Segredos e armadilhas
Capítulo 12:
Segredos e armadilhas
"Nós geralmente descobrimos o que fazer percebendo aquilo que
não devemos fazer. E provavelmente aquele que nunca
cometeu um erro nunca fez uma descoberta."
-- Samuel Smiles --
Uma semana depois do baile...
Os dias permaneciam tempestuosos e frios, novembro estava apenas no começo, mas o tempo já estava transitando para as neves e geadas do natal. Um jovem garoto atravessou as estufas dirigindo-se para a aula de herbologia, usava um cachecol protegendo-se do vento forte. Seus cabelos negros balançavam violentamente com o vento e ele parecia irritado com algo. Era certo que sua semana estava indo de mal a pior, porém a causa não era a tonelada de deveres que tinha que entregar, mas sim uma garota que estava fugindo-lhe durante aquela semana. Ele tentava conversar com ela várias vezes, mas raramente a encontrava, sabia que ela vivia na biblioteca, mas madame Pince dificultava as conversas naquele local. Já estava estressado com seu azar e irritado com o vento incomodo, mas mesmo assim, ele viu uma garota caminhando no sentido oposto do dele, estava apressada e voltando para o castelo.
-Ei, Moore! – Anthony a chamou meio que exigente e com raiva, deixando seu tom debochado aparecer, mas ainda assim ela o ignorou como fez a semana inteira – ei, Srta. Sherlock Holmes, por que não quer me ouvir e quem sabe descobrir mais algo importante da minha vida que ninguém deveria saber? Isto é, se você já não fez isso durante o tempo que vem me ignorando desde que saímos da floresta. – ele disse mais debochado ainda, deixando suas mãos no bolso de forma desleixada, enfim obtendo a atenção dela.
-O que foi, Wolhein? – Lucy perguntou parando de andar finalmente, mas não se aproximou dele, nem sequer se deu ao trabalho de se virar para encará-lo.
-Por que não me disse nada sobre o que aconteceu naquela noite? – ele a contestou com seu tom raivoso – Depois que eu voltei ao normal, você não disse que eu ataquei a Granger e o Malfoy. – ele perguntou com raiva.
-Você não me perguntou, e afinal, por que está tão bravo? Eles não morreram, acho que nem foi tão grave assim. – ela disse friamente se virando e dando de ombros, tentando seguir seu caminho.
-Você não entende – ele disse puxando-a pelo braço com força. – sabe o que poderia ter acontecido? Eu poderia ter matado eles, não entendo como conseguiram escapar, ou melhor, não entendo como eu não consegui te atacar, azar do destino? – ele perguntou mais irônico ainda – Ah! Talvez você achou que não fosse tão importante eu saber, não é? Afinal, sou apenas um animalzinho que você vai tentar controlar, né? – ele disse rindo debochado.
-Me larga, Wolhein! – ela disse irritada com o tom dele – você está me machucando. – ela disse puxando seu braço, mas não conseguindo se livrar do aperto da mão dele em seu braço.
-Por que não tenta se livrar sozinha? Você é boa com planos e a intenção é machucar, Moore. – ele disse com raiva e sentiu ela chutar uma parte sensível de seu corpo, curvou seu corpo por causa da dor, e com isso a soltou – isto foi golpe baixo. – ele deixou escapar.
-Realmente, mas cada um joga com as cartas que tem. – ela disse sorrindo cinicamente – Nossa, Wolhein, não me olhe assim... Sou uma sonserina, lembra? Faço o que quero e ainda jogo na cara dos outros o quanto sou má. – ela disse rindo da cara de dor dele. Lucy se aproximou dele e o puxou pelo colarinho da camisa, fazendo-o se levantar – agora ouça muito bem. Na verdade eu entendo muito bem o que você sente, e não me refiro à dor – ela disse sorrindo marotamente enquanto permanecia puxando-o pelo colarinho, quase roçando seus lábios nos dele de tão perto que se encontravam – sei o que é não saber se controlar, sei o que é ter uma fera incontrolável dentro de si – ela continuou dizendo cada vez se insinuando mais para o garoto, fazendo-o ficar mudo e interessado no que ela dizia – e por isso eu resolvi ajudar eles e você naquela noite. Eu atraí sua atenção, eu te tirei de perto deles. Não me venha dizer que eu não entendo. Além disso, eu não sou nada legal com você – ela disse seca, finalmente o soltando e saiu andando, indo para longe dele, deixando-o confuso, como sempre ela fazia.
---Flashback---
-Lucy?
-Oi, Wolhein! Tudo bem? – ela falou irônica e sorrindo cansada.
-Você não me deu ouvidos – ele falou suspirando também cansado em razão da transformação – não voltou a Hogwarts como falei, está vendo o porquê de eu ter dito para voltar? – ele falou furioso com ela e si mesmo, apontando para o ferimento no braço dela.
-Anthony, você não me atacou, tive um pequeno acidente enquanto voava. – ela mentiu tranqüilizando-o.
-Peraí – ele disse só agora registrando os fatos – você é uma animaga. – ele disse – É um pássaro, Merlin! Você pode ser expulsa se descobrirem!
-Não só expulsa, posso ser presa, mas acontece que ninguém vai descobrir, são segredos por segredos, você guarda o meu, eu guardo o seu, lobinho – ela disse irônica para provocá-lo.
-Por que de repente você está sendo legal comigo? – ele perguntou olhando-a nos olhos e vendo sua tristeza.
-Boa pergunta, hoje tem sido um dia meio confuso mesmo – ela respondeu fitando o sol nascer.
Anthony a olhou, viu a expressão séria e triste do rosto dela, o vestido dela estava rasgado em várias partes, ele concluiu que ela passara a noite na floresta e provavelmente não dormira ainda, mas mesmo assim mantinha os olhos abertos e apreciava o nascer do sol. O garoto olhou o céu também, e percebeu que por pior que fosse uma noite, o dia sempre nascia do mesmo modo, tranqüilo, cálido e radiante.
Permaneceu alguns minutos quieto, só mirando o sol nascer devagar, sereno, até que retomou seus problemas.
-Vai guardar meu segredo mesmo? Quer dizer, não irá contar a ninguém? – ele perguntou fitando-a e vendo-a sorrir, não soube o porquê, mas gostou de vê-la sorrir.
-Vou guardar seu segredo com um “porém”, esse é seu segundo segredo importante que eu descubro, não contei a ninguém sobre o que aconteceu na sala de troféus. E agora eu descubro isso, matematicamente você me deve um favor, ou algo parecido. – ela disse sorrindo cínica.
-Está me dizendo que para você não revelar meu segredo vou ter que te fazer um... favor? – ele perguntou e ela confirmou com um aceno de cabeça. – Não acredito, quanto mais eu rezo para as pessoas serem mais solidárias, mais chantagistas eu encontro, mas o que quer?
-Ainda não sei, só queria deixar claro para você que está em falta comigo. – ela disse despreocupada com a revolta dele – qualquer dia eu cobro esse favor.
-Eu juro que vou fazer a mesma coisa que você está fazendo comigo. Eu ainda vou te chantagear muito. – ele disse de forma sarcástica, vendo ela rir.
-Fique à vontade, agora vou para o dormitório antes que dêem por minha falta. – ela respondeu despreocupada se levantando.
-Não vai à enfermaria? – ele perguntou apontando o machucado no braço dela.
-Não preciso, sei cuidar de mim mesma e não quero responder as perguntas embaraçosas da Pomfrey.
-Deixe comigo – ele disse pegando o braço dela delicadamente, mesmo diante dos protestos dela, apontou a varinha para o ferimento e murmurou algumas palavras numa língua que ela não conhecia, o ferimento se fechou até não ficar uma cicatriz alguma.
-Obrigada – ela disse sentindo-se melhor e limpando seu próprio sangue com um feitiço.
-Por que faz isso? – ele perguntou depois de um tempo de silêncio, decidindo-se por fitar as íris castanhas dela.
-Isso o quê? – ela perguntou confusa.
-Se acha auto-suficiente, como se pudesse fazer tudo sozinha, acho que não deixa nem seus amigos conhecerem a verdadeira Lucy Moore. – ele respondeu seco, lembrando-se de tê-la visto na biblioteca sozinha várias vezes.
-Você não sabe de nada. – ela respondeu recuando e tentando ir para o castelo.
-Eu sei o porquê de você fazer isso, Moore. – Anthony dissera fazendo-a parar de andar, mas ela não o encarou, como se temesse ouvir as palavras dele. – eu sei o porquê de você se esconder, como se quisesse chamar a atenção, como se quisesse mostrar a todos que nada te afeta, como se quisesse apagar o fato da sua mãe ter falecido. –ele dissera com sua voz firme e baixa.
-Você não sabe de nada. – ela repetiu com raiva e dirigiu-se para longe dele, ignorando suas palavras.
- Você pode se esconder do mundo, mas não pode se esconder de si própria. – ela o ouviu dizer, mas Lucy não olhou para trás, só continuou seu caminho.
