Cap unico: Criança



Sweet Child O’mine...


Ela era tão linda de se admirar. Ainda mais quando se tem Gina Weasley toda descabelada e suada jogada no chão do seu quarto. Eu sinceramente poderia passar séculos apenas mirando cada pedacinho dela. Contando cada sarda que compunha seu rosto e seus ombros. Todas aquelas sardinhas que a tornavam de certa maneira infantil a meu ver. Era uma ilusão, uma doce ilusão que eu tinha. Talvez a ela eu me prendesse também: Gina Weasley não era definitivamente o que podemos chamar de infantil. Suspirei ainda a observando jogar com Rony. Eu só queria protegê-la, segurar ela firme e ser um tipo de super herói para ela. Queria intimamente que ela gritasse por socorro, gritasse por mim. E que eu, como o “herói” que era, salvasse-a da barata, da aranha, do pernilongo que a queria engolir. Mas não. Ela não era esse tipo de pessoa: Muito determinada, chegava a dar medo no começo. Mas com o tempo você se acostuma com o tom autoritário que ela usa em tudo. Ela era exatamente o que eu não queria. Ela me deixava sem fala, às vezes meio retardado, segundo o Rony. Ele vivia falando, no que era acompanhado por Jorge, que eu era “o cachorrinho peludinho e obediente que ela não teve na infância”. Eu ficava fulo com isso, mas o que eu poderia fazer? Eles estavam tão certos!
Eu nunca tinha visto alguém me dominar do jeito que ela fazia. Era um olhar, aquele olhar que eu nunca recebi de uma mãe, aquele de reprovação. E até mesmo quando ela me dava esse olhar, o qual me arrepiava, fosse de medo ou de...bem, de arrepiar mesmo, eu simplesmente conseguia achar graça. Era linda a maneira como a pupila dela ficava minúscula e aquele azul intenso tomava conta do olhar. Às vezes eu tinha que me controlar para não sorrir. Enfim, todos daquela casa que eu tinha como o lar que eu nunca tive, a família que eu nunca conheci e o carinho que me foi negado diziam a mesma coisa: “é o amor, Harry, é o amor”. Sinceramente eu discordo disso. Não pode ser amor. É impossível que seja só isso. Com certeza tem alguma coisa a mais por trás disso. Talvez um feitiço, uma maldição. Era essa mistura que me prendia tanto a Gina que era difícil me lembrar de mim mesmo às vezes. Eu tinha dado cada pedacinho do meu ser para ela, tinha me entregado àquela menina de dezessete, que estava no meu puído, mas ainda assim jeitoso tapete, jogando xadrez bruxo com o irmão, muito ciumento por sinal. Ela, aquela ruiva, tinha Harry Potter da cabeça aos pés, da alma ao coração. E se tinha uma coisa da qual eu tinha certeza é que, na mesma intensidade que eu havia me entregado, ela tinha feito o mesmo. E é por esse e outros motivos que eu não consigo imaginar uma vida feliz e completa se esta não for ao lado dela.
- Harry? – ouvi aquela melodia harmoniosa que era a voz dela. Será que até nesse simples ato, falar, ela conseguia me deixar meio aparvalhado e constrangido?!
- Hum – sim, simples onomatopéias são a única coisa que eu consigo responder a ela logo de cara. É tão complicado raciocinar, respirar, falar e ainda por cima me mover quando ela se dirige a mim.
- GANHEI! – disse ela toda empolgada. Sorrindo.
Não pude nem lhe dar os parabéns. O sorriso que ela me mandou foi tão... Dopante! Como qualquer sorriso dela. Aquele sorriso que afastava qualquer escuridão e me fazia esquecer qualquer coisa. Aquele sorriso que me cativava e que me fazia entender o que era o amor de verdade. Caramba, eu acho que ela colocava alguma coisa no meu suco todo dia de manhã! Bom, deixei de raciocinar um pouco e me concentrei em prestar atenção a seus movimentos. O sorriso puro, os olhinhos meio contraídos, as maçãs do rosto toda empinadinhas, as mãos fazendo círculos em frente ao corpo. Cada movimento era motivo para um suspiro meu. O que raios estava acontecendo? Eu a amava desde o sexto ano, mas eu nunca havia sentido o que eu sentia agora. Talvez fosse porque eu estivesse morando na mesma casa que ela. Ou talvez porque eu tivesse entendido de vez que era impossível negar que aquela ruiva sempre teve a minha atenção e o meu carinho. Cada coisa dela sabia como me deixar meio bêbado. Fosse o jeito como ela costumava pular em meus braços e me encher de beijos ou a maneira como todo dia era ela quem servia o meu suco e passava a geléia na minha torrada. Enfim, acho que a combinação das várias Ginas tinha conquistado os vários Potters. Nossa, e como tinha conquistado! Éramos o quase casal de mais personalidades existente no mundo.
Cada sorriso, cada olhar era devastador. Era contraditório dizer “o menino que sobreviveu” ou “o herói do mundo bruxo” porque ela conseguia me fazer baixar a guarda, a pose, a varinha e o que fosse. Ela, uma simples ruiva. Quer dizer simples para os outros porque para mim...

