Convite
Narrado por Lily Evans
A professora McGonagall já estava falando sem parar a MEIA HORA. Trinta minutos inteirinhos e ela não cansava. Ainda faltavam cinco minutos para o fim daquele discurso... E como cinco minutos podiam render tanto, eu simplesmente não conseguia encontrar explicação. Revirei os olhos, muito entediada. Bufei, cansada. Olhei para lado; Mary estava confortavelmente acomodada, babando na primeira página do livro de Transfiguração. Olhei para o outro; Ashley havia escorregado na cadeira, observando a mulher que ainda falava sem nenhum interesse. Já tínhamos ouvido aquele discurso sobre os NIEM’s – que aconteceriam no próximo ano – um milhão de vezes. Com certeza, já estávamos bem avisados sobre a responsabilidade que viria.
O ponteiro do relógio finalmente avançou. O sinal bateu e Mary pulou ao meu lado, assustada. Ri gostosa, mas silenciosamente, no que ela fez uma careta. Ei, para mim cara feia é fome.
- ACABARAM AS AULAS! – gritou Sirius. Eu já disse o quanto ele é... discreto?
- Acalme-se, Sr. Black – cortou-o McGonagall, séria. É intrigante o fato de que ela está SEMPRE séria... Pelo menos, na maioria das ocasiões – Sei que todos estão ansiosos com a chegada das férias, no entanto, acho que uma algazarra dessas não é necessária.
Algazarra? Algazarra? Por Merlim, Tia Minnie professora McGonagall em que século você ainda vive? Ergui a sobrancelha, desconcertada, enquanto jogava meus livros na mochila.
- Um minuto de atenção, por favor – pediu ela, olhando para turma, irredutível... Certas coisas NUNCA mudam – Quero desejar-lhes ótimas férias, uma vez que terão de se esforçar bastante no próximo ano letivo.
- Tia Minnie, os testes mal terminaram... – reclamou Sirius. Falando em coisas que nunca mudam... Ali estava um ótimo exemplo.
- Sei disso, Sr. Black. Aliás mais respeito, quando se dirigir a mim. Bem, estão dispensados.
Foi só ouvirem a palavra ‘dispensados’ que todos já saíram correndo da sala de aula. E bem err, eu não fui exceção. Logo, estávamos eu, Mary e Ash longe, bem longe da sala de aula. Amanhã, nós já estaríamos livres, leves e soltas (?) para fazermos tudo o que desse vontade! Ou pelo menos, tudo o que deixassem fazer. Mas aí me lembrei o que eu estava tentando esquecer: verão significava férias. E férias significariam diversão para qualquer pessoa normal, mas como eu não sou alguém normal eu preciso passar a maior parte do verão em casa, tenho que agüentar a presença da minha \ironia/ querida irmã.
Eu queria viajar para o Caribe, como a Alice ou esquiar, como Ashley fazia todo o verão, lá na América do Sul. Mas esses eram sonhos (?) distantes. Suspirei. Deveria estar mais do que acostumada. Acho que a minha broxa deve ter ficado estampada na minha testa...
- O que você tem, ruiva? – perguntou Ash, parando abruptamente. É incrível como eu não consigo de modo algum esconder minhas emoções. Apenas disfarçá-las. É o máximo que eu posso conseguir.
- Hmm, nada – respondi. Droga! Porque eu não consegui manter a voz firme?
- Lily, você sabe que não consegue esconder nada da gente, certo? – a Mary é... objetiva.
- Já comentei que você é super... direta, né Ma?
- Algumas vezes... – admitiu ela, com um sorriso maroto nos lábios – Mas, diz o porque dessa broxa repentina (?). Você tem tido problemas hormonais? – Mary louca varrida e totalmente descontrolada. Alguém leve-a ao St. Mungus, sim?
- Ma, o que eu disse sobre exagerar nos seus remédios? – falou Ash, divertida. Minhas amigas irmãs – talvez não de sangue mais de coração – são mesmo malucas.
- Hmm, ok. Prometo que não tomo mais do que você me disser para tomar. Mas, voltando a Lily. Qual o problema?
- Férias é igual a aturar Petúnia o verão todo...
- ENTÃO, SEU PROBLEMA ACABA AGORA, LILY! – gritou uma voz que eu conhecia. Estava demorando para ele vir me torturar.
- Não, Potter – eu respondi. Aquela frase já tinha se tornado clichê – quando você chega, eu somo mais um problema à lista.