---Fim do Flashback---
“Você é um mistério, Moore.” Ele pensou irritado lembrando-se do que aconteceu naquela noite e do que ela acabara de fazer. “Você é perigosa, extremamente perigosa!” pensou concentrado em pensamentos nada inocentes ao ver ela se distanciar, viu os fios loiros prateados dela se balançarem furiosamente com o vento, mas com um movimento especial. Lucy era livre, ela tinha que se sentir independente, por natureza própria, um pássaro nunca é feliz quando aprisionado. “Vamos ver o quanto ela consegue ser... má. Vamos ver se é só pose ou se ela consegue escapar a mim.” Ele pensou maliciosamente já com um plano arquitetado em sua mente. Começou a retomar seu caminho para o castelo devagar, pensando no quão perto ela esteve dele, e do quanto faltou para ele agarrá-la. “Que idiota eu sou!” ele riu com os próprios pensamentos, mas logo os reordenou “Toda a raiva dela é só por que eu disse que ela se esconde em si própria? Só por que eu disse a verdade? Que ela se acha independente? Que ela tenta não pensar na morte da mãe, ela precisa lidar com isso, aff, ela só tem quinze anos, que idade ela pensa que tem?” ele perguntou-se e respirou cansado “Alguns dias atrás eu passei na frente da enfermaria e vi a Granger e o Potter saindo, eles discutiam, ele dizia que foi muita falta de responsabilidade dela sair com o Malfoy para a floresta e por sorte o lobisomem não havia os matado. Fiquei com raiva da Moore, ela havia me escondido a verdade. Ela não contara que eu havia os atacado. Mas por quê?”
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---Flashback (dia seguinte ao baile)---
Um homem que aparentava seus cinquenta anos caminhava até a entrada de Hogwarts, seu corpo já com a aparência de ter sido castigado pelos anos, seu olhar revelando mais experiências do que ele já havia tido, parou ao ver os portões, sabia que não iria conseguir entrar e que teria que chamar alguém, o vento fazia suas vestes escuras balançarem com violência, mas ele pegou sua varinha no bolso e enviou uma mensagem à Dumbledore. Colocou sua mala no chão, logo ele chegaria.
“E lá vou eu, de volta à Hogwarts.” Ele pensou lembrando-se de tudo que acontecera a ele naquela escola, um minuto depois, Dumbledore aparecia perto dos portões e com um feitiço os abria para receber o homem.
-Pensei que eu jamais voltaria aqui. – ele disse olhando o diretor – obrigado por isso.
-Ora, por que eu não iria querer você aqui? Bem vindo, Peter Woodsen – o diretor disse sorrindo para seu novo professor de duelos. – só não sei o que você pretende me pedindo esse emprego, sabe que a segurança daqui é a melhor possível. – o diretor o contestou.
-Ah, Dumbledore, você sabe exatamente o que eu pretendo – ele disse sério e avaliativo – meu juramento continua de pé, e caso não tenha notado, comensais já atacaram seus alunos em diversos casos, não quero que aconteça o que aconteceu antes, não posso me arriscar. – ele disse com pesar lembrando-se das consequências dos fracassos de ambos.
-Eu já errei muito com você no passado e ainda agora eu erro – Dumbledore disse calmo penetrando seu olhar no fundo da alma do homem a sua frente e encontrando amargura – mas ela está segura, tenho certeza que sim...
-Ora, Dumbledore, sabemos que ela corre perigo, e eu tenho o direito e o dever de tentar protegê-la.
-Certo, só espero que você me perdoe pelo o que aconteceu. – o diretor disse ressentido.
Peter continuou sério, tudo o que ele mais queria era poder viver no castelo, principalmente para ficar de olho em certa pessoa, mesmo depois de tudo o que lhe acontecera, ele se permitiu sorrir, mas seus olhos azuis eram frios e não combinavam com ele, bem como seus cabelos negros.
---Fim do flashback---
Peter Woodsen lembrou-se vagamente de sua chegada na escola, encontrava-se sentado na sua sala, que em breve seria palco de grandes duelos, ele já sabia o que ensinaria aos alunos e já havia começado a espionar quem ele queria. Não era nada fácil ficar andando pelos corredores sem que os alunos o notassem, mas de uma forma ou de outra, ele conseguiria.
“Só espero que ela não se exponha” ele pensou caminhando pela sala espaçosa que todas as noites reuniria os alunos para que eles treinassem defesas e duelos. “Só espero que ela se lembre do que já aprendeu até hoje”.
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Lucy entrou no seu dormitório irritada, acabara de ter uma aula totalmente inútil de Defesa Contra as Artes das Trevas e não se lembrava desde quando um protego fora realizado tão mal por alguém. “Alunos inúteis, dá para contar nos dedos da mão os que são realmente ótimos em defesa”, ela pensou entediada, “Não é à toa que tantos são atacados e azarados por aí!”, ela bufou, “O pior de tudo é aguentar o Wolhein enchendo o saco! Não ‘to nem aí com o segredinho dele ou o que ele pensa sobre mim, será que ele não entende que isso tanto faz ou não para mim? Bom, vou me aproveitar disso, tomara que ele não conte a ninguém que eu sou uma animaga, francamente, sou jovem e linda demais para virar miss. Azkaban” ela pensou divertida e abriu seu malão, do fundo dele tirou um diário velho e amarelado. “Vamos tentar de novo” pensou sem excitação. Começou a escrever várias palavras nele com sua pena. Um. Dois. Cinco. Vinte minutos. Simplesmente nada aconteceu. Ela, com raiva, jogou o diário na parede, fazendo-o cair no chão. “Por que nada funciona?” perguntou-se e lembrou-se da noite do baile tão nítida em sua cabeça, sua imprudência ao ir atrás de Anthony, seu azar em encontrar os comensais, sua sorte ao encontrar o diário... Tantas lembranças escritas no diário, e ela não conseguia ter acesso a mais nenhuma.
“Talvez eu deva desistir desse diário, não posso esperar que ele se abra de repente” ela pensou e levantou-se, pegou o diário no chão e voltou a guardar no malão. Sentou-se na cama e puxou sua mochila. “Quer saber? Não quero fazer trabalho nenhum agora”. Lucy então saiu do dormitório e sentou-se no sofá na sala comunal, viu quando Draco entrou e dirigiu-se a ela.
-Até que enfim te encontrei... – Draco disse irritado. – Por que você some tanto? – ele falou se jogando numa poltrona.
-Para não ter que ver essa sua cara feia. – ela disse irônica jogando uma almofada nele, mas recebeu outra em troca.
-Cara feia? Até parece... – ele desdenhou rindo – Escute preciso de um favor.
-Não! – ela disse prontamente.
-Nem pedi ainda. – ele disse como se falasse com uma criança.
-Seja o que for... Não! – ela disse em uma falsa cara séria.
-Tudo bem, já era sua chance de poder jogar no time de quadribol... – ele disse se levantando, mas ela o puxou.
-Como assim? Eu estou no time? – Lucy perguntou num misto de surpresa e êxtase.
-Não, não te quero mais jogando. – ele disse fingindo seriedade e decepção.
-Por favor... – Lucy implorou.
-O.k. – ele disse rindo – treino às cinco horas, manhã. Você deu sorte, o artilheiro se machucou numa aula hoje e não vai poder jogar o próximo jogo. Você tem sorte de ter ido bem nos testes. Pansy me encheu o saco o dia inteiro querendo a vaga no time. Quem seria o insano que daria a vaga a ela?
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Um relâmpago iluminou o céu projetando uma luz sobrenatural sobre a vasta floresta negra, um brilho apavorante, medonho e frio. Logo em seguida um som descomunal se fez ouvir, furioso e insensível, era um trovão. Chovia forte, como se o céu dependesse disso para drenar sua fúria e poder, fazia frio, como se o mais terrível dementador estivesse pronto para dar seu beijo fatal. Ela andava sem rumo, já não se lembrava por qual caminho viera, mas não se importava, ela não queria voltar para o conforto do castelo. Ela queria permanecer no desespero da tempestade, sentindo seus ossos congelarem de frio e seu cabelo úmido se aderir à pele do rosto.
Sentia como se a água cristalina da tempestade pudesse lavar seus pecados, seus erros, seus medos. Queria mais do que tudo voltar atrás, para um tempo em que pudesse mudar o que estava lhe acontecendo, apenas um dia ela queria mudar, o dia mais difícil de sua vida.
Trovejou de novo e dessa vez ela se assustou com a violência com que um raio atingiu uma das árvores centenárias da floresta.
-Draco... – ela chamou ciente de que não obteria resposta.
Ele estava longe, muito distante, incapaz de ajudá-la e livrá-la daquilo que ela se tornou, Draco Malfoy não voltaria por ela.
-Nããããããããããoooooo! – Hermione gritou acordando de mais um pesadelo. Olhou ao seu redor, não havia ninguém no dormitório, ela começou a sentir os olhos embaçados e começou a soluçar, agarrou-se mais ao travesseiro e derramou suas lágrimas sobre ele.
-Eu não quero mais... Sonhar – ela disse assustada e temendo o que pudesse ver – eu não quero... Perdê-lo.