She's got a smile that it seems to me
Ela tem um sorriso que para mim parece
Reminds me of childhood memories
Me fazer lembrar de memórias de infância
Where everything was as fresh as the bright blue sky
Quando tudo era fresco como o céu azul brilhante
Now and then when I see her face
De vez em quando, quando vejo seu rosto
She takes me away to that special place
Ela me leva para aquele lugar especial
And if I stay there too long
E se eu olhasse muito tempo
I'll probably break down and cry
Eu provavelmente entraria em colapso e choraria

Oh, oh, oh
Sweet child o' mine
Oh, oh, oh, oh
Sweet love of mine
ooooohhh
Minha doce criança
oooohhh
Meu doce amor

- Quer dar uma volta? – ela me perguntou se levantando e arrumando o short. Pela cara de Rony era melhor eu dizer não sem hesitar.
- Claro – disse me levantando e seguindo-a até o jardim. Como dizer não à ela??
Seguimos em silêncio para uma colina ali perto. Ela já havia me falado desse lugar algumas vezes e ela dizia que era o lugar preferido dela em todo o mundo. No que eu concordei assim que chegamos ao topo da colina. Era como cenas de filmes trouxas: O por do sol, eu e ela ali, naquele lugar de relva bem verde e um clima quente e harmonioso. Perfeito! Ainda mais porque era exatamente ela que estava ali, parada em minha frente, com aquele sorriso que, por Merlin, como era lindo!
- Harry? Eu já disse como você fica lindo quando está me observando? – Bandida! Ela sabia mesmo como me deixar constrangido. Corei é óbvio. Ela riu gostosamente me pegando pela mão e me fazendo sentar ao lado dela.
Ficamos ali em silêncio um bom tempo, vendo o sol ir se escondendo bem devagarzinho. Eu me permiti olhar bastante para ela. Era meio complicado não olhar, sabe?! Fiquei ali, olhando os olhos azuis dela parecerem ainda mais vivos enquanto observava o sol. Observei ela sorrir encantada enquanto o sol saia gentil. Fiquei vendo o cabelo dela esvoaçar suave e encantador com a brisa e pude ver os tons lindos de vermelho que ele tinha. Quando o sol batia forte, o cabelo dela se tingia de um vermelho tão forte que parecia que poderia queimar. E eu não duvidava disso. Era mais do que perfeito estar ali com ela.
Gina fechou os olhos e encostou a cabeça em meu ombro, no que eu automaticamente deixei minha cabeça tombar leve em cima da dela. Aquele cheiro floral que emanava dos cabelos dela era como um veneno: debilitava meus sentidos, minha consciência. Era uma tentação e eu tinha que ser forte para não agarrá-la ali mesmo. Era nessas horas e só nessas horas que eu agradecia por ela não ser a criancinha que eu queria que ela fosse. Ela podia e muito bem se defender de mim.
Ela era a única que conseguia me entender nos meus momentos mais obscuros, era aquela que me dava apoio e suporte necessários para continuar tocando a vida, aquela onde eu encontrava um pouco de paz e sossego, aquela que me dava a sensação inconfundível do colo de mãe. A única que me dava a proteção necessária. É claro que eu tinha o Rony e a Mione, mas eles estavam juntos agora e, por mais que eu fosse o melhor amigo dos dois, era meio chato ficar no meio dos “Ruivão” pra cá e “Perfeitinha” pra lá. Sabe, às vezes dava náuseas! E eu, com a sorte que tenho, tinha ao menos o meu porto seguro. Aquele onde eu podia viver toda a minha vida, desde a infância até a maioridade, aquela que me dava nos nervos, mas ainda assim me fazia rir feito idiota. Era nela que eu me escondia, nela onde eu aliviava meus anseios e medos, onde eu derrubava todas as lágrimas e, acima de tudo, era nela, com ela e para ela que eu poderia refazer cada passo, desde que no fim da jornada ela estivesse ali, ruiva, cheia de sardas, com aquele gênio impossível, com aquele olhar domador, com aquele corpo tentador (Rony que não ouça isso!) e com o amor que ela sentia por tudo e acima de tudo por mim. Era impossível não sorrir feito uma moça (sim, Rony e Jorge me chamavam assim também. Às vezes esses dois merecem uns bons corretivos) quando ela pronunciava aquelas três palavrinhas que tinham cada vez mais significado. Que se tornavam cada vez mais reais e ao mesmo tempo ainda mais ilusionárias. Era estupidamente idiota o quanto eu tinha vontade de apertar ela em meu peito até ela dizer chega. Ela me deixava meio (muito) drogado. Aparvalhado. Tonto. Apaixonado.



