Quem é você mesmo?
Era raro algo como isso acontecer tão repentinamente. O sol nascia, e seus raios iluminavam as sombras, levando-as junto com a noite. Apesar disso, alguém já havia se levantado. Gina acordou pouco tempo antes do amanhecer e se arrumou. Antes de o Sol mostrar sua luminosidade ela já estava vestida e de malas prontas, preparada para partir. Após descer as escadas com cuidado extremo, preparou alguns lanches e guardou em sua bolsa, a bolsa que havia ganhado em seu aniversário passado de sua amiga Luna... Lembrar de Luna a fazia se lembrar dos tempos de Hogwarts, de sua juventude, e isso doía, pois ela se lembrava de seu amor, doía se lembrar de Harry... Mas agora não era hora para se ficar pensando nisso. Ela tinha assuntos urgentes a tratar, e lembranças não iriam os resolver. Saiu de casa, tentando não fazer barulho algum, pois sabia que se Lílian acordasse teria que dar uma explicação, e não seria fácil fazer isso.
Atravessou o jardim da frente e seguiu caminho para a estrada. A vila Estabil não parecia tão ameaçadora essa hora, com todos seus moradores descansados em suas camas. Ao contrário, uma vila muito afastada da cidade, e ainda por cima, uma vila de trouxas, tinha sido a última esperança para Gina Weasley. Começou a se lembrar de tudo por que havia passado, e só foi cair na realidade quando chegou à casa de Brendon
Antigamente, ser uma bruxa era motivo de orgulho para si mesma, mas agora, depois de tudo que havia se passado, sentia vergonha de sua mão um dia ter tocado uma varinha. Tinha nojo de seu passado, de sua família, de sua raça, de tudo...
Ao chegar à casa de Brendon, viu que ele a esperava na soleira da porta. Parou em frente ao portão e esperou que ele fosse abrir para ela entrar, mas isso não aconteceu. Ele veio em sua direção, com uma mala nas costas, abriu o portão e saiu. Olhando dentro dos olhos castanho esverdeados da ruiva sentiu uma admiração gigantesca por ela.
- Então você veio ruiva.
- Se eu vim? Brendon, depois de ontem não tinha como eu não vir.
- O importante é que você está aqui. Nós realmente precisamos conversar. Eu estava pensando, poderíamos ir até as montanhas, lá teremos privacidade, espaço, liberdade e a natureza.
- Uma mulher de respeito não vai para as montanhas acompanhada de um rapaz qualquer. - Disse ofendida.
- Uma mulher de respeito não abandonaria seus três filhos em casa ao amanhecer do dia para ver um rapaz qualquer.
Ela o olhou com ódio, e iria retrucar, mas ele já havia pegado em sua mão e a puxado para o caminho que levava ás montanhas. Andaram cada vez mais, e ficavam cada vez mais afastados da vila e cada vez mais perto das montanhas.
- Onde exatamente você pretende ir?
- É uma surpresa.
- Eu não gosto de surpresas, e vindo de você ainda, eu não quero saber.
- Confie em mim.
E incrivelmente ela confiou. Eles passaram por enormes pedras cobertas de musgo, por árvores gigantescas que a faziam se lembrar da Floresta Negra. O sol já estava bem alto, e a preocupação da garota também.
-Já deve ser hora do café-da-manhã, Mione já deve ter se levantado e as crianças também. Não tenho dúvidas que Lílian ficara desesperada. Falta muito?
- Não. Chegamos.
E ele parou. Quando Gina olhou para frente, sentiu como se tivesse entrado em um sonho.
Haviam entrado em uma clareira, e a floresta tinha sido toda enfeitada. No centro, uma mesa redonda de madeira com duas cadeiras, e ladeando a entrada duas estátuas de pedra, uma de uma mulher, segurando um cajado do seu tamanho. Ao seu lado, um homem barbudo também com um cajado. A garota não sabia o que falar.
- E então?
-... Nem sei o QUÊ falar
- Fala alguma coisa, por exemplo... Você gostou?
- Você ta brincando comigo? O que é isso?
- Antes de qualquer coisa, venha aqui e sente-se
Gina andou devagar, olhando para os lados, e viu algo incrível. Pendurado em galho ela viu uma foto de Brendon ladeado por dois garotos. Em Hogwarts. Talvez por ter percebido que ela tinha visto a foto ou por ela ter parado de andar e fixar o olhar na foto, ele respondeu:
- É exatamente sobre Hogwarts que eu quero conversar com você Gina Weasley.
- Co-como que vo-vo-você sabe meu nome completo? E sobre Hogwarts? Meu Deus... Quem é você?
- Eu já disse, sente-se primeiro.
Ela se sentou, e desatou em fazer perguntas.
- Porque você me trouxe aqui? Você é BRUXO? E como que você soube que EU era bruxa? Nah, isso não importa... O quê você quer falar pra mim, hein?
- Tudo ao seu tempo. Primeiro tire da bolsa esses lanches que eu estou morrendo de fome, e eu só vou te falar mais quando estiver de barriga cheia.
- CERTO!
Com certa violência ela tirou os lanches e entregou a ele. Com um olhar faminto ele os pegou e começou a comer desesperadamente.
- Não tem comida em casa não?
- Pra xer xinsero, nom.
- Tenha modos pelo menos, então! Falando de boca cheia...
- Mal’s – disse ele engolindo tudo de uma vez– é que eu não sou tratado como um príncipe naquela casa entende? Tem vezes que eu fico dias sem comer. E essa é uma dessas vezes.
- Como assim? Você não mora lá?
-De favor
- Favor? Mas a Dona Andry não é sua mãe?
- Aquela velha louca minha mãe? Deus me livre!
- Como assim ela não é sua mãe? Se não, então porque você mora com ela?
- Porque se eu não morar com ela eu vou morar na rua. Mas isso não é assunto que se fale na hora de comer. Espere eu acabar que eu já te explico tudo.
E ele comeu. Comeu tudo que havia lá, sem dó nem piedade, até ficar satisfeito.
- Pronto?