Guerra interior
Capítulo 2:
Guerra interior
Eu estava do lado de fora da sala da McGonagall, esperando que ela nos mandasse entrar, eu a doninha aqui do lado. Eu não entendi o que o Malfoy fez... Primeiro ele me disse tudo aquilo, todas aquelas coisas ruins, tentei tanto não chorar, mas não consegui, e quando comecei, ele enxugou minhas lágrimas. Eu nunca esperava que ele dissesse tantas coisas horríveis, muito menos que me tratasse daquele jeito, muito menos ainda que me fizesse parar de chorar, mas o que eu estou dizendo? Ele é um Malfoy! Nunca se preocupa com as pessoas, despreza sangues-ruins e traidores do sangue..., ou melhor, ele despreza quem ele quiser. Mas é por isso que eu me surpreendi. Nunca imaginei que ele poderia enxugar uma lágrima sequer minha.
Foi tão estranho... eu olhei no fundo daqueles olhos azuis dele e não vi o Malfoy que eu conheço, vi outra pessoa completamente diferente. Pareceu que ele sentia algum remorso ou algo do tipo... Bom, eu vou esquecer isso, afinal, para quê eu preciso me preocupar com isso? Eu me afastei dele e mais algumas lágrimas caíram, e ele estendeu o lencinho e a tonta aqui pegou! Como eu sou idiota! Ele ficou me encarando, os olhos dele não desviavam de mim, e eu me sentia mais estranha ainda. Era como se ele quisesse dizer algo, mas não falava nada. Mas eu percebi que um sorriso começou a se estampar em seu rosto. Nesse momento ouvimos um barulho, Eu senti medo, peguei minha varinha, som de passos pesados começaram, um vulto enorme estava fora da cabine, tentando abri-la, o Malfoy apontou sua varinha para o estranho, que socou a porta e esta caiu quase em cima de nós. E vimos Hagrid. Sim! Eu estava livre do Malfoy! Hagrid me salvou daquele loiro oxigenado. Ele disse que o Harry e o Rony estavam me procurando e ele resolveu ver se eu tinha saído do Expresso de Hogwarts. Ele se assustou vendo que o Malfoy também estava lá. E eu tive que explicar que ficamos presos na cabine. Ele nos trouxe a Hogwarts e disse que a professora McGonagall queria conversar comigo e com o Malfoy. Fomos até a sala dela e agora estamos esperando ela nos chamar.
-Entrem! – a professora disse.
Entramos e a professora apontou para duas cadeiras à sua frente, na qual sentamos.
-O que aconteceu com vocês? – ela começou a perguntar – como ficaram presos naquela cabine?
-Bem, professora McGonagall... – a doninha se pronunciou falando com profundo desprezo – eu não achei nenhuma cabine vaga e assim tive que dividir com a Granger... Pegamos no sono e quando acordamos percebemos que estávamos trancados, tentamos mil feitiços para tentar fazer a porta abrir, mas nenhum funcionou...
-Chegamos então à conclusão de que alguém nos trancou lá, enfeitiçou a porta e nos deixou sem ter como sair. – eu conclui.
-Isso é impossível! O Sr. Potter e o Sr. Weasley disseram que não acharam a senhorita no Expresso.
-Como assim? Eu que não os achei! Procurei eles em tudo que é lugar!
-Você está dizendo que estava naquele trem e que não achou eles, embora eles tenham dito que fizeram o mesmo?-ela dissera me dando medo do que poderia vir adiante. Era impossível que eles estivessem lá no trem.
-Mas e a cabine? Estava trancada. Alguém nos trancou lá! – o loiro oxigenado dissera.
-Muito bem então... Vou tentar descobrir quem fez isso com vocês, espero que não se preocupem quanto a isso. Vou investigar com a máxima cautela – ela disse terminando aquele assunto, me deixando insegura quanto ao desfecho – Agora quero falar sobre a monitoração...
-Desculpe? Monitoração? - Malfoy disse confuso acho que estranhando a repentina mudança de assunto.
-Sim, Sr. Malfoy. Você e a Srta. Granger continuam sendo os monitores de suas respectivas casas, junto com o Sr. Weasley e a Srta. Parkinson. Eu disse a vocês, não disse?
-Não estou lembrando professora – Eu disse meio confusa e surpresa.
-Nem eu – o loiro falou também surpreso.
-Bom... Agora já sabem... Amanhã vocês devem iniciar a monitoração, o Sr. Malfoy pelos jardins e a Srta. Granger pelos corredores do 1º andar... Acho melhor irem descansar agora em seus dormitórios, devem estar cansados. Tenham uma boa noite.
-Tudo bem então professora... Boa noite... – eu disse a ela saindo da sala e me dirigindo para a porta.
Quando sai vi Harry e Ron encostados na parede, eles me viram e vieram ansiosos na minha direção.
-Hermione, onde você estava? Eu e o Ron procuramos você feito loucos! – ele disse preocupado.
-Oi para você também, Harry! E sim. Eu estou bem! Mas a pergunta deveria ser: onde VOCÊS estavam? Essa é a questão. Vocês sumiram e eu tive que dividir a cabine sozinha com o Malfoy! Pior! Tive que agüentá-lo um tempão! – eu finalmente explodi.
-Malfoy? O que ele tem a ver com isso, Hermione? – perguntou Rony olhando pro loiro.
E então eu percebi que ele estava me olhando diferente, de um modo que eu nunca vi antes, estava sorrindo para mim, mas era um sorriso normal, sem desprezo ou cinismo. Não estava com seu costumeiro olhar superior, só com uma expressão... não sei... diferente...
“... eles desprezam você...”
“... você é uma desprezível sabe-tudo...”
Lembrei-me daquelas palavras como se as tivesse ouvido naquele momento... e por isso aquele sorriso não me confortava no momento, eu não ia conseguir fitá-lo sem ao menos estuporá-lo.
-Ele... Bom... Depois eu conto, vamos pro salão comunal que eu estou cansada.
-Então vamos. – disse Harry me puxando pela mão.
Senti sua mão quente sobre a minha, aquele calor que me confortava, eu seria capaz de senti pelo resto da vida, seria capaz de viver ao seu lado para sempre. Mas ele não me amava e eu não queria sofrer, eu tinha que parar de pensar nele.
Saímos e deixamos Malfoy encostado na parede, ainda com aquele sorriso no rosto.
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Eu sempre odiei a Granger, ou pelo menos achava que odiava, o problema era que eu não conseguia odiá-la como antes. Ela fazia eu me sentir diferente, como se estivesse um outro Draco dentro de mim louco para sair e sentir o ar puro. Eu tinha que fazer alguma coisa contra isso, ou esse outro Draco iria me consumir.
-Granger, Granger... Você é diferente das outras garotas... tão inocente e ingênua... – eu falava comigo mesmo, nesse momento minha expressão mudou e voltei ao meu olhar superior – e é por isso que daqui pra frente você será meu maior desafio, que tal brincarmos um pouco? Tenho certeza que será muito divertido. Bom... Pelo menos para mim.
E sai, indo para o salão comunal também,pensando no que poderia fazer com a Granger.
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-Hermione, explica para mim e pro Rony o que você estava fazendo com o Malfoy e o que aconteceu com você naquele trem, afinal, procuramos você por cada canto...
-Harry... – eu tentei falar alguma coisa, mas nenhuma palavra saia da minha boca para contar o que tinha acontecido, algo me impedia de dizer, como quando você tenta por que tenta lembrar o que esqueceu quando parece ter se esquecido. – é... que...bom...eu...ele...
-Hermione, se acalma e pára de enrolar. – ele disse.
Eu tinha acabado de passar pelo quadro da mulher-gorda depois de Rony dizer a senha, me sentei num sofá e tentei explicar para eles o que aconteceu.
-Harry, quando eu estava no expresso de Hogwarts, procurei por você e pelo Rony, mas não achei... Aliás, onde vocês estavam? – eu comecei a falar o mais rápido que pude, porque, talvez, assim seria mais fácil. Mas lembrei que eles de alguma forma estavam no trem.
-Bem... nós embarcamos juntos, achamos uma cabine, mas um tempo depois estranhamos que você sumiu, resolvemos procurar você, só isso.
-E agora você pode dizer o que aconteceu com você – disse Rony.
-Isso mesmo! Hermione, você estava dizendo que estava nos procurando no expresso e que não nos achou. E depois? – Eu olhei aquelas duas esmeraldas e fiquei hipnotizada.
“Como ele tem todo esse controle sob mim? Me hipnotiza tanto com o olhar... se ele pudesse usar a beleza na oclumência... teria fechado a mente pra Voldemort a muito tempo... e talvez o Sirius não teria... é melhor não pensar nisso. Mas como alguém consegue ser tão lindo? Ai meu Merlin! Ainda bem que o Harry não é bom em Legilimência...”
-Hermione?
-Hum... Depois... Depois...
“Voltando pra realidade em que não tenho esse garoto... O que aconteceu depois? Ai! Lembrei! Merlin! Eles não podem saber o que o Malfoy fez, senão irão matá-lo! Merlin me amaldiçoe! Eu temendo a morte daquela doninha? É claro que eles devem saber! Mas pensando bem... eu não quero que eles saibam que eu estava chorando por culpa daquele loiro.”
-Bem, Harry... Depois eu procurei uma cabine, achei e fiquei lá!
-Bem... Então onde entra o Malfoy e o seu atraso? – dei um olhar assassino pro Rony e desta vez eu quase amaldiçoei ele.
-O Malfoy? Bem... ele estava sem cabine também e eu peguei no sono, estava muito cansada e quando acordei, eu e o Malfoy estávamos trancados na cabine. E assim tivemos que esperar até o Hagrid aparecer e nos trazer para cá.
-Não sei... Esta história está muito mal contada Hermione... Você nunca se trancaria em algum lugar sabendo tantos feitiços para destrancar portas... Além de que você trancada com o Malfoy não ia dar em boa coisa e vocês parecem inteiros!
-Engraçadinho... Acredite se quiser Harry, agora eu preciso descansar porque amanhã é outro dia e caso não saibam, eu continuo a ser monitora... Como você Rony!
-Parabéns de novo então Mione... – Harry falou comigo num tom tão diferente e olhei seus olhos, mas não tinha nada de estranho na sua expressão...
-Obrigada. – eu respondi seca.
Deixei os dois e fui para o dormitório, pensei em quando estava trancado com o Malfoy, no modo como ele me machucava como ninguém tinha feito antes e no jeito que me tratou depois.
“Por que me ofendeu daquele modo e depois enxugou minhas lágrimas?”
Pensei nisso, talvez nunca teria a resposta... Bom tenho que me preocupar com a monitoria... Será que o Malfoy vai abusar disso como no ano passado? Que droga Hermione pára de pensar nele!
Deitei na cama e tentei digerir tudo o que aconteceu, o cansaço ia me vencendo e a fome ia chegando, fazendo-me lembrar que eu não havia comido nada. Adormeci.
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Ela estava parada numa floresta desconhecida, ela era escura e a névoa tampava o brilho lunar, sons de animais se misturavam ao som das folhagens, o pavor inundava seu ser, ela nunca sentiu tanto medo assim na vida, num outro instante uma fera saiu das sombras, ela andava em direção à garota, a fera a encurralou, andava em círculos em volta dela como se a estivesse estudando para logo atacar a presa. Mas um jato de luz atingiu o predador, alguém a tinha salvado, seu salvador estava saindo das sombras...
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-Mione acorda! – uma ruiva me chamava – você vai perder a hora.
-Já to indo! – eu murmurara sem ao menos abrir os olhos, não acreditando que acordara nessa parte do sonho.
-Você quem sabe... tive a leve impressão que sua primeira aula é de poções...
-O.k.! Acordei. – chegar atrasada na aula do Snape não ia ser bom, se quando eu não faço nada ele implica... imagina se eu der motivos...
Levantei e me troquei para as aulas, a ruiva observava tudo com um sorriso maroto nos lábios.
-Que foi, Gina?
-Quando que você pretende me contar o que aconteceu entre você e o Malfoy na cabine? – ela me perguntou fazendo eu me sobressaltar.
-Er... contar o que?
-Não me faça de boba...
-Ah! Ginevra Weasley, a última coisa que você é, é boba.
-Então vai me contar? – ela pressionou.
-Aconteceu o de sempre, ele me atormentou e tal...
-Que mais?
-Que mais? Como assim que mais? – eu dissera, mas ela me lançou um olhar conta logo – o.k., eu comecei a chorar e o idiota enxugou minhas lágrimas. Satisfeita?
-Sério Mione? O Malfoy fez isso? Não é muito típico dele...
-É, eu sei... e quais são suas novidades?
-Nenhuma.
-Você parece diferente...
-Bom, eu resolvi que nesse ano eu vou lutar por tudo que eu quero... Mione, eu estou apaixonada...
-Pelo Harry? – essas palavras custaram a sair de minha boca. Ela assentiu com a cabeça. Tentei ser natural.– Que novidade... Certo, agora vamos indo que eu estou morta de fome, e no caminho você me conta tudo.
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O dia foi exaustivo e cheio. A monitoração é como sempre monótona, mas é o único momento que Hermione tem para pensar em algumas coisas. Seu sonho!
“Foi tão estranho e... infantil. Sim, infantil. Francamente, quem já não sonhou que é atacada? E alguém te salva. A Gina me acordou bem na hora que eu ia ver quem era. Bom, ainda bem, por que se eu visse a cara do Malfoy em mais um sonho eu teria um treco. Que coisa ridícula! Eu me preocupando com sonhos... Isso não é bom. Pior ainda é saber que a Gina ainda gosta do Harry...”
Voltou à monitoração... não havia ninguém nos corredores, resolveu voltar para seu dormitório, quando avista uma sombra à frente, a castanha se dirige a ela, mas quando chega vê que é só a gata do Filch. Ela virou-se para voltar pro dormitório, mas foi surpreendida por Draco Malfoy.
Ela ia gritar de susto, mas o loiro foi mas rápido e tapou-lhe a boca com a mão e segurou seus braços.
-Que isso Granger? Não precisa gritar. Bebeu bastante cerveja amanteigada? Sou só o lindo Draco Malfoy.
-Lindo? – ela dissera tentando se desvencilhar dele – Tem certeza que foi eu quem bebeu? Qualquer um iria se assustar se te visse em um corredor deserto à noite. Agora me solte, por que meu horário de monitorar já está acabando.
-Granger, por que você chorou? – ele perguntara de repente.
-Que? Você realmente bebeu. Aquilo não era pra acontecer – ela dizia insegura, pensando no motivo dele para ter lembrado isso – Foi um erro eu ter chorado.
-Erro? Chorar é um erro? Acho que não Granger. – ele dizia ainda segurando a garota pelos braços.
-Você falando de chorar, Malfoy? Você não sabe o que é isso!
-Ah é? E você é a Srta. Chorona? Você não me conhece para falar isso. Você só acha que eu sou um sonserino patético, que não se importa com nada, nem ninguém... Você não sabe nada de mim.
-E por que eu teria que saber? – perguntava ela tentando se soltar.
-Exatamente. Você não tem que saber, mas eu quero te conhecer.
Ele dissera a empurrando na parede do corredor. Pousou suas mãos na cintura dela e aproximou perigosamente seus lábios para os dela.
-Malfoy não... – ela dizia tentando não ligar para a aproximação.
Mas ele não a escutara. Uniu os lábios. A maneira como ele a beijara era sufocante, a castanha tentava empurrá-lo, mas sua força comparada à dele era inútil. E um arrepio tomou conta de seu corpo, fazendo ela não resistir mais, uma chama começava a crescer dentro deles... Já não sabiam mais quem eram, o loiro acariciava a cintura dela ferozmente, como que pedindo mais carícias, ela arranhava o pescoço do garoto e brincava com seus finos fios loiro de cabelo da nuca, mas um novo arrepio a fez empurrá-lo para longe.
Esqueceram que precisavam de ar.
-Nun-ca mais faça is-so Malfoy...- ela disse sem fôlego – nunca mais se aproxime de mim.
E saiu andando para sua sala comunal, deixando um loiro completamente louco.
-Granger 0, Malfoy 1. – ele disse e um sorriso se estampou em sua face.
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N/a: Olá!! Tudo ok? Muito obrigada para quem está lendo... Mas eu quero coments... se não eu não posto o próximo capítulo... :P
Beijos...
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