She's got eyes of the bluest skies
Ela tem olhos como o azul do céu
As if they thought of rain
Como se eles pensassem na chuva
I hate to look into those eyes
Eu odeio olhar naqueles olhos
And see an ounce of pain
E ver um traço de dor
Her hair reminds me of a warm safe place
Seu cabelo me lembra um lugar quente e seguro
Where as a child I'd hide
Onde como uma criança me escondo
And pray for the thunder
E rezo para o trovão
And the rain
E para a chuva
To quietly pass me by
Para irem para longe


Oh, oh, oh
Sweet child o' mine
Oh, oh, oh, oh
Sweet love of mine

Oh, oh, oh, oh
Sweet child o' mine
Oh, oh, oh, oh
Sweet love of mine
Oh, oh, oh, oh
Sweet child o' mine
Uh, uh, uh, uh
Sweet love of mine

- Harry? Posso te pedir um favor?
- Claro Gina – respondi.
Ela lentamente retirou a cabeça do meu ombro. Eu quis protestar, mas ela não me deu tempo.
- Me beija – disse ela com um sorriso travesso.
- Gina! – disse eu me apavorando. EU já havia a beijado vária vezes, mas a cada vez eu ficava mais nervoso e as malditas abelhas que habitavam o meu estomago se proliferavam com tanta rapidez que doía.
- Harry! – disse ela no mesmo tom que eu, só que gozadora.
Só o que consegui fazer foi sorrir e mergulhar naqueles lábios vermelhos. Como era bom estar com Gina. Como era bom! Tudo se esvaia de minha cabeça e só ficava uma única coisa: um coração acelerado. Ela me embriagava/drogava/atiçava cada vez mais com aqueles beijos. Ai como era difícil parar! Nem mesmo precisava de ar, o que me importava era tê-la cada vez mais para perto. Bom, ela sabia os efeitos que tinha em mim e era uma tremenda chantagista com isso. Ela não encostava um dedo em mim, o que me deixava ainda mais louco. Eu precisava do toque dela! Com voracidade eu a puxei para mim, com força, esquecendo os bons modos, a cortesia e a pose. Isso era comum. Sempre era isso o que ocorria: eu a puxava para mim como um leão faminto. Era só ai que ela me tocava, colocava as mãos em meu rosto e nuca. Ela me manipulava, me fazia ceder primeiro, fraquejar antes dela. Parecia que ela tinha prazer em me ver precisar dela, mas sempre e sem hesitar, ela nunca me deixava nesses momentos. Sempre esteve lá. Sempre! E eu sabia, ou me iludia com todas as forças de que ela sempre estaria. Apesar de saber até os ossos que ela estaria.
Ela me tirou do meu momento de pura inconsciência quando interrompeu o beijo. Foi só ai que eu me dei conta do que a minha “inconsciência” poderia fazer: eu já estava em cima dela com a mão em sua cintura, por dentro da blusa.
- Harry – ela murmurou corada.
Eu sai rapidamente de cima dela, corando também. Eu era perigoso mesmo, não era brincadeira dela.
