A princesa com nome de flor.
Era uma vez...
Capítulo 1- A princesa com nome de flor.
Num reino muito e muito distante vivia uma princesa com nome de flor que estava à espera de seu príncipe, já encomendado, que vinha de um reino igualmente remoto. O pai da princesa, o Rei Evans I, há muito tempo já havia aceitado a idéia de não ter um herdeiro homem, porém sabia que o povoado patriarquista de Hogwarts jamais aceitaria ser governado por uma Rainha. Chegara a hora de sua filha mais velha se casar, ele estava velho e Hogwarts necessitava de um rei com maior disposição.
Petúnia não fizera nenhuma objeção ao casamento com o príncipe herdeiro do reino de Godrics Hollow, o jovem era conhecido mundialmente, mesmo em Hogwarts onde as notícias demoravam para chegar, por sua beleza e coragem. Sabia que havia sido feito um acordo entre seus pais, mas Petúnia não acreditava no amor e ficara bem feliz com a idéia de se tornar Rainha não de um reino, mas de dois. É claro que a princesa não fazia a menor idéia de como todas as suas concepções sobre a vida iriam mudar no verão em que esta história se passa.
No entanto, esta não é história de Petúnia, a princesa que estava à espera do príncipe James Potter, mas sim de sua irmã, a princesa Lily que não esperava ninguém- apenas a liberdade que teria depois que sua irmã finalmente virasse rainha. Lily, a princesa caçula de Hogwarts, era sem dúvidas o oposto de sua irmã mais velha. Tinha longos cabelos ruivos como os do pai e belos olhos verdes como os do avô e uma vontade inesgotável de aproveitar a vida fora dos muros do castelo.
Naquele primeiro dia de verão Lily não precisou ser acordada por Marlene como de costume, ela sabia que era um dia especial. James Potter, o príncipe prometido de sua irmã chegaria e no fim do verão, depois do casamento deles, estaria livre para fazer o que bem entendesse de sua vida. Nada mais de bailes, diplomacia e bons modos seriam exigidos dela. Ou pelo menos era assim que ela imaginava.
Marlene adentrou o quarto da princesa caçula com curiosidade. Ela era órfã e quando tinha apenas dois anos de idade foi trazida pelo Rei para fazer companhia a suas filhas. Lily achava que a dama de companhia tinha muito mais elegância do que ela, os seus longos cabelos castanhos com cachos largos eram muito mais principescos do que seus ruivos lisos demais para fazer qualquer penteado.
- Não posso acreditar que já esteja de pé – Marlene proferiu fazendo com que Lily parasse de observar a vista de sua janela.
- Ele chega hoje, Lene! – Lily que ainda usava suas vestes de dormir rodopiou a amiga que apenas sorria. Sempre era bom ver Lily de bom humor.
- Ah! Nossa! Devo ter entrado no quarto errado. - Falou Marlene em tom divertido enquanto Lily se jogava em sua gigante cama de dossel. – Pensei que fosse Petúnia quem estaria feliz hoje, além do que você não era a princesa que odiava príncipes?
- Continuo odiando, este James Potter deve ser apenas mais um príncipe com um ego maior que seu ouro – Lily fez uma careta. – Mas é Petúnia quem vai ter de passar o resto da vida aturando-o e não eu. Comemore, Lene, nossa liberdade está chegando.
Muitos príncipes haviam se interessado por Lily, ela tinha um beleza menos clássica que a irmã que era loira de olhos azuis, e justamente por isso chamava mais atenção. O Rei, no entanto, protelou o máximo que conseguiu o casamento de uma das filhas.
Marlene estava terminando de fechar o vestido de Lily, quando ouviram uma batida na porta do quarto. A princesa pediu que entrassem, esperava que fosse Alice sua camareira. No entanto quem adentrou o quarto foi seu pai.
- Lily, você sabe que o dia de hoje é muito importante, não sabe? – A expressão do Rei era de cansaço, ele parecia muito mais velho do que era.
- Eu sei, papai. – Lily apressou-se para abraçar o pai, sabia como era difícil para ele deixar o trono e ainda casar uma filha. O Rei não resistia a filha mais nova, nem quando esta o desobedecia, ele conseguia ficar realmente bravo.
