encarou Júlio.

-Júlio... Acho melhor você ficar calado... - disse balançando a cabeça, Loui fez uma careta sem acreditar no que o garoto acabara de dizer, depois de um tempo se conformou, afinal, ele era um trouxa e não devia estar acreditando no que acontecia.

-Muito bem Sr. Dumbledore... - Athena tornou a falar com ele – Eu e meus amigos sempre soubemos que não éramos exatamente normais... Principalmente o Júlio em alguns casos... Mas mesmo que fosse verdade, que o mundo da magia realmente existe, por que não enviaram alguém do próprio ministério da magia?Se é que ele existe... - disse sensatamente, ela parecia ser a única que ainda estava em seu estado normal além de Loui.

- Por que no momento, minha cara, não é conveniente que o ministério saiba de certas coisas... Inclusive da existência de vocês... - explicou com seu eventual tom calmo e ao mesmo tempo misterioso que sempre usava para explicar as coisas dando a entender que tudo ia mais além do que aparentava.

-E o que exatamente significa nossa existência? - ela fez a pergunta pela qual todos os presentes queriam saber a resposta. - O que está acontecendo?

Athena não sabia se aquilo era sonho ou real, sempre tivera sonhos em que se encontrava em situações parecidas com aquela, alguém aparecendo para lhe revelar algum segredo. Tentava se manter no controle, embora fosse quase impossível, procurava tentar manter a razão para poder seguir adiante com aquele diálogo.

- É uma longa história Srta. Lancaster... Saberão aos poucos no devido tempo, a única coisa que posso dizer por enquanto é que vocês nunca estiveram onde deveriam estar e sei muito bem que já sabiam disso. - respondeu encarando-a pelos oclinhos de meia lua. - Falar tudo agora não é conveniente, seria muita informação para um único dia, sem contar o fato de que ainda não tenho conhecimento de tudo.

- Tudo... - sussurrou Perséfone que parecia estar em outro lugar.

- Está dizendo que nós somos bruxos? - perguntou Athena ligeiramente surpresa.

-Sim... - respondeu com um amigável sorriso.

-Eu realmente estou em coma profundo, numa UTI em Londres entre a vida e a morte... - comentou Júlio completamente aéreo a tudo o que acontecia, na verdade, ele estava prestando atenção, contudo, não era capaz de acreditar ou raciocinar a respeito daquelas informações.

- Acho que vocês já sabem a verdade, devem estar se perguntando o porquê de eu estar aqui, já que esta é uma notícia que poderia ser dada por qualquer um...

- Era exatamente isso o que eu estava pensando agora... - falou Perséfone.

- Me deixa entender... Foi tudo uma armação? - falou Athena que dessa vez se levantara e começara a andar de um lado a outro pelo lugar – O sorteio, a promoção, a viagem, o Loui...

-Êpa! - protestou o francês – Eu juro que nem sabia do esquema! A Cat me contou depois que vocês eram bruxos! Eu fiquei surpreso pra caramba...

- Ele realmente não sabia... - confirmou Dumbledore – Mas a mãe dele sim!

- É o quê?! - o francês perguntou surpreso com a informação.

- É uma longa história Sr. DeNavue. - limitou-se a falar o mago.

- Entendo... - disse Athena pensativa com a mão no queixo – Até mesmo o fato de nossos nomes ter aparecido diferentes no passaporte...

- Nome alterado no passaporte? - perguntou Júlio viajando na maionese.

- Ora Júlio, não vai me dizer que não reparou? No registro de nascimento, nossos nomes são respectivamente Júlio Nogueira Smith e Athena Nogueira Lancaster, contudo, nos passaportes está constando apenas os sobrenomes Smith e Lancaster, ou seja, os nomes de nossas mães foram “deletados” se é que me entende...

- Eu não havia reparado nisso... - falou olhando para o teto.

-Me diz uma novidade? -Perséfone comentou acidamente, recebendo um olhar indignado de Julio e um repreensor de Athena.

- Como os nossos pais são de origem americana, temos um dos sobrenomes em inglês. – explicou, resolvendo ignorar o comentário da amiga. – Isso deve influir em alguma coisa, com o sobrenome Nogueira retirado, é como se não fossemos parentes. - concluiu.

