Olhos brilhantes



Nossa história começa com Melissa Potter descendo as escadas de pijama, indo em direção á cozinha. Já estava sentido o cheiro de pão quentinho, até fechou os olhos quando abriu a porta.

- Bom dia, família Potter – E quando abriu os olhos – O que é que ELE está fazendo aqui?
Ela gritou, dando ênfase a palavra ele. E fez Sirius se levantar da cadeira dando um pulo.
- Melissa, querida, tenha modos com o Sirius! Ele vai morar aqui agora - Disse a Sra. Potter lavando as mãos na pia.
- Ele vai o quê? Mãe! – A Sra. Potter passou e deu um beijo em sua filha.
- Melissa, não discuta. Nós resolvemos abrigar Sirius e ponto final. – Disse o Sr. Potter também dando um beijo na filha.
- Pai. . . – Ela tentou insistir, mas eles já tinham aparatado. Ela voltou a cabeça para a mesa onde estavam Sirius e James. Estava completamente abismada com o banho de informações que tinha acabado de receber. Como assim ele ia morar lá?
- Oi, Melissa. – Disse Sirius sem jeito.
- Dá pra me explicar o que é que isso ta fazendo aqui, James?
- Ele fugiu de casa e veio morar aqui, é isso. – Disse James terminando seu leite.
- Fugiu por quê? E desde quando aqui é a Cruz Vermelha?
- Fugi porque meus pais estão se aliando á Você-sabe-quem. Eu não quero ser um comensal da morte – Disse Sirius.
- Ei, Sirius. Vamos jogar quadribol? - Disse James se levantando.
- Aham, tchau Mel.
E eles saíram porta á fora. Melissa, ainda boquiaberta, se sentou em uma das cadeiras e começou á refletir. Seria o pior final de férias de sua vida, sem contar as outras férias que ele passaria inteiras e as viagens. . . Só podia ser castigo ter que aturar Sirius Black o tempo todo!
- O menino Black é muito bonito – uma voz doce sussurrou em seu ouvido e a assustou.
- Ai, Twenty! – era a elfa dos Potter – Ta louca? Quer me matar?
- Claro que não menina Potter! Só estou reparando no menino Black.
- Bonito? Só se for comparando com um elfo doméstico porque com um ser humano aquilo. . . Nem sei.
Melissa tomou café, subiu, tomou banho, trocou de roupa e sentou em sua escrivaninha. Estava nos últimos de férias e ela não tinha nada pra fazer. Nada mesmo. Começou a olhar pela janela, Sirius e James jogando quadribol. Twenty até que tinha razão, ele era bonito. Mas era infantil, insuportável, se achava. . . É bem verdade que foi o primeiro á concordar em ensina-la á ser uma Animaga quando ela descobriu o segredo dos Marotos, também foi ele que passou várias noites dando aulas até que ela se transformou em uma leoa. Só que tirando isso o que restava da relação deles? Se é que era uma relação... Brigas, discussões, insultos, insinuações. . .
- A menina Potter gosta do menino Black. – e ela quase caiu da cadeira de susto
- Twenty! De novo? Se você me assustar de novo eu vou fazer você segurar uma panela quente!
- Desculpe menina Potter, mas é que eu vejo o que acontece quando os seus olhos encontram os do menino Black.
- E o que é que acontece? Saem faíscas?
- Eles brilham.
- Twenty! Vai lavar a roupa suja, ta bom?
- Sim, senhora, menina Potter. – e Twenty foi saindo.
- Brilho. . .
- Menina Potter ainda vai casar com o menino Black.
- O que foi que você disse, Twenty?
- Nada, senhora.
James e Sirius passaram quase o dia todo jogando quadribol, depois foram tomar banho e apareceram para o jantar, quase ao mesmo tempo em que o Sr. e a Sra. Potter chegaram do Ministério.
- E então, como foi o primeiro dia á três? – perguntou o Sr. Potter se sentando á mesa.
