Conflitos do coração.



Conflitos do coração.

Arthur Weasley estava em um conflito, desde que a guerra tinha começado uma tensão estava em cima de sua família, uma tensão que ele evitou a todo custo que não chegasse a eles, mas era inevitável que eles se envolvessem, ainda mais pela família dele ser tratado como traidores de sangue, mas o que estava hoje em conflito com o coração de Arthur era a relação da pequena filha dele com o menino-que-sobreviveu.
Não que ele tivesse algo contra o garoto, Harry tinha sido colocado em um pedestal na mente de Arthur quando o garoto tinha doze anos e salvou a pequena menina dele de um basílisco, ele poderia ver, assim como Molly, o interesse do rapaz e a negação dele em aceitar os seus sentimentos, isso fez com que Arthur tivesse duvidas sobre como os trouxas trataram o menino.
Ele tinha ouvido como os filhos reclamavam sobre os maus tratos de Harry na casa dos tios, mas ele sempre pensou que seria uma batida ou um castigo moderado para algo que Harry tenha feito que os deixou nervosos, mas tudo mudou quando ele estava andando pelos corredores da fortaleza Potter.
Ele tinha deixado Molly dormindo em sua cama e começou a caminhar pelos corredores, embora as crianças dele achassem que a mãe deles deveria perceber que eles eram grandes o bastante para ela ficar inspecionando eles, Arthur não pode deixar de fazer o mesmo, cada filho dele veio como uma benção para ele e ele os amou com todo o coração, não importa se eles já eram quase adultos, para o coração dele, eles sempre seriam os filhos que ele vai amar, mas assim que ele passa pela porta do quarto de Harry, ele sente uma labareda de poder irradiando do lugar, isso chamou a atenção dele, já que o menino deveria de estar descansando.
Desde que Harry os trouxe para a fortaleza, ele andava sumindo diariamente e todos ficavam apreensivos com os sumiços dele, mas logo Gina esclarece dizendo que ele evitava os planos de Voldemort e caçando comensais da morte antes que eles causassem mortes.
É claro que isso não os acalmou, mas eles sabiam que não poderiam parar Harry, nem mesmo Dumbledore conseguiu.
Mas agora ele sentia uma pressa de magia muito mais forte do que ele imaginou vindo do quarto e sem vacilação, ele abre a porta para ver o que estava acontecendo, dentro do quarto a visão que o acolheu era um tanto desconcertante.
Harry estava trilhando em seu sono, os braços voavam para todos os lados e ele parecia gritar ruidosamente, mas Arthur fica intrigado por não ouvir um som, mas assim que ele pisa dentro do quarto, o som explode em seu ouvido e ele ouve o desespero do quase filho em seu sono, sem vacilar, Arthur se aproxima dele e o toca.
O que se seguiu depois disso foi um miríade de imagens na mente de Arthur.
Embora tenha visto as memórias de Harry recentemente depois da briga de Molly com ele, Arthur não sabia a profundidade do que se passou com o menino, todas as imagens voavam pela mente dele juntamente com os sentimentos de cada um, Arthur se sentia dividido entre apartar a mão para não ver mais ou seguir em frente para entender o menino, mas logo os sentimentos o envolvem e ele deixou de lutar.
Um pequeno menino dentro de um armário debaixo das escadas com fome durante uma semana encarando o teto, esperando uma chance para sair e tentar explicar que ele não quis ser uma monstruosidade.
Um pequeno menino que foi ridicularizado na escola, quando a professora o chamou de Harry Potter e ele perguntou a ela se ele não se chamava menino.
Um menino que recebeu uma batida de cinto nas costas e várias contusões pelo corpo porque não sabia o como tinha desaparecido no ar magro e aparecido em cima da escola.
Um menino que recebeu surras e castigos por ter uma nota melhor que o primo, decidindo que era melhor se manter ignorante para não ser castigado mais.
Um pequeno menino que se sentou no escuro, que não desejou nada mais do que alguém viesse o salvar daquela escuridão e lhe dizer que nunca mais viveria com os Dursleys.
Um menino que estava em suas ultimas esperanças em que acreditava que a única solução era morrer.
Foi nesse momento que Arthur soltou a mão do menino e cai ajoelhado no chão chorando, os filhos tentaram lhe falar o como Harry se sentia, ele poderia ver nos olhos de Gina que ela compreendia o que o namorado sofria, mas ter a verdade jogada tão friamente em sua mente assim, causou para Arthur duvidar de tudo que ele sempre acreditou.