- Realmente é esperta... - disse Cat – Pensei que não havia reparado no passaporte, afinal, mal tocaram neles...

- A princípio pensei que tinha algo a ver com a burocracia, achei estranho e não comentei, mas acho que agora as peças começam a encaixar... Embora eu tenha certeza que esse quebra-cabeça vai aumentar cada vez mais... - disse direcionando-se a Cat e Dumbledore – E os nossos pais? - ela perguntou um pouco preocupada.

- Por hora Srta. Lancaster, é melhor que saibam apenas disso... Devem estar exaustos pelo dia que tiveram, devem ir para um lugar seguro... - falou num tom sábio como se medindo as palavras.

- Vamos ter que deixar o hotel...? - perguntou Júlio num tom pesaroso, havia adorado a decoração, a caminha fofinha, a banheira de hidromassagem...

- Sim Sr.Smith, terão que deixar o hotel. - confirmou o bruxo.

- E pra onde vamos? - perguntou Perséfone preocupada

- Ficarão aqui... - respondeu o sábio bruxo.

- E onde é “aqui”? - perguntou, afinal, tinha o direito de saber onde raios estavam!

-Estamos em um cômodo do Caldeirão Furado, passarão a noite aqui e amanhã partirão para outro lugar. - explicou.

- Passar a noite aqui?! - perguntou Loui arregalando os olhos – Não posso! De jeito nenhum! - reclamou um pouco nervoso – Minha mãe me mata se eu passar a noite fora! Ainda mais sem avisar!

- Não se preocupe Sr. DeNavue, sua mãe já sabe que passará a noite aqui. - falou para tranqüilizar o garoto.

- Fico mais calmo nesse caso...

- Vou sair por um instante, quero que fiquem aqui, Srta.Kalahan, por favor, cuide deles para mim...

- Pode deixar! - disse fazendo sinal positivo com o polegar.

O bruxo saiu do compartimento deixando os jovens sozinhos, todos estavam muito cansados pelo corrido dia e um pouco confusos com tudo, jamais passou pela cabeça deles que tudo aquilo poderia acontecer um dia. Perséfone ainda estava calada, parecia que se encontrava no mundo da lua, levantou-se e foi em direção à janela sem dizer nada, outro que estava em aparente estado vegetativo era Júlio, este só voltaria ao normal quando comesse alguma coisa. Loui ainda se encontrava um pouco surpreso, mas nem tanto, já suspeitava daquilo, com exceção da parte em que sua mãe já sabia de algo. Athena agora estava sentada no sofá e observava Perséfone um pouco apreensiva.

- Vou buscar um copo com água... - anunciou Catherine que logo em seguida se retirou.

- Que coisa... - falou Athena e logo em seguida deu um longo suspiro, ainda achava que estava sonhando, era normal sonhar com aquela situação.

- Deve ser meio difícil não é? - Loui sentou-se ao lado da garota – Crescer acreditando que você é uma pessoa normal e de uma outra pra outra alguém aparece e faz uma revelação dessas...

- Ainda não consigo acreditar... Se bem que... - ela fechou os olhos, lembrou por um instante do comensal da morte que a atacara naquele dia... O cachorro... Será que era Sírius Black?

- Pense que no final das contas pode não ser tão ruim assim. - disse Loui tirando Athena de seus pensamentos – É bom saber usar magia, pode te livrar de inúmeros problemas...

- Eu sei... Da mesma forma que pode me colocar em vários outros...

- Isso também. - refletiu o garoto – Basta saber como lidar com eles.

- Então você também é um bruxo...

- Sou sim... Quando eles vão voltar ao normal? - perguntou lançando um olhar a Perséfone e Júlio. - Estou começando a ficar preocupado...

- Está tudo bem com o Júlio... Já com a Perséfone... - lançou um olhar a amiga.

- Não sei o que está acontecendo, mas acho que é melhor deixar ela um pouco sozinha. - sugeriu Loui. - Pode descansar se quiser, hoje foi um dia daqueles... Te chamo quando o jantar vier.

- Obrigado. - agradeceu Athena, ela olhou o lugar por um instante procurando achar um lugar onde pudesse deitar e então percebeu que o único lugar era o sofá onde ela e o francês estava sentado, e se ela quisesse descansar das duas uma; ou o garoto teria que sair para ela deitar ou ela teria que deitar com a cabeça no colo dele, esse pensamento fez uma estranha sensação de várias borboletas no estomago surgir, pensou melhor, deveria ficar ali. – Descanso depois. - respondeu.