- E quando você chega, eu subtraio (?) todos os que eu tenho – retrucou ele. Ok, essa cantada eu ainda não tinha ouvido. E eu não tinha resposta. Precisava encontrar uma neste exato momento. Resposta, cadê você?
- Essa eu não tinha ouvido – respondeu Mary por mim. Como ela poderia saber exatamente o que eu tinha pensado? Nós devíamos ter telepatia, só pode ser. O Potter sorriu todo modesto.
- Então... vocês querem ir com a gente para minha casa? – perguntou, com um sorrindo de orelha a orelha. Por mais que eu odiasse o Potter, eu tinha de admitir... Ele tinha mesmo um sorriso bonito, estilo comercial de pasta de dente.
- Essa frase soou muito estranha, Pontas – intrometeu-se Sirius. Além de \ironia/ extremamente discreto, ele ainda tem uma malícia... INESGOTÁVEL.
- Ah, bem, vocês entenderam – falou Potter, dando de ombros com o sorriso ainda no rosto. PÁRA DE SORRIR, DROGA!
- Sua casa em Londres? – perguntou a Ma. Isso deu a entender que ele tem mais de uma casa... (?)
- Não... A da praia, sabe? – ok. Eu não consegui detectar nenhum pingo de ironia nas palavras do Potter. Então ele tinha mesmo mais de uma casa.
- Ah, claro! – compreendeu Mary. Ela devia saber, já que foi amiga do Potter desde... Bem, desde sempre.
- Então, vocês vêm? – perguntou Remo, muito, mais muito esperançoso para o meu gosto...
- Aham – assentiram. E nem perguntaram se eu queria ir mesmo. Que tipo de irmãs são essas?
- Você também, né gatinha? – perguntou Six, piscando para mim. Se eu não tivesse piscado, talvez tivesse certeza do olhar reprovador que o Potter lançou para ele. Sorri marota.
- Ainda não sei. Posso pensar? – falei numa voz um tanto hesitante.
- Claro – disse Potter. O enorme sorriso diminuiu, mas manteve-se presente. Depois, os garotos disseram ‘tchau’ e nós fomos para o lago. Arrancamos (risca) tiramos os sapatos e colocamos os pés na água. Alívio. Era a palavra que preenchia cada canto da minha cabeça (obs. se a minha cabeça é redonda - N/A: oval – que seja. Oval. Como ela pode ter cantos?).
- Você vai com a gente, Li – disse Mary. Mencionei que ela é direta e decidida (leia-se teimosa)?
- Eu não sei... – eu ainda estava pensando!
- Ah, Lílian não comece com o c* doce – a Ash pode ser bem rápida quando quer.
- Não tem nada de c* doce. Só estou pensando. Posso?
- Não, não pode – respondeu Ma. Bufei um tanto irritada. E se eu não quisesse ir para a casa do Potter?!
- E se eu não quiser ir para a casa do Potter? – verbalizei meus pensamentos.
- Prefere passar as férias com a Pet-Pet? – Sim, foi assim que apelidamos a Petúnia, carinhosamente.
- Não sei... Eu-
- Mas, Lily você não sabe de nada! Se decide, por favor! – pediu Ash, parecendo \ironia/ um pouquinho frustrada com a minha constante indecisão. Sou indecisa, algum problema?
- O Potter e a Pet-Pet empatam no quesito ‘irritar Lily Evans’. Não tem um vencedor, mas os dois se esforçam muito.
- Mas, vai ser tão MARA, amiga! – porque será que Ash animou assim, do nada? – A gente vai estar lá! E Remo-
- O Remo, né Ash? – interrompeu Ma, com um sorriso bem malicioso. Não resisti, precisei imitar.
- Eu só disse ‘Remo’, porque ele... ele – hmm GAGUEJOU! Suspeito. Muito suspeito. Estou de olho em você, Ashley Hill – ele é amigo da ruiva aqui!
- SEI! – gritamos eu e Mary, zoando dela. Pobre (nem tanto assim) Ash.
- Então, você vem, Li? – disse Ashley, ignorando nossa repentina e louca histeria.
- Tá. Vocês me convenceram... Só preciso mandar uma carta para meus pais.
- UHU! – berraram as malucas das minhas irmãzinhas. Essas duas aí? Não, eu não conheço (?).
Levantei, pegando os meus sapatos com chulé.