Ele e Molly tinham passado por muito na vida, embora não fossem ricos, eles sempre mostraram valores para os filhos que muitas famílias tinham perdido com o passar do tempo, algumas pessoas acreditavam que eles se agarravam a estes conceitos por não terem muito, mas Arthur nunca se importou por ter pouco e sempre ajudar os outros, ele sempre fez de tudo para ajudar os filhos e a quem precisasse, Molly tinha concordado com ele no primeiro momento em que se conheceram e a relação deles fluiu naturalmente depois disso, mas vendo o como os tios de Harry o trataram, como aquela criança sobreviveu a tudo isso e ainda ser esta criança que daria a vida por eles sem se importar em morrer?
Arthur foi tirado de seus devaneios quando uma mão tocou seu ombro, levantando os olhos ele pode ver Gina sorrindo fracamente para ele, aqueles olhos que antigamente tinham uma inocência que ele achava que iluminava o mundo, parecia ter se apagado por um tempo, mas que tinha voltado assim que os dois tinham começado a namorar, ele ficou muitas noites conversando com Molly sobre o porque Harry era vacilante em deixar os sentimentos dele por Gina saírem, mas agora mesmo ele tem um pouco de idéia do que acontecia.
-Vamos para a sala papai, acho que ele vai se acalmar agora –Arthur deixou a filha o guiar para a sala de estar onde Molly já estava o esperando com um olhar confuso.
-Arthur, o que aconteceu com você? –no começo ele não entende a pergunta, mas logo vê que as roupas estavam um tanto rasgadas, alguns cortes estavam nos braços e costas dele e seu cabelo parecia mais cinzento do que era, suavemente Gina o colocou em uma poltrona e pede para Dobby que traga um bálsamo para curar os cortes do pai, assim que a menina termina de curar o ultimo corte, Molly chama uma cadeira para se sentar perto do marido –O que aconteceu amor? –Gina chama uma cadeira também e fala em um sussurro.
-Ele teve um encontro com o passado do Harry –Molly se vira rapidamente para olhar a filha ao que Arthur fala.
-Gina... Eu não acredito que devemos falar... –Mas Gina sorri para ele e fala.
-Harry entende que você precisa conversar com a mamãe sobre o que você viu, pai, ele sabe que você precisa deixar sair o que você viu –Molly ainda encarava os dois sem saber o que estava acontecendo, mas logo um pensamento veio a ela.
-Espere... Você esta me dizendo que Harry fez isso? –Ela aponta para o marido e encara a filha com um olhar interrogativo, Gina bufa e fala.
-Sinceramente mãe, Harry cortaria o próprio braço se falassem para ele que alguém que ele ama não sofreria se ele fizesse –Molly encara com horror a descrição da filha, mas logo cabeceia entendendo o ponto de vista dela, os olhos dela se viram para Arthur que fala.
-Ele estava tendo um pesadelo... Ou uma visão... Eu não sei... –
-Voldemort estava castigando os capachos dele –os pais se viram para Rony que entra no quarto –Harry sente pela cicatriz dele, quando Voldemort ataca os comensais da morte por terem feito algo errado ou que não os satisfez, mas a dor vaza ela cicatriz dele e o Harry sente como se fosse ele a receber a maldição –ele se senta ao lado da irmã que se abraça a ele –Tem sido assim por anos –Molly encara com horror o filho.
-Mas... –Gina a corta e fala.
-Não existe um modo de parar mãe, não sabemos como começa ou quando termina, mas sempre estamos lá para ele conseguir conforto, as vezes o nosso conforto e que faz Tom parar os castigos e o Harry pode descansar... Mas demora muito as vezes –ela se vira para o pai e fala –Quando isso acontece, as barreiras dele enfraquecem e tudo que ele esconde de nós parece vazar como ondas de magia e por isso que você sentiu e viu o que se passou com ele papai -Arthur ainda estava sentado em silencio, muitas coisas passavam por sua cabeça, mas a voz de Rony o tira de seus pensamentos.
-Você o sentiu não foi? –ele se vira para o filho que tinha um olhar cansado nos olhos –Você viu e sentiu o que realmente aconteceu na casa dos “parentes” de Harry, não foi? –Molly se vira para o marido que cabeceia.
-Como... Como ele consegue ser assim... Tão preocupado... Atencioso e amoroso... Depois de tudo que eu vi... Eu percebo que temos sorte de não encontrarmos um lorde das trevas pior que V... Voldemort... –Gina e Rony sorriem para o pai ao dizer o nome do mago, Arthur coloca as mãos na face e suspira pesadamente –Todas as noites eu lia histórias para Gina sobre o menino-que-sobreviveu e eu nunca tive um segundo pensamento sobre o que aconteceu com o garoto... Estava mais feliz por toda aquela guerra ter terminado... Que eu... Que eu não me preocupei... –Nisso outra voz fala.