Passaram-se alguns minutos, Cat reapareceu com uma bandeja que continha uma jarra com água, outra com suco e uns sanduíches, colocou a bandeja na mesinha que havia no centro da sala. Como que por milagre, Júlio recuperou a consciência e foi o primeiro a saltar rumo ao lanche.

- Nossa! - exclamou Loui surpreso com a velocidade com a qual Júlio se recuperara do estado de choque

- Eu disse que ele tava bem. - disse Athena pegando um sanduíche e procurando esquecer a sensação que havia tido há pouco tempo.

- Estou vendo. - comentou Loui ainda surpreso. -Mas e a Perséfone?

- Acho que ela não vai querer nada... -Athena falou pensativa.

- Tem certeza? -o francês perguntou.

- Acho que sim... Perséfone vem comer! -a morena chamou a amiga.

- Não to com fome. -a garota disse sem olhar para a amiga.

- Come logo menina! - reclamou Cat bastante irritada.

- Eu já disse que não estou com fome! -ela exclamou, virando-se para eles e deixando-se escorregar até o chão.

- Você vai ficar doente! -Loui disse. -Come alguma coisa... Só um pouco.

Athena olhou para a amiga e viu que realmente não adiantaria força-la a comer nada, conhecia a amiga o suficiente para saber que ela era cabeça dura o suficiente para conseguir o que queria quando estava determinada, mas ela era muito mais quando queria.

- Perséfone... -Athena começou. -Ou você come...

-Ou o que? -Perséfone a desafiou.

- Ou eu confisco o seu computador! -ela disse, vendo satisfeita a amiga se levantar e pegar um sanduíche em pouco tempo, enquanto Júlio devorava o quarto sanduíche.

- Eu pensei numa coisa... -Júlio começou com a boca cheia. -Se somos bruxos... E estamos no caldeirão furado... Por que não vamos dar uma volta no Beco Diagonal?Ainda tem sol... E ainda falta um pouco pra nove da noite!

-Tem certeza que foi você que pensou isso? -Perséfone perguntou, deixando metade do sanduíche de lado, mas logo o pegou novamente ao ver o olhar de Athena.

Catherine olhou para os adolescentes e depois pensou um pouco sob o olhar ansioso deles, andando de um lado para o outro do cômodo.

- Está bem... Mas vocês vão ficar perto de mim e qualquer problema vocês vão correr direto para o Caldeirão!Fui clara? -a mulher propôs aos jovens.

- Foi! -eles concordaram imediatamente.

Catherine guiou-os até os fundos do bar e retirou uma varinha de um dos bolsos laterais da calça jeans, bateu no terceiro tijolo, fazendo a passagem se abrir, deixando o mundo bruxo a mostra para os 'ex-trouxas'. A reação foi à mesma para Athena, Júlio e Perséfone, os três amigos deixaram os queixos literalmente caírem.

-Como eu disse... Eu estou em coma e estou tendo um sonho muito bom... Na verdade, maravilhoso! -Júlio disse.

- Deixa de besteira, Júlio! -as duas brasileiras exclamaram.

- Se você quiser eu posso te deixar em coma de verdade. -Loui se ofereceu.

-Não obrigado. -ele disse com um sorriso amarelo.

Caminharam pelas lojas observando tudo ao redor, tudo era exatamente como nos livros, cada loja, cada plaqueta tinha claramente magia agindo sobre elas, as pessoas pareciam desconfiar de todos, olhavam desconfiados para os lados, como se a qualquer momento um feitiço fosse ser lançado nas suas costas.As crianças andavam coladas as sua mães ou a seus pais,sempre andando aos pares ou em grupos maiores,o terror de uma possível segunda guerra contra o Lorde das Trevas já fazia efeito, causando temor nas pessoas.

- O medo da guerra já afeta a todos. -Cat comentou. -Antigamente o Beco Diagonal era lotado... Agora... Está praticamente vazio. -completou enquanto andavam em direção a única multidão que existia naquele lugar. -Aparentemente, a única que resistiu a isso foi à loja dos gêmeos Weasley!

