Depois da tempestade
Capítulo Anterior:
“Hermione soltou um grito antes de cair na água, mas o que ela não esperava, aconteceu. Por ter caído de mau jeito, Hermione acabou batendo a cabeça no fundo da piscina e sua vista escureceu... a garota tinha desmaiado”.
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(Por que você tinha que ser o centro de tudo em minha vida?)
Tudo aconteceu de maneira muito rápida. Os jovens estavam conversando quando ouviram o grito da castanha.
- Eu não acredito que aquela vaca da Lilá empurrou a Mione na piscina – gritou Gina, indo em direção a loira, assim como os outros.
Gina não sabia por que, mas sentia que alguma coisa tinha acontecido.
- Tá louca Lilá? – perguntou Rony, irritado, quando chegou perto da garota junto aos outros.
- Não foi de propósito Rony, eu juro.
- Gente – disse Luna, chamando a atenção de todos – Aconteceu alguma coisa, a Hermione não subiu ainda.
Rony não pensou duas vezes. Quando ouviu o que Luna tinha dito, uma onda de medo passou por ele. Não podia perdê-la. E jogou-se na piscina. Quando a segurou nos braços, percebeu que a castanha estava com um corte na testa. Talvez tivesse sido provocado pela queda de mau jeito na água.
- Coloca ela aqui, Rony – disse Neville, apontando pra borda da piscina.
Os garotos ajudavam o amigo, enquanto Gina e Luna observavam tudo, apavoradas.
- Ela não tá respirando, Rony – gritou Gina, que chorava ao ver a amiga inconsciente.
Rony, que havia saído da piscina, após colocar a castanha deitada na borda, não viu outra alternativa, e atirou-se a fazer respiração boca a boca, para ver se assim, a moça voltava a respirar. Nunca tinha feito aquilo na vida, só tinha visto e ouvido falar, e de um jeito meio inexperiente, apertou o nariz de Hermione, e soprou todo o seu fôlego, na boca dela. Mas tudo parecia em vão. Hermione não dava nenhum sinal, e todos estavam desesperados. Rony tentou novamente, e dessa vez a moça tinha, felizmente, voltado a respirar. Hermione tossia, colocando a água que tinha engolido pra fora. O sentimento de alívio tinha tomado conta de todos.
- Mione? – chamou Rony, pois a moça ainda não tinha aberto os olhos.
Quando a visão da moça voltou ao seu foco normal, viu logo aqueles olhos azuis que pareciam, ao mesmo tempo, preocupados e nervosos.
- Tudo bem?
- Tô – disse ela, tentando levantar-se, mas parou – Ai minha cabeça.
- É melhor levá-la pro hospital – disse Neville.
- Não... eu tô bem.
- Hermione Granger – disse Gina, parecendo irritada com a teimosia da amiga – Você precisa ir ao hospital... ou quer continuar com essa dor de cabeça.
- É Mi... a Gina tem razão – reforçou Luna.
- Vamos Mione, eu te levo no meu carro – disse Rony a ela.
- Tá bem, eu vou.
- Vem, eu te ajudo a levantar – disse o ruivo.
Hermione levantou-se e seguiu acompanhada pelo grupo. Até aquele momento, Lilá não tinha dito nenhuma palavra, observava tudo calada, e parecia até preocupada, afinal, a loira não queria que Hermione tivesse conseqüências graves. Ao lembrar-se dela, Rony, que já ia bem à frente com os outros, voltou e soltou um: “Depois nós vamos conversar” com uma expressão séria, deixando a moça sozinha.
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Depois de ter passado no apartamento, para trocar a roupa molhada, Hermione foi para o hospital, como havia prometido. Foi no carro de Rony, junto com Harry e Gina, enquanto Luna foi no dela, junto com Neville. No hospital, explicaram o que havia acontecido, e logo Hermione foi submetida a uma série de exames.
- Caramba Gina – disse Rony, que andava de um lado para outro, sem parar – Será que ninguém aparece para nos dar notícias?
- Calma Rony... hospital é assim mesmo, quando você foi internado, também corríamos atrás de notícias, que demoravam a chegar.
