Nossa noite



Amor é a única palavra no dicionário que tem uma definição, mas na prática não se pode defini-la certamente... Ao contar pelo que vem acontecendo comigo há semanas; eu poderia dizer que o amor é um sentimento irracional, bobo e feito para idiotas.

A minha história não começa com um casal apaixonado. A minha história não tem canções de amor e poesias melosas. A minha história começou em uma simples manhã de domingo, quando meu melhor amigo decidiu que era hora de me tornar uma garota apaixonada, mas para se tornar uma garota apaixonada é preciso estar primeiramente apaixonada, e definitivamente eu não sou do tipo apaixonada.

Nada contra garotos... mas eu sempre ouvia horrores sobre se apaixonar por um homem.

Fui criada em uma casa de mulheres, todas diferentes, mas com uma mesma opinião sobre os caras, "eles só servem para beijar... nada mais". Minha avó foi seduzida por um cara, que a largou semanas depois; minha mãe teve um pouco mais de sorte... Noivou com meu pai, mas ao saber que minha mãe estava grávida ele decidiu que era muito jovem para ser pai! Meredith, minha tia de consideração casou-se, mas dois meses depois se separou. Pelo menos ela conseguiu um bom dinheiro do cara.

Eu sou o tipo de garota que aprende vendo os outros errarem, e eu pergunto...

Pra que me deixar levar por juras de amor eterno, as quais eu sei que não vão se cumprir?

É burrice [FATO].

Segui destinada a ser solteirona, aproveitar a gordura do bife sem me preocupar em ter a cintura perfeita, e morrer de infarto fulminante aos 37 anos. Um destino agradável a meu ver...

Vivia minha agradável vidinha pacata, sem ressentimentos, até que no auge de meus 18 anos, no bar mais agitado de New York recebi a famosa cantada:

"Hei você vem sempre aqui?"

Virei-me rangendo os dentes, tamanha a minha raiva; pronta para dar um fora no carinha, mas ao olhar para o moreno de olhos verdes, - com um corpo parecido com o daqueles caras que ficam se mostrando na TV, contorcendo os músculos, suados e provavelmente fedidos, - eu confesso que fiquei meio hipnotizada...

Mas logo em seguida a Hermione colesterol alto voltou à ação!

- Desculpe, acho que você deve ter me confundido com uma amiga.

Qual é? Você acha mesmo que eu iria dar um fora em um carinha lindo como ele? Provavelmente ele deveria ter me confundido com alguma das 100 garotas com que ele saía... Sabe, não é difícil confundir o perfil de uma morena de cabelos cheios e corpo esbelto (milagre da natureza... parece que quanto mais coxinhas de frango eu como... mas magra eu fico!).

- Não, eu estou falando com você mesma... Prazer, Harry Potter.

Ele estendeu a mão em um gesto charmoso. Digamos que a mão dele continuou do mesmo jeito por um bom tempo. Apertar a mão de caras com cantadas passadas, nunca foi meu forte.

- Hermione Granger... É um prazer conhecê-lo.

Levantei-me graciosamente, tentando esquecer o incidente chato, puxei minha bolsa, paguei minha bebida e ao som de I Will Survive - Gloria Gaynor eu sai do local.

Inspirei profundamente o ar poluído, numa mistura de cigarro e chaminé de fábrica de New York, coloquei as mãos nos bolsos do meu sobretudo e caminhei segura de ter feito a coisa certa, até que como em um passe de mágica ele apareceu bem na minha frente.

- Você me deu o fora? - Ele perguntou.

Ele parecia estar frustrado... Mas quem se importa? Ele deu em cima da garota errada, mesmo sendo um gato eu tinha o direito de recusar e foi o que eu fiz.

- Acho que sim... Mas você nem chegou a levar o fora. - tentei explicar da melhor maneira possível - Não leve pro lado pessoal, eu diria o mesmo para qualquer homem.

Então a expressão dele passou de frustração para surpresa.

- Você é lésbica? - ele questionou - Nossa eu nunca conheci uma lésbica...

O.k, essa conversa estava levando um rumo bem estranho.

- Não, eu não sou lésbica! Você só não faz o meu tipo...

Nesse outro momento a expressão dele passou de surpresa para zangado... Muito zangado.

- Qual é?! Eu sou gostoso... Bem, é o que as garotas como você costumam dizer... Cara, você é a primeira garota que me despreza.

Diagnostiquei a doença. Ele provavelmente deve estar tão interessado assim em mim, pois eu sou um desafio... E toda mulher sabe que nenhum homem consegue viver sem um bom desafio na vida, mas eu não havia em nenhum momento dado a entender que queria ser o desafio dele.

- Bom... Você vai se dar bem com outra garota. - falei dando um de meus sorrisos. - Sabe tem uma loira com peitos falsos que é muito mais a sua cara, volta lá e dá em cima dela, vai valer uma ótima transa, pode confiar...

Continuei o meu percurso esperando enfim ter conseguido mostrar para Harry que eu não queria nada com ele... Mas só serviu para atiçar ainda mais a curiosidade dele.

- Você é a primeira a me desprezar... E nenhuma garota foi tão sincera quanto você...