- Vou subir. Vejo vocês daqui a pouco – anunciei, sorrindo. Elas corresponderam e enquanto eu caminhava, me dirigindo ao castelo, pude ouvir Mary provocar:
- Não pense que eu não percebi a escapadinha que você deu, quando começamos a falar do Remo, Srta. Hill.
- Eu não dei escapadinha nenhuma – respondeu. Mesmo de costas, eu conseguia ver o constrangimento no rosto da Ash. Oh gosh. Lembra quando eu disse que certas coisas NUNCA mudam? Bom, essa era mais uma delas. Ri fracamente, focando meus olhos no castelo mais uma vez.
Narrado por Tiago Potter
SERÁ QUE ELA VAI?! Era a pergunta que não queria calar (Isso se pergunta tem boca). Lily Evans tem o dom de me deixar assim, na expectativa. Mary e Ashley iam e eu estava feliz por isso, mas para o dia estar completo ela precisava ir também. Eu estava andando de um lado par o outro a mais ou menos uns dez minutos. Porque eu tinha que ficar tão ansioso por ela, droga?!
- Pára de andar, Pontas. Assim você vai fazer um buraco no chão – ouvi Almofadinhas dizer, meio irritado. Ignorei, continuando a caminhar. Até que Remo fechou o livro que lia (?) com força e falou irritado:
- Pontas, quer parar?! Você tá me irritando!
- Olha só o Reminho, todo estressado... Ui ui – precisa mesmo dizer quem falou isso? Geralmente, eu faria algum comentário, mas eu estava nervoso demais para falar qualquer coisa. Lily será que dá para me dar uma resposta, POR FAVOR? Eu estava tão imerso em meus pensamentos que nem prestei atenção na nova discussão que começava entre meus amigos. Então, meus olhos focalizaram nas garotas que se aproximavam... EI! CADÊ A LÍLIAN? Andei rápido até elas, para encurtar a distância. Elas pareciam tão lentas, quando eu queria que elas corressem...
- Então, ela vai? – eu não consigo de maneira nenhuma esconder meu nervosismo/entusiasmo/ansiedade quando se trata dela. As pessoas chegavam a rir quando viam o claro (transparente) efeito que ela fazia sobre mim.
- Não sabemos ainda – respondeu Ash, segurando riso ao observar minha expressão – que devia parecer – desesperadora.
- COMO ASSIM?! – quase gritei. Ok, eu berrei a minha indignação praticamente. Todo mundo olhou para nós.
- Você é exagerado quando estamos falando dela, né Tiago? – falou Ma, sorrindo de uma forma que eu não conhecia – a gente convenceu ela, mas Lily foi mandar uma carta para os pais, para ver se pode ir mesmo.
- Que os pais deixem Lily ir, amém – fiz uma PÉSSIMA imitação de uma oração trouxa. As garotas riram e eu pude ouvir Sirius soltar um riso do tipo ‘meu amigo é doente assim mesmo, não liguem’. Depois, sentamos todos embaixo de uma árvore e ficamos conversando por... Não sei quanto tempo. Na verdade, eles conversaram, porque eu mergulhei totalmente nos meus pensamentos. Fiquei quieto e eu podia sentir meus olhos desfocados: isso se chama brisa. É estupidamente idiota (?) ficar me imaginando com ela... Isso é coisa de garota. Mas, eu não podia evitar, então vaguei silenciosamente pelos meus sonhos loucos.
Narrado por Mary Parker
Olhei o Tiago sem intenção. Ele estava numa brisa muito, mais muito boa. Eu podia apostar que ele estava sonhando com a Lily. Eu acho esse amor dele por ela tão lindo. Era uma pena que a ruiva não cedia de jeito nenhum. É a garota mais difícil que eu já conheci. Complicada? Demais! Mas, mesmo assim minha irmãzinha. Queria tanto que eles dessem certo! Eu estava decidida a fazer isso acontecer nessas férias. E quando eu coloco alguma coisa na cabeça, sinto muito, mas NINGUÉM tira.
Eu nem sei o que eu estava falando, já que eu não estava prestando a mínima atenção no que eles diziam. Desisti de ficar sentada, minhas costas estavam doendo! Deitei na grama, com Lily e Tiago ainda povoando minha mente. Era muito melhor pensar na vida amorosa dos outros do que na sua própria. Fazia pouco tempo que eu tinha ficado com Jason Fletcher, da Lufa-lufa e eu nunca teria imaginado o quanto ele podia ser grudento. E quantas vezes ao dia ele podia dizer o quanto eu era perfeita. Disso eu já sabia, obrigada. Mas, não precisava ficar me dizendo a mesma coisa a cada cinco segundos. Ele tinha sorte de ser bem gato. Até achei estranho ele não ter me procurado hoje. Ah, mas eu merecia folga desse chiclete, certo?