Ao tocar naquele assunto, Rony se lembrou do acidente que havia sofrido, e foi inevitável não recordar das conseqüências dele. Agora sabia como Hermione havia sofrido durante todo o tempo da sua internação e ele ao invés de agradecê-la, havia terminado o namoro, de modo brusco e por acreditar em Lilá Brown. Mas uma vez, se sentiu péssimo com tudo isso.
- Com licença, vocês são parentes da Srt. Granger? – disse um homem alto, que se aproximara.
- Sim... somos todos amigos dela – disse Luna.
- Sou o doutor Lenon, e estou aqui para avisá-los que a moça passa bem, fizemos alguns exames, já que ela bateu a cabeça, pra verificar se há algo errado...
- E os resultados? – perguntou Gina.
- Infelizmente, ainda não temos os resultados, mas sairá em instantes.
- Posso vê-la? – perguntou Rony, ansioso.
- Pode... mas ela dorme agora – disse o médico – O quarto fica na terceira porta deste corredor.
- Vai Rony – disse a ruiva a ele – Daqui a pouco eu chego lá.
Rony seguiu o caminho dito pelo doutor. Abriu a porta com cuidado, pois a menina dormia e não queria acordá-la. Hermione parecia num sono tranqüilo, tinha um curativo na testa e respirava com tranqüilidade. A possibilidade de perdê-la para sempre, que tinha sentido naquele dia, tinha abalado a si mesmo. Balançou a cabeça pra afastar os pensamentos, e agora só queria admirá-la. Aproximou-se da cama, passando a mão, levemente, pelos cabelos dela, que ainda estavam úmidos. Dormindo daquele jeito, nem de perto, parecia aquela garota de personalidade forte, que adorava brigar e gritar com ele. O ruivo ouviu a porta abrir. Era Gina.
- O susto já passou – falou a ruiva, que agora, parecia mais tranqüila.
- É...
- Ela parece bem, mas vai ter que passar a noite aqui.
- Por quê?
- O médico acha melhor, ela ficar em observação. Como já anoiteceu, e os resultados dos exames só saem daqui a pouco, ele decidiu que ela ficasse.
- Eu passo a noite aqui...
- Não, Rony. Você me disse que vai ter aula amanhã.
- Não Gina... já tá decidido, eu fico aqui e amanhã de manhã eu passo no apartamento, e vou pra Bristion depois, afinal é aula de sábado e toda vez, eu chego tarde.
- Rony, você também, vai dar um de teimoso, é? Você volta com os garotos, e eu e a Luna ficamos aqui. Se você dormir aqui, vai ficar indisposto amanhã... e – disse Gina, antes que ele pudesse interrompê-la – Pense na Mione, ela não iria gostar de ver você faltando aula por causa dela.
Rony sorriu.
- Em se tratando de Hermione Granger...
- Isso mesmo. Você volta e eu te deixo informado de tudo.
- Tá certo.
Gina observou o irmão, o jeito como ele a olhava.
- Você ainda gosta dela, não é?
- E quando foi que eu deixei de gostar?
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Se remexeu meio incomodada na cama. Sentiu-se diferente, e quando abriu os olhos e viu onde estava se lembrou de tudo o que havia acontecido no dia anterior. Bocejou, sentindo-se como se tivesse dormido por muito tempo. Vagou o olhar pelo quarto, porém parou em um lindo ramalhete que havia de lado da cama. Tulipas amarelas. Não tinha como se esquecer. Cheirou as flores, e sorriu ao lembrar todas as recordações que aquelas flores traziam.
- Já acordada? – perguntou Gina, que acabava de entrar no quarto, acompanhada de Luna.
- Sim... é muito cedo?
- Não tanto – respondeu Luna - Tá se sentindo bem?
- Tô. Aquela dor de cabeça sumiu, mas e o resultado dos exames que eu fiz? Acusou alguma coisa séria?
- Não, Mi – disse Gina, sentando-se na beira da cama – Felizmente, tá tudo normal com você.
- Tá vendo que não precisava vim pro hospital?
- Mione, tenho certeza, que seus pais nos apoiariam, sabia? – disse a loira.
- Disso eu tenho certeza – riu ela.