-Todos nós passamos por isso pai –Gui, Carlinhos, os gêmeos e Hermione entram na sala, a garota se senta com o namorado enquanto os irmãos se sentam em volta do pai.
-Tivemos tanto medo por tanto tempo que quando tudo terminou, só poderíamos pensar em como era bom ter terminado e não pensamos no que aconteceu com Harry, cada um teve um pensamento de como o menino-que-sobreviveu, estava vivendo depois disso, mas nenhum de nos teve remotamente idéia que ele sofria –Carlinhos fala com um olhar distante enquanto Rony abraçava a irmã que fechou os olhos, provavelmente supervisionando o namorado pelo laço.
Arthur encarou os filhos por um longo tempo antes de falar em um sussurro.
-Ele estava disposto a morrer –todos os olhos se viram para ele, menos Gina que estremece, ela sabia o que viria –O último sentimento que me envolveu quando estava nesse transe... E do Harry aceitando... A morte... Como uma opção de não viver com os Dursleys –todos que não conheciam Harry bem, ofegaram diante da revelação, Molly chorava abertamente quando as imagens do menino que ela tinha machucado semanas atrás volta a sua cabeça, os irmãos Weasleys ficam entre o horror e medo, tiveram uma criação onde não se viam tomar um passo assim, mas logo uma voz cansada fala.
-Eu mudei –todos se viram para ver Harry, este se apoiava pesadamente na porta, como se fizesse um esforço enorme para ficar em pé, Gina tinha corrido rapidamente para ele e o ajudar a se sustentar, ele se vira para a família Weasley e fala com um sorriso cansado –Eu tinha aceitado a morte como uma fuga para o que vivi, tentei sim me matar –ele pára para ver a reação, todos o encaram chocados –Tentei muitas vezes desistir, me deixar cair na morte para não viver mais o que vivi naquela casa, mas então percebi que não poderia, algo me manteve andando e este meu desejo de fuga foi se dissipando, mas assim que eu conheci vocês... Foi que tudo mudou –ele se senta com Gina ao seu lado, ela aperta a mão dele para lhe dar força e ele sorri –Eu vivi tanto tempo sozinho que acreditei que este era o meu destino, viver uma vida ajudando a quem precisasse para morrer com a satisfação que eu fiz algo de bom para as pessoas... –os olhos dele se encontram com os de Gina e ele fala –Mas tudo mudou... Gina... Vocês... Todos vocês... Me ensinaram a amar... A viver... Entender o que eu sentia quando eu tinha medo e aceitar que poderia ser amado –Gina se aconchega nos braços dele e ele suspira –Gina vem me ensinando mais do que ser um casal... Mas ser uma pessoa normal, que pode abraçar um amigo quando ele vai para longe –ele olha para Rony –amar as pessoas como família... Mesmo que não tenhamos o mesmo sangue –ele encara Hermione que sorri em suas lágrimas –Me ensinou a rir das brincadeiras da vida... Até mesmo quando me envolve –ele manda um olhar para o resto dos Weasley –Me ensinou que embora eu estive só por tanto tempo... Que eu tenho pessoas que me amam –ele se vira para Molly e Arthur que ofegam, nisso a porta se abre novamente e várias outras pessoas entram, os Blacks e Lupins se sentam em volta deles, Harry sabia que eles tinham ouvido tudo –Ela me ensina a aceitar que tenho um lugar na vida... Que eu não deveria repelir isso pelos meus medos... –Hellen tinha segurado a mão do primo que sorri para ela –Cada dia mais ela foi me mostrando coisas que vocês tentavam mostrar para mim, mas com o meu medo eu não aceitava que era verdade... Mas agora eu tenho certeza –ele encara Arthur por um longo tempo e fala –Embora aquele Harry que você viu... Sentiu... Faça parte de mim, ele me fez ser o que sou hoje e não mudaria nada do que aconteceu –Arthur encara o menino com um respeito ainda maior e este sorri marotamente –Sem falar que eu tenho a sorte e o azar e der quatro figuras paternas e maternas na minha vida –Molly encara o filho postiço com um olhar um tanto desconcertante e pergunta.
-Azar? –Harry sorri para ela e fala.