- Ei, Mary! – ouvi uma voz gritar ao longe. É só eu apenas falar de alguém, que esse alguém aparece. Parece até um feitiço convocatório. Eu digo ‘Jason’ que o bendito vem. Merlim dai-me paciência! Sentei de novo e me virei.
- Hmm, oi Jason – respondi sem animação e sem tentar esconder minha falta de entusiasmo. Quem sabe assim ele não se tocava?
- A gente pode conversar...? A sós?
- Hã, claro – hesitei alguns segundos, mas assenti. O que ele tinha para me dizer? Se não for engano nem impressão minha, Sirius fez uma careta irritada e cruzou os braços. Ui ui, sem ciúmes, Sr. Black, ele só queria falar comigo. Levantei e segui Jason. Ele parou e ficou de frente para mim, com uma expressão séria. Aí, eu tive uma mera idéia do que ele queria dizer... Já tinha passado por isso antes... Oh gosh. Ah, bom paciência. Para mim não foi nada mais que uma ficada.
- Ma, a gente tá ficando há algumas semanas e-
- Duas – interrompi, lembrando a ele.
- Certo. E bem, eu... acho que... a gente, você sabe... – ele parou de falar e eu ergui as sobrancelhas. Era exatamente o que eu havia imaginado – podia levar isso mais a sério. – Jason terminou, olhando esperançoso para mim. Ah, não. Não OLHA ASSIM PARA MIM! Eu devo ter ficado tempo o suficiente quieta, porque ele logo falou receoso:
- Ma?
- Sim? – respondi, me fingindo de perdida. Essa é melhor coisa para se fazer nessas horas...
- Então?
- O que? – continuei a dar uma de imbecil.
- A gente v-vai levar isso mais a s-sério? – a gaguejada dele me deu uma vontade louca de rir e eu realmente riria se não fosse eu nessa situação.
- Quer dizer... namorar? – o que? Eu queria confirmar a minha teoria, oras.
- É – essa resposta foi o mais idiota que ele podia dar. Jason deixa eu te falar uma coisa, \ironia/ amorzinho: para me ganhar você vai ter que fazer muito melhor. Vai ter que ir até o céu, pegar uma estrela e trazer para mim e é bom que ela ainda esteja brilhando quando você voltar (?).
- Jason, eu disse para você antes da gente ficar que, eu não tava aberta para relacionamentos sérios – relembrei a ele, tentando ser o mais delicada possível.
- Achei que, talvez, você mudaria de idéia – disse, baixando a cabeça e olhando os próprios pés.
- Bem, a minha resposta continua a mesma.
- Certo – Jason suspirou longamente, ainda sem me encarar. Odeio quando esse tipo de coisa acontece. Eu me senti mal – bom, era isso. Hã, boas férias – desejou ele com a voz rouca. Eu já disse o quanto eu odeio essas coisas? Se já, ótimo. Droga. Eu não queria magoá-lo. Apesar de ser um chiclete total, eu gostava de Jason.
- Espera, Jass – eu o chamei pelo apelido. Ele se virou, mais uma vez esperançoso. Beijei seu rosto.
- Bom verão – murmurei em seu ouvido. E em seguida, eu estava caminhando de volta para os meus amigos.
Narrado por Sirius Black
Mary só sai com idiotas. Jason Fletcher, Lufa-lufa. Que imbecil. Ele queria falar o que com ela? Dizer de novo o quanto ela é perfeita? Ele dizia isso TODOS OS DIAS. E nós, amigos dela, precisávamos agüentar. E ele só dizia a mesma coisa! Que cara sem criatividade. Ela voltou com a expressão vazia. Mas, sua boca se curvava em um sorriso fraco e sincero. O que ele fez agora?
- O que ele queria, Ma? – precisava me lembrar de agradecer Ash depois.
- Ah... o de sempre – essa foi a resposta mais insatisfatória que ela podia dar. ¬¬
- Como assim? – dá-lhe Remo! As pessoas já faziam as perguntas por mim e eu não precisava falar absolutamente nada.
