A despedida



Se o destino permitir



Prólogo: A despedida.







Hermione Granger sentou-se em baixo de sua árvore favorita, esperando impacientemente. Eles estavam atrasados. A monitora chefe de dezessete anos mordeu seu lábio antes de pegar sua bolsa e arrancar um biscoito. Ela o levou a boca e deu uma mordidinha nele.



Por que eles estavam atrasados? Ou ela que se adiantou? Era o último dia deles em Hogwarts, a última oportunidade de passarem o tempo junto com ela antes deles serem transportados para a América, e não tinham a decência de aparecerem na hora combinada.



Garotos, pensou Hermione, revirando os olhos.



Harry Potter e Rony Weasley eram seus amigos, seus melhores amigos para ser exata. Eles foram e voltaram do inferno juntos. Depois da queda de Voldemort (finalmente), os três encontraram a felicidade que passaram sete anos procurando.



Bem, uma espécie de.



Hermione tinha sentimentos por Rony. Ela gostava dele mais do que como amigo. Mas, depois de quase três anos dele não corresponder aos seus sentimentos, ela desistiu. Ele não notava o que se passava bem em frente ao seu nariz. Entretanto, aquilo não significava que ela não lembrava dos traços do seu rosto, ou sonhava com ele, ou sorria interiormente quando ele dava a ela um de seus infames sorrisos tortos. Ela só tinha desistido dele. E agora, ele e Harry estariam saindo para serem, respectivamente, goleiro e apanhador do time de quadribol da América.



Malditos americanos.



Mas essa não era a parte ruim, oh não, a parte ruim era que eles ficariam lá por cinco anos. Cinco anos. Neste tempo, uma criança novinha poderia aprender a andar, falar e formar frases.



Hermione suspirou. Oh, honestamente, ela disse a si mesma, eu irei embora se aqueles dois não estiverem aqui em cinco... quatro... três... dois... um.



“Hey Hermione”, Harry disse, aproximando-se dela.



“ Você é sortudo de ter chegado aqui agora”, falou Mione. “Eu estava quase saindo”.



“ Não, você não estava”, disse Rony, sorrindo enquanto sentava-se em sua frente. “ Você não poderia nos deixar”.



Hermione ergueu suas sobrancelhas para ele.



“Desculpe”. Rony abaixou sua cabeça.



Os três ficaram quietos por um momento até Hermione começar a falar. “Bem, o que vocês dois gostariam de fazer”?



“ Vamos conversar”, sugeriu Rony.



A garota piscou. “ Sobre o quê?”



“Bem, Hermione... você decidiu o que vai fazer da sua vida?”



“ Sim, na verdade eu já sei”, disse a jovem, orgulhosamente.



“ Sério?” perguntou Harry, virando sua cabeça para olhar para ela.



“ Sim, eu estou decidida a me tornar uma Curandeira. Mamãe tem uma amiga que tem um filho da minha idade. Ele irá participar de um treinamento de Curandeiro também. Nós, provavelmente vamos dividir um apartamento”. Hermione corou, mordendo seu lábio inferior.



Rony arregalou os olhos. “Você vai dividir um apartamento com um cara?” ele perguntou, incrédulo.



Ela acenou. “É, eu acho que... sim.”



“Não!” gritou o garoto, sacudindo sua cabeça para ela.



“Não o quê?” sibilou Hermione, soltando faíscas dos olhos rumo ao menino ruivo que estava em sua frente.



“Não, você não vai dividir um apartamento com um garoto!”



“Você não pode me dizer o que fazer!” ela bufou.



“ Eu não estou te dizendo o que fazer!”



“Sim, certo. E eu sou uma integrante das Esquisitonas.”



“Ahn...” –



“ Hey!” berrou Harry, fazendo Rony e Hermione olharem para ele. “ Vocês dois... é o nosso último dia aqui, juntos! Vocês dois poderiam ser legais um com o outro por pelo menos uma hora, né?



Hermione cruzou seus braços. “ Eu acho que sim.”



“Rony?”



“Ok,” respondeu ele, com raiva; evitando ter que olhar para a garota de cabelos volumosos com quem ele constantemente brigava.



Harry olhava feliz consigo mesmo. “Certo... beijem e façam as pazes.”


“O que?” gritou Rony e Hermione, ambos ficando da cor do cabelo do garoto.


Harry sorriu. “Vão... se abracem.”



Rony virou-se para Hermione, com um sorriso encabulado. “Abraçar?”



Ela mordeu seu lábio, e mexeu a cabeça antes deles se levantarem e abraçarem. Ela estava no céu. Os braços de Rony pareciam confortá-la para sempre, mas ele soltou-a.