Um elogio de um homem? Isso sim é algo a comemorar. Percebi que poderia dar uns minutos da minha atenção a Harry Potter.

- Minha mãe dizia que a sinceridade era uma das virtudes das Granger...

Sorri lembrando da frase que ouvia quase todo santo dia.

- Hermione... Acho que nós vamos realmente nos dar bem. - ele falou mostrando aqueles dentes, que você só vê em propaganda de creme dental. - Os caras da oficina sempre me dizem que eu preciso de uma garota que saiba me colocar no meu devido lugar... Acho que você é a pessoa certa.

Hm... Estamos falando de um mecânico, um mecânico com um ego maior que o corpo possivelmente.

- E como eu faria isso? Daria-te uns foras básicos pra te colocar no teu devido lugar?

Até que isso seria bom...

- É... Sabe, você seria minha conselheira e minha ouvinte, eu te contaria sobre os meus encontros...

Cara, definitivamente eu não sou do tipo que curte ouvir sobre a calcinha minúscula que a loira peituda colocou pra ele, mas a proposta seria interessante.

- E seu eu aceitar, o que eu ganho com isso?

Eu iria ser a conselheira dele, eu tinha que ganhar algo pelas horas, emprestando meus ouvidos para ele!

- Conserto de graça no carro? - ele perguntou.

- Trato fechado! Começamos semana que vem... - ele tirou do bolso o celular e anotou meu número. - Mas eu poderia fazer uma pergunta, Harry?

- Claro...

- O bar onde nos encontramos só tem uma saída, para me encontrar de frente como você fez? Você teria de correr o quarteirão inteiro... E isso é humanamente impossível.

Ele deu mais um dos sorrisos que eu sabia que teria de me habituar e respondeu simplesmente:

- Eu sou um bom corredor.

A partir desse dia, Harry Potter, passou do grupo homem safado para o grupo amigo.

Todas as manhãs conversávamos pelo telefone, ele com o fone conectado ao celular mexendo nos carros, e eu ouvindo a voz dele do viva-voz; enquanto fazia bolos para a confeitaria da minha mãe.

No final de toda à tarde, Harry entrava na confeitaria Granger, e comia um pedaço de bolo de chocolate, enquanto falava sobre mais uma de suas conquistas. Era sempre o mesmo perfil... Loira, Burra, Patricinha e com um carro quebrado; lastimável, mas o que eu faria? Eu tinha de apoiar o meu amigo.

As noites, Harry saía para a gandaia e chegava sempre depois da meia noite... Ao ouvir o barulho que ele fazia ao abrir o portão da minha casa, eu esperava um tempo até que ele estivesse dormindo, saía da cama na ponta dos pés com uma coberta e um travesseiro na mão, colocava com cuidado a cabeça dele no travesseiro e cobria-o; depois, só depois de sorrir o vendo chupar o dedo como um menino de 10 anos, é que eu dormia tranqüila... Pronta para o dia seguinte.

Eu até comprei um sofá cama pra ele dormir, bem mais confortável... Nós éramos os amigos perfeitos, nunca brigamos, nem sequer falávamos em um tom que não fosse o calmo e cordial.

Eu poderia enfim dizer que a minha vida estava completa. Até que...

- Qual é Hermione? Você precisa acabar com esse tabu de virgem em plenos 26 anos. - ele me puxou para frente do espelho fazendo eu me olhar nele, ele persistia nessa história desde o meu aniversário de 26 anos. - Olhe pra você, você deixa qualquer uma das loiras com que eu saio no chinelo. Só precisa de roupas do seu tamanho, um corte de cabelo e maquiagem.
- Harry eu realmente estou bem como estou. Eu não preciso de um namorado, eu não preciso de sexo! - sentei no sofá colocando as mãos no rosto. - Eu sou diferente das garotas, será que você não percebe? Eu não curto usar roupas bonitas e cor de rosa... Eu só quero continuar do jeito que estou!
- Mione pensa... - ele falou agachado colocando as mãos dele sobre as minhas. - Você nunca teve curiosidade de saber como é ser admirada? De receber um olhar de um cara? De saber o prazer de ter alguém nem que por uma noite.


Eu sempre quis saber isso, mas intimidade trás problemas demais. Não quero ser mãe solteira, eu sei como mães solteiras sofrem... Eu sei como filhos de mães solteiras sofrem e acima de tudo, eu não quero chorar por ter sido rejeitada. E eu não quero sofrer por amor!

- Mione, pelo menos tenha a experiência de perder a virgindade... Vamos lá, eu conheço uns caras legais, se te magoarem eu parto a cara deles.

De repente eu tive a melhor idéia de todos os tempos, eu poderia ter uma transa sem me magoar e o melhor de tudo, eu não teria receios, pois seria com meu melhor amigo no mundo todo...

Harry Potter!

- O que? - ele exclamou. - Você enlouqueceu? Hermione isso pode acabar com a nossa amizade.

Hora de baixar a moral dele.