- Ele... ele me pediu para namorar sério – como ela CONSEGUIU falar isso com a maior simplicidade do mundo?! Ah, por um momento esqueci que estávamos falando de Mary Parker. Essa situação era extremamente comum para ela. E para mim, também. Deixei um risinho muito sarcástico escapar. Me arrependi disso segundos mais tarde:
- Algum problema, Sirius? – Mary perguntou com um sorriso malicioso (carregado de ironia) no rosto.
- Não, nenhum – dei de ombros e escondi com sucesso meu sarcasmo de antes... Eu já disse que sou ÓTIMO ator?
- Ótimo – disse ela. Que ‘ótimo’ foi esse? Estava sentindo uma pontada de desgosto nessa palavra?
- E o que você disse? – continuou Ashley, como se ninguém tivesse interrompido.
- Disse o que eu SEMPRE digo; que não estava aberta para relacionamentos sérios. – precisava admitir que essa era uma das minhas. Mas, nunca foi tão difícil dizer isso de alguém.
- E quando é que você esteve? – provoquei. Desculpa, não seu para resistir.
- Olha só quem fala – devolveu ela, meio irritada. Fiquei com uma imensa vontade de rir da careta dela, mas acabei ficando quieto. Poderia ficar propenso a tapas e chutes e eu realmente, não queria isso. Mudamos de assunto e Mary voltou a deitar. Fiquei imaginando o que se passava pela cabeça dela das garotas, sabe, em geral. São todas iguais mesmo... Ok, a quem eu estava querendo enganar?
Então, do nada o Pontas acordou da brisa louca e demorada dele e se endireitou. Por quê? A resposta chegou segundos depois: Lily Evans. Ela estava toda saltitante (?), balançando uma carta,gritando para quem quisesse ouvir para gente que ela ia para praia também. Essa deve ter sido a chave para o Pontas abrir um sorriso (Ele tem fechadura?!) do tipo ‘tenho-trinta-e-dois-dentes-perfeitos-e-brancos’. Veado apaixonado, ai que lindo! ¬¬
- Que bom que você vem, Lily! – disse ele, todo alegre (Fala sério, ‘alegre’ é bem gay). Achei que ela já ia xingar ele, falando ‘é Evans para você, Potter’. Mas, err não foi bem isso que aconteceu...
- Vai ser ótimo! – ela confirmou, no que todos nós olhamos para ela assim ‘o que foi que você bebeu??’. Lily ignorou e se sentou ao lado de Ashley.
- Ei, Tiago, a gente vai fazer nosso luau, certo? – perguntou Mary, se animando também e sentando.
- CLARO! – nossa, é mesmo incrível o efeito que a ruiva tem sobre o Pontas: foi só ela chegar e dizer que vai, que ele esquece de tudo e foca só nela...
- Que luau é esse? – perguntou Lily muito interessada, tipo assim *__*.
- A gente vai para a praia de madrugada, faz uma fogueira e fica lá para ver o nascer do sol.
- Que MARA! – exclamaram Lily e Ash ao mesmo tempo.
- O Tiago fica tocando para gente! – acrescentou Ma, definitivamente entusiasmada.
- Você toca? – a ruiva deixou a surpresa e certa admiração transparecerem em sua voz sem querer. Sorri. Sempre soube que ela sentia algo por ele, dava para perceber quando ela falava assim e esquecia da máscara ‘não se aproxime’.
- Ah, um pouco – é isso aí, Pontas! Aprendeu alguma coisa, apesar de tudo! Parou de se gabar para a ruivinha ;).
- Pára de ser modesto, Ti – corrigiu Mary, olhando para ele depois para Li – ele toca tipo, muito.
- Ensinei um pouco para o Sirius – disse ele. Me mexi um pouco, ao ouvir meu nome.
- Sério? – falou Ma, meio incrédula. Típico dessa loira louca.
- Aham – assenti.
- Ah, vai ser tão bom! – sim, nós já sabemos Ash. Porque garota tem mania de repetir as coisas?
- E como é a praia? – Lily quis saber.
- Você vai amar, Li – respondeu Remo. Até o lobinho animou! – o mar é tipo, transparente!
- Mal posso esperar – ela disse, saltando e ficando em pé. Onde é que ela ia?
- Onde você vai? – Ash falou. Eu já disse que NUNCA precisava fazer perguntas. Todos faziam isso por mim.