- Desculpe – murmurei para ela que arrumava o cabelo com as mãos. A vi sorrir.
- Bobo! – ela me deu um tapinha no ombro e se jogou em cima de mim, no que eu cai, voltando à posição inicial, só que ela estava em cima dessa vez. – Porque você sempre fica por cima? – disse ela gargalhando brincalhona.
Mesmo corado eu não pude deixar de sorrir. Ela era tão angelical ali comigo. Tão ela mesma.
- Para onde a gente vai? – ela perguntou para quebrar o silêncio.



Where do we go
Para onde vamos?
Where do we go now
Para onde vamos agora?

- Para a sua casa é claro! Ou você quer que eu morra pelas mãos de cinco ruivos assassinos e ciumentos? – brinquei. Ela riu. Ai aquele sorriso...
Sem me conter eu roubei um beijo. Ela sorriu de novo.
- Sabe, eu preferiria que você respondesse o altar, mas realmente seu amigo esquisito ia ter um troço – ela disse fingindo-se de pensativa. Quando estávamos sozinhos, apesar do meu estado meio biruta e sem nexo, o clima ficava descontraído.
- Quem? O Rony? Nah! Ele ia correndo comprar o seu buquê! – eu disse sarcástico. Ela se desfez de rir em cima de mim.
- Sabe de uma coisa? Eu te amo mais que o mundo! – e ela me beijou.
Era uma coisa que eu não gostava em Gina: toda vez que ela me dizia “eu te amo” ela não me dava a mínima chance de dizer um mísero “eu também”. Ela me calava de alguma forma, como se não quisesse me ouvir falar aquilo. Como se não precisasse e isso me surpreendia muito. Ela era diferente e era por isso que eu a via como uma Deusa: a minha deusa.
Enfim, ela sabia que a amava e parecia que ela não precisava ouvir isso de mim. Realmente eu sabia de uma coisa: Na nossa relação a criança não era ela. ERA EU. E isso me deixava ao menos com o pé atrás, o qual sempre seguia em frente ao ouvir os “eu te amo” da ruiva que agora rolava morro abaixo comigo. Para falar a verdade, acho que sempre foi assim: Eu sim era a criança e na minha “criancice” eu adorava acreditar que era ELA a criança e não EU. Aquela criança que eu amava mais que a mim mesmo!

Sweet child o' mine
Minha doce criança
Sweet child o' mine...


N/A: Espero que curtam pq eu amei escrever!! aah, isso eh pos guerra, beeem pos guerra ok?! Ah, eu amei escrever e eu realmente gostaria da opinião de vcs! EH so comenta gnt, nm eh tão dificil! Vai, por mim!! Leu, eh soh dexa uma coisa simplees! ok?! Um ged bjooo e queria agradece a Anna Weasley, Cecília Potter e Jhessi Malfoy, por terem comentado! Vcs são MARA meninas! vlw! bjbj a todooos!!

Primeiro dia de 2009, um ano que prometeeeeeee!

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Comentários (1)

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