Capitulo Unico
Doce Melodia.
Era exatamente meia noite quando ele me olhou com aqueles olhos de espanto, deixando o incrível azul, mesclado harmoniosamente com preto, amostra. Dei-lhe um sorriso amável, enquanto ele se dirigia a mim. Seu olhar aos poucos se tornou calmos e doces. Quais sempre me consolaram e me alegraram em momentos tristes. Isso leva-me para um outro dia, um outro natal para ser exata.
Aquele dia estava sendo o dia mais frio do inverno, Harry estava em nossa casa quando uma coruja marrom, atrapalhada, adentrou a sala. A ave sobrevoou a todos, derrubou dois vasos, para depois pousar sem nenhuma graciosidade sobre o tapete da sala.
Ajoelhe-me ao lado da coruja, rindo da mesma, já sabendo de quem era a tal carta. Logo que retirei o envelope, a ave ganhou voou, derrubando mais um vaso antes de sua saída, e quase quebrando a janela. Harry e Rony davam altas gargalhadas por causa disso, principalmente por causa do ultimo vaso quebrado. O mesmo tinha sido presente de Percy, cujo qual ele sempre que nos visitava falava da viagem que tinha feito com a mulher, e onde, horário, dia e mil outros detalhes possível que poderia falar, explicava-nos como havia o encontrado. Embora Harry e Rony via aquilo como escapatória da historia, eu via como mais um motivo para ele nos contar sobre a mesma, pelo menos mais uma vez.
Desvie minha atenção dos meninos, que agora pegavam os cacos do vaso repetindo em tom engraçado a historia do mesmo, e olhei a carta. Esta estava dentro de um envelope pardo, e meu nome tinha sido escrito de forma caprichosa sobre o mesmo. Com a curiosidade crescendo dentro de mim, abri-a. Em passos lentos segui para o hall de entrada, deixando Harry e Rony rindo e conversando na sala.
As letras dentro da mesma não era a que tinha escrito meu nome no envelope. Apesar de conhecer ambas as letras, não conseguia entender o significado daquilo. Na verdade era até aterrorizante ver tal letra, ainda que a do envelope fosse da outra metade.
Sentei no ultimo degrau da escada, e deixei-me levar pela leitura da carta, esta... Bem deixarei que a leia também.
‘25/12/1996
Cara Hermione
Hoje é natal... Claro, não é? Afinal estamos no dia 25 de Dezembro, que outra data estaríamos comemoramos se não essa? Definitivamente esse não é um bom começo de carta, mas é um inicio. Principalmente para uma pessoa que não gosta de escrever, pois letras, frases e outros derivados, não deixa-nos a vontade para utilizar-nos de outros recurso, se não a verdade.
Logicamente que aquele que queira mentir tem um maior espaço em fazê-lo sobre um papel, mas os que estão com intenção de falar somente a verdade, não tem escapatória, tem que fazê-la crua e nua. Portanto é melhor deixar essa historia de lado, e prosseguir com a verdadeira carta.
Eu gostaria... Há isso é sem dúvida horrível... Certo dia, numa noite de natal, seus olhos se encontraram com o meu. Seu sorriso foi o meu maior presente naquele ano. Apesar de tudo que acontecia ao nosso redor, estando com meu pai no hospital, seu sorriso tinha sido acolhedor. Era maravilhoso dê-la conosco. Era simplesmente incrível saber que seu sorriso estaria onde quer que eu fosse. Naquele dia tentei lhe falar em particular, e ainda lembro-me das palavras que gostaria de utilizar para iniciar nossa conversa.
‘O que você acha do nome Hermioquita?’ Horrível para um inicio de conversa não? Mas queria provocar em você alguma reação, queria sua total atenção, mesmo que fosse para me xingar. Queria que você notasse quem eu era, sem confundir. Mas não conseguia fazer isso, você estava ocupado com Harry, como sempre. Por isso deixei para depois, e esse depois é agora. Não sei dizer o que realmente aconteceu comigo naquele dia, mas carrego aquele sentimento comigo até hoje. Seu olhar era o de sempre. Mas vê-la ali, sabendo que tinha deixado de esquiar com seus pais, simplesmente para passar o natal com Weasleys, aquecia o meu coração. Eu sabia que você era uma garota especial, logo que a conheci. Uma garota cheio de manias e idealizações. Cujas quais poderia nos deixar loucos, caso não fossemos forte. Lembro-me ainda sobre o F.A.L.E, aquilo foi sem dúvida grandioso, e engraçado. Não entendo suas idéias, mas gostaria muito de compreende-las, de lhe ajudar a concretizá-las. Contudo, nunca conversamos de verdade. Em Agosto, quando veio aqui na loja junto com Harry e minha família, senti uma alegria enorme, queria lhe dar atenção, mas desviava a mesma para outra pessoa, como por exemplo para Harry. Sentir uma vibração quente pelo meu corpo quando lhe ouvir falar sobre nossas gemealidades ‘ Essa magia é extremamente maravilhosa’, foram essas as palavras que você usou. Era ótimo ser reconhecido por você. Queria naquele instante conversar com você, a ‘deixa’ tinha sido dado por você. Mas não consegui. Resolvi conversar com Harry. E lembro-me muito bem que quase falei com ele a seu respeito, mas me segurei. Porem as horas de deixar para depois chegou ao fim, não? Pensei que poderia lhe dizer tudo isso pessoalmente, entretanto Rony contou-me que não virá para cá esse ano, ele mesmo não soube me explicar o porque. Por isso optei pela carta. Embora a minha vontade é de sair daqui agora e ir até ai, e lhe dizer em claros e bons tons... Te amo!