- Você não está querendo comparar os gêmeos com os outros mortais... Está? -Perséfone perguntou, aparentemente tomando as dores dos ruivos, mesmo assim, Athena notou, o brilho nos olhos da garota havia sumido.

Conheceram as lojas onde iriam comprar seus materiais e roupas, nenhum deles ainda sabia como conseguiriam dinheiro para aquilo... Já que até para os padrões de Perséfone eles gastariam bastante, ou então eles seriam bolsistas... Ainda não sabiam, falariam com Dumbledore depois, voltaram para o bar-hospedaria quando já estava anoitecendo e encontraram o velho diretor a espera deles.

- Achei que vocês iriam querer conhecer sobre tudo que leram... Ou pelos os que poderão e o que for seguro para vocês. -ele disse se referindo aos lugares perigosos que apareciam nos livros, como a sala da morte no ultimo livro.

- Professor Dumbledore. -Athena começou, estranhando o fato de estar dizendo aquilo. -Como vamos pagar por tudo?Nós não temos dinheiro... Nem mesmo a Perséfone... Mesmo a gente tendo plena consciência que o cartão de crédito do pai dela não seria problema no mundo dos trouxas... Mas no mundo dos bruxos...

- Não se preocupe com isso, senhorita Lancaster... Foi justamente esse assunto que fui resolver, quando sai daqui mais cedo. –Amanhã vocês receberão o dinheiro para fazerem suas compras. –completou, Athena olhou para a amiga e notou que nem mesmo com aquela notícia ela se alegrou um pouco, ficou preocupada, mas resolveu esperar mais um pouco, a outra brasileira ainda deveria estar confusa com os próprios sentimentos.

- Mas, como vamos explicar para as nossas famílias?Sabe, eles vão ficar preocupados quando a gente não voltar no final do mês? -Perséfone perguntou, lembrando a amiga o susto que sua mãe teria ao saber que o seu interesse por mistérios e magias antigas finalmente tinha uma explicação, mesmo que fosse completamente ‘irracional’.

- Bom... Eu achei que suas famílias gostariam de saber que vocês fizeram um concurso e ganharam bolsas de estudos aqui! -o bruxo disse, olhando-os por cima dos oclinhos de meia-lua e sorrindo serenamente para os três jovens. -Bom, o dia foi cansativo e creio que estão querendo descansar as suas malas já estão em seus respectivos quartos, acho que não haverá problemas em vocês dividirem os quartos por enquanto.

O jantar ocorreu normalmente, nada de conversas, estavam sem acreditar ainda no que havia acontecido. Ao terminar o jantar, tomaram banho e trocaram de roupa. Loui teve que usar um pijama de Júlio, os dois garotos dividiram um quarto. Já Perséfone, Athena e Cat dividiram outro. Poderiam virar a noite conversando a respeito do ocorrido, dizer que não acreditavam ou fazer planos, mas não, simplesmente dormiram, suas cabeças estavam cheias tentando imaginar como seria tudo dali para frente. Embora os três amigos não soubessem Dumbledore, olhava para uma antiga tapeçaria no cofre mais profundo e mais protegido de Gringotes, juntamente com o duende chefe.

-Essa tapeçaria vem se atualizando por entre os séculos, mesmo que essas pessoas jamais tivessem demonstrado poderes mágicos? -o velho bruxo perguntou ao ser ao seu lado.

-Sim... Há uma magia antiga sobre ela, tão antiga que nenhum de nós conseguiu descobrir qual era, tentamos remove-la, mas ela não se moveu nem um milímetro. –o duende explicou, fazendo o mago o olhar. –Não podemos movê-la, mas podemos ver que há uma porta atrás dela. –completou estalando os dedos e fazendo o contorno de uma imensa porta brilhar no centro da tapeçaria.

-Então... –Dumbledore começou,analisando o cofre por completo e suspirando,havia tantos galeões, nuques e sicles ali que ele duvidava que até mesmo o mais extravagante dos seres poderia gastar tudo, sem falar das pedras preciosas e jóias. –Foi por isso que me chamou? Acha que eu conheço o feitiço que age sobre ela? -indagou indicando a imensa peça.