- Então comporte-se. – Disse ele segurando a mão da filha. – Marlene, não deixe que ela assuste o noivo de Petúnia.- Falando isso saiu do quarto murmurando consigo mesmo -Noivos? Minha filhinha vai se casar...Onde estou com a cabeça...
Lily rindo de seu pai pegou o braço de Marlene e a puxou para fora do quarto. Tinha muito tempo até o príncipe chegar, queria aproveitar o dia de sol. No segundo andar porém – seu quarto ficava no sétimo, bem no alto de uma torre – ouviu berros de Petúnia. Com tantas aulas de bons modos não sabia como a irmã não havia aprendido a tratar bem os empregados. Especialmente, os tão bondosos como Alice.
- Você definitivamente não sabe fazer uma trança descente, não sei como meu pai te atura. – Petúnia ainda berrava em seu quarto. Alice apenas assentia, sua vontade, no entanto, era responder que trabalhava no castelo como camareira e não como babá de princesa.
Lily adentrou o quarto da irmã com Marlene em seus calcanhares. Nenhuma das duas tinha medo de enfrentar Petúnia. Alice sorriu ao ver as duas, sabia que era muito mais que camareira para elas, era uma amiga.
- Ela não é paga para fazer tranças em você, Petúnia.- Lily informou a irmã mais velha. – E o seu príncipe idiota só chega no final da tarde, não precisa se arrumar agora.
- Ela sabe fazer tranças, Lily. – Petúnia reclamou.- Já vi ela fazendo em Marlene, e sei que só não faz em você porque seus cabelos não prestam de tão lisos. – Ela olhou para Alice com amargura. – Vou dizer para papai que ela está de má vontade comigo.
- Sabe muito bem que meu pai nunca faria nada, ele adora Alice. – Lily riu com desdém da irmã. – Vamos, Alice, tenho mil idéias para hoje.
Petúnia ainda ficou berrando que quando fosse rainha Alice perderia o emprego. Mal sabia esta que a bela camareira tinha planos de pedir demissão quando este dia chegasse. Lily havia imposto à Marlene e Alice que a acompanhassem quando finalmente conseguisse sua liberdade. A ruiva não sabia para onde ia, mas com toda certeza não permaneceria no castelo governado pela irmã.
- Não posso sair com vocês hoje. – Alice lançou um sorriso as amigas. Elas estavam nos jardins do castelo e o sol iluminava o castanho claro de seus longos cabelos, e sua pele levemente bronzeada. – O Rei está completamente nervososo com a chegada do príncipe.
Lily logo cruzou os braços. Sabia que seus dias seriam longos até que esse príncipe finalmente se casasse com Petúnia. Ele traria dois acompanhantes para o castelo, um nobre que era seu fiel escudeiro e seu principal cavaleiro. Seu pai iria dar bailes, exigir bons modos e muito mais. Suspirou enquanto Alice voltava para os confins do castelo.
- Seu pai me pediu para não permitir que cavalgasse hoje, vossa Alteza. – Remus era o homem de confiança do Rei. Além disso, cuidava com muito carinho dos animais do castelo, por puro prazer. Fora assim, aliás, que conhecera Lily. Ele tinha a idade da princesa, e desde de pequenos os dois nutriam a mesma paixão por cavalos.
- Ah! Mas você não precisa contar nada para ele, Remus. – A princesa sorriu encorajando o amigo. Ele coçou a cabeça, desajeitando os cabelos loiros, depois sorriu para Marlene, suavizando um pouco o rosto marcado pelo sol e as inúmeras lutas que já enfrentara.
- Um dia, Marlene, ela ainda nos convence de que se jogar do alto da torre é uma boa idéia. – Disse Remus em tom divertido, enquanto Marlene concordava rindo. E depois cochichou para o amigo – Ela está realmente animada com a chegada do príncipe, uma pena que ele foi encomendado para a chata da Petúnia.
-Nem me fale, imagine Hogwarts nas mãos de Petúnia. Acho todos vão abandonar suas casas e ir viver num reino próximo. – Remus disse em tom de piada, mas realmente sentia medo quando pensava no futuro de seu reino.
- Vocês poderiam demonstrar mais respeito à princesa e me ajudar a subir no Raio de Sol, ao invés de ficarem cochichando às minhas costas?- Lily falou ao lado de seu cavalo preferido. Ele era completamente negro, e muito amável, porém apenas com ela e Remus.