“Assim... isso é melhor, não é mesmo?” disse Harry, tentando desesperadamente, não rir de seus melhores amigos.



Rony olhou fixamente para Hermione. Desde quando ela estava tão bonita? A luz do sol passava pelas árvores, dando a garota o brilho de um anjo. Seu rosto era perfeito, a pele branca lisinha, seus lábios rosados eram cheios e pareciam bons o suficiente para serem comidos; seus olhos marrons como chocolate eram grandes e repletos de surpresas. Ela tirou seu fôlego.



“Rony, Hermione?”



“O que?” Rony tirou seus olhos de Hermione para olhar seu outro melhor amigo. “o quê você disse, cara?”



“ Eu falei, isso é melhor, né?” Harry sorriu largamente.



“Sim,” murmurou o ruivo, olhando novamente para Mione. “ Ouça, me desculpe, eu não deveria ter ficado bravo com você.”



Hermione sorriu e o estômago de Rony cambaleou. “ Está tudo bem,” ela disse. “ Eu estou acostumada com isso. Além do mais, o que seria de Hogwarts sem as nossas discussões?



Rony sorriu. “ É... Isso é verdade.”



Ela acenou. “ Então, vocês dois estão empolgados em ir para a América?”.



“Sim!” Harry e Rony exclamaram entusiasmadamente. “ Sim, Carlinhos nos arrumou um apartamento. Nós seremos colegas de quarto!”



“ Isso é bom.” Comentou a garota com um tom de mágoa na voz.



“ Oh, Mione, não fique triste”, disse Rony, sentando-se perto dela. “ Nós vamos manter contato.”



“ Eu sei.” Hermione abaixou os olhos vendo suas mãos. “ Mas as coisas mudam, as pessoas mudam...



“ Nós não vamos mudar.” alegou Harry. “ Nós somos o famoso trio de Hogwarts... Seremos amigos para sempre!”





* * * * * * * *





“ Vocês dois já fizeram as malas? perguntou a Sra. Weasley a Harry e Rony na manhã em que eles iriam viajar para a América.



“ Sim, mãe... nós já arrumamos tudo.” disse Rony, acenando para ela.



“ Que bom.” Falou ela, tentando (desesperadamente) não chorar. “ Quando vocês estiverem prontos, desçam. Seu pai e eu estaremos esperando no carro.”



Harry e Rony balançaram a cabeça assim que a Sra. Weasley virou-se para sair.



“ Eu não entendo por que não podemos simplesmente aparatar até a Chave de Portal” resmungou Rony. “não, temos que dirigir até lá.”



“ Sua mãe quer passar mais tempo com você.” Disse Hermione, enquanto entrava o quarto. Seus olhos estavam vermelhos. “ Você sabe, antes de ir.”



“É”. Falou Rony, desconfortavelmente. “ Nós deveríamos descer, então?”



Harry e Hermione concordaram e os três aparataram para fora, em frente à Toca, onde o Sr. e a Sra. Weasley, Fred, Jorge e Gina estavam esperando perto do carro que o Sr. Weasley conseguiu com o Ministério, todos com cara de mau humor.



“ Ah, que bom, vocês estão aqui.” O Sr. Weasley pegou as malas dos dois garotos e colocou no porta-malas do carro enquanto todos os outros se acomodaram.



A viagem até a Chave de Portal, uma despovoada área verde em algum lugar do mundo, foi silenciosa exceto pelos ocasionais protestos de Gina em que Harry a abraçava apertado e sussurrava em seu ouvido. Uma vez, a Sra. Weasley começou a falar, mas parou no meio de sua frase e soluçou agarrada à camisa de Fred.



Hermione olhava para fora da janela, observando o cenário correr pelos seus olhos. Ela estava à beira de um abismo. Seus dois melhores amigos não estavam só saindo, mas eles ficariam fora por cinco anos. Claro que eles trocariam cartas por corujas e, possivelmente, se veriam nos feriados, mas seria só assim. Jamais seria a mesma coisa.



Ela prometeu a si mesma que não choraria, mas foi impossível evitar. Uma vez que ela constatou que eles seriam duas pessoas totalmente diferentes quando voltassem à Inglaterra, ela deixou as lágrimas caírem. E se eles se esquecessem dela? E se eles encontrassem outro amigo para substituí-la?

E o pior de tudo... E se Rony arrumasse uma namorada?





A garota sorriu intimamente. Rony, arrumar uma namorada, sim, claro. Ele provavelmente vai estar muito envolvido em seu próprio mundinho para reparar em garotas.