Hermione permaneceu por alguns minutos na cama, chorando desconsolada até que resolvera parar de ser a garotinha assustada. Sentou-se na cama, mantendo as costas retas e os ombros relaxados. Mas logo se levantou e entrou no banheiro, lavou o rosto, misturando as lágrimas à água. Olhou-se no espelho, viu sua imagem cansada e assustada, secou seu rosto, não se importando em esconder as marcas de seu sofrimento, prendeu seus cachos castanhos em uma trança, vestiu-se, estava pronta novamente para um dia monótono. O que ela não sabia era que aquele dia estava longe de ser igual aos outros.
Hermione pegou seu material e começou a seguir em direção às masmorras, mas sua caminhada silenciosa foi interrompida por outra garota.
-Granger, posso falar com você? – Lucy perguntou vendo claramente a expressão facial da outra, sentindo a tristeza que ela emanava.
-Agora? Eu estou meio atrasada...
-Não precisa ser agora, só me encontre na sala precisa, ok? Às oito horas.
Antes que a castanha pudesse protestar, a loira já havia ido embora, Hermione então retomou seu caminho, a porta da sala ainda estava aberta e ela entrou, as pessoas ainda estavam se acomodando nos seus lugares, mas de algum lugar uma voz debochada falou.
-Vejam se não é a sabe-tudo, atrasada Srta. Granger? – Snape perguntou debochado.
-Desculpe, senhor. –ela disse cansada e sentou-se ao lado de Draco em silêncio.
O loiro estava com o olhar fixo no nada, estava sentado na cadeira e apoiava a cabeça na mão, aparentando uma profunda concentração, mas logo seus pensamentos foram ocupados pela garota ao seu lado, viu o quanto afetada ela parecia, podia perceber as feições cansadas e sofridas dela, bem como seu ar receoso.
-Hermione, você está bem? – ele perguntou preocupado com o silêncio dela, mas depois de um tempo ela o olhara e demorara a responder.
-Estou, Draco. – não sorriu, apenas o fitou para depois desviar seu olhar para um livro.
“Ela tem algum problema, eu preciso descobrir, mas eu duvido que ela vá me contar.” Ele pensou e tentou usar sua legilimência contra ela. Mesmo que não fosse tão bom ainda, ele poderia conseguir extrair algo dela, mas não conseguiu, ela estava bloqueando a mente. “Droga! Quem mandou eu namorar uma sabe-tudo?”
-Hermione, tem certeza que...
-Eu estou bem, Draco – ela respondeu sem ao menos olhá-lo, o que não o convenceu.
-Sabe que pode confiar em mim. – ele disse fitando ela ler o livro calmamente enquanto levantava os olhos e o mirava com indiferença.
-Eu sei... não precisa repetir a mesma coisa várias vezes. – ela disse seca.
-Adoraria saber por que você está me tratando assim, não sei o que eu fiz...
---FlashBach (no dia anterior)---
Hermione estava monitorando quando atravessou um corredor e ouviu vozes, já ia dar bronca nos alunos que desobedeceram às regras de se recolher, mas parou ao ouvir a voz de Draco.
-...Você pode simplesmente parar de me seguir? Faça o que quiser, mas me deixe em paz. – ele disse irritado.
-Você não pode ficar com a Granger, ela é uma sangue-ruim, o que vai conseguir com ela? Você precisa de alguém melhor... – Pansy disse encarando Draco frente a frente.
-Tipo você, Pansy? Não me faça rir, já se foi o nosso tempo juntos, e eu nunca senti nada por você. – ele disse seco.
-Mas mesmo assim você quis ficar comigo e não hesitou um só instante naquela sala vazio no terceiro andar. – Pansy disse o lembrando e Hermione cerrou os dentes por ódio.
-Isso já faz tempo, muito tempo se quer saber. – Draco disse sem se afetar.
-Mas aconteceu. – ela disse com a voz já falhando.
-Mas não vai se repetir. – Draco disse convicto.
-Ah, Draco, eu daria tudo para te ter de novo. – Pansy disse se aproximando dele e tentando tocar-lhe a face com a mão.
-Escute, acabou, não há mais nada entre nós, eu estou com Hermione agora. – o loiro disse segurando os braços dela e a mantendo longe.
-Você sempre a odiou, sempre... Draco, o que há de diferente agora entre vocês? – ela perguntou com raiva.
-Algo que você nunca entenderia. – Draco disse seco, encerrando a conversa.
---Fim do Flashback---
-Você não sabe? Continue a não saber então... – Hermione respondeu seca.
-Presumo que o casal maravilha queira compartilhar conosco a conversa interessante que estão tendo, afinal, o que seria tão importante para atrapalhar minha aula?
“Pode ter certeza que tudo é mais importante e animador que sua aula... Com certeza ele deve ter síndrome da fofoca alheia, sei lá, vai gostar de se intrometer assim no relacionamento dos outros na China!” Hermione pensara estressada.
-Desculpe, senhor – ela respondera desanimada.
-Draco, responda-me – ele pediu ignorando a garota e usando sua voz debochada e com o tom de cinismo habitual – o que, pelo amor de Merlin, aconteceu para você estar com ela, achei que você tinha... bom gosto, ou ela te deu alguma poção do amor?
“Filho da put*! Será que eu vou ter que aguentar esse morcego falando de mim? Ele está me ofendendo descaradamente? Por que ele não se olha no espelho?”
-É exatamente por eu ter bom gosto que estou com ela – Draco disse – mas creio que eu não queria dividir meus pensamentos a respeito dela com vocês.
“Como é que é? Pensamentos a meu respeito? Essa doninha está abusada hoje!” ela pensara corando e olhando assassinadamente para ele.
-Realmente, isso não é algo que você queria discutir – Snape disse mais debochado ainda, provocando risos na sala – mas Srta. Granger, como consegue? Primeiro o Krum, agora Draco, o próximo é o Potter?
“Certo, eu estou tendo um pesadelo ainda, será que é possível? O seboso está me contestando isso mesmo? É por isso que ele não arranja ninguém, francamente, quem iria querer ele? E por que o seboso não fica uma aula sem cogitar o nome do menino-que-sobreviveu? Suspeito...”
-Eu e Hermione temos algo diferente do que você pensa – Harry disse se intrometendo pela primeira vez na conversa, e provocando um riso debochado de Draco.
-Engraçado, não estou pensando em nada, o que eu deveria pensar, Potter? – Snape perguntou propositalmente com seu tom frio e sarcástico, fazendo o moreno ficar mudo.
“E começa o segundo round...” Hermione pensara tentando ignorar a discussão.
-Provavelmente pensaria que o Potter seja um tipo de amante da Granger, sabe, vocês ficam juntos durante boa parte do dia, ficam no mesmo salão comunal, o dormitório está sempre à disposição para vocês...
-Por que não cala a boca, Parkinson? – E Harry falou irritado.
“Ótimo, não falta mais nada, a Parkinson ‘tá no meio da discussão também, o que eu te fiz Merlin? Quebrei sua varinha? Te azarei? TE DEI UM FORA?”
-Cala a boca você, Potter, não é porque você é uma celebridade que todas caiam de amores por você, e francamente, a Weasley nem deve gostar de você, aquela é só mais uma que adora popularidade.
“Tenho a leve impressão que a Parkinson não conhece a fama de azaradora da Gina”
-Como se você soubesse o que é um relacionamento, você vive correndo atrás do Malfoy e ele nem liga para você.
-Pelo menos ela não tem uma cicatriz horrível na testa. – Draco disse debochado.
“Peraí! Eu ouvi direito? O Draco ‘tá defendendo a vaca da Parkinson? Ah, mais ele vai se arrepender!” Hermione pensou se virando para Draco e fitando-o irritada.
-O que foi? – ele perguntou.
-Está defendendo a Parkinson?
-Estou. – Draco disse para provocá-la.
-E não disse uma só palavra a meu favor, não é mesmo? – Hermione perguntou com raiva.
-Exatamente. – ele disse cínico.
-Me diga Granger, como consegue fazer dois garotos populares caírem a seus pés?
“Certo, eu não vou aguentar esse morcego falando, eu não vou ficar calada não!!! Ah, ele vai ter o que pediu”.
-Não acho que minha vida pessoal seja da sua conta, e presumo que o senhor deveria se limitar a simplesmente dar sua aula. – Hermione respondeu seca fitando Snape e vendo uma veia dele pulsar de ódio.
-Talvez a senhorita que deveria aprender o seu lugar, quer atrapalhar minha aula? Então se ponha daqui para fora.
-Com prazer – ela disse e recolheu seu material saindo da sala.
“O que deu nela?” – Draco perguntou-se olhando para a porta onde ela saíra uns instantes atrás “Com certeza aquela não era a Hermione! Droga! Eu fiz besteira...”
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Hermione andava apressada pelos corredores, sua mochila estava mal equilibrada nas costas, mas ela não se importava, sentia ódio de Snape, de Draco, da Parkinson, de todos. Como Draco poderia não ter defendido ela? Por que ele não contara a ela sobre ele e Parkinson, ou sobre o relacionamento que tiveram antigamente. Como ele conseguia ser tão... desprezível?