- Pelo jeito você tá ótima mesmo – disse Gina, sorrindo – Fiquei com tanto medo amiga.
- Mas agora tá tudo bem – respondeu sorrindo, agradecida.
- Graças ao Rony – cantarolou Luna.
- Como?
- Hermione, foi o Rony que te salvou – disse Gina, de forma óbvia.
- Gina, eu tava desmaiada, não vi nada.
- Bem, resumindo – disse Luna – Rolou até respiração boca a boca, e tudo.
- É... e além disso, o Rony ficou louco, sabe. Quer dizer, todos nós ficamos muito nervosos quando vimos você sem respirar, mas o Rony parecia muito abalado.
Hermione sentia-se agradecida a ele, e essa já era a segunda vez que ele a salvava.
- E... ele teve aqui? – perguntou Hermione, olhando em direção as flores.
- Não, não... ele mandou as tulipas, minutos atrás – disse Luna.
- Mas por ele, tinha passado a noite toda aqui, foi quando eu falei que você não gostaria que ele faltasse a aula de hoje por isso, ele não ficou – explicou a ruiva.
- Mas não parou de ligar um minuto sequer – continuou Luna – Perguntando direto sobre você.
Hermione havia escutado tudo com atenção, se sentindo mais viva a cada palavra das garotas. Ver que Rony se preocupava com ela, não sabia por que, mas a deixava feliz. A conversa seguia, quando foram interrompidas por batidas na porta.
- Pode entrar – disse Hermione.
Mas quando a porta abriu, as três garotas tiveram um baita susto, pois não esperavam ali, nada menos que...
- Lilá?
- Posso falar com você, Hermione?
Ninguém naquele quarto esperava a presença da loira ali. E antes que Hermione pudesse formular uma resposta, a ruiva adiantou-se.
- Olha, por conta de você, a Mione tá aqui no hospital, então nem vem querendo brigar com ela, ou é melhor, você ir embora.
- Não... eu não vim aqui pra brigar.
Hermione resolveu dar uma chance pra essa tal conversa que Lilá queria ter com ela, e pediu pra deixá-las sozinhas.
- Qualquer coisa, a gente tá aí fora.
- É, Mi. – concordou Luna – Pode nos chamar se essa conversa não for muito interessante.
Hermione concordou e quando as garotas saíram, um silêncio absoluto tomou conta do lugar.
- Bem, Lilá... pode começar – disse ela.
- Não vou fazer rodeios, quero ser bem direta – disse a loira, séria – Eu te empurrei de propósito ontem, na piscina. Mas antes que você pense que eu sou uma maníaca, eu quero deixar bem claro, que eu não queria te deixar conseqüências graves.
- Felizmente isso não aconteceu, mas poderia ter acontecido.
- É, eu sei... e por isso eu tô aqui, pra me desculpar.
Hermione de nenhuma maneira tinha imaginado aquela cena. Lilá pedindo desculpas a ela?
- Você e toda a Londres, eu acho – continuou a loira – Sabem que eu gosto do Rony, e que eu já tentei de mil formas conquistá-lo. Mas eu não consigo lutar contra algo tão forte e sincero que é o amor dele por você.
A castanha percebia como era doloroso pra moça falar aquilo.
- Eu fiz de tudo, mas minhas formas acabaram. Afinal não adianta dar murros em ponta de faca... o Rony gosta de você.
Hermione escutava tudo em silêncio. Não sabia o que falar, não sabia como agir diante de tudo aquilo.
- Bem... eu já te disse o que tinha de dizer, e agora eu já vou indo. Melhoras e... desculpa mais uma vez.
- Tá tudo bem – disse Mione.
- Tchau.
Quando ela saiu, Hermione ainda não acreditava naquilo. Parecia que todos os caminhos da sua vida, a levavam a um único destino: Rony.
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Hermione saiu do hospital às dez da manhã, acompanhada das amigas. Foi direto pra casa. Depois do almoço, a dor de cabeça tinha voltado, tomou um analgésico e deitou-se pra descansar. Acordou-se com a Sra. Meg, que acabava de deixar uma bandeja com um saboroso lanche.
- Ô querida... mil desculpas, não queria acordá-la.
