Sim ou Não?



Algumas semanas se passaram, Sirius e Melissa viviam felizes como dois passarinhos livres. Estavam juntos sempre que sobrava um tempo e eram freqüentemente acompanhados por James e Lily, que tinha finalmente cedido ao charme do Potter mais velho. Muitas coisas mudaram: James não acompanhava as transformações de Remo na lua cheia, porque eles ainda não tinham contado á Lily o “probleminha peludo” do maroto, Melissa tinha mudado sua forma Animaga de uma leoa para uma cadelinha, ela e Sirius formavam um belo casal, Snape tinha praticamente parado de falar com Lily, ele poderia aceita-la com qualquer um menos com James e era cada vez mais freqüente ver Charles Walters jurar azarar Sirius por todos os cantos do colégio. Mas, o natal se aproximava e um pensamento rondava a cabeça de Melissa: contar ou não para os pais? Se contasse provavelmente mandariam James e Twenty ficar de olho nos dois, se é que não a mandariam para a casa de alguma tia. Se não contasse seria como no final das férias, eles o dia todo sozinhos, teria seu namorado só para si, sem ninguém para atrapalhar. Já tinha quase tomado uma decisão, mas resolveu falar com Sirius.
- Amor. . . – começou ela sentando ao lado dele em uma mesa de estudos na sala comunal da Grifinória.
- Oi. – disse ele sem tirar os olhos do livro de Transfiguração.
- Você acha que eu deveria contar pros meus pais sobre a gente? – perguntou ela fazendo com que ele olhasse-a com cara de intrigado – Por que tipo, se eu contar sabe que eles vão marcar em cima, né? E se não, eles nem vão desconfiar e a gente vai passar o dia só. . . – propôs ela tentadoramente.
- Mel, os pais são seus. Você é que sabe o que é melhor pra você e pra gente. – respondeu ele.
- Então eu não vou contar, a não ser que você queira.
- Você faz o que quiser – concluiu ele dando um selinho nela – Agora eu preciso estudar.
E voltou para seu livro de Transfiguração. Ela se levantou e foi tomar banho, estava decidido só contaria na páscoa. Dias depois eles estavam embarcando na estação de Hogsmeade de volta para casa, Melissa e Sirius aproveitavam seus últimos momentos, porque agora só ficariam juntos no dia seguinte quando o Sr. e a Sra. Potter saíssem para trabalhar.
- Eu não acho certo isso de não falar que vocês estão namorando. – Disse James abraçado á Lily.- Eu vou apresentar a Lily assim que eu descer do trem. – concluiu ganhando um selinho da namorada.
- A Lily não mora lá em casa. – retrucou Melissa.
- Ah, mas ela vai lá um dia. Não vai, Lily? – perguntou James.
- Eu ainda vou ver. . . – falou ela pensando em sua irmã.
- Ela vai. – concluiu James.
- Ela vai um dia, e você sabe que a marcação deles com você é metade da minha. – explicou Melissa.
- Tinha esquecido que você é a queridinha dos Potter. – brincou James.
- Que você tem, Remo? – perguntou Lily para Remo que estava sentado á janela absorto em seus pensamentos.
- Nada. – respondeu ele sorrindo.
Mas James, Sirius e Melissa sabiam. A lua cheia se aproximava e era mais difícil virar lobisomem sem ter os amigos por perto. Depois de muitas risadas, Snap explosivo e momentos dos casais eles chegaram á estação King’s Cross. O Sr. e a Sra. Potter já esperavam por seus filhos e Sirius, assim como o Sr. e a Sra. Evans esperavam pela filha e o Sr. Lupin pelo filho. Remo desceu primeiro e foi falar com o pai, depois desceram Sirius e Melissa que correu para abraçar os pais, James, aproveitando enquanto os Potter se distraiam com a filha caçula, foi com Lily ser apresentado aos Evans. Depois de abraçar Melissa e Sirius, que passara á tratar como filho, a Sra. Potter se perguntava pelo seu primogênito.
- Melissa, querida, onde está o seu irmão? – perguntou ela olhando para os lados.
- O James? – perguntou Melissa com cara de quem não está entendendo, mas não obteve resposta só o olhar de reprovação da mãe – Ah, não sei. . . Ele. . . Ele está vindo aí.
James vinha de mãos dadas com lily.
- James, onde você estava? – perguntou a mãe abraçando-o
- Procurando o sapo do Longbotton, ele perdeu de novo!
- Não sei como a Alice o namora. – Melissa pensou alto.
- Ah. Mãe, pai essa é Lily Evans, a minha namorada.
O Sr. e a Sra. Potter se entreolharam, não estavam esperando. Mas o Sr. Potter resolveu a situação.