“Nós chegamos.” Anunciou Sr. Weasley melancólico.





Os oito desceram, depois se asseguraram de que Harry e Rony tinham pegado suas bagagens, e andaram em direção a um homem mais velho, corpulento e careca que estava parado perto de uma lata de feijões, que Hermione compreendeu ser a Chave de Portal. O homenzarrão era Thomas Heffner, a pessoa que iria auxiliar Harry e Rony durante a viagem a América.





“Tom!” disse o Sr. Weasley, acenando para ele. “Como vai você?”





“Realmente bem... É melhor nós irmos cedo. O time estará esperando pelos dois para começarem o treino.” falou Tom, com sotaque americano. A sua voz parecia muito alegre... um pouco alegre demais para o gosto de Hermione.





“Você tem tudo o que precisa, né Rony?” perguntou a Sra. Weasley, nervosamente.





“Sim, mãe,” replicou Rony dificilmente. “ E eu prometo escrever todo dia para você com as novidades.”





“Não fique triste, Gina.” disse Harry, passando a mão pelas costas da garota. “Eu te enviarei corujas sempre e irei visitá-la quando estivermos na Inglaterra.”





"Eu estarei na escola, Harry!” ela gritou, soluçando em seu ombro. “Não será a mesma coisa sem você! Quem irá me socorrer quando eu precisar de ajuda?”





Harry apenas abraçou-a apertado.





“Bem, irmãozinho...nós sentiremos sua falta.” disse Fred, se aproximando de Rony. “Mas eu não vou te abraçar.”





“E não espere um beijo também.” completou Jorge, gargalhando.





“Garotos, obrigado.” Rony sorriu. “ Eu também sentirei falta de vocês.”





“Ahhh...nós estamos tão apaixonados.” eles falaram em uníssono antes de darem um tapinha nas costas de Rony e se virarem para desejar a Harry uma boa viagem.





“Hey.” disse Hermione para Rony, assim que se aproximava dele.





“Hey.” ele respondeu, olhando para ela nervosamente. “ Você está bem?”





Hermione sacudiu sua cabeça, mantendo seu olhar no chão. “Não.”





Como tentativa Rony pôs suas mãos ao redor dela e empurrou-a para perto. Hermione encostou suas as suas no pescoço do ruivo e se soltou.





“Shh... está tudo certo.”, ele sussurrou para dentro daquele cabelo volumoso.





“Vo – você vai se esquecer completamente de mim e – e arrumar um amigo melhor que n-não fique brava com você por qualquer co-coisa que faça.” ela soluçou, suas lágrimas fazendo cócegas no pescoço do ruivo.





“Não, eu não vou... isso é bobagem. Você realmente acha que eu me esqueceria de você, Hermione? É impossível.”





Ela fungou e então levantou sua cabeça para olhar para ele. “Não se esqueça de escrever para mim e me contar tudo sobre a América. E mantenha o Harry seguro. Gina morreria se alguma coisa acontecesse a ele.”





Rony balançou a cabeça afirmativamente. “Eu irei. Prometo!” ele secou algumas lágrimas dela com o seu polegar. Naquele momento ele teve o maior desejo de beijá-la. Ele se inclinou para baixo –





“Muito bem grupo.” falou Tom, juntando suas mãos. “Nós temos que ir.”





“É... está na hora de você partir.” sussurrou Hermione antes de abraçá-lo apertado. “Eu sentirei sua falta.”





“Eu também sentirei a sua, Mione.” ele respondeu, beijando sua bochecha.





Ela sorriu fracamente para ele e então se virou para olhar o seu outro melhor amigo. “Harry...”





Harry juntou Hermione em um abraço. “O quê eu irei fazer sem você resmungando comigo?”





Ela sorriu disfarçadamente. “Eu lhe enviarei Berradores.”





O jovem sorriu. “Tchau Hermione... Se cuide!”





Ela acenou, e assistiu as duas pessoas mais importantes na sua vida (além de seus pais) se aproximarem de Tom e da lata de feijões. Com o seu coração despedaçando, Hermione viu os dois agarrarem a lata, e desaparecerem.







N/T( nota da tradutora): Ah, apesar de demorar para traduzir o prólogo eu gostei muito, e prometo estar embalada e publicar pelo menos um capítulo por semana. Agradeço a Chelsea por ter me autorizado a traduzir sua fic e a Amanda, por ter me dado essa idéia. Mandem reviews... please, com o comentário de vocês sobre essa fic e algumas dicas em relação à tradução.

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