- Tudo bem, Meg. Já estava na hora de acordar mesmo – disse ela, conferindo o relógio.
- Trouxe um lanchinho pra você, já que você não almoço muito bem.
- Obrigada...
- Com licença...
A senhora já ia em direção a porta, quando Hermione lembrou-se de alguém.
- O Rony esteve aqui, Meg?
- Sim... ele perguntou por você, mas como você estava dormindo, ele não quis acordá-la. Disse que depois voltaria.
Hermione sorriu.
- Desculpe se eu estiver perguntando demais – disse a senhora, se aproximando da garota – Mas, você ainda gosta dele, querida?
Hermione continuou a sorrir, e chamou a senhora pra sentar-se.
- Eu sinto a falta dele – começou ela, com um sincero sorriso nos lábios – Sinto falta do cheiro dele, da confiança que ele me passava, das palavras de conforto, que nem eram tão extraordinárias assim, mas que pra mim, soavam como o melhor poema do mundo. Eu fico relembrando das conversas, e que hoje fazem tanta falta, dos amassos no elevador, no sofá, no cinema, e dos mil jeitos de esconder isso dos outros... eu sei da dor que senti só em imaginar, que ele poderia estar sendo feliz com outra pessoa.
Após aquele desabafo da menina, Meg tinha mais do que certeza dos sentimentos da castanha.
- Então, minha filha, se tudo isso que você está me falando é verdade, acho que já está mais do que provado que você ainda o ama.
Hermione, apesar de todas as tentativas para esquecê-lo, sabia da veracidade dos fatos. Porém, não podia se iludir. Todas as brigas entre os dois pareciam uma espécie de sinal, mostrando que a relação entre eles não podia ir adiante.
- Sabe, querida – continuou a senhora Meg – Eu também tive uma paixão assim. Acho que tinha mais ou menos a sua idade. No início, tinha tudo pra dar errado. Nossas famílias não concordavam com o namoro e, enfim... depois de muita batalha que enfrentamos, nós conseguimos ficar juntos.
- Sério Meg? – perguntava a moça, surpresa.
- Sim... e hoje, ele é meu marido. Nos casamos jovens, e não tenho nenhum arrependimento. Se por acaso, me perguntassem se eu faria tudo outra vez, a minha resposta seria sim, eu faria. Temos dois filhos maravilhosos, que moram em Manchester, só vem aqui nas férias. Conseguiram uma bolsa em uma das universidades de lá, e pra mim, isso foi um grande orgulho.
A castanha estava em êxtase. Não tinha idéia de que a senhora, que vivia com ela, diariamente, tinha uma história tão linda. Sorriu ao ver a felicidade estampada no rosto da empregada.
- Se quer um conselho, Hermione, siga o que eu digo: não tenha medo de amar. Você pode conquistar tantas coisas na vida. Estar ao lado de quem você ama, é uma delas.
Aquela frase tomou conta da cabeça da menina. Não ter medo de amar. Sim, muitas vezes, Hermione, que se considerava tão segura de si, sentiu medo de algo tão puro e bom. O por quê? Ela não sabia. Só sabia que naquele momento, a sua consciência não tinha idéia de qual era o melhor caminho.
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Hermione passou voando pela sala, onde as amigas assistiam a um seriado da TV. Queria, precisava ficar sozinha. Dentro do apartamento se achava limitada, e logo então se lembrou de certa vista que podia lhe deixar, naquele momento, um pouco mais calma.
- Onde você pensa que vai, Mione? – perguntou Gina, vendo a amiga pegar a chave da porta.
- Tô saindo pra dispersar as idéias...
- Mi, lembra que o médico te recomendou repouso – reforçou Luna.
- Eu sei, mas eu não vou tão longe.
- Tá tudo bem, Mi? – perguntou Gina, com uma expressão de curiosidade, apesar de já desconfiar do que vinha por aí.
- Tá, Gina... Tudo bem, eu só preciso me distrair – disse a castanha, com um sorriso nos lábios – Agora, deixa eu ir... Tchauzinho.