- Hora do jantar, galera. Alguém vem comigo? – foi aí que todo mundo percebeu que já estava escuro e não tinha mais ninguém nos jardins além de nós. No verão, isso era bem comum, já que a noite era fresca e morna. A gente se levantou e resolvemos apostar corrida até o castelo. Só que no meio do caminho, as meninas que estavam perdendo resolveram zoar, puxando as nossas camisas e trapaceando, rindo que nem malucas. Tudo estava perfeito.
Narrado por Lily Evans
Depois de a gente trapacear muito na corrida, que nós obviamente estávamos perdendo, fomos todos juntinhos jantar. Mary me contou o que eu tinha perdido... Era o quarto pedido de namoro que ela recusava em menos de dois meses!
O banquete estava delicioso, como de costume. Conversamos bastante e... Eu não tinha gritado, me estressado, ficado totalmente descontrolada nem trocado UMA palavra sequer de ofensa e/ou sarcasmo amargo com o Potter. Isso era muito estranho. Algo bem fora do normal. Eu não conseguia ficar no mesmo espaço que ele cinco minutos sem gritar ou sentir o rosto quente de tanta raiva. Ou pelo menos era o que eu achava. Aquele tinha sido um dia histórico e quase revolucionário (?): eu NÃO briguei com o Potter. Na verdade, eu gostei da companhia dele. Que ninguém pudesse ouvir meus pensamentos agora, mas quando ele deixava de lado aquele jeito egocêntrico e idiota, Potter podia até ser divertido E legal. Ele falava com sinceridade e eu pude notar que... Ele estava sendo ele mesmo. Sabe, sem ser aquele cara chato e irritante - quem ele precisava ser na frente dos outros – estava sendo apenas Tiago Potter. E era esse garoto, ou melhor, homem que eu gostava de conversar e ficar junto. Era desse cara que a Mary me falava, não aquela figura prepotente que ele mostrava para mim. E era esse cara que eu queria que ele fosse permanentemente.
Fomos para nosso quarto e embora fosse tarde e o certo fosse dormir, resolvemos fazer uma reuniãozinha na minha cama; pegamos os doces que tínhamos trazido da nossa última visita a Hogsmeade e espalhamos sobre o lençol rosa-claro. Peguei um bombom todo coberto de chocolate branco e o mordi com vontade. Ash e Mary dividiam um saquinho de feijões de todos os sabores.
- Essa viagem vai ser tudo de BOM! – anunciou Ma, pulando na cama de repente.
- Vai sim! – eu e Ash concordamos *__*.
- Vocês vão A-M-A-R o luau! O nascer do sol é tão lindo! Principalmente quando tá calor assim – continuou Mary.
- Ei, como é que vocês vão pegar biquínis? Quer dizer, alguém aí trouxe alguma coisa para praia? – perguntei, meio curiosa.
- Vamos passar na casa de Londres de Tiago. Todos nós moramos perto – respondeu Ma, bem prática. Sim, ‘nós’ incluía Ash. Sirius morava com Potter agora, então as coisas devem estar na casa dele... E o Remo... Bom, o Remo que se virasse, né? Ele já era bem grandinho para cuidar desses detalhes.
- E você, Lils? – perguntou Ashley, confusa. Ela devia estar se perguntando como é que EU ia fazer.
- Já combinei tudo com meus pais: quando a gente chegar na estação, eles vão estar lá para me entregar uma mala com tudo o que preciso e bem, para se despedirem – respondi sem hesitar nenhum momento. Eu já tinha tudinho planejado. Ficamos conversando mais um tempo e as duas caíram no sono na MINHA cama. Suspirei entre cansada e conformada. Isso era praticamente inevitável quando fazíamos esses tipo de reunião. Ainda bem que não tinham dormido uma com a perna em cima da outra, como aconteceu numa outra vez. Quando Mary acordou com o pé da Ashley na cara dela, \ironia/ não sei porque, mas ela ficou de mal humor o dia todo. Acordei de madrugada quando elas já deviam estar no décimo quinto sono, babando nos travesseiros amontoados. Por algum motivo, eu não conseguia dormir de novo. Ok, eu sabia muito bem a razão: eu estava entusiasmada para o dia seguinte. Ou melhor, para quando o sol nascesse, afinal o ‘dia seguinte’ já tinha chegado – eram três horas da manhã. E não dava para me mexer muito, senão eu acordaria Ma e Ash.
