Boas Surpresas



Semanas se passaram.
Era dia 31 de julho. Harry estava sentado em um confortável poltrona em seu quarto – o quarto que fora de Sirius –, enquanto abria os incríveis presentes que recebera naquele dia. Não conseguia decidir qual havia sido seu melhor aniversário: o de 11 anos, quando Hagrid apareceu e ele descobriu ser um bruxo, ou este.
Começara à meia-noite (Harry imaginava se não fora de propósito), quando Thoby – sua nova coruja, Thobias, um belíssimo macho dourado – chegara com uma carta. Mal pôde acreditar ao reconhecer o brasão de Hogwarts, e abriu a carta rapidamente.
Prezado Sr. Potter,
Temos o prazer de informar que o Sr. tem uma vaga garantida para completar seus estudos em Hogwarts este ano. Estamos anexando a lista dos livros e materiais necessários.
O ano letivo, como o Sr. deve bem lembrar, começa em 1º de setembro, quando deverá pegar o trem das 11 horas na plataforma 9½ da estação de King’s Cross.
Atenciosamente,
Minerva McGonagall
Diretora honorária

Harry abriu um enorme sorriso ao ler a carta. Andava justamente se perguntando se teria chance de terminar os estudos, que abandonara no último ano para partir em busca das horcruxes. A carta de Hogwarts estava sendo, mais uma vez, o presente mais incrível que Harry poderia receber. Riu sozinho ao ler o título de “diretora honorária” que a Prof.ª Minerva usou; sabia o quanto a professora estava reticente em aceitar a diretoria de Hogwarts.
Harry estava acordado até àquela hora não porque esperasse algum presente – ok, talvez esperasse um pouquinho -, mas, na verdade, estivera dando os últimos retoques em seu novo lar. Com a ajuda de Monstro, que agora o adorava, tinha transformado o nº 12 do largo Grimmauld em um lugar totalmente diferente daquele que conhecera há alguns anos. Na primeira do que todos acreditavam que seria uma série de grandes descobertas no mundo da magia, Hermione desenvolvera uma intrincada poção que desvanecia o Feitiço Adesivo Permanente. A poção já havia sido catalogada nos registros bruxos, e o nome “Hermione Granger” já constava como uma das bruxas mais brilhantes dos últimos séculos. Pela complexidade do desenvolvimento e raridade de alguns ingredientes, era impossível produzir a poção em grande escala, o que não inutilizaria o feitiço; pouquíssimas pessoas teriam condições de produzir ou adquiri-la. Harry permitiu que Hermione testasse a poção em algumas coisas dele, principalmente no quadro da Sra. Black. E foi assim que, finalmente, a custo de alguns danos à parede que pareciam permanentes e que Harry teve de disfarçar com alguma decoração, pôde tirar o literalmente gritante quadro do hall; também tirara os pôsteres das paredes do quarto de Sirius, que agora era seu quarto. Não jogou nenhum fora: todos estavam cuidadosamente guardados em um baú, com outras coisas de seu padrinho. Monstro ganhara de presente o quadro da Sra. Black, o que o fez chorar de emoção e idolatrar Harry ainda mais. Mas isso fora apenas o primeiro passo. Harry passara todo aquele tempo redecorando, reformando, limpando e transformando sua casa. Passara a maior parte desse tempo sozinho, exceto pelas poucas visitas de Hermione e Rony, que andavam muito ocupados com seus projetos (formas que encontraram de apagar os terríveis meses que haviam vivido): Hermione, com suas experiências; Rony, com seu Curso de Línguas Mágicas. Desde que descobrira sua facilidade com línguas ao conseguir abrir a Câmara Secreta, decidira se aperfeiçoar no assunto; já falava, além da língua das cobras, a língua dos gigantes, dos sereianos, e até mesmo dos trasgos!, entre muitas outras. Era o melhor aluno de sua turma, e parecia já estar sendo sondado por ofertas de emprego.
Enquanto isso, o “projeto” de Harry era sua casa, que tinha se tornado impressionantemente... aconchegante. Acreditava que Sirius ficaria feliz com seu trabalho. Um sorriso melancólico perpassava seu rosto quando pensava nisso. Naquele dia, havia terminado de consertar algumas vigas do sótão. Deu-se ao luxo de considerar terminado seu trabalho com a casa, uma espécie de presente para si mesmo, ele pensou.
Enquanto pensava em todo o trabalho que tivera nas últimas semanas e na felicidade que seria voltar para Hogwarts, caiu no sono ainda com a carta nas mãos. Acordou tarde na manhã seguinte, com uma pilha de cartas e presentes ao seu lado.