- Muito bom. – disse James pondo batatas no prato.
- Melissa?
Melissa já tinha posto comida no prato, mas não estava comendo só remexendo-a com o garfo.
- Eles passaram o dia á dois, eu passei o dia só. Não teve dia á três. – Sirius e James se entreolharam.
- Ah, Sr. e Sra. Potter eu ainda não agradeci por me deixarem ficar aqui. Muito obrigado – Disse Sirius tentando mudar de assunto e sendo educado.
- De nada, querido. – Disse a Sra. Potter sentando ao lado da filha.
- Nó sempre apoiamos quem não apóia Aquele-que-não-deve-ser-nomeado.-Concluiu o Sr. Potter
- Que bom então. – sorriu Sirius.
Melissa se levantou e pôs o prato intocado na pia.
- Não vai comer, querida? – perguntou a Sra. Potter
- Não to com fome.
- E a sobremesa?
- Não to com fome – disse Melissa batendo a porta da cozinha.
A ação de Melissa chamou a atenção de Sirius, apesar dela não ter gostado nem um pouquinho dele ser o novo habitante da casa o coração dele batia mais forte ao vê-la. Depois do jantar ele e James foram para o quarto, e assim que James fechou a porta ele perguntou:
- O que é que a sua irmã tem?
- Ela ta chateada porque meu pai e minha mãe não deixaram ela ir para um festival que vai ter na cidade no sábado... Amanhã, já.
- Porque não deixam ela ir?
-É um festival trouxa. E nós embarcamos para Hogwarts domingo de manhã. Esqueceu?
- Sinceramente? Sim, minha vida girou 90º graus nos últimos dois dias!
-Pois é.
James logo dormiu, mas Sirius ficou pensando. Em Melissa, no festival e em como poderia usar isso á favor dele. Adormeceu pouco antes de amanhecer, mas com um plano infalível perfeitamente bolado. Não dormiu nem duas horas e recebeu uma travesseirada super carinhosa de James:
-Acorda. Almofadinhas!
-Quê?
-Vamos tomar café, a Twenty ta chamando!
Quando eles desceram o Sr. e a Sra. Potter já tinham ido para o trabalho, só Melissa e Twenty estavam na cozinha.
-Bom dia, Mel. – animou Sirius
-Só se for pra você, Black.
-Nossa que mal-humor, logo de manhã?
-Eu tenho meus motivos, e vê se não me amola.
-Não dê o jogo como perdido você não sabe quem vai pegar o pomo primeiro.
-Do que você está falando? E o que é que Quadribol tem á ver com isso?
- Será que dá pra vocês não brigarem? Eu agradeço. Ontem foi tão legal. Vocês não discutiram nem uma vez. – disse James já irritado.
-Claro, vocês passaram o dia lá fora, montados em vassouras e voando atrás daquelas bolas idiotas. – disse Melissa jogando o resto do pão no prato e saindo da cozinha.
-Ih é TPM. – disse James voltando á comer seu sanduíche.
Enquanto James e Sirius jogavam Snap Explosivo na sala Melissa passou o resto da manhã trancada no quarto compondo uma nova música em seu violão. Quando estava estressada a música era uma boa saída, tinha feito uma música nos primeiros dias de férias e agora estava procurando uma letra. Mas três versos não saiam de sua cabeça:
Você passou muito tempo longe, mas agora você está pertinho.
Eu queria voar com você, pra bem longe.
Eu preciso de você, é verdade.
Só isso, gastou a manhã inteira pra fazer isso, e agora não conseguia mais se concentrar porque Twenty estava fazendo um escândalo na cozinha.Ela desceu pra ver o que era
-Menino Potter, não. Isso pode lhe fazer mal! – guinchava Twenty
James estava comendo o resto da massa crua do bolo de carne
-James, pelo amor de Deus! Ela ta pedindo pra você não comer isso. – disse Melissa tomando a panela das mãos dele.
-Mas eu gosto! – disse James retomando a panela.
-É bem feito que morra!
