Prólogo.
Somente o que te peço é que respondas uma pergunta, somente uma, e depois que a respondertes juro que jamais te questionarei ou falarei novamente contigo. Somente o que te peço é que me respondas uma simples porém necessitada resposta que pode mudar muita coisa, não para você é claro, você é uma pessoa inabalável, sem coração e sem calor.
Seu toque é tão gelado, que me leva de volta para o nosso inverno, uma época em que durante os dias frios seus braços me faziam sentir ainda mais essa estação e você me emprestava seu casaco, no verão eu procurava seu toque na esperança de um pouco de frio, para amenizar o calor que eu sentia.
Mas hoje tudo que preciso, não é do seu toque gelado ou do seu abraço acolhedor e seguro, hoje tudo que necessito é de uma resposta, uma simples resposta para uma pergunta que tira o meu sono todas as noites e faz com que eu ande pela casa pensando e repassando em minha cabeça todas as lembranças, todos os detalhes tentando saber se eu errei e nem ao menos percebi, se eu fiz algo que te desagradou e fez com que tudo mudase.
Mas isso é tão inutil que eu volto para a cama angustida por não achar nenhuma resolução, não achar nenhuma resposta plausivel para o meu questionamente, então que tal você me responder... Você acabar com essa angustia e dor.
Me diga, me diga somente, quando foi que tudo mudou? Quando ?
Passei um ano apagando tudo, tentando apagar a imagem do seu rosto das minhas lembranças, tentando não pensar em tudo que haviamos passado juntos, tentando te esquecer e esquecer tudo que houve durante o melhor ano da minha vida. Tentei apagar a sensação de quando você me abraçava, de quando você falava.
E eu consegui, te apaguei, apaguei tudo que você significava, tudo que lembrava você, a mensão do seu nome não mais me causava cala frios, ou me deixava tonta sem saber o que pensar ou que dizer.
Imagina você e andava pisando firme, falava que você não significava mais nada, transformei você em uma lembrança tão distante, que chegava a se assemelhar a um sonho de infância, um sonho tão antigo que parecia desbotado, sem brilho ou cor chamativa e que pouco a pouco, dia a dia ia sendo apagado para que finalmente fosse esquecido completamente.
Então, eu fui te apagando como quem joga terra em cima de um caixão... Porém esqueci de conferir se havia terra suficiente para que você não voltasse a me atormentar, um erro que me custou muito caro, pois agora você estava ali diante de mim, com seus sorriso contagiante, sua voz suave, e seus olhos que podiam mudar de cor conforme a luminosidade do ambiente e tudo que eu podia fazer era dizer em um voz vacilante que mais se assemelhava a um sussuro:
- O-Oi ...
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