A primeira pétala
Capítulo I - A primeira pétala
O dia estava claro, claro até demais. Uma gotícula quase ínfima de suor escorria pela lateral do rosto do mestre, que como sempre estava vestido com roupas pesadas e negras, até demais para o fim do verão. Tomou seu café com um pouco de ansiedade, uma ansiedade boa, de certa forma. Fora promovido, daria aula para a turma avançada de poções do sétimo ano, formada com os alunos de todas as casa, levando apenas aqueles que tinham capacidade o suficiente para estar nela, os que gostavam e possuiam habilidade naquela matéria complexa. Eram pessoas que, na opinião dele, mereciam seu esforço, já que não eram como uns e outros que estavam ali apenas porque uma autoridade hierárquica superior os obrigava pelo laço sangüíneo e guarda tutorial.
Entrou na sala apressado. Postou-se atrás da mesa, arrumou o caldeirão no centro da mesa e dirigiu-se ao lado da porta. O sinal tocou. E eles foram entrando, um a um. Diversos uniformes verdes, azuis, amarelos, vermelhos. Um festival de cores. Todos estavam acomodados, achou melhor começar a aula.
- Como todos já sabem, essa classe é para aqueles que sabem mesmo o que estão fazendo, que entendem ao que certos ingredientes, quando combinados, dão origem. Sem mais delongas, vamos ...
Nesse instante, a aula fora interrompida por uma garota que chegara atrasada. Sentou-se depressa no lugar que estava vazio e nesse exato momento, um perfume inebriante invadiu a sala.
Ela era linda, a garota. Não que Snape tivesse reparado nela por si só, o que lhe chamou atenção na aluna foi a semelhança dela com sua amada. Sua falecida amada, Lily Evans.
- A senhorita está atrasada, suponho que saiba disso.
Ela virou os olhos, como se ouvisse aquilo todos os dias.
- Eu sei disso, professor, me perdoe.
- Está bem, apenas não atrapalhe mais ainda minha aula.
A menina apenas assentiu com a cabeça, num gesto de submissão. Qualquer um a teria julgado por uma menina obediente e sensata, porém Snape via em seus olhos verde-esmeralda um brilho além, algo que revelava uma personalidade não tão transparente de pureza como julgariam os leigos.
Enquanto os demais alunos faziam os exercícios, o professor escondeu-se atrás de pergaminhos e fingiu estar lendo provas de anos anteriores. Por trás do monte de papel velho, ele enxergava a beleza da aluna, que por sua vez executava a tarefa com maestria em cada movimento, como se já tivesse o feito diversas vezes.
De fato, ela era linda. O uniforme da Sonserina ressaltava seus olhos verdes gritantes. Os cabelos acaju desciam até metade de suas coisas em ondas leves, a pele branca brilhava. Sua silhueta magra se destacava, estava postada de costas para a janela, o sol contornava seu corpo. De vez em quando ela sorria, sorria com um frescor que só as mulheres que sabem que são belas possuem.
- Professor Snape?
Um aluno qualquer estava cutucando-o/
- Eu terminei professor.
Então saíra de seus devaneios.
- Deixe em cima da mesa. – O tom já normalmente arrasatado da voz duplicou-se de amargura. Interromper aquela visão angelical pra falar de poções?
O aluno recuou, assustado, fugindo do olhar de repreendimento do mestre.
- Espere, Ritchcook!
- Como se chama aquela senhorita que interrompeu minha aula hoje?
- Cartier. Rose Delilah Cartier, se não me engano, sim. Se me permite, professor, ela nunca chegou atrasada numa aula. É uma das garotas mais nerds da Sonserina. É uma pena, tão bonita...
- Já chega, Ritchcook. Sente-se e aguarde seus colegas.
Rose Delilah Cartier. Então aquela criatura já tinha um nome. Não que ele tivesse algum interesse nela, é claro. Ou melhor, não que admitisse senti-lo...
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Pessoas, este é um capítulo ‘demo’. A partir daqui a fic começa mesmo. Comentem, digam se gostaram, quero críticas construtivas! Aguardo-os ansiosamente,
Gabie :D
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