-Exatamente. –o duende disse a contra gosto, a voz fina e irritante, em um tom claramente contrariado. –Quando esse o banco foi feito, tivemos que pedir autorização para a família, você sabe qual, juramos nunca mexer nela... Mas de uns tempos para cá, vês ou outra algo acontece... Como se algo houvesse sido despertado, algo que estava adormecido e trancado aí. –explicou, fazendo o bruxo tocar a tapeçaria, cujos vários brasões e cores se confundiam, mas um brasão em especial lhe chamou a atenção.

-Esse brasão, porque está assim? -Dumbledore perguntou, vendo o desenho emitir várias fagulhas coloridas, como se fossem pequenas estrela de fogo.

-Isso sempre acontece quando um descendente muda de nome sem ser por casamento, tem seu destino interrompido, ou é mantido sobre ou o feitiço império ou uma poção de amor muito forte. –o pequeno e irritante ser respondeu. –Mas no caso desses aí. –indicou o brasão. –Foi tudo ao mesmo tempo. –disse, fazendo o diretor da Hogwarts o olhar assombrado.

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O dia amanheceu todos demoraram a acordar, Júlio provavelmente achando que seria acordado por uma enfermeira, Perséfone estava deprimida demais para levantar cedo, os únicos que ainda tiveram ânimo para se levantar foram Loui, Cat e Athena. Os três tomaram um delicioso café com tudo o que tinha direito.

- Júlio vai se sentir péssimo. - comentou a garota.

-Por quê? - perguntou Loui.

- Por ter perdido o café da manhã.

- Isso não é problema! Depois eu levo um sanduíche pra ele pra comer. - disse enquanto passava manteiga em uma torrada.

- Bem, é você que vai pagar a conta... - falou como se estivesse dando um aviso. - E você Cat, o que vai fazer hoje?

- É verdade, preciso ir até o meu emprego trouxa dar explicações e dizer que estou viva! Está todo mundo feliz pensando que eu morri, mas eu vou dar uma passada lá e pedir demissão, Dumbledore pediu pra eu cuidar de vocês por um tempo né?

- Escuta, nós fomos atacados ontem no meio de todas aquelas pessoas... Como é que vão arranjar alguma desculpa? - perguntou Athena curiosa, realmente queria saber o que aprontariam dessa vez.

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Harry terminava o café da manhã, como sempre, se dirigiu a pia para começar a lavar a louça, não queria conversa com ninguém. Havia sido daquele jeito desde que voltara de Hogwarts, desde que Sírius morrera...

Não falava com ninguém, havia se isolado, limitava-se a ver TV em busca de alguma informação, ou então lia algum jornal pela manhã quando saía para comprar o pão. Era só isso, aquele mês para ele havia sido o mais longo e angustiante de todos. Não contava em receber alguma informação do mundo bruxo, mas também não sabia o que fazer, era um pesadelo, como se estivesse em um sono profundo e desagradável era exatamente isso que sentia.

O pior é que para ele, por estar preso, sentia-se vulnerável a qualquer coisa, sentia-se preso, fraco, um inútil... Balançou a cabeça, não podia se sentir daquela maneira, logo, logo estaria de volta para seu lar... Mas... E se não voltasse? E se estivesse que esperar o verão inteiro? E se nem sequer voltasse para Hogwarts? Algo interrompeu os pensamentos de Harry, mais precisamente um urro de Tio Valter.

-Malditos Terroristas! - falou irritado num tom de voz mais alto que o necessário – Será que nem aqui estamos seguros?

-Terroristas? - questionou-se Harry, aquilo era estranho, não se lembrava de ataques terroristas, aquilo o fez sair da cozinha e ir para a sala ver o noticiário.

“Não se sabe ainda as causas da explosão, a única explicação encontrada pela polícia até agora é de que se trata de um atentado terrorista. Muitos feridos se encontram em hospitais e há ao todo cinco pessoas desaparecidas, todos jovens. As vítimas podem ser três brasileiros, um francês e uma inglesa que passeavam pelo local da explosão e que ainda não foram encontrados. A polícia está buscando por informações a respeito dos jovens no consulado brasileiro para saber se ambos tinham alguma relação com grupos terroristas ou problemas com a justiça, o mesmo está sendo feito em relação ao jovem francês, Loui DeNavue, filho de Alfonse DeNavue dono de uma famosa e tradicional rede de restaurantes francesa, quanto aos outros jovens, ainda aguardamos por informações já que a polícia foi proibida de revelar suas identidades para não comprometer a investigação. Mais informações a respeito do atentado terrorista em Londres que fez 30 feridos e 5 “desaparecidos” a qualquer momento em nossa programação.