Então, DO NADA, ele me veio à cabeça. Sim, o Potter. ¬¬ Eu juro que não sei por que ele. Mas, acho que o comportamento mudado dele de hoje, causou um certo impacto em mim. Sei lá... É que ele pareceu muito com uma pessoa normal ele mesmo. Acho que eu fiquei muito impressionada mesmo com o que ele era. O que ele parecia ser de verdade, quer dizer. Quem dera que ele fosse sempre daquele jeito. Mas, como a vida geralmente não é justa, em quase todos os aspectos, ele iria continuar com a maneira infantil de ser na frente do restante.
Uma parte de mim quis muito conhecer ele – saber seus gostos, sua infância, sua música favorita... – mas, como o meu bom senso tinha me dominado na maior parte da minha vida, ele com certeza não deixaria de agir agora. O tal do bom senso me alertou de que aquele poderia ser um caminho perigoso, cheio de mágoas e decepções espalhadas por ele. E como eu tinha um medo absurdo de sofrer por alguém, resolvi seguir o conselho dele, né? Era melhor que eu ficasse na minha, fosse simpática (Afinal eu estava indo para casa dele. Nada a ver ser grossa com quem convidou você para praia) e sem ser arrogante, tentasse manter uma distância segura dele.
Eu teria bastante trabalho, mas achei que valeria a pena: eu não estaria em casa com a Petúnia testando a minha paciência, mas sim bem longe dela, numa casa na praia com os meus amigos. Não poderia ficar melhor, porque se ficasse, estragaria. Sorri com meus próprios pensamentos e observei Mary fechar a boca finalmente. Ri um pouco e voltei a mergulhar em meus devaneios, até pegar no sono de novo.
Quando acordei, Ash e Ma já estavam conversando baixinho, ainda deitadas na cama. Não abri os olhos de imediato, só ouvi o que elas diziam:
-... era desse Tiago que eu estava falando – Mary confirmou minhas teorias.
- Ontem, eu percebi o quanto ele ama Lily – um choque percorreu todo o meu corpo e eu quase abri os olhos tamanho foi o efeito que aquelas palavras que Ash disse tiveram sobre mim. O que estava acontecendo comigo?! Continuei imóvel, agora muito atenta.
- Eu sempre disse isso – Ma falou – mas, NINGUÉM acreditava em mim.
- Você viu como ele olha para ela? Já diz tudo! – agora, elas estavam me assustando... O Potter olhava para mim de tal jeito e eu era a única que não percebia?!
- E ela nem percebe... – é. Eu era mesmo a única que não percebia, Mary disse para mim. Para Ash, que seja.
- Você que conhece ele há muito tempo, Ma... diria que ele tá... apaixonado? – Ashley sussurrou a última palavra muito baixo, que eu quase não ouvi. No entanto, eu estava totalmente absorta na conversa delas. Apaixonado? Por mim? TIAGO POTTER?! Agora, eu estava mesmo chocada (E não, eu não pus a mão na tomada) com aquela revelação. Se é que aquilo era mesmo uma revelação, quem me podia me garantir que era verdade? Claro que eu confiava nas minhas irmãs postiças, era nele que eu não confiava. Potter não levou muito tempo para plantar a idéia de que era não-confiável. E ele teria que se esforçar bastante para mudar isso. Apesar de ele ter sido legal durante UM dia, não era suficiente para desfazer todas as besteiras que ele tinha feito nos últimos anos. Mesmo assim... Supondo que essa história do Potter estar apaixonado por mim fosse verdade... Bem, eu tinha dois sentimentos a respeito: o primeiro era desespero, porque que eu soubesse ninguém nunca tinha me amado daquele jeito especial. Claro que eu já tinha tido alguns relacionamentos – eu não sou nenhum tipo de candidata a freira – mas, nada do tipo ‘eu te amo para todo o sempre’. Eu nem acreditava que esse tipo de amor existia, afinal, nos dias hoje, as pessoas casam, completam um anos de casadas (ou nem um ano) e se separam. Esse “ciclo” meio que frustrou meus sonhos de encontrar aquele alguém que eu fosse passar o resto da minha vida. Para mim, a célebre frase ‘e viveram felizes para sempre’ era reservada exclusivamente para contos de fada não para realidade. O segundo – sentimento – era uma surpresa. Mas, não aquela quando você ganha um presente ou uma festa de aniversário, a qual você não tinha noção que aconteceria. Era um tipo de surpresa que eu só tinha descoberto agora, quando a senti; era confortável e me trazia uma sensação de estar flutuando lá no alto das nuvens. Por estar completamente imersa em minhas reflexões loucas ), perdi a maior parte da conversa das meninas... Ah, mas de verdade? Não importava muito. Eu ainda estava experimentando sensações, dá licença? Ótimo.