Ela atravessou o saguão de entrada e saiu de dentro do castelo, ventava menos do que de manhã, ela foi para perto do lago negro, não queria voltar para dentro, mesmo que o vento estivesse forte, ela não queria.
Depois de tanto tempo, ela descobre isso.
“Harry tinha razão... sempre teve. Eu não posso confiar totalmente no Draco.”
Mal percebeu quando alguém se aproximou devagar dela. Ele a observava de longe e não conseguia entender o que ela estava fazendo perto do lago, resolveu ver o que estava acontecendo.
-Hein, como vai Sabe-tudo? – Anthony perguntou assustando ela. – Nossa, sou tão feio assim?
-Você me assusta às vezes – ela disse irônica, mas desviou sua atenção para o lago.
-Não devia estar em alguma a aula? – ele perguntou se sentando do lado dela.
-Aquele morcego irritante, filho de algum tiranossauro me expulsou da sala dele. – ela disse com raiva.
-Está falando do Snape?
-Não, imagina... o que fez você pensar isso?
-Não conhecia seu lado sarcástico. – Anthony disse divertido.
-Detalhe: Você não me conhece.
-Mas mesmo assim eu adoraria ver o que você aprontou na aula dele, ele fez a mesma coisa comigo ano passado, mas acho que mereci. Acho que eu não devia ter feito minha poção explodir bem na cara dele, mas o que você fez?
-Disse para ele não se meter no meu namoro.
-Ele fez isso? Que idiota! – Tony exclamou, mas percebeu o ar triste dela – o que está acontecendo com você, Granger?
-Estou prestes a ser devorada por um pigmeu – ela respondeu irônica e fez o garoto rir.
-Certo, parece que não é da minha conta, mas seja o que for, dê tempo ao tempo, às vezes as respostas que queremos não vêm na hora certa.
-Obrigada. Eu só... não sei o que pensar, não sei o que fazer. – ela dissera se lembrando daquela semana e sentindo os olhos arderem.
---Flashback (três dias antes) ---
Hermione saia apressada da aula de transfiguração, teria aula de aritmancia e não queria chegar atrasada, mas enquanto andava, ela arrumava os livros na mochila e tombou com alguém.
-Veja se não é a sangue-ruim... – a voz de Pansy saiu debochada e superior para provocar Hermione.
-Parkinson, não tenho tempo para suas gracinhas agora. – Hermione disse se esquivando e pegando seus livros que caíram no chão.
-Tudo bem, o Draco é que deve ter tempo. – a morena disse com um risinho cínico provocando ciúmes na outra.
-Por que não fica longe dele? – a castanha disse irritada e dando as costas à Pansy – dá pena ver você sendo maltratada por ele.
-Maltratada? Você não sabe de nada mesmo... – Pansy disse num misto de revolta e descrença – e eu que sinto pena de você – ela disse debochada impedindo o caminho de Hermione – estou contando os dias para esse namoro de vocês acabarem, ah! E quer saber? Para mim não importa, eu posso ter ele quando quiser...
Plaft!
-Nunca mais, ouviu? Nunca mais sequer se aproxime do Draco, e não, você não pode tê-lo quando quiser, você já o perdeu há muito tempo, se é que já o teve realmente. Ouviu, “querida”? – Hermione disse firmemente enquanto Pansy massageava a parte do rosto em que recebera o tapa de Hermione.
A castanha pegou suas coisas e saiu do corredor, deixando a outra para trás. “Você me paga, sangue-ruim” Pansy pensara já arquitetando uma vingança.
---Fim do flashback---
-Ei, Granger, não precisa chorar, ok? – Tony disse se aproximando dela e limpando as lágrimas que caíam. – Tudo tem solução, seja o que for que esteja acontecendo, você vai achar um modo de resolver, não é? – ele perguntou e Hermione pode ver finalmente o quanto de bondade havia nos olhos negros dele.
-Vou – ela disse tentando sorrir, mas foi em vão. – é que é tão difícil não poder contar um segredo a alguém...
-Sei como é ter segredos. Mas só o que eu posso fazer é guardá-los, já que não podem ser revelados. – ele disse se lembrando do que Lucy estava aprontando-lhe.
-Wolhein, eu tenho que ir, tenho aula de feitiços agora... – Hermione disse recuando para o castelo – A gente se vê por aí.
-É, nos vemos por aí – ele disse baixo para si mesmo depois dela ter se afastado.
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---Flashback (dia seguinte ao baile)---
-Sabe o que vai acontecer se o lorde descobrir, Draco? – Snape perguntou fitando o loiro sentado numa cadeira de sua sala. – sabe o que acontecerá?
-Claro que sei. – ele respondeu de mau humor – mas ninguém vai descobrir que eu estou com Hermione, nenhum deles vai, nem mesmo o lorde. – ele disse convicto.
-Como sabe? Você por acaso é vidente? – ele debochou – sua oclumência está cada vez mais forte, mas o lorde é um ótimo legilimente – Snape comentou sério, arqueando o corpo como se ameaçasse o loiro – ele vai descobrir seus segredos um por um se você não souber escondê-los, e eu duvido que você consiga.
-Acontece que eu consigo. – Draco disse com raiva, levantando-se e ficando de costas para o professor.
-E o que vai fazer a respeito da Granger? – Snape perguntou repentinamente.
-Como assim? O que tem ela? – Draco virou-se assustado fitando o professor.
-Já parou para pensar no que fará com ela se ela descobrir seus segredos, sua missão? – ele perguntou em tom de desafio – Você sabe muito bem que ela não irá aceitar, ela irá te abandonar.
-Hermione não precisa saber e você não precisa se meter no namoro alheio. – Draco disse com raiva.
-Escute aqui, moleque, eu sou seu professor antes de tudo e exijo respeito, você está cego por causa dessa garota, e deve saber as consequências disso, agora dê o fora daqui já que não quer minha opinião. – Snape disse colocando Draco para fora da sala e batendo a porta.
---Fim do Flashback---
Draco praticamente cortava o ar enquanto montava em sua vassoura, sentia-se livre enquanto voava, e permitiu-se viajar em pensamentos e lembranças por um instante. Não queria ter que deixar Hermione, não queria cumprir sua missão, nunca quisera... Mas, o que fazer quando não há escolhas?
-Ei, Draco, por que não volta ao jogo? Tem um treino aqui se não percebeu. – Nott falou irritado segurando seu bastão de batedor de modo desleixado.
-Da próxima vez que quiser dar uma de capitão me avise, eu me demito antes. – Draco disse com raiva.
-Jura? – Nott disse irônico para provocar.
-Crabbe, me dê esse bastão, preciso acertar um balaço no Nott. – Draco disse com raiva tentando tomar o bastão do garoto.
-Relaxa, Draco. – Lucy disse se aproximando com a goles nas mãos.
-Não devia estar marcando pontos, Moore? – ele perguntou desistindo de pegar o bastão.
-Não devia ter tomado seus remédios, Malfoy? – ela devolveu na mesma moeda e ouviu os outros jogadores começarem a se distanciar. – Mas o que está acontecendo? – ela perguntou para si própria e olhou para a direção que eles olhavam: Draco estava furioso.
-Escuta aqui Moore, eu sou o capitão desse time e do mesmo modo que você entrou, você pode sair.
-Ótimo! – ela disse cinicamente. – quer que eu chame a Pansy ou quer fazer isso você mesmo?
-VÁ TREINAR! – ele explodiu e ela saiu dando risadas ao marcar seu décimo ponto na tarde. – PARECE UMA CRIANCINHA! GANHE MAIS VELOCIDADE, FAÇA UMA CURVA PARA A DIREITA E TENTE ENGANAR O ADVERSÁRIO VIRANDO PARA A ESQUERDA ANTES DE MARCAR O PONTO.
-Como quiser, capitão. – ela disse enfatizando a última palavra. Lucy fez exatamente o que ele disse com perfeição. – E agora?
-De novo. – Draco disse e deixou Lucy irritada, ela fez o mesmo movimento, mas antes de poder fazer o ponto, percebeu o que aconteceria, então ela inclinou a vassoura para a esquerda em tempo de desviar do balaço que Draco lhe lançara.
-QUER ME MATAR? É ISSO? – ela gritou voando veloz na direção dele e planando na frente dele.
-Isso foi para você perceber que eu não tolero brincadeiras aqui, eu é que mando.
-Ótimo, acho até que você fez um recorde hoje, GANHOU E PERDEU UMA ARTILHEIRA NO MESMO DIA! – Lucy gritou não obtendo nenhuma surpresa de Draco, ele só arqueou uma sobrancelha em deboche.
-Vá então.
-Isso é só porque eu te disse uma verdade hoje? – ela disse mais baixo só para ele ouvir. – Só porque eu tenho razão?
---FlashBack (meio-dia)---
Draco almoçava na mesa da sonserina e viu Hermione entrar no salão, ela ainda estava abatida. O garoto continuou fitando-a e tentava descobrir o que poderia estar afligindo a castanha. Não saberia dizer. Os olhos dela encontraram os azuis frios de Draco e sustentaram um olhar, embora ela tenha desviado seus olhos para longe dele segundos depois. Draco bufou irritado com as reações de Hermione e nem percebeu quando Pansy sentou-se ao seu lado.