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Tinha chegado ali há algum tempo. Gostava daquela vista, não sabia o porque, mas lhe dava uma sensação de alívio. Muito além disso, aquele lugar, também lhe trazia lembranças. Hermione estava no último andar do prédio, sim, ela estava no lugar, onde no dia anterior, havia sofrido um incidente. Mas, a lembrança que estava lhe rodeando, era de certo dia, em que mais uma vez, ela brigou com certo rapaz.
Flashback
“ - Querendo se esconder de todos?
Só podia ser um complô dos deuses ou algo do tipo. “Toda vez é isso, ele tem que aparecer nas piores horas e complicar ainda mais a minha cabeça” pensou ela. Sim, era Rony. O ruivo tinha chegado e a moça nem tinha percebido. Quando ele percebeu quem estava ali, tratou logo de se aproximar.
- Porque a pergunta? – falou seca.
- Eu sempre venho pra cá quando quero ficar sozinho. E parece que você tá querendo fazer o mesmo.
- Eu não tenho motivos pra querer ficar longe de ninguém, Rony – disse irônica.
Rony a encarou. Parecia querer falar alguma coisa, mas não saía nada. Hermione resolveu ir embora, não conseguiria ficar ali com ele.
- Fica – pediu ele – Não por mim, mas... eu sei como é bom ficar observando esse lugar aqui de cima, eu mesmo já fiz isso várias vezes, então... por favor, fica”.
Flashback
- Sabia que ia te encontrar aqui.
Aquela voz rouca novamente chegou aos seus ouvidos, lhe despertando dos pensamentos. Ele aqui? Não, realmente estava comprovado que era complô dos deuses.
- Como me achou?
- Fui ao apartamento, e as garotas me disseram que você havia saído - disse ele, ficando ao lado dela e encostando-se ao muro, de onde ela observava a cidade - Resolvi procurar primeiro aqui, e pelo visto, foi uma ótima idéia.
Hermione olhou para ele, que abriu um sorriso inclinado.
- Você está bem?
- Sim. Tirando esse curativo na minha testa, estou ótima.
- Não te recomendaram repouso? – começou ele.
- Sim, mas eu não consegui ficar parada...
Abriu outro sorriso. Ele a conhecia bem, para ter certeza disso.
- Obrigada – continuou ela.
Rony pode ver nos olhos da moça, a sinceridade presente naquela palavra. Tinha ficado um tanto sem jeito, e tentou disfarçar.
- Qualquer um poderia ter feito aquilo...
- Mas você fez – disse a moça, interrompendo-o – E pra mim, isso basta.
O silêncio tomou conta do lugar, eles se olhavam, mas nenhuma palavra surgia, simplesmente, pareciam ter sumido.
- A Lilá esteve no hospital – disse ela, quebrando o silêncio e aproveitando para desviar o olhar.
- O que ela queria?
- Se desculpar.
- Sério?
- É... Porque o espanto?
- Vindo dela, um pedido de desculpas? Não é algo que vemos todo dia.
- Não sei como você a agüentou por tanto tempo – disse a moça. Mas depois se arrependeu. Estava tentando por um ponto final nas brigas, e agora estava dando início a mais uma.
Rony também se fez aquela pergunta. Mas tinha que rebater, com outra, que também o perturbava.
- Eu te pergunto o mesmo, sobre o Krum.
- Francamente Rony. Como você vem comparar o Krum com a Lilá?
- Ué?! Se ele é tão boa pessoa como você diz, porque ainda não está com ele?
A vontade que a menina tinha era de dizer a verdade, que não estava mais com o Krum, porque gostava mesmo era dele. Mas, não, o Rony não estava merecendo isso.
- Você é incrível... Sabe, você tem mil faces, mas a que eu gosto, parece que sumiu, e que não mais vai voltar.
- Espera! – disse ele, segurando o braço dela, quando esta já estava virando-se – Eu não quero mais brigar com você. Eu não quero mais falar sobre Krum ou Lilá, muito menos de quem errou ou acertou. Eu sei que a culpa foi minha, eu sei que deveria ter acreditado em você, acima de tudo, mas não, eu fui um idiota, e pela segunda vez, eu tô te pedindo perdão.
- Rony...
- Volta pra mim, Mione.