- Harry, eu não vou me apaixonar por você, só por ter feito sexo com você... VAI SER SÓ SEXO ENTRE AMIGOS. - me levantei bruscamente derrubando ele no sofá passando minhas pernas ao redor das dele. - Podemos fazer isso agora mesmo, vou comprar uma camisinha e volto já... - Tomei coragem e dei um selinho em Harry e não foi nada mal.

Corri para a farmácia mais próxima e comprei 12 camisinhas, afinal se seria minha única noite de sexo, que fossem várias vezes pela noite.

Cheguei em casa e encontrei o Harry remexendo nas malas que ficam no meu quarto, esqueci de dizer que toda noite quando ele volta da gandaia, ele troca de roupa e toma banho.

- Muito bem Mione... Se você quer fazer isso, pelo menos esteja desejável, tome este... - ele jogou um espartilho vermelho, calcinha de renda da mesma cor, e sutiã vermelho.
- Harry você tem uma vida que eu não saiba? Veste-se de mulher? - acho que não conheço meu amigo tão bem quanto pensava.
- Claro que não... Desde quando esse espartilho daria em mim? - ele perguntou arqueando a sobrancelha. - Sou colecionador de lingeries de noitadas... Tenho várias aqui, todas limpas... Não precisa se preocupar.
- Você é um maníaco sexual... Oh, Harry será que o padre vai ter perdoar? Vamos correr para a igreja, você ainda pode ir pro céu.
- Sem brincadeiras, Mione. - ele me repreendeu. - É sério, eu sempre tive curiosidade de te ver sexy! - Harry Potter tendo fantasias comigo? - E eu sei que você tem um estojo de maquiagem que a fornecedora de açúcar cristal te deu no amigo oculto de natal... Passe um batom, quem sabe até lápis de olho, escove os cabelos e vista isso!
- Você só pode estar de brincadeira...
- Não estou acredite. Agora tome um banho, eu vou tentar me barbear, nos encontramos no seu quarto daqui à uma hora.

Eu sou totalmente maluca, eu aceitei vestir aquela joça de roupa e o pior... Eu gosto, gosto até do efeito da maquiagem no meu rosto. Olhando o reflexo no espelho que o Harry comprou, eu olho para mim lembrando-me que daqui a pouco não serei mais uma virgem.

Enfiei a mão no interruptor apagando a luz do quarto para não ser vista por ele, e entrei sorrateiramente no quarto. O que eu não esperava era ouvir o click e ver claridade no meu quarto.

- AHAM... Eu sabia que você iria querer se esconder... - As palavras se perderam nos lábios dele e eu o olhei desafiando para que falasse algo sobre meu novo look. - Mione você está... Você é linda!

Foi um bom começo...

- Er... Obrigada, Harry. – de repente bateu em mim um desconforto imenso, mas eu iria prosseguir até o fim. – Então... Por onde começamos?

Ele pareceu pensar por um momento...

- Acho que nós temos que nos beijar... E ir pra cama, sabe... Eu nunca fui bom com virgens.

Ele sempre pegava as mulheres com mais histórico de casinhos. Sentei na cama e esperei o beijo, fiz até biquinho... mas ele não veio.

- Qual é Harry? Vai ficar aí parado? Bem... Eu tenho pouca experiência, mas eu acho que agora é a hora em que você me beija.

Ele então saiu do transe, e puxa! Eu pude então entender o porquê da minha avó, da minha mãe e da minha tia terem sido enredadas por caras de lábia boa, possivelmente eles beijavam como o Harry. Sai do meu transe ao sentir a mão dele nos meus seios.

- Harry! - briguei tirando a mão dele de lá. - Você colocou a mão nos meus seios.
- Bem... É que eu sempre faço isso... É bom, acho que vale a pena tentar. - ele falou com voz rouca, beijando meu pescoço.

Depois disso eu senti as sensações mais maravilhosas de toda a minha vida, eu percebi que o Harry estava certo me "forçando" a fazer sexo, percebi que a noite só foi tão perfeita, pois o Harry estava comigo; e percebi a pior de todas as verdades.

Eu fiz a maior das burradas ao beijar o Harry, pois ao beijá-lo eu sempre guardaria a lembrança de tudo aquilo que os lábios dele fizeram e da sensação que eu senti... Mas acima de tudo, eu estou mais ferrada, pois estou terminantemente apaixonada pelo meu melhor amigo, Harry Potter.

É assim no meio dessa confusão que começa a minha história!




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N/A: Oi

Tem tanto tempo que eu não escrevo sozinha que acho que desacustumei
mas enfim aqui estou...
essa fic fala um pouco sobre os medos bobos que todo mundo tem mas não gosta de admitir... com uma pitada de comédia e romance...


AGRADECIMENTOS A
JESSY POTTER: cara ela vaifazer minah capa ela betou esse cap e poxa vida a gente escreve várias fics juntas kkkkkk

JOSY,BRUNA,CARLA E RAH - PERTUBEI ELAS PEDINDO OPINIÃO SOBRE O CAP

e enfim...

Comente e me diga ta legal ou chata rs
bom natal a todos



PRÓXIMO CAP JÁ ESTÁ SENDO ESCRITO POSTO NO COMEÇO DE 2009

AHH COMENTEM

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