-Oi, Draquinho.
-Ah, não! – ele resmungou – não te disse para ficar longe de mim.
-Engraçado a Granger, né? – ela comentou com a voz numa falsa inocência. – Vivia para cima e para baixo com você, mas parece que ela não quer sua companhia mais... Parce até que ela não gosta mais do lindo loiro sonserino...
-O que você fez? – Draco perguntou adivinhando finalmente o porquê da distanciação de Hermione e vendo a morena ao seu lado sorrir marotamente – O que você fez, Pansy?
-Nada, só disse a ela o quanto você deve amá-la e o quanto nosso relacionamento significou para nós, ale´m do quanto você deve adorar sangue-ruins.
-VOCÊ O QUÊ? – ele exclamou dando-se conta de que fizera uma grande besteira na aula de poções ao testar o ciúme de Hermione. –Ah, você me paga. – ele disse a Pansy e levantou-se da mesa. Dirigiu-se ao salão comunal com raiva e chutou um pufe que estava em seu caminho, sentou-se no sofá ainda com raiva. Não conseguia acreditar no quanto Hermione era complicada. “Por que ela se importa tanto com a opinião de uma vaca como a Pansy? É claro que ela vai dizer que temos algo, é claro que aquela vaca vai dizer que eu só estou brincando com a Hermione. É claro que a Pansy vai dizer que eu não me importo com sangue-ruins!” ele pensou com raiva lembrando-se do que Pansy dissera a ele salão principal há pouco. “Por que ela acredita tanto nas mentiras dos outros? Por que ele a nunca acredita em mim?
-Simplesmente porque você é filho de um comensal, que a odiou por seis anos e a insultou tantas vezes, além é claro de ela ter medo do que você se tornará. – Lucy disse o encarando, estava sentada em um dos degraus da escada para os dormitórios.
-Já não disse para parar de ler meus pensamentos? – ele a lembrou com raiva.
-Para de descontar sua raiva em mim. Você sabe que eu tenho razão, Hermione tem medo do que você terá de fazer, ela tem medo da hora em que você irá largá-la para cumprir sua missão. É por isso que ela está tão vulnerável e não entrega seu coração a você de uma vez por todas. Ela tem medo de te amar.
-Isso é ridículo, o que você entende? Só tem quinze anos, nunca se apaixonou, aposto!
-Hermione também nunca se apaixonou, agora é que ela sabe o que é se apaixonar, afinal, não acredito que o que ela sentia pelo Potter seja paixão, só era uma atraçãozinha... E é exatamente por isso que eu sei como ela se sente, acredite em mim, a verdade, mesmo que cruel e dolorosa, é preferível.
-Mentiras, ela não tem medo de mim! – Draco disse com raiva e foi para o quarto, deixando Lucy para trás.
-Ah, sim, ela tem, e vai ficar com mais medo quando descobrir a verdade... – Lucy disse para si mesma.
---Fim do Flashback---
-Você não tem razão, é simples. – Draco falou com sua voz arrastada num tom irritado
-Ah, eu tenho, e quando você perceber, pode ser tarde. – ela disse e desceu para o chão, foi ao vestiário e pegou suas coisas.
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Hermione acompanhava de má vontade Gina, Harry e Rony para a primeira aula de duelos deles. Haviam visto o novo professor na mesa dos professores no salão principal e ele não parecia tão simpático. Sabiam que talvez ele pudesse ser pior do que a Umbridge, mas ainda assim teriam que ir à aula. Quando chegaram à sala de duelos, se depararam com um grande salão magicamente ampliado, havia um circulo demarcado no centro e ao redor da sala havia algumas cadeiras e poltronas. Os quatro amigos se dirigiram a um canto da sala. Hermione percebeu quando Draco entrou, estava com outro garoto sonserino e lançou a ela um olhar, porém ela o ignorou. Gina percebeu a troca de olhares dos dois e entendeu o porquê dela estar tão irritada naquele dia.
Alguns segundos depois o professor entrou. Caminhou lentamente até o centro do salão fitando cada rosto dos alunos.
-Boa-noite a todos, sou o professor Peter Woodsen – ele disse cortês sacando sua varinha. – Bem vindos a sua primeira aula de duelos. Quero somente que saibam que não tolero brincadeiras, esta aula é séria, já que o que terão que enfrentar lá fora é muito mais ameaçador do que seus N.O.M’s e N.I.E.M’s. Espero que vocês aproveitem muito bem essa chance de aprender a se defender dos perigos. Mas eu não sou nenhum ditador e estou aqui para ajudá-los.
Os alunos olhavam fixamente para o professor, e alguns sabiam que aquele seria um dos melhores professores que poderiam ter somente pelo modo como ele falava.
-Como se eu tivesse algo para aprender aqui... – Anthony deixou escapar baixinho.
-Quero que vocês prestem o máximo de atenção nas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, quero que aprendam novos feitiços e azarações, pois se tem uma hora em que vocês poderão praticar sem medo, é durante nossas aulas. Agora, o que acham de um duelo rápido? Alguém se candidata? – ele pergunta, mas ninguém se manifesta – que tal o senhor? – ele aponta para um aluno do sétimo ano. – qual é o seu nome?
-Anthony Wolhein – Tony responde não gostando da ideia de duelar na frente de todos.
-Duela comigo? – ele pergunta e Anthony confirma com um aceno. – prepare-se.
Os alunos ficam mais animados e começaram a observar os dois se prepararem para o combate.
-Lembre-se, um cumprimento, e o duelo começa, vamos somente dar uma demonstração, nada perigoso, entendeu, rapaz? – ele perguntou e Tony confirmou – então comecemos.
Os dois se cumprimentaram e se afastaram, começaram a se movimentar devagar pelo círculo no chão, Anthony lançou um feitiço de desarmar, mas Woodsen repeliu o feitiço e tentou estuporá-lo, não obteve sucesso uma vez que Tony desviou e lhe lançou um feitiço de corpo-preso, facilmente repelido por um feitiço escudo.
-Você duela muito bem, rapaz.
-Obrigado, senhor, mas agora que tal acabar com isso? Impedimenta! – ele disse bradando a varinha e quase acertando o professor.
Mas Woodsen lançou uma azaração e fez Anthony ter a mão esquerda paralisada. Mas com a direita pegou a varinha que estava caindo e executou um feitiço utilizando uma tática que aprendera há algum tempo. Um lenço negro apareceu no chão e Anthony distraiu o professor executando e repelindo azarações, ainda se movimentavam ao redor do círculo e, em um momento, Woodsen pisou no lenço e sentiu a sua perna ser puxada pelo chão. Ele percebeu que seu pé se prendeu no chão, bem onde o lenço estava e entendeu a armadilha. Mas antes que Anthony pudesse desarmá-lo, o professor desfez a armadilha e lançou um petrificus totalus, facilmente defendido pelo garoto.
-Muito bem, acho que já está ótimo, você foi muito bem Sr. Wolhein, ótima tática. Mas com certeza você não deu tudo de si nesse duelo e espero poder ver um dia seu verdadeiro potencial – Woodsen parou o duelo vendo que o aluno era bom, mas não queria exibir sua habilidade. – Alguém mais quer duelar?
-Aposto 5 galeões que você não consegue desafiar ninguém para um duelo. – um garoto da sonserina disse à Lucy.
-Uma aposta? Interessante. Consigo desafiar qualquer um pelo dobro.
-Certo, 10 galeões se você desafiar alguém do 6º ano.
-Moleza – ela disse e dirigiu-se ao professor – quero duelar. Mas não com senhor, se me permite escolher, adoraria desafiar alguém para um duelo, mas é claro que não será nada... perigoso.
-Ora, ora, a senhorita parece muito corajosa – ele disse com uma expressão indecifrável. – seu nome?
-Lucy Moore.
-Pois bem, quem você desafia? – ele perguntou interessado.
-Quero duelar com Draco Malfoy. A menos, é claro, que ele não aceite duelar com uma garotinha.
-Eu vou matar ela, não é que ela está me provocando mesmo? – Draco falou baixo não acreditando no que ela estava fazendo.
-Tome cuidado, ela não parece ser o que é. – Zabini comentou.
-Eu aceito. – ele disse sem ouvir o amigo.
-Srta. Moore, veja bem, não é melhor duelar com alguém do seu ano?
-Quero duelar com ele. – ela disse com firmeza.
Lucy dirigiu-se devagar ao centro do salão, assim como Draco que sustentava um ar decidido. A garota pegou sua varinha e olhou para o professor.
-Então, está bem, se querem duelar... mas nada perigoso, por favor, nenhum golpe baixo,tenham honra pelo menos... – o professor disse fitando-os – cumprimentem-se – ele disse e os dois se curvaram. – preparem-se – Lucy e Draco levantaram as varinhas, ficaram em pose de duelo e encararam-se em desafio, cada um provocando o outro. – Comecem.
-Estupore! – Lucy disse antes que Draco tivesse tempo, mas ele desviou e lhe lançou um feitiço dificultando sua locomoção. – Muito esperto, Draco – ela disse debochada e se livrou do feitiço – Tente me atacar agora. – a loira disse dando floreios no ar e fazendo aparecer em volta de si uma neblina púrpura.