De repente, elas pararam de falar – eu percebi, tá? Eu não estava brisando assim tão profundo – e eu decidi que era uma boa hora para “acordar”. Supostamente, eu estava dormindo até agora então, precisei fingir um bocejo ou outro.
- Finalmente, Dragão Adormecido! - (?) Mary deve ser meio (MEIO?!) louca mesmo...
- É Bela Adormecida, loira tapada – eu corrigi a Mary Mongol (?).
- Quanta modéstia, Lils – devolveu, achando que eu estava me referindo a mim mesma, quando disse ‘bela’. Não que eu não seja XD.
- Bela Adormecida é um conto de fadas trouxa, Mary Mongol – obrigada, Ash.
- Loira tapada, Mary Mongol... vocês me odeiam, né? – perguntou Ma, bem irônica, rindo.
- É – eu e Ashley confirmamos, devolvendo a ironia carregada, rindo também. A gente se trocou bem demoradamente... Eu queria escolher uma roupa maneira (?) para viajar, ok? Coloquei minha blusa de alcinhas lilás e shorts jeans. NÃO PRECISAVA USAR UNIFORME, LÁLÁLÁ (???)! Penteei o cabelo e pus meus brincos de argola no devido lugar: minhas orelhas. Uma maquiagem leve para o dia e... Pronto! Ash e Ma também se produziram e depois de enfiar guardar tudo na mala \ironia/ tudo direitinhos, a gente desceu para o café.
Os garotos estavam esperando pela gente e não conseguiram esconder o impacto que causamos neles... Fiquei com uma vontade louca e quase incontrolável de rir das expressões deles, mas me segurei. Não era toda vez que a gente aparecia de shortinho par tomar café. Depois que eles conseguiram fechar a boca se “recompor”, fomos para o Salão Principal... Que estava muito, mais muito barulhento. Todo mundo devia estar comentando para onde iria nas férias, desejando bom verão para os amigos, resolvendo coisas que foram deixadas para trás, dando um “tchau” para o ficante e/ou namorado (a) – o que? Vai dizer que nunca ouviu/viu/presenciou alguém ter um (a) ficante E um (a) namorado (a)? – esse tipo de situação era bem comum, quase cotidiano quando se tinha um amigo chamado Sirius Black. Devia parecer estranho ser amiga de Sirius e não ser do Potter. Mas, bem, Sirius mostrou para mim que tem um coração, bem mole por sinal apesar de ele não demonstrar quase NUNCA. Não foi uma amizade forçada nem nada... E eu já era amiga do Remo... Mas, só no quinto ano – no qual tivemos um probleminha com relação ao segredo do lobinho – Sirius largou a máscara de machão e chorou. Juro! Porque teve medo. Admitiu – mesmo que só para mim – que teve de perder os amigos para sempre (Ele tinha deixado o segredo escapar, mas foi muito, muito sem querer mesmo). De perder tudo o que ele chamava de ‘família’. Naquela hora, eu senti um verdadeiro remorso por ter julgado Sirius antes de nos conhecermos mesmo... Eu vi o quanto ele tinha sofrido por causa da família que nunca teve. Eu o consolei naquele dia, sem cansar, sem parar por um minuto. Porque eu não queria deixá-lo. Muitas garotas queriam se aproveitar desse momento vulnerável do Sirius, mas eu fui seu apoio de verdade, sem segundas intenções, como aquelas vadias aproveitadoras.
Desde então, ficamos amigos. E eu não tinha do reclamar dele. Apesar de ele ter esse jeito de pegador que só quer curtir, eu sabia que bem lá no fundo tinha conteúdo. Eu o achei e ele ofereceu tudo de bom que ele podia me dar – ei, ei! Não sejam maliciosos! Mas, eu preciso dizer que o Six não é de se jogar fora... NÃO é de forma ALGUMA, se querem saber, mas nunca aconteceria nada entre a gente. Como eu já cansei de dizer para as irritantes fãs de SB que jogavam pétalas de rosas no lugar em que ele estiver e lambiam o chão que ele passava – e eu fiz questão de retribuir.
Depois de um café bem tomado, subimos para arrumar algumas últimas coisas. E num piscar de olhos, já estávamos embarcando no Expresso Hogwarts. Sol, praia... Férias!
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