Remus ajudou Lily a montar, tentando não pensar em como o Rei ficaria bravo se soubesse que compactuou com isto. Depois ajudou Marlene a subir no outro cavalo, um realmente dócil e branco, Ítalo, que Lily havia ganho de presente em seus 4 anos.
O muro do castelo permitia passagem para o bosque. Quase todos os dias de sol, e alguns de chuva também, Lily e Marlene cavalgavam pelo bosque. Ficavam horas em seus cavalos, por vezes correndo, às vezes parando no lago para que tanto elas como Ítalo e Raio de Sol matassem a sede.
Ambas estavam morrendo de fome, já que há muito tempo já havia passado a hora do almoço. No entanto, apesar de Marlene insistir para voltarem, Lily não queria ir para o castelo, seu pai a esta altura estaria ainda mais paranóico.
- Lily, pelo amor de Deus, desça já daí! – Marlene fazia de sua saia uma bolsa para que a ruiva jogasse as maçãs que colhia no alto de uma árvore. – Nós não temos mais doze anos, já pensou se você quebra uma perna ou rasga seu vestido?
-Deixa de me agourar, Lene. –Lily falou do alto da árvore. De repente se distraiu da amiga e das maçãs por ter ouvido um trotar de cavalos.- Ouviu isso, Lene?
-Não, Lily.- Marlene tinha 5 maçãs em sua saia e uma em sua mão que já estava comendo. – O que você está fazendo de pé aí em cima?
Lily tentava ver de onde vinha os cavalos, quando finalmente os avistou. Estavam vindo na direção do lago. Com um sorriso ela desceu da árvore. Ela e Marlene nas várias vezes que iam ao bosque encontravam pessoas que eram de algum reino vizinho e faziam passagem pelo bosque. Sempre fingiam serem camponesas, a sujeira em suas roupas depois de um dia inteiro cavalgando sempre ajudava.
- Viajantes! – Anunciou a princesa. – Vamos! Em direção ao lago . - E então subiu numa pedra para montar em Raio de Sol. Enquanto Marlene sorridente fazia o mesmo em Ítalo.
Não demorou muito para que encontrassem três homens, todos impecavelmente vestidos, mas sem seus cavalos. O que primeiro às avistou era sem dúvidas o que tinha mais elegância, cabelos negros na altura do pescoço e olhos cinzas. Ele logo chamou o de óculos e cabelos rebeldes que bebia água do lago para vê-las. O terceiro não veio falar com elas, parecia compenetrado em um mapa. Os três tinham um porte físico forte, apesar de magros, poderiam seqüestrá-las se quisessem.
- O que as moças fazem por aqui? – perguntou o mais elegante. – Eu sou...
- Ele se chama James, e eu me chamo Sirius. – o de óculos se aproximou lançando um olhar repreensivo ao amigo. Parecia não querer conversa com elas, apesar de as observar atentamente.
-Esta é Lily, e eu sou Marlene, somos camponesas e só estávamos cavalgando pelo bosque. – Lily soltou um risinho, a amiga era óbvia demais quando estava mentindo. Mas isso só tornava as coisas ainda mais divertidas.
-Nós viemos beber um pouco de água. – Lily falou puxando a amiga para que caminhassem em direção ao lago. Os dois as seguiam. Porém de repente a ruiva parou.
-Não posso acreditar? Aquilo é um coelho? – Lily não pensou duas vezes antes de suspender a saia de seu vestido até o joelho e mergulhar no lago, ao ver o corpo de um coelho boiando na água.
Marlene se desesperou pensando em como o Rei ficaria furioso quando elas voltassem com Lily totalmente encharcada. Sabia também que era quase impossível de tentar fazer com que a amiga desistisse daquilo, ela amava os animais.
O Jovem de óculos entrou no lago atrás da princesa, com alguma relutância conseguiu trazê-la de volta a margem em seus braços. Ele podia não conhecer aquele lago especificamente, mas já estivera em vários outros, e realmente era perigoso ir em direção a correnteza.
-Foram vocês! - A princesa falou em tom acusatório para os dois jovens e o terceiro que até então estivera ocupado com seu mapa, levantou-se. – Vocês são caçadores!