A neblina foi se espalhando e espalhando até alcançar o garoto. Ninguém conseguia ver mais nada do que acontecia, nem mesmo Draco conseguia supor onde ela estava. Até que um feitiço o acertou na perna, fazendo cair. Draco olhou para sua perna e percebeu que não havia ferimento algum, apenas doía. “Ela quer brincar? Então que o jogo comece!”
-Lucy, que tal uma aposta? – ele perguntou apurando a audição para ouvi-la.
-Hum... não sei, por que será que todos amam apostar comigo? – ela disse irônica de algum lugar atrás dele. – Mas tudo bem. O que propõe?
-Se eu ganhar o duelo, você fará qualquer coisa para mim.
-E se eu ganhar?
-Você volta para o time.
-Feito.
-Ótimo! – ele disse e com a varinha sugou toda a neblina, fazendo-a desaparecer.
Com um feitiço a atingiu no braço, abrindo um pequeno ferimento, mas ela devolveu o golpe acertando-o com um feitiço que o derrubou no chão. Quando Lucy tentou estuporá-lo ele fez um contra-feitiço e lançou um feitiço de corpo preso nela.
-Protego! – ela disse. – Até quando vamos ficar nessa de ataca e defende?
-Até alguém cair. Impedimenta – Draco disse acertando-a, mas Lucy continuou a duelar.
-Rictumsempra! – ela bradou acertando-o e fazendo-o sentir dor – Que tal desistir?
-Nunca! – Draco disse convicto e lançou um feitiço estuporante, mas ela o repeliu e conjurou uma pequena faca de prata. – Ei, Lucy, espera... – mas antes que ele pudesse terminar de falar, ela lançou a faca na direção dele.
A faca cruzou o ar como um risco prateado e a poucos centímetros de acertar a cabeça de Draco, dissolveu-se no ar em uma poeira púrpura. E antes que Draco pudesse se dar conta do que acontecera, Lucy estava a sua frente com a varinha apontava em seu pescoço.
-Não tenha medo, Draco, eu não te machucaria. – ela disse vendo que vencera o duelo.
-Certo, você me assustou, agora que já ganhou, que tal tirar essa varinha do meu pescoço? – Draco perguntou cínico – E bem vinda de volta ao time.
-Obrigada.
-Vejo que temos uma vencedora – o professor disse maravilhado com a habilidade deles e só então Lucy e Draco lembraram-se que havia um público ao redor deles. – espero que haja mais alunos como vocês.
A aula seguiu-se com outros breves duelos, e o professor observava cada aluno e ao fim da aula ele já sabia quem era veterano em duelos, e alguns para ele não era surpresa que sabia duelar. Ao fim da aula ele dispensou os alunos. Lucy percebeu que Hermione estava indo embora junto com Gina e resolveu alcançá-la.
-Ei, Granger! Esqueceu do meu convite hoje cedo? – perguntou no seu tom sonserino.
-Eu... – Hermione começou dizer olhando para Gina, mas foi cortada.
-Me siga.
Hermione então disse a Gina que a encontrava na sala comunal e seguiu Lucy relutante até a sala precisa. Ao chegar lá Hermione deparou-se com um salão amplo, havia vários pufes no chão, uma lareira e várias estantes de livros, além de bebidas das mais variadas.
-Bem vinda ao meu mundo. – Lucy disse divertida.
-Você bebe? – Hermione perguntou descrente.
-Casualmente – ela disse se sentando num dos pufes. – O que foi? Vai dizer que só tenho quinze anos? Pois é, eu tenho, mas não sou uma bêbada como você deve estar pensando. Eu sou uma sonserina, não um anjinho grifinório.
-Certo, por que me chamou? – ela perguntou vencida e se sentando também.
-Para conversamos.
-Se é sobre o Draco...
-Não é sobre o Draco, é sobre você. – Lucy disse simplesmente. – me diga, Granger, desde quando você tem pesadelos?
-Como você s...
-Como eu sei? Sou boa em descobrir segredos, principalmente os mais importantes – a loira disse fitando Hermione nos olhos.
-Desde o começo do ano letivo – Hermione disse depois de uns segundos relutante – Tive o primeiro sonho no trem... e eles não param, todas as noites eu vejo coisas... – ela disse com dificuldade – coisas que eu não deveria ver... e que... me assustam.
-Por que não conta ao Draco?
-Não quero que ele saiba, ele já anda preocupado demais e a gente meio que não estamos nos falando.
-Por quê?
-Porque ele não me conta nada, nada mesmo, nada da vida dele, eu dei a ele meu coração e ele não sabe confiar em mim.
-E o que você acha que está fazendo com ele? – Lucy perguntou e Hermione abriu a boa para retrucar, mas viu-se vencida – Mas pelo jeito você descobriu algum segredo dele, embora, se eu fosse você, não o julgaria baseada no que você conhece dele, porque você não faz a mínima ideia de quem o Draco é...
-Como assim?
-Hermione, o Draco é um verdadeiro sonserino, ele não pensa nas pessoas, ele só sabe pensar em si mesmo, ele é egoísta. – Lucy disse com convicção e Hermione iria protestar, mas ela continuou a falar – não diga que ele não é assim, porque ele é, e sempre foi. Mas aí ele se apaixonou por você, a garota grifinória, inteligente, altruísta... quando isso aconteceu ele ficou perdido, ele quis te manter longe, porque achou que assim seria mais fácil voltar a ser como era antes, mas não foi fácil... sabe por quê? – ela perguntou e não obteve resposta – Porque ele se importava com você, pela primeira vez na vida ele sentia algo verdadeiro por alguém, com exceção da mãe dele, é claro. Mas aí estava o problema, ele gostava de uma sangue-ruim. A sangue-ruim que o odiava. Ele quis manter-se longe e começou a te magoar mais do que magoava antes, mas ele não conseguiu ficar longe de você.
-Seria tão mais fácil se ele tivesse conseguido. Mas ele tinha que me fazer me apaixonar também.
-É, ele te conquistou, mas você disse antes que deu a ele seu coração. Isso é uma grande mentira. Você nunca deu a ele seu coração, e nem ele deu o dele para você.
-Como é que é?
-Você tem medo de amar, porque isso é novo para você, você nunca se apaixonou antes e teme o desconhecido, as respostas para você estão sempre nos livros, mas esqueceram de te dizer que não existe nenhum livro que descreva o que você sente ou deve sentir por alguém.
-Olhe, eu...
-Você o que? O ama? Tudo bem, eu posso tentar acreditar nisso, mas você precisa se empenhar mais em fazer esse namoro durar. As pessoas vão inventar mentiras e mesmo que você julgue que sejam verdades, você vai preferir acreditar em desconhecidos ou no Draco?
-É claro que no Draco!
-É, você está fazendo um bom trabalho caindo no joguinho da Parkinson – Lucy disse e viu o olhar confuso de Hermione – olha, eu sei que a Parkinson tem te abortado nesses dias, mas tudo o que ela quer é separar vocês dois, ela faria qualquer coisa para ter ele. Mas pense sobre isso tudo, tome suas próprias decisões.
-Posso ir? – Hermione perguntou já cansada daquela conversa.
-Ir?Agora que a conversa apenas começou? – Lucy perguntou sorrindo.
-Como assim apenas começou? O que você tem para me falar ainda?
-Vou falar do que mais você deseja saber. Da única coisa que tira seu sono, do que vem te perseguindo, vou dar algumas respostas que você não consegue encontrar em lugar algum. Vou falar o que eu sei sobre a Pedra do Destino.
-Como assim? O que você sabe?
-Por favor, Hermione, eu sou a filha da antiga guardiã da pedra, você sabe disso, sei que sabe.
-Sinto muito por sua mãe. – Hermione disse sincera.
-Me responda uma coisa sinceramente, como ela morreu?
-Lucy, eu... – Hermione começou a dizer, mas sob o olhar suplicante de Lucy resolveu revelar seu sonho com a mãe dela – Esse foi o pior sonho que eu tive, foi o que mais me assustou... – ela disse – Voldemort estava a torturando. Ele queria saber onde estava algo, acho que ele queria a Pedra, mas ela não queria dizer, ela apenas agüentava. Então ele ameaçou te atacar ou matar, não sei, mas isso a afetou mais do que as maldições, eu me lembro dela ter feito algum feitiço antigo, não lembro as palavras, eram uma língua antiga, talvez runas, mas eu estava assustada demais para lembrar, depois Voldemort começou a ler a mente de sua mãe. Ele viu coisas da vida dela, Hogwarts... Seu pai... uma briga entre eles em que eles pareciam estarem separados... um esconderijo da pedra... e depois, ele a matou. – Hermione parou de falar, essa era primeira vez que ela contava o sonho a alguém, e lembrar-se dele depois de tanto tempo poderia parecer difícil, mas a lembrança estava intacta.
-Obrigada. – Lucy disse com a voz quebrada.