-Já chega vocês dois! – Disse Sirius separando os dois. – Melissa, não diga para o seu irmão morrer. James, não coma a massa crua. – E tomou a panela das mãos dele entregando as para Twenty que jogou o resto da massa no lixo.
-Ah, qual é, Almofadinhas? Agora ela jogou no lixo.
-Ele acha que é nosso pai agora. – disse Melissa cruzando os braços.
-Não acho. Mas evitar que os filhos dele estejam mortos quando ele chegar é um jeito de retribuir a ajuda que ele ta me dando.
-O almoço está pronto! – disse Twenty a fim de acabar com a discussão.
Os três sentaram-se à mesa e almoçaram calados, o bolo de carne de Twenty era irresistível. Mas James, o primeiro á terminar, decidiu acrescentar:
-A massa crua é melhor que assada.
Melissa pensou em dizer alguma coisa, mas só olhou para Sirius e os dois começaram á rir. Melissa pensava em voltar para seu violão depois do almoço, mas foi convidada para uma partida de Snap Explosivo e depois que começou á ganhar, até esqueceu de que queria compor o resto da música.
-Fala sério, Sirius! Você ta roubando – reclamou James depois da décima vitória seguida de Melissa.
-Eu? Mas, Pontas, é ela que ta ganhando!
-Você ta roubando pra ela.
-E porque que o “Dog” Black ia roubar pra mim? – perguntou Melissa sem entender a insinuação de James.
-É; porque que eu ia roubar para ela? – indagou Sirius tentando conter o riso.
James não respondeu, mas apertou os olhos. Eles nunca comentavam, mas ele sabia da quedinha de Sirius por sua irmã. Era tão na cara quanto a paixão dele por Lily Evans. Só ela que não via.
Á noite depois do jantar Melissa foi se deitar chateada, queria ir ao festival da cidade, mas no outro dia teria de embarcar para Hogwarts e seus pais não gostavam que se misturasse com trouxas, ela sentia verdadeiro fascínio por eles. Já Sirius esperou James adormecer para se levantar, se vestir e ir até o quarto de Melissa. Ela estava completamente envolvida no sono, mas ele teria que acorda-la.
-Melissa. – ela nem se mexeu. – Melissa!
Ela abriu o olhou e quando viu um vulto tão próximo abriu a boca para gritar, mas Sirius foi mais rápido e pôs a mão á tempo.
-Calma, sou eu.
-Que você quer aqui?
-Você quer ir pro festival na cidade, não quer?
-Quero, mas. . .
-Então vai se vestir que eu vou te levar.
-Quê?
-É, eu vou te levar.
-Mas. . .
-Vai logo antes que seus pais acordem.
Melissa deu um pulo, pegou uma roupa no guarda-roupa entrou no banheiro e se trocou rapidamente. Quando saiu Sirius estava olhando pela janela.
-A cidade é pra que lado?
-Ali, onde tem as luzes.
-Segura a minha mão.
-Pra quê?
-A gente vai aparatando! Ou você quer abrir a porta e fazer barulho?
-Não!
-Então segura a minha mão.
Ela segurou e fechou os olhos, sentiu um puxão pelo umbigo e depois sentiu bater no chão. Sirius escolheu aparecer em um beco, era mais seguro que aparecer de repente no meio dos trouxas. Melissa sorriu e o puxou pela mão.
-Vem!
Eles saíram do beco, era um festival de doces, então tinham guloseimas por toda parte, mas também roda-gigante, carrossel e todos os brinquedos de um parque de diversões.
-Olha, maçã do amor! Eu adoro maçã do amor. Quanto é, moço? – perguntou Melissa.
-Duas libras. – respondeu o moço da maçã do amor.
-Eu não tenho dinheiro trouxa – ela sussurrou no ouvido de Sirirus.
-Espera – disse ele, e meteu a mão no bolso.
