Resolvendo problemas

Capítulo 70 – Resolvendo problemas

 

Lílian não estava gostando muito do que Tiago estava para fazer. Certo que alguém tinha que cuidar das meninas e Letícia estava com Harry no trem. E que isso poderia mudar muito mais que os fatos diretos. Mas ela ainda se preocupava.

O moreno tinha ideia de evitar de todas as maneiras possíveis que os comensais invadissem o castelo. Já tinha retirado o armário sumidouro do castelo e confiscado o que estava na Travessa do Tranco. Mas essa era apenas uma das formas que eles poderiam entrar.

Ele havia retirado da memória de Rabicho a localização das entradas secretas para o castelo. Claro se certificando que ele não havia contado para ninguém antes.

Agora Tiago estava parado em frente a uma mansão que ele preferia nunca visitar. A mansão Malfoy, com todas as suas excentricidades e feitiços anti-trouxas.

- Bom dia. – disse Narcisa abrindo a porta, mas ao ver quem era logo mudou o tom de voz. – Você. O que quer aqui? Já não basta o meu marido ter sido preso e você ainda vem aqui para seja lá o que.

- Não vim aqui por conta do seu marido. Pelo menos não diretamente. – disse o auror. – Quero falar do seu filho.

- Draco? O que você fez com meu filho? – perguntou a loira preocupada.

- Seu filho está bem, na medida do possível. – disse Tiago. – Mas temo que não por muito tempo. Mas isso não é coisa que deva ser discutida aqui na porta de sua casa.

- Sim, melhor ninguém te ver aqui. – disse ela.

Narcisa o conduziu para uma sala de jantar, mas sem servir nada.

- Pode falar. – disse ela.

- Você deve estar ciente que Voldemort não está feliz com o insucesso de seu marido. – disse Tiago e via a reação clássica à menção do nome do Lorde das Trevas. – Ele exigirá uma reparação. E quem fará isso será seu filho. Dará algo além da capacidade de seu filho, e não permitirá mais falhas.

- Eu não permitirei. – disse a loira.

- Então ele te mata. – disse o auror. – E usa seu filho da mesma maneira.

- Mas o que devo fazer então?

- Pegue seu filho na estação e saia do país. Pelo menos durante as férias. – disse Tiago. – Fale que é para as pessoas os esquecerem e assim poder ajudar Voldemort mais a frente. Fique incomunicável. E não permita que Draco receba a marca.

- Mas se eu fizer isso, o Lorde matará Lucius. – disse ela chorosa.

- Voldemort precisa de seus comensais. Ainda um com riqueza. Pode ser que demore um pouco mais para ele ser libertado, mas pode ter certeza que ele será. O que não lhe garantirá perdão.

Narcisa pensou por alguns minutos.

- Farei o que me pede. – disse ela. – Não posso deixar Draco passar pelo mesmo que o pai.

- Você não terá problemas para sair do país, então. – disse ele se levantando.

Enquanto se dirigia para a estação para ajeitar tudo para o desembarque, Tiago foi pensando que a mulher poderia fazer o certo, apesar de não ser pelos motivos corretos, mas assim permitiria que não acontecesse a invasão, e a morte de Dumbledore, que apesar de que ele não confiava no ancião tanto quanto confiava na sua adolescência, ele ainda era um símbolo para o mundo bruxo, e um inimigo de Voldemort.

Só ainda não sabia o que fazer com Snape.

 

Lílian não ficou surpresa quando Dumbledore apareceu numa tarde para visitá-los. Aliás, a visita era esperada. Principalmente que Tiago estava no ministério.

- Boa Tarde, Dumbledore. – disse a ruiva.

- Boa Tarde, Lílian. – disse ele, de forma cansada.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou ela. - Algo relacionado com a escola?

- Não, minha querida. A escola está perfeita. – disse ele. – foi uma pista que segui e acabou se mostrando equivocada. Nada sério o suficiente para te preocupar.

- Aceita uma xícara de chá? – perguntou ela gentilmente.

- Não poderei aceitar. – disse ele. – Tenho que trocar algumas palavrinhas com o Harry.

- Ele está no quarto. Irei chamá-lo. – disse ela.

 Alguns minutos depois, Harry desce as escadas.

- Boa tarde, professor. – cumprimentou o rapaz.