Enfim Lucy sabia a verdade e não somente fatos distantes que insistiram em contar a ela quando sua mãe morrera, agora ela sabia a verdade. Mas mesmo assim não fazia sentido. Melanie Moore era uma excelente oclumente, e a pedra nunca esteve em esconderijo algum, a menos que... “Ah! Não! Ela não fez isso!” Lucy pensou inconformada e com raiva. “Como ela pôde?”. Lucy sem mais nem menos começou a chorar silenciosamente, sabia a verdade, agora ela entendia o que aconteceu. Se ao menos pudesse voltar no tempo...
-Lucy...
-Não, Granger. Eu estou bem. Você quer saber mais sobre a Pedra, não é? – ela perguntou nervosa – Pois bem, vejamos – ela seguiu até uma estante e pegou um livro, abriu em uma página marcada e começou a ler com sua voz ainda quebrada.
A Pedra do Destino pode se apresentar sob a forma de diversas pedras preciosas. Muitas guardiãs, quando a encontraram e a tocaram, fizeram com que a pedra assumisse a forma de suas pedras favoritas, embora houvesse casos em que a pedra simplesmente ficava na mesma forma.
A história da Pedra Predestinada é oculta, mas não extinta. Muitas guardiãs escreveram suas descobertas em códigos ou línguas antigas, e os escritos permaneceram secretos durante séculos. No século XV, uma jovem que descobriu ser uma das protetoras da Pedra, a encontrou, bem como traduziu os escritos, seu nome era Juliette Granreister, filha única de um rei e prometida a casar-se com um lorde o qual odiava. Ela, apaixonada por um arqueiro, fugiu com ele, e nunca mais ninguém os viram. Acredita-se que eles tenham criado juntos vários cultos à pedra e desenvolvido mais ainda a magia que tinham.
-Isso não é lenda, é verdade, não faço a mínima ideia de como a Pedra surgiu, mas isso é verdade. – Lucy disse com firmeza limpando suas lágrimas que insistiram em cair, mas ela controlou-se e forçou-se a parar de chorar.
-Mas eu pesquisei e descobri que a Pedra é poderosa, só a guardiã pode obtê-la ou quem conquistar o poder. – Hermione disse vendo a feição nervosa e triste de Lucy.
-Não acredito, eu penso que o poder não se conquista, apenas tem quem merece, e acho que seja assim que funciona com a pedra.
-Vi também que quem tiver a pedra terá grandes poderes, que poderá mudar o futuro, mas que as pessoas se tornam obsessivas pelo poder.
-Não acho que o futuro possa ser mudado, sequer acho que o futuro seja predestinado. Apenas penso que nós fazemos escolhas e a pedra tenta nos fazer mudar de opinião para que algo não aconteça, mas nunca percebemos a hora de fazer uma escolha diferente. A pedra não é perigosa, perigoso é o possuidor da pedra e eu não faço a mínima ideia de como Voldemort soube da pedra ou para que a queira.
-Quem saberia? – Hermione perguntou, mas lembrou-se de algo que queria saber – mas agora que não existe uma guardiã, quem protegerá a pedra?
-A pedra está perdida, ninguém faz a mínima ideia de onde esteja. –Lucy respondeu com uma meia-verdade enquanto se esquivava da pergunta dela.
-Lucy?
-Hum...
-Você acha que quando essa guerra acabar, Draco vai ficar comigo?
-Acho que vocês não deveriam esperar a guerra acabar para tomar decisões, agora é a hora de decidir seu futuro.
-Lucy, obrigado por tudo isso, eu realmente agradeço. – Hermione disse sincera – acho que já acabamos.
-Só mais uma coisa... Há mais informações sobre a pedra aqui e eu queria que você aprendesse mais sobre isso, você poderia vir aqui algum dia, para conversarmos sobre a pedra.
-Todas as terças? – Hermione disse lembrando-se que não tinha nada naqueles dias.
-Ótimo. – Lucy disse assentindo.
-Estou indo então, boa-noite.
-Boa-noite.
Hermione saiu da sala precisa assim como Lucy, mas seguiram caminhos contrários, era difícil absorver tudo, principalmente sobre seus sonhos. Decididamente seus sonhos não eram somente premunições, talvez fossem avisos. “Tudo bem, eu previ o que iria acontecer quantas vezes? Vejamos, a morte da Melanie Moore, o ataque do Colin Creevey, o ataque do lobisomem... impressão minha ou eu só vejo desgraça?” ela pensou com ironia enquanto andava na direção da sala comunal. “Por outro lado... eu acho que o que ela disse sobre a pedra é verdade, talvez a mãe dela tenha lhe passado algumas informações. Será que ela sabe de mais algo e não me disse?” ela perguntou-se e começou a pensar no que Lucy dissera sobre Draco, realmente ele estava mudando, para Hermione ele estava diferente e ela tinha que começar a conhecê-lo.
-Hermione – a garota mal pensou nele e escutou sua voz.
Hermione se virou e encarou Draco. Ele estava a alguns metros dela e sua expressão era séria, ele foi se aproximando devagar, passo a passo, ficando mais próximo a cada instante e sustentando seu olhar. Ele ainda conseguia hipnotizá-la com seus olhos frios, ela sentia-se da mesma forma que antes, quando eles não tinham nada ainda. Não era preciso palavras para eles entender o que cada um queria dizer ao outro naquele instante, olhares, toques, eram simples e tão complexos ao mesmo tempo, que eles nem sabiam como conseguiam sentir o que o outro sentia. Ela se lembrava de como ele tinha poder sobre ela, e assim, sob o domínio dele, ela deixou-se ser levada pelas mesmas sensações que antes.
O modo como Draco acariciou sua face, a fez lembrar-se do quanto era bom tê-lo perto. Ele tocou seus lábios nos lábios dela e seu hálito a manteve anestesiada, lentamente começou a aprofundar o beijo e explorar a boca dela como sempre fazia, suas mãos encontraram a cintura dela e a puxaram mais de encontro a seu corpo. Hermione colocou suas mãos na face dele, cada vez sentindo a pele mais quente e necessitada de Draco. E o beijo foi se tornando perigoso à medida que eles iam se embrenhando novamente pelos caminhos tortuosos de suas reações. Draco deslizou suas mãos para a coxa da castanha e a conduziu para a parede, onde as costas dela tocaram e sentiram a textura fria e antiga, e a cada toque dele, ela sentia um arrepio na espinha que a fazia não ter controle sob seu próprio corpo.
-Hermione – Draco sussurrou afastando seu rosto do dela e vendo-a ofegante. – Me desculpe, eu sou um idiota. Eu não devia ter sido tão indiferente hoje mais cedo na aula. – ele disse fitando os olhos castanhos dela e vendo mágoa – Quanto à Pansy, eu devia ter sido mais honesto, mas não sabia que algo que aconteceu há tanto tempo pudesse te magoar...
-Ficou com ela mesmo? Vocês...
-Sim. Mas foi há tanto tempo... e eu nunca senti nada por ela... o que foi? – ele perguntou vendo Hermione fazer uma careta.
-Como você pôde dormir com aquela... aquela... nem tenho palavras para definir a Parkinson... – Hermione dissera ainda com a expressão de nojo.
-Era só diversão e ela sabe disso.
-Eu sou uma diversão também? – ela perguntou com um sorriso desafiador.
-Quê? Não! Claro que não. – ele disse estranhando a reação dela.
-Então você admite que temos algo sério? – ela perguntou avaliativa.
-Se você quiser... Você é muito mais do que diversão e muito mais do que mereço. – ele disse aproximando-se perigosamente – então não vejo mal algum em... termos algo mais sério – Draco falou no olvido dela, fazendo-a sentir sua respiração em seu pescoço, onde ele beijou delicadamente – podemos ter algo mais sério agora mesmo, sabe? – ele disse escorregando suas mãos da cintura dela para a coxa.
-Draco! Pelo amor de Merlin! Você entendeu tudo errado – Hermione dissera empurrando-o e fazendo-o recuar. – não estou falando de... Ah! Você sabe. – ela dissera corando e Draco riu – MAS O QUE DIABOS É TÃO ENGRAÇADO?
-Você – ele dissera cínico se aproximando novamente. – É apenas uma menina ainda... a minha menina. – Draco falou puxando-a de encontro a ele, abraçando-a.
-Isso é mais um de seus joguinhos de sedução, Draco? – a castanha perguntara fitando os olhos azuis-acinzentados do loiro.
-Talvez. – Ele falou explorando os lábios dela mais uma vez. – O último jogo foi eu quem ganhou. E aposto que você não aguenta um dia sem mim.
-Durante seis anos eu dava graças por você estar longe e, o que muda agora? Eu posso tentar fazer o mesmo.
-Só que tentar não quer dizer conseguir.
-Merlin! Você é convencido demais. – ela disse revirando os olhos para o nada – Tenho que ir agora, está tarde.
-Boa noite então. – Draco disse beijando-amais uma vez e a soltando, viu ela andar para seu dormitório e começou a andar na direção oposta.
-Draco! – Hermione o chamou e observou ele parar e observá-la. A garota olhou os olhos dele e deparou-se com um brilho diferente nos olhos azuis dele, não usava mais sua máscara da indiferença que tantas vezes optara por utilizar para não se parecer fraco. – Boa sorte amanhã no jogo.