Muitas cartas eram de autoridades do mundo bruxo e outras celebridades, que o parabenizavam pelo seu aniversário e agradeciam, pela ducentésima vez, por Harry ter salvado a todos, etc., etc. e tal. Outras tantas eram de seus colegas de Hogwarts – alguns deles, Harry só conhecia de vista – que expressavam seus votos de felicidade e o desejo de se reencontrarem na escola. Por fim, os pacotes que mais lhe agradavam: os da família Weasley e de seus amigos mais chegados. Hagrid lhe deu uma caixa de doces sortidos; Luna lhe mandara um kit de proteção contra plokhorms (seja lá o que fossem); Neville mandou-lhe sementes de plantas ideais para cultivar um jardim de interiores; o Sr. Weasley deu-lhe um rádio; a Sra. Weasley lhe mandara uma caixa de biscoitos caseiros deliciosos; Jorge lhe enviou uma cartola que, a um comando, soltava faíscas coloridas, mas que facilmente poderia ser usada como uma cartola comum; de Gui e Fleur, recebeu um perfume (provavelmente, escolha de Fleur); Carlinhos lhe enviara um sortimento de escamas de dragão raras; até Percy lhe mandara um presente, um elegante jogo de escritório. Achou graça ao abrir os presentes de Rony e Hermione; parecia que a personalidade dos dois havia se fundido. Rony mandara-lhe um grosso livro: O Grande Dicionário de Verbetes Básicos de Todas as Línguas Mágicas, enquanto Hermione lhe dera um uniforme de quadribol personalizado. Só não encontrava o presente de Gina...
Foi quando escutou um barulho vindo da sala. Parou e aguçou os ouvidos. Ouviu o que pareciam alguns sussurros, que não conseguiu compreender.
Harry pegou sua varinha e saiu do quarto. Pé ante pé, dirigiu-se à sala, olhos e ouvidos muito atentos. Não ouvia mais nenhum sussurro, e não via ninguém. Caminhou até o meio da sala. Olhou para um lado, para o outro; ainda assim não viu ninguém. Talvez o barulho tivesse sido do lado de fora. Guardou a varinha e virou-se para voltar ao quarto.
- SURPRESA!!!
Harry não pôde acreditar. Ali estavam todos os Weasley, Hermione, Neville, Luna, Fleur, Angelina (que estava firme com Jorge), Audrey (a noiva de Percy)...
- C-como... mas... eu olhei e... e não tinha... ninguém... como...
- Feitiço desilusório! A Mione realmente é uma bruxa e tanto, te enganamos direitinho! – explicou Rony, dando um abraço de urso no amigo; bem, alto e forte como estava, Rony ralmente parecia um urso. – Neville quase pôs tudo a perder quando tropeçou no tapete...
- Ah! Então isso foi o barulho que eu ouvi?
- Oh, puxa... Desculpe, eu ainda sou muito desastrado...
- Não se preocupe, Neville, o Harry continua um distraído de primeira... – riu Hermione, e deu um beijo estalado na bochecha de Harry. – Feliz aniversário!
Harry cumprimentou a todos, alegremente. Logo, Monstro entrou na sala, trazendo bebidas para todos, e a festa se instalou. Harry reparou em serpentinas, confetes e balões flutuando pela sala, e ficou imaginando como conseguiram fazer tudo aquilo sem que ele percebesse. “Mágica, é claro...”, e riu do próprio pensamento.
- Então, Harry, gostou dos presentes?
- Adorei! São todos incríveis, Mione. Aliás, como você conseguiu aquele uniforme personalizado?
- Segredo! – respondeu a garota, rindo. – Agora que sou “famosa”, tenho lá meus contatos especiais...
- Essa é minha garota! – orgulhou-se Rony. – Ah, o Hagrid pediu para avisar que queria ter vindo, mas está muito ocupado terminando de preparar Hogwarts para as aulas... Aliás, você recebeu a carta?
- Recebi. Vocês também?
- Sim, todos recebemos! E... adivinhe quem é o novo monitor-chefe?
- Não acredito... Você, Rony?
Ele acenou afirmativamente a cabeça, orgulhoso; não mais orgulhoso que sua namorada, que o abraçou pela cintura e estalou um beijo em sua boca.
- Nunca duvidei do Rony...
- Ah, duvidou sim...
- Não duvidei, não!
Rony riu e deu-lhe um beijo na testa. Harry sentiu-se um pouco deslocado; ainda não se acostumara muito bem com aquela nova situação, e a troca de carinho entre os dois o deixava um pouco sem-graça. Foi quando escutou uma voz atrás de si:
- Ei, maninho; pode me emprestar o Harry por alguns minutos?
Harry sentiu um arrepio percorrer todo seu corpo. Como desejara ouvir aquela voz!
- Claro, Gina. – Virou-se para Harry. – Juízo, cara!
Hermione e Rony foram para o outro lado da sala. Harry virou-se devagar, e viu-se encarando aqueles profundos olhos castanhos.
- Gina...







((Oi de novo!! Resolvi me controlar um pouco, parar de revisar compulsivamente e postar logo o primeiro capítulo... Vocês vão reparar que os capítulos dificilmente serão curtos... Eu faço o tipo empolgada, que, quando vê, já digitou um capítulo gigante e tem que dividir em dois, rsrs... Mas acho que vocês preferem assim, né? Antes um capítulo um pouco longo que um curto demais...
Bem, como estou no fim do semestre de aulas, talvez o segundo capítulo demore um pouco... Tentarei postá-lo no fim de semana, mas não posso prometer nada, estou com três trabalhos para terminar...
Um agradecimento especial à Anny, minha primeira leitora declarada... Já respondi sua mensagem, viu? =)
Gente, reafirmando: os comentários, críticas e sugestões são muito importantes! Conto com vocês!
Abraços a todos!!))

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.