- Não, Rony, não damos certo. Na maior parte das vezes, em que a gente pensa em conversar, só sai briga! – disse, disfarçando pra não chorar – A verdade é que ninguém teve culpa de nada, nos separamos por conta...
Rony queria calar aquela menina, queria que ela pudesse enxergar as palavras que diziam, e que nada daquilo tinha sentido se quisessem mesmo ficar juntos. Por isso, a beijou, foi repreendido por ela no início, mas depois, Hermione não conseguiu resistir.
- Pára Rony – disse ela, empurrando-o – Fica longe de mim, eu não quero mais ilusões.
- Você usa a razão, Mione – disse ele, interrompendo-a – Esse é o problema, e é isso que nos faz brigar.
- Ah, então o problema é comigo? – perguntou irritada.
- Não, não entende errado, por favor.
- A culpa não é minha, se você é um maluco que só quer fazer as coisas por impulso.
- Saiba você, senhorita Granger, que eu também usei todo o meu pensamento racional, mesmo quando não estávamos juntos.
Hermione riu.
- Posso saber quando, senhor Weasley?
- Claro, lembra daquele dia em que você bebeu um pouco mais da conta? – disse ele, com uma expressão cínica – Pelo que me lembro, eu tive você nos meus braços e precisei de toda a minha razão...
Hermione não pensou duas vezes, e deu uma tapa no rosto do ruivo. Teve raiva dele, naquele momento, e não conseguiu se controlar.
- Eu estava bêbada – gritou ela.
Rony havia ficado calado. Ele percebeu que foi além dos limites, que não deveria ter tocado naquele assunto.
- Porque é tão difícil pra você me perdoar, hein?
- Você me magoou muito, Rony – disse ela, não mais agüentando segurar as lágrimas que insistiam em cair.
- Eu já te pedi perdão, já me mostrei arrependido, o que quer que eu faça? Que eu grite pra todos ouvirem? – disse ele, aproximando-se do muro – ME PERDOA HERMIONE, EU ESTOU ARREPEN...
- Rony, Rony! Pára de gritos, por favor! – falava ela, segurando pra não rir, o que foi em vão, pois ambos acabaram rindo daquela cena.
- Tá vendo, Mione – disse ele, acariciando o rosto dela – Deixa eu te amar sem ter que ficar me vigiando pra não transparecer, mesmo porque, isso não adianta mais... todos já sabem, Mi.
Hermione não sabia o que responder diante daquilo tudo. Parecia ainda mais confusa do que antes.
- E se eu dissesse sim?
- Eu prometo que te faria a mulher mais feliz desse mundo.
Ela o encarou mais forte nesse momento.
- Simplesmente, porque eu amo você.
Aquelas foram as palavras suficientes para que Hermione, deixasse a razão, emoção, as pessoas, a consciência, tudo de lado, para apenas aprofundar o beijo, que ela acabara de iniciar.
I wanna know what love is
(Quero saber o que é o amor)
I want you to show me
(Quero que você me mostre)
I wanna feel what love is
(Quero sentir o que é o amor)
I know you can show me
(Sei que você pode me mostrar)
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Olá, meus amores!
Gente, perdão pela demora, mas é que nos últimos dias, muita coisa aconteceu.. por isso só vim postar agora! Mas e então? Gostaram do cap? Confesso que demorei também, por conta dessa última cena, queria que a volta do Rony e da Mione fosse bacana... espero ter agradado. Relembrando, gente, que esse é o penúltimo cap, acho que o próximo vai sair mais rápido, pois já estou de férias (ah, coisa boooa!)
patoloko: Valeu pelo comentário... Também acho q o loiro da Lilá afetou os neurônios dela!! Gostou do cap? Espero q sim... Continua comentando!
Nimphadora Tonks Lupin: Brigada pelo comentário... Espero por mais! Bjo
Joana Weasley: Tbm concordo com você, esse casal é mto pé frio, ainda bem q no fim, td deu certo... Gostou do cap? Quero comentários... Bjos
Flavinhah Weasley: Foi mal, Flavinhah, mas tive alguns probleminhas aqui, e por isso não postei antes, mas comenta aí... Gostou do cap?
Até a próxima!!
XOXO*
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