-Tem consciência que vou jogar contra a Grifinória? – ele perguntou e ela confirmou com a cabeça – vou acabar com Potter, ele vai ver do que a sonserina é capaz.
-Só não vá parar na enfermaria.
-Eu não vou, meu amor. – Draco disse e antes que pudessem voltar para seus dormitórios, escutaram passos por perto e uma voz conhecida falou.
-Vamos Norra, aposto que vamos encontrar algum estudante idiota para aplicar algum castigo. Ah! Que saudade dos tempos em que me deixavam chicotear os alunos malcriados...
-Ah, não, o Filch! – Hermione resmungara baixo.
-Vem comigo – Draco a chamou vendo que estavam sem como ir para seus dormitórios.
Ele pegou a mão dela e começou a puxá-la,correndo silenciosamente pelo corredor.
-Para onde estamos indo? – Ela perguntou baixo.
-Sala precisa. – ele respondeu ficando de frente para a passagem e pensando mentalmente na sala que logo se materializou.
“E novamente estou na sala precisa” Hermione pensou irônica ao entrar com Draco, mas dessa vez deparou-se com uma sala diferente, agora a iluminação era mais fraca e num tom azulada. Havia uma cama convidativa e a lareira estava acesa. Draco fechou a porta e olhou para a castanha.
-O que foi?
-Não vou dormir aqui. – ela respondeu simplesmente.
-Ótimo, vá para seu dormitório e diga um olá para o Filch por mim – o loiro falou irônico.
-Aquele amador de bolas de pêlo, torturador de pirralhos... – ela resmungara sentando-se na cama e vendo Draco deitar-se também – peraí, só tem uma cama.
-Bem observado, você é uma ótima matemática – ele dissera debochado.
-Não é isso que eu quis dizer – ela reclamara fazendo-o rir. – não vou dividir uma cama com você.
-Durma no chão então – ele disse e Hermione ia abrir a boca para protestar, mas seguiu em direção da porta – Ah, Qual é, Hermione? Será que não dá para ignorar seu orgulho pelo menos uma vez, não vou te machucar, não vou te morder se você dormir na mesma cama que eu.
-Será?
-O que eu tenho que fazer para você acreditar? – ele perguntou com sua voz arrastada – Quer que eu me ajoelhe e jure?
-Não precisa – ela dissera se dirigindo à cama e deitando-se do lado dele.Puxou o cobertor deixando-o descoberto e disse debochada – Boa noite.
-Boa noite, querida – ele disse acidamente puxando o cobertor de volta, mas ela puxou também. – É meu!
-Não é não – ela disse infantilmente e os dois ficaram puxando o cobertor como duas crianças até que conseguiram rasgar. – Ótimo, não falta mais nada, Merlin te amo!
-Bem feito – Draco disse sacando a varinha e executando um “reparo” – Será que podemos dividir o cobertor também?
-Acho que sim – ela disse aproximando-se, mas virou-se de costas para Draco. Ele a puxou mais para perto e a abraçou pela cintura entrelaçando seu corpo ao dela e cobrindo-a com o cobertor.
Alguns minutos depois Draco não havia dormido ainda e observava a respiração uniforme de Hermione. Mal podia adivinhar que acabaria esse dia junto com ela na sala precisa “Esse dia foi o mais doida que já tive”.
-Draco, você está acordado? – Hermione perguntara.
-Não. – Draco respondera.
-Engraçado... – ela falou irônica e virou-se para ele. – não consigo dormir.
Isso soou infantil para Draco, como se estivesse fitando uma criança. Olhou-a e sorriu.
-Feche seus olhos. – ele disse calmamente e viu-a fazer o que ele pediu. – Agora relaxe, pense em algo que te faz feliz.
-Vejo um jardim, cheio de flores, eu estou vendo o sol se pôr no horizonte.
-Agora pense no que você esperava para esse ano.
-Eu desejava um amor verdadeiro. Eu desejava ser a pessoa mais importante para alguém.
-E você encontrou esse alguém?
-Às vezes penso que sim, mas essa pessoa é um poço de contradições. Toda vez que eu penso que o conheço, ele me surpreende.
-Você pode se surpreender muito pela frente então. – ele disse sendo vencido pelo cansaço aos poucos e percebeu que Hermione também estava cansada, abraçou-a mais ainda e caíram no sono.
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N/a: Certo, eu sei que demorei, mas, por favor, não me amaldiçoem... tudo bem, podem lançar seus crucio, eu mereço! Mil desculpas por ter demorado a postar, só escrevi para valer mesmo nesses últimos dias, era para eu ter postado a alguns dias, mas a internet não conectou aqui em casa, isso que dá ter internet discada... mas olha o lado bom, eu marquei um recorde. 26 páginas!!! Isso é algo para se comemoram, afinal, estou tentando aumentar os capítulos... mas estou pensando em parar de fazer uma capa para cada capítulo... sei lá, ‘to pensando ainda...
Bom, mas vocês sabem agora um pouco mais sobre a pedra do destino e não! Eu não vou revelar mais nada sobre ela por enquanto. Sobre essa briguinha do Draco e da Hermione, bem, é uma fase, eles precisam começar a conhecer um ao outro... mas mesmo assim eles terminaram o cap juntinhos né? Quanto ao Anthony e a Lucy, bem... ficou um clima estranho entre eles no começo do cap, né? Não vou falar mais nada. Ah! Novo personagem... professor Peter Woodsen, quais será que são os segredos dele e porquê Dumbledore deseja tanto o perdão dele? Estranho... Mas me falem, a Pansy é ou não é uma cachorra? Levante a patinha quem disse que sim. shushushhshuhsu
O que será que vai rolar no próximo capítulo? Vejamos... humm... tem um jogo de quadribol, ou melhor, “O jogo de quadribol”, Grifinória X Sonserina. O que vai acontecer? *autoramisteriosa*. Tem também uma festa, a “noite dos desafios”, para quem conhece One Tree Hill vai saber mais ou menos como vai ser essa noite... Ah! Isso vai ser ótimo...
Já falei demais.
Uma pequena notícia
Por culpa do Destino terá continuação! Isso quer dizer que vou terminar essa fic em alguns capítulos, talvez teremos mais 3 ou 4 caps, mas ainda não decidi. Já tem até o trailer, quem quiser é só conferir. http://www.youtube.com/watch?v=0PzmQfoeiuA
Mas já vou avisando, para alegria de vocês estou preparando um novo trailer, e esse, vai revelar muitas coisas que vão acontecer em Por culpa do Destino 2, o jeito é esperar, falta só eu decidir a trilha sonora melhor para o vídeo, indecisa, né?
Quanto aos coments...
Claudiomir José Canan – Fiquei muito feliz em saber que você está lendo minha fic e adorei seus elogios. Muito obrigada. Estou tentando melhorar minha escrita a cada capítulo e saber que um autor como você gostou da fic é a melhor coisa que eu poderia ouvir. O relacionamento do Draco e da Hermione... Bem teremos algumas surpresas, se eu fosse você prestaria atenção nas visões da Hermione, elas podem revelar alguns fatos que acontecerão na continuação da fic. Bom, já o Anthony e a Lucy serão alguns mistérios. Por enquanto vocês não sabem nada sobre ele, e só pretendo revelar a história da vida dele em Por culpa do Destino 2, e a Lucy vocês já conhecem ela “superficialmente”, mas a verdade é que ela será uma personagem mais importante daqui para frente. Nem precisa me convidar, eu já me auto-convidei. Conheço Apollyon há alguns meses e finalmente consegui ler a fic inteira, agora é só eu esperar atualização... então não seja mau, ok? Não demore tantooooo. Suhhsuhsuhhsu. Acompanho também Renascido do Inferno e fiquei muito, mas muito curiosa mesmo. Como você termina o capítulo daquela forma? Quero saber como será o futuro do Draco agora que ele voltou para o passado. Aguardo atualizações. Beijos.
Marie Malfoy – Muito obrigada. Está sendo um desafio para eu escrever essa fic e saber que meus leitores estão gostando é muito bom. Sinceramente, eu não sei como consigo escrever as cenas do Draco e da Mione, algumas cenas se você quiser saber, saem por acaso, quando eu estou relendo o capítulo para postar. Aí eu falo, “Isto aqui dá para ficar melhor!” e escrevo o que me vem na cabeça. Juntos de uma vez por todas é complicado demais para aqueles dois, eles precisam entender certas coisas, além é claro de descobrir que nem sempre o amor é tudo. Você falou de algo que eu queria que alguém comentasse: as visões da Hermione, sim, você pode chamar de visões, mas o termo premunições se encaixaria melhor ;) não vou falar mais nada senão vou estragar a história. Beijos Marie.
Bom... então é isso, tão poucos comentários... vou ficar deprimida e não irei conseguir escrever, então comentem por favor. Mil desculpas, não tenho prévia do cap. 13... mas juro que o próximo cap não demora, quem sabe vem antes do natal...
Comentem &Votem
Gabi Ravenclaw.
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