Ela observou enquanto ele segurou a varinha, fez um movimento com o pulso, sem tirar-la do bolso, e depois enfiou a mão e puxou duas moedas de uma libra. Entregou-as ao moço que deu uma maçã do amor para Melissa.
-Obrigada. Quer?
-De nada. Não.
-Ah, olha só todas essa luzes! Eu acho incrível tudo que os trouxas fazem sem magia! E essa roda-gigante! A vista lá de cima deve ser maravilhosa.
-Você está brincando, não é? – disse Sirius olhando para ela incrédulo.
-Porquê? – perguntou Melissa depois dando uma mordida na maçã.
-Nós podemos ir bem mais alto e ter uma vista melhor ainda.
-Numa vassoura?
-Não. Quer dizer, pode ser numa vassoura, mas eu não estou falando de vassouras.
-E ta falando de quê?
-Vem cá. – disse Sirius arrastando Melissa de volta para o beco de onde eles saíram.
Ele a pôs de frente para ele, fechou os olhos e começou a pender a cabeça para o lado esquerdo. Melissa olhou pra ele com espanto e depois olhou pra baixo, seus pés estavam tocando as nuvens!
- Aaaahhh! – ela gritou, se agarrou em Sirius e deixou cair a maçã. – A gente ta voando!
-Eu não disse que podia fazer bem melhor? – perguntou ele olhando bem no fundo daqueles olhos verdes
-É. . . – os rostos deles estavam colados, nariz com nariz, quase boca com boca. Mas Melissa preferiu olhar pra baixo. – Eu acho melhor a gente descer e voltar pra casa. Alguém pode desconfiar.
-Ta. . .
Eles desceram e Sirius aparatou novamente para o quarto de Melissa, quando eles chegaram ela sorriu, ia dizer alguma coisa, mas. . .
-Onde é que vocês estavam? – perguntou uma voz que vinha da cama.
Melissa que estava de costas preferiu nem se virar para ver quem era, abraçou Sirius e esperou que seu pai a puxasse. Mas não foi isso que aconteceu.
-Ai, Pontas! Quer matar a gente do coração?
Não tinha com o que se preocupar, era só James.
-Vocês bem que merecem muito mais que um sustinho, né? Melissa, papai e mamãe não te proibiram de ir ao festival?
-Eles proibiram, mas. . .
-Mas eu quis leva-la. A culpa é minha. – disse Sirius tomando a frente.
-Olha Sirius, eu sei que você não gosta muito de regras, cara. Mas enquanto você estiver aqui não descumprir as ordens dos meus pais ia ser uma boa.
-Pode deixar, eu sei. Mas ela queria tanto ir.
-Ok. Agora vamos todos dormir antes que acordemos tarde e percamos o trem. – disse James batendo palmas e abrindo a porta do quarto de Melissa.
Sirius se virou de costas para falar com Melissa, que segurava forte a mão dele. Ela abriu a boca pra falar, mas foi interrompida por James.
-Sirius! – disse James cruzando os braços.
-Boa noite – disse Sirius e foi para o outro quarto com James.
Quando Sirius entrou no outro quarto James fechou a porta, e fechou a cara:
-Você não pegou a minha irmã não, né?
-Quem dera, James, quem dera – disse Sirius sorrindo e se deitou na cama.
James jogou um travesseiro e pegou bem na cara dele.
-Ah, qual é Pontas? Você me prefere ou outro cara? – disse Sirius se sentando novamente em sua cama - Pelo menos você me conhece sabe que eu sou limpinho, vai saber onde os outros caras passam a mão antes de passa-las na sua irmã. – e jogou o travesseiro de volta para James.
-Ninguém passa a mão na minha irmã! – disse James pegando o travesseiro e ficando em pé em cima da cama.
-Isso é o que você acha, mas no começo do ano ela saía com o Bradley Scott, aquele ali não tem cara de santo.
-Almofadinhas!
-É a verdade, brother!
-Vai dormir, ta? E vê se não sonha com a minha irmã! – disse James se deitando
-Boa noite pra você também, James – disse Sirius se deitando.

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