Enfim disse-lhe o que estava me sufocando, espero que tenha um...’
A palavra ‘um’ estava encostado na margem do pergaminho, a ultima palavra daquela carta tinha sido ‘um’. Levantei-me num pulo, meus olhos marejados, sentindo um sentimento doloroso comprimindo meu coração. Estava sendo horrível ler aquela carta depois de tanto tempo. Pequei o outro pergaminho que veio junto, este era com uma aparência de mais novo, não aparentava ser continuação do outro. Nesse não só a aparência tinha modificado, mas letra também...
‘Encontrei essa carta dias atrás, quando finalmente resolvi mexer nas coisas de meu irmão. Pensei mil vezes antes de mandá-la, mas não poderia deixar para depois como ele tinha feito diversas vezes, tinha que entregá-la a sua dona original. Perdoa-me por fazê-la ler, mas era necessário, não? Imagine como foi difícil para ele nunca ter entregue ela. E eu imagino o porque. Neste mesmo dia que ele a escreveu, eu e ele, vimos Rony defronte ao espelho ensaiando uma declaração de amor. Somente agora entendo o olhar triste dele, somente agora entendo as lagrimas daquela noite. Acho que aquela foi a mais difícil decisão dele, deixar você para Rony. Contudo imagino que ele já sabia disso, era claro o sentimento que habitava o coração dos dois, mas quando estamos apaixonados, nunca queremos ver a verdade. E acho que a mesma lhe foi fatal quando ele ouviu as palavras “ Eu te amo Hermione”, sair da boca de Rony.
Por isso não sinta pena, nem raiva, apenas entenda que ele te amou puramente, ao um ponto de deixar de viver tal paixão, para que Rony fosse feliz... Para que você fosse feliz.
Feliz Natal
Ps: essa carta tem um encantamento, mas não consegui ativá-la, tal como não consegui encontrar a segunda parte dela.’
Apesar da dor naquele instante ser sufocante, subi as escadas determinada. Adentrei meu quarto, e peguei de dentro do armário uma caixa de madeira onde guardava diversas coisas, entre fotos, pequenos objetos e cartas. E em meio desta ultima, estava uma carta dele, qual recebi em 1996. A peguei era por causa dela que reconheci a letra corrida dele. a abri com um sentimento diferente de quando a abri pela primeira vez. Era como se eu estivesse esperança que algo novo fosse surgir ao rele-la.
Coloquei essa carta sobre a cama, minhas lagrimas quase não me deixavam enxergar, contudo consegui ler novamente a ultima frase da outra carta.
‘ enfim disse-lhe o que estava me sufocando, espero que tenha um...’ e em seguida li a carta que tanto eu conhecia. ‘
‘Feliz Natal
E que esse novo ano que estará entrando em poucos dias, lhe faça feliz, e que tudo mude entre nós!
Abraços
Fred!’
Peguei ambas as cartas e coloquei a desconhecida, com a conhecida, juntas, e então algo incrível aconteceu. Uma melodia doce, suave. Como um cântico entoou pelo quarto. A voz era dele, mas não eram palavras que podia ser ouvida, apenas um som doce. Um som produzido pela voz dele. Fechei meus olhos e deixei que as lagrimas escorressem pelo meu rosto. Ele teve a coragem de me mandar a carta, mas não completa. Apenas a parte que desejava-me felicidade. Como George mesmo havia dito, para que você fosse feliz. Ele não queria mais nada, do que a minha felicidade. E eu serei extremamente feliz para ele, como prova de que ele não me amou em vão, de que ele não se calou em vão. Rony abraçou-me forte, ao entrar no quarto, como faz agora. Ele nunca soube a razão das minhas lagrimas naquela noite, e mesmo assim consolou-me com todo amor. Fez-me feliz, como se ele tivesse entrado no aguardo que Fred silenciosamente efetuara.
-Eu te amo – Rony sussurrou em meu ouvido, fazendo que minha mente voltasse para o hoje, para 25 de Dezembro de 2005. Deixasse que o natal de dois anos atrás torna-se mais uma vez, uma gostosa lembrança, como uma delicada e doce melodia.
-Feliz natal, papai. – disse para Rony chorosa.
Ele olhou-me sorrindo, a noticia realmente o havia alegrado.
-Feliz natal, mamãe. – ele colocou a mão sobre a minha barriga e encostou sua testa na minha. - Caso for menino quero que se chame Fred.
-Não senhor, o que George pensará? Que estamos copiando a idéia dele, isso nem em sonho. – disse em tom de brincadeira.
Começamos a rir, e nos abraçamos fortemente. Definitivamente eu sou feliz. E desde que recebi a carta de Fred, eu busco ser ainda mais feliz no natal, como um presente para ele. Tal como foi para mim um grande e importante presente aquela doce melodia. Pois, como uma doce melodia, temos que viver nossa vida, suavemente e amavelmente, sempre buscando ser feliz...
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N/A
Espero que tenham gostado dessa fanfic, qual escrevi especialmente para o natal... Além é claro de mais uma vez demonstrar todo o meu afeto por esse personagem maravilhoso. Fred Weasley. Tenham um bom natal, e bjokas para todos ^.^
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