-Quando eu tiver que falar algo sobre minha relação com Gina eu vou ter que vir para conversar com as minhas figuras paternas –ele estremece, mas aponta para Arthur, Sírius e Remo –Kawa não esta aqui, mas junte estes quatro para lhe dar “a conversa” de pai e filho e você pode ter uma idéia do que passo por esta ruiva –ele disse para Gina que sorri maliciosamente.
-Você esqueceu de uma pessoa Harry –Hermione fala com um sorriso malicioso ao que todos se viram para ela.
-Como assim Mione? –Draco pergunta curioso ao que Hermione ri.
-O professor Snape –todos se viram incrédulos ao que Harry cora, Gina o encarou em assombro ao que ela fala.
-Não me diga que você recebeu “a conversa” do professor sombrio Snape –Harry ficou em silencio ao que todos começaram a rir.
-Ele não e uma má pessoa, sombrio, frio, calculista e sádico, mas ele e uma boa pessoa –ele cora ainda mais ao sussurrar –Sem falar que ele sabe fazer umas poções preservativas fortes –o queixo de todos caem ao que os gêmeos falam.
-O morcego velho sabe para o que e preciso uma poção preservativa? –Nisso outra voz fala rindo.
-Ele sabe muito bem... Principalmente porque eu o faço lembrar pelo menos cinco vezes por dia –todos se viram para ver Jannet com um sorriso predador e Snape envergonhado querendo se esconder agora mesmo.
-Imagem mental ruim... Muito ruim... –os gêmeos fecharam os olhos e tentavam tirar a imagem do lugar, mas logo Jannet sussurra para eles.
-Então acho que vocês nunca mais vão querer entrar na sala de poções do Severinho –Os gêmeos fingem uma voz dolorosa e saem correndo dizendo que iriam apagar as memórias do que ouviram, os alunos encaravam o professor incrédulo ao que ele fala.
-Nós nunca fizemos isso na sala de poções, Jannet –ela pisca para ele e fala em um sussurro sedutor.
-Mas isso não quer dizer que não podemos fantasiar –ela escorrega o dedo no tórax dele e fala –O seu jeitinho de sombra comandando os aluninhos e muito sexy... –Mas ela e cortada ao que Snape pega sua mão e a arrasta para fora do quarto, os alunos estremeciam diante da visão do casal e os adultos riam.
-Quem imaginou que o morcego tinha seus talentos –Sírius fala com um sorriso ao que Remo apenas treme a cabeça, Arthur tinha um sorriso divertido e volta a olhar o futuro genro, este manda um olhar para ele que o faz compreender.
Todos começam a ir para as camas, mas Arthur pega Harry de surpresa quando o abraça de repente e fala em seu ouvido.
-Eu estou orgulhoso de ter você em minha família, Harry –este o encara por um longo tempo e deixa uma lágrima cair.
-Obrigado Sr Weasley –este sorri para o garoto e fala.
-É Arthur, Harry, me chame de Arthur –o garoto sorri para ele e entra no quarto, Molly já o esperava em seu quarto e ambos ficam em silencio por um longo tempo até que Arthur sorri.
-Você esta sorrindo amor... Devo ficar preocupada? –Molly fala com um sorriso malicioso ao que Arthur ri, aquela mulher sempre poderia o pegar no pulo.
-Eu sempre tive meus medos e conflitos sobre se Harry era a pessoa certa para nossa Gina... Mas agora mesmo eu sei o que se passa no coração dele e o quanto ele ama nossa filha –ele puxa a esposa para seus braços –Eu não poderia achar ninguém melhor para ganhar o coração da nossa filha –Molly solta uma risadinha e fala.
-Ele realmente perguntou para você, Sírius, Remo, Kawa e Severo sobre as proteções formais para eu não ser avó tão cedo? –Arthur solta um riso ao que ele fala.
-Inclua Gui, Carlinhos, Fred, Jorge e Rony que diziam que se ele não fosse respeitoso nos afazeres românticos com a pequena irmã deles e você pode ter a cena –Arthur e Molly começaram a rir ao que ele ainda fala –Mas acho que depois quando ele deu “a conversa” para os nossos filhos e que eles ficaram com medo de avançar nas relações deles –Molly arqueia uma sobrancelha ao que ele ri –Imagine um bruxo com um poder acima de Dumbledore falando o que faria se as meninas que ele ama como irmãs fossem machucadas pelos nossos filhos... Acho que nunca vi Gui terrificado e Carlinhos com medo de algo que não fosse um dragão descontrolado –Eles apenas riem e voltam a dormir, sabendo que os conflitos tinham sumido e agora eles poderiam ter a paz em seus corações para esta noite e nas próximas que virão.

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