- Nós não somos caçadores...- O de olhos cinzas parecia insultado. No entanto, o único que não falara com elas disse que teriam de ir embora, pois estavam atrasados. E ainda falando que não eram caçadores, eles se enfiaram na mata.
Lily sentou-se na margem do lago ainda com muita raiva. Por mais que Marlene dissesse que eles não tinham perfil de caçadores, Lily não acreditava, pois ela também nunca havia conhecido caçadores. Ambas apenas ouviam histórias sobre eles. Não caçavam apenas animais, essa parte era só diversão. Eles gostavam mesmo era de matar seres humanos, especialmente àqueles que não eram nobres. Havia alguns anos que Hogwarts passara a ser açoitada por este grupo repugnante.
Depois de algum tempo voltaram para o castelo. Lily ainda estava bastante molhada, e tanto seus sapatos como a barra de seu vestido cheios de lama. Marlene estava um pouco mais apresentável. Resolveram entrar na cozinha.
- Seu pai está procurando por você. – Alice falou ao avistar Lily. – O que aconteceu com vocês?
Lily, no entanto, queria apenas falar com o pai sobre os caçadores que vira. Já estava na hora de descobrir quem integrava este grupo e puni-los.
- Espere, Lily, você não pode entrar assim...
Mas a princesa não ouviu. Peter, o criado que fazia as anunciações reais, soou sua corneta ao avistar Lily.
- Vossa alteza real, a princesa caçula. – Peter anunciou com sua voz grave.
Contudo, ela ficou paralisada, ainda ao lado de Peter na porta do grande salão real. Os homens que ela acreditava serem os caçadores estavam sentados junto a seu pai e Petúnia aparentemente bebendo um chá. No entanto, o jovem que a retirou do lago não estava no salão.
- Você é uma princesa?- Lily revirou os olhos enquanto adentrava no salão. E então Peter soou a corneta novamente.
-Senhor, Sirius Black, fiel amigo de vossa alteza real o príncipe James Potter.
E então finalmente Lily entendera. O rapaz de óculos era o nobre amigo do príncipe de sua irmã, que aliás, só poderia ser o convencido de olhos cinzas. O Rei levantou-se para apresentá-la ao príncipe e aos seus dois acompanhantes, Sirius e Frank.
- Perdoem, com toda certeza minha filha terá uma boa explicação para estar neste estado. – O Rei falou severo, mais para Lily do que para seus convidados. Aliás, estes pareciam se divertir com a cena. Enquanto Petúnia estava prestes a chorar. – Ela agora vai trocar de roupa para depois se juntar a nós.
Nota da autora:
Oi gente!
Informando o obvio: Os personagens não me pertencem, JK quem os criou – aliás, graças! A história se passará num universo alternativo, onde não existem bruxos, nem professores, mas ainda se passa num castelo e tem toda a magia de um conto de fadas- sem fadas, rs. Aliás, nem a história da fic me pertence, já que são os personagens que me ditam, rs.
Este primeiro capítulo é uma introdução à história que se passará num verão. Talvez o frio tenha me inspirado a escrever sobre dias de sol, rs. Minhas idéias para esta fic vieram de obras variadas, Aladim é meu desenho favorito – principalmente porque o príncipe não é só o príncipe, ele é o protagonista – e é por exemplo a trilha sonora que mais me inspira. Mas por enquanto, posso citar aqui Anastasia – outro desenho-, A Herdeira – um livro – e um jogo de computador chamado Princess Maker.
Para quem não me conhece, acho que é melhor citar neste momento que não sou normal. E não me orgulho disso...
A história vai ser betada por minha irmã – Carol – que é mais nova que eu seis anos, mas mesmo assim sabe mais português, rs. Ela aliás, é a culpada de eu ler e escrever fics. Fica me mandando escrever, porque ela sempre tem bloqueio criativo. Ela tem uma fic postada – às avessas – que só falta o último capítulo – há mais de dois anos. Não que eu não tenha os meus bloqueios, minhas duas fics em hiatus que o diga.
Quem quiser dar opinião, criticar, sugerir, falar oi: manda um comentário. Quem não quiser falar, mas for uma pessoa piedosa e caridosa: deixe um comentário também.
Desde de já obrigada pela paciência e beijinhos infinitos.
Ju
P.S. vou postar de uma vez 3 caps!
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