- Boa tarde, Harry. – respondeu. – Imagino que você esteja tentando adivinhar o motivo da minha visita. Serei breve. Com certeza, seu pai lhe mostrou a profecia.

- Sim, mostrou. – disse o moreno.

- Então deve saber que você está destinado a derrotar Voldemort. E para isso, precisa ter alguns conhecimentos. Durante esse ano, quero que você se reúna comigo para que eu possa te passar esses conhecimentos. Claro que isso não atrapalhará sua rotina na escola.

Harry pensou um instante.

- Não vejo problemas. – disse ele.

- Você será informado dos dias de nossas reuniões. Agora devo ir. – disse o diretor. – A acredito que sua ajuda será necessária para um assunto antes do inicio das aulas, portanto passarei um dia destes para essa missão, obviamente se seus pais permitirem.

- Conversarei com eles. – disse Harry.

 

Quando Tiago chegou em casa, Harry contou a conversa com o diretor.

- O que o diretor vai contar para você é algo que ele trabalhou muito para conseguir. Acho que pode ser bom que você escute dele. Não estou querendo fazer segredo disso, mas mostrará para você como Dumbledore pensa sobre isso, e ele mostrará de uma forma melhor tudo.

- Certo, então. – disse Harry.

- E mais uma coisa. O que estiver envolto em uma poção é falso. Não adianta pegar.

- Ele me falou que devia sair em uma missão antes do começo do ano. – disse o menino ainda tentando entender o que o pai disse.

- É importante para o que ele quer, não vejo nenhum problema com isso.

 

Molly insistiu para que as crianças passassem o fim de semana com ela. Mas eles não estavam muito entusiasmados com isso, principalmente Harry. Contudo eles foram.

Harry se esforçou para manter uma distância de Gina enquanto estava na casa dos ruivos. Para Letícia foi fácil, ela simplesmente colou na madrinha. Mas para Harry foi mais difícil, principalmente que Gina queria ficar perto dele.

Ele tentava sempre manter Rony ou outra pessoa junto deles. Jogava xadrez de bruxo, conversava sobre alguma coisa. Até começou uma conversa com Arthur sobre a utilização de clipes de papel.

Quase ninguém percebeu o comportamento dos irmãos. Gina percebeu.

A ruiva acabou emboscando Harry quando ele ia para o café na segunda. Ele e Letícia estavam no quarto que era dos gêmeos. As gêmeas estavam com os anfitriões. Então para poder ir para a cozinha, o moreno teve que passar pela porta do quarto da ruiva. Que já o esperava. Quando ele passou, ela o puxou para dentro do cômodo.

- Pode ir me explicando o que está acontecendo? – pediu ela com uma falsa doçura.

- Que eu saiba foi você quem acabou de me raptar. – disse ele sem olhar para Gina.

- Desde o trem você vem me evitando, Potter. – disse ela agora com raiva. – Mau fala comigo, nem me olha, e está quase frio comigo. Tem hora que parece o Rony quando a Mione recebe uma carta do Krum.

- Não sei do que você está falando.

- Não me venha com essa historinha boba.

- Achei que o seu namorado não ia gostar nada disso. – confessou finalmente ele.

- Namorado? Que namorado? – ela perguntou confusa.

- Dino. Ele te pediu em namoro no trem. – isso era uma afirmação. – e você voltou mais corada que tudo, e você não é uma garota que cora por qualquer coisa.

Gina hesitou um instante. Onde estavam seus poderes premonitórios? Veria isso com Tiago e Lílian depois.

- É verdade. – disse ela afinal. – Dino me chamou para me pedir em namoro. Mas eu não aceitei, eu não gosto dele. É meio estranho você afirmar que eu voltei corada para a NOSSA cabine, se você nem olhou para mim. Mas eu corei mesmo, foi por algo que ele me disse depois que recusei o seu pedido. Ele me perguntou se era verdade que eu estava namorando você, andávamos juntos e às vezes sumíamos, todos no castelo falavam isso.

 -E o que você respondeu? – perguntou ele curioso.

- Nada. Só sai da cabine.

- Devia ter dito que sim.

- Mas isso era uma mentira.

- Tem certeza? – perguntou ele.

- Mas você nunca falou nada. Nem eu.

- Precisa? – disse ele a abraçando.

- Não. – disse ela segundos antes de ter seus lábios tomados por ele.

Separaram-se quando escutaram passos nas escadas e seguiram juntos para o café da manhã.

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