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Olhou para o horizonte a sua frente, areia... Ouviu um pio agudo e levantou o braço esquerdo, para pouco depois uma belíssima águia pousar em seu braço.

- Olá! Você demorou menina, pensei que também me deixaria. - ele lamentou-se com a ave.

-Lamuriando-se novamente com esse pássaro, capitão? - uma voz grave soou pelo lado dele.

-Pode contar com isso Alteza. - ele respondeu acariciando a cabeça de sua companheira – Voe minha rainha, mais depois volte para mim. - ele disse para a ave.

-Esse pássaro não é ela!

-Não... Mas me consola chamá-la assim... Posso saber o que sua alteza deseja? -perguntou, ainda sem olhar para o príncipe, que havia jurado proteger, ao seu lado.

-Dumbledore mandou-me uma carta... Irei para Londres, mas antes preciso deixar tudo em ordem... Esses Quebrud estão desfalcando muitos batalhões... Jamais confiei neles, mas nunca imaginei que se aliariam a Voldemort. –o príncipe falou, soltando um suspiro cansado. –Vou assim que resolver tudo... E quero deixar todos cientes, que na minha ausência você regerá a todos.

-Alteza... –o capitão começou.

-Nem mais nem menos, capitão. –o nobre o interrompeu. –Você é meu melhor amigo... Meu conselheiro e um dos guardiões mais fiel... Só posso confiar em você meu amigo. –completou, fazendo-o finalmente o olhar. –Ambos sabemos a dor de perdemos quem amamos e sei que você nunca me trairá.

-Prefiro a morte a lhe trair, meu amigo! -o guerreiro disse e recebeu um aceno do amigo, puxaram as rédeas dos cavalos e voltaram para o acampamento.

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Sentiu o celular tocar e tirou-o do bolso, no mesmo instante que Perséfone e Julio desciam dos quartos, Athena notou que a amiga estava com olheiras fundas,mesmo que o óculos da garota escondesse um pouco, não sabia o porque da amiga ainda usar aquilo, todos sabiam que o problema de visão dela era praticamente inexistente.

-Alô? -atendeu.

-ATHENA! Graças a Deus minha filha,você está bem?E os seus amigos? -ela ouviu a mãe do outro lado da linha.

-Mãe...estamos bem,não se preocupe,nó...

-Vocês vão voltar imediatamente para o Brasil! -a mulher disse, a interrompendo.

-Mãe, não pode...

-Como assim não podem? -a voz de uma outra mulher soou, percebeu que sua mãe deveria estar na viva-voz e fez o mesmo, chamando a atenção dos amigos. –Como assim não podem voltar? -a mulher insistiu.

-Mãe... Nós fizemos um teste para um colégio aqui na Inglaterra, estamos esperando os resultados, são bolsas integrais, com direito a material, uniforme e tudo mais. –Perséfone mentiu, a garota notou que a voz dela parecia cansada.

-COMO É? -as vozes de três mulheres soaram alteradas. –DE JEITO MANEIRA!

-Mãe. –Julio começou hesitante, pedindo para que sua mãe concordasse, não queria desistir de Hogwarts. –É uma chance de ouro! A senhora não quer que eu tenha uma boa formação? -o garoto apelou e as meninas entraram no mesmo jogo.

-É mãe. –elas disseram ao mesmo tempo. –Além do mais, os melhores alunos ganham bolsas também na faculdade. –Perséfone mentiu,todos a olharam abismados.

-Sem conversa...

-Olha aqui mãe! -Perséfone interrompeu a senhora Leben. –Eu já perdi muita coisa nesse mundo,primeiro foi o Hades e depois Erick,você não vai me tirar essa chance de ter uma estudo descente em um pais de primeiro mundo, e não é por causa de um atentadozinho de meia tigela que eu vou correr para o Brasil!Se não quer me entender o problema é seu,mas eu já perdi muita coisa para abrir mão disso também! -a garota desabafou e em seguida saiu do bar-hospedaria.

-Eu vou atrás dela. –Loui disse.

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