- Olá, Lily! – disse ele estendendo a mão.
- Oi, Sr. Potter. – ela respondeu sorrindo e apertando a mão dele.
- Olá, querida. Como você está? – perguntou a Sra. Potter analisando bem sua futura nora.
- Bem, obrigada. – disse ela sem tirar o sorriso do rosto.
- Que bom. Lily. Você me desculpe, mas nós estamos um pouco atrasados e temos que ir. Sim? – perguntou ela olhando para o marido.
- Ah, sim. – concordou ele. – Até logo, Lily.
- Até. – disse ela; deu um selinho em James e voltou para onde os pais estavam.
- Ué, para onde é que a gente vai? – perguntou James sem entender.
- Hoje é o aniversário da sua tia Mafalda, esqueceu? – perguntou a Sra. Potter.
- Sim. – disse James baixinho.
- O quê?
- Não, mas eu não sabia que tinha festa.
- Pois tem e nós vamos. Apressem-se.
Sirius, Melissa e James pegaram os malões e atravessaram a parede, do lado dos trouxas a Sra. Potter indagou:
- Evans. Não lembro desse sobrenome em lugar nenhum, nem no Ministério, nem na escola. . . Tem algum Evans no seu departamento, querido?
- Não, não. . . Também não lembro de ter estudado com nenhum.
- Ah, é que a Lily é nascida trouxa – resolveu James pigarreando.
- Ah. . . – suspirou a Sra. Potter.
Eles passaram primeiro em casa para deixar os malões e trocar de roupa e seguiram para o aniversário de tia Mafalda. Reencontrar os primos, apresentar Sirius á todos: James ficou bem ocupado e nem teve tempo para encucar sobre se Lily ser nascida trouxa faria alguma diferença para seus pais. Conhecer todos, falar sobre porque fugiu de casa: Sirius também estava ocupado, o que era bom pra disfarçar que era o namorado de Melissa Potter. Ela também estava bem ocupada aturando um grupo de primas chatinhas:
- Aquele amigo do James, porque ele não foi passar o natal em casa?
- Ele veio. Está morando conosco agora. – respondeu Melissa dando uma olhadinha para Sirius e fazendo a prima cobrir a boca aberta com a mão.
- Por quê?
- Os pais são aliados de Você-Sabe-Quem, ele não queria isso e nos procurou.
- E seus pais aceitaram na boa?
- Sim.
- Ele é um gatinho, né?
- É, mas tem namorada.
- Quem?
- Marlene McKinnon – Melissa falou o primeiro nome que veio á mente.
- Sortuda ela, né?
Melissa só confirmou com a cabeça, bebendo mais um gole da sua Cerveja Amanteigada e olhando para Sirius. Depois da festa foram pra casa, tão cansados que nem deram boa noite e foram dormir. No dia seguinte Melissa acordou e desceu as escadas correndo, abriu a porta da cozinha e só viu James e Sirius terminando de tomar café.
- A barra ta limpa? –perguntou ela ainda na porta.
- Ta. – respondeu James se levantando sem terminar o sanduíche.
- Aonde você vai? – perguntou Sirius.
- Andar. – disse ele e saiu.
Melissa sentou-se à mesa e deu um beijo no rosto de Sirius, mas ele nem lhe deu atenção tentava ver, pela janela, para que direção James ia.
- Deixa, ele já é maior de idade. Sabe andar sozinho, aparatar e pode fazer feitiços fora da escola. – disse Melissa passando geléia numa torrada.
- Não sei, ele não estava com uma cara muito boa.
- É saudade da Lily.
Sirius aceitou a teoria, deu com os ombros e terminou de comer. Depois ele e Melissa subiram, primeiro ela mostrou á ele uma composição nova no violão, mas depois deitaram na cama e ficaram conversando.
- Porque você terminou com a Marlene? – perguntou Melissa fazendo carinho na mão de Sirius.
- Ciúme. Ela era muito ciumenta. – respondeu Sirius, fechando os olhos e se aninhando nos braços da namorada. – E o Bradley Scott?
- Eu não o namorava. A gente saiu um tempo, você e a Marlene namoraram mais de um ano. – respondeu ela.
- Mas porque acabou?
- Ah, eu enjoei dele, ele enjoou de mim. Coisas da vida.
- E o James?
- Que é que tem o James? – perguntou Melissa com cara de espantada
- Por onde será que ele anda?
- Acho que ele foi até a cidade, mas também fico pensando se ele não foi até a casa da Lily.
- É, talvez tenha ido. – concluiu Sirius se levantando e começando á beijar Melissa.
Eles nem perceberam quando Twenty entrou no quarto, ela parou á porta e ficou observando o casal. Para não atrapalhar deu meia volta e saiu, fingiria não ter visto nada; para não atrapalhar sua adorada menina Potter. James só voltou ao anoitecer, o sol já estava quase posto quando ele entrou pela porta da casa dos Potter. Melissa apareceu no corredor, vinda da sala.
- James? Oh, James. Eu quase morri de preocupação! Onde você estava?
- Você se preocupando comigo? Porquê não estava com seu namorado?
- James não deboche! É assim que você retribui a minha preocupação? – perguntou Melissa cruzando os braços.
James nem respondeu subiu as escadas e foi até o seu quarto. Quando entrou Sirius estava sem blusa enxugando os cabelos com uma toalha.
- Ah, você está aqui. – disse James parado á porta.
- Cara, aonde você tava? A Melissa quase pirou.
- Comecei á andar e quando vi tinha aparatado até um povoado trouxa nos arredores de Londres.
- Nós bem que suspeitamos que você tinha ido atrás da Lily. – disse Sirius vestindo uma blusa.
- Não era a minha intenção, mas a saudade da minha ruivinha apertou. E vocês, o que fizeram o dia todo?
- Ah, a Melissa tocou violão pra mim, a gente jogou Snap Explosivo, namorou...
- Aonde? – disse James aumentando o tom da voz.
- Na sala, ué. Só um pouco, a Twenty não pode desconfiar ela contaria aos seus pais. E a Melissa não quer isso.
- Duvido, aquela ali protege mais a Melissa do quê a minha mãe. – disse James entrando no banheiro para tomar banho.
Sirius desceu, e foi até a sala onde Melissa ouvia rádio. Sentou-se ao lado dela, mas nem deu tempo eles se beijarem os Potter aparataram no corredor.
- Chegamos! – disseram eles em uníssono – Melissa, James, Sirius onde vocês estão? – perguntou a Sra. Potter.
- Mamãe! Eu e Sirius estamos aqui! – respondeu Melissa e logo a Sra. Potter apareceu á porta da sala. Ela sorriu e deu um beijo nos dois.
- Onde está o James? – perguntou a Sra. Potter.
- Tomando banho, Sra. Potter – respondeu Sirius.
- Ah, sim. Pois bem, então. Eu vou subir. Melissa, peça para Twenty me chamar quando o jantar estiver pronto.
- Ta, mãe. – respondeu Melissa.
A Sra. Potter e se levantou e subiu, quando ela saiu Sirius tentou beijar Melissa, mas ela se desviou.
- Almofadinhas! Meus pais estão em casa, pô. O dia todo não foi o suficiente? – perguntou Melissa de cara feia.
- Um ano inteiro não seria o suficiente! - Respondeu ele sorrindo, puxando Melissa e lhe dando um beijo no rosto.
- O jantar está pronto! – anunciou Twenty á porta da sala.
- Vou chamar mamãe. – disse Melissa se levantando para disfarçar.
Os quatro Potter e Sirius Black jantaram contentes, a chateação que afetara James pela manhã já tinha se esvaído (o que uma ruiva não faz?), a Sra. Potter ficava feliz ao ver que Sirius e Melissa estavam finalmente se dando bem, ela tinha até uma vaga idéia de que talvez um dia eles poderiam ser mais que amigos, Sirius irradiava felicidade, tinha se livrado de seus pais, estava sempre perto de seu melhor amigo e namorava á menina de seus sonhos, Melissa estava finalmente descobrindo o amor. Depois do jantar todos se recolheram em seus quartos e logo dormiram, menos dois. Um deles era Sirius, se virava de um lado pro outro na cama, mas não conseguia dormir. Resolveu então se levantar para tomar um copo d’água, mas ao passar pela porta entreaberta do quarto de Melissa não resistiu e foi dar um espiadinha, encontrou a namorada dormindo um sono leve e tranqüilo. Então sentiu uma mão em seu ombro.
- Ela é muito bonita, não é? – falou uma voz
Ele se virou e deu de cara com o Sr. Potter de robe azul.
- Ah. . . Sr. Potter, eu ia tomar um copo d’água, via porta entreaberta e. . . – Sirius tentou se explicar gaguejando.
- Não, não precisa se desculpar. Eu sei que você gosta muito da minha filha, eu e minha mulher ficaríamos felizes se um dia vocês formassem um casal.
- É? – perguntou Sirius sem acreditar.
- Sim. Agora vá dormir. Amanhã você olha mais pra ela. – disse o Sr. Potter dando tapinhas no ombro de Sirius.
- Ok, boa noite.
- Boa noite.
Sirius deitou-se em sua cama ainda sem acreditar, mas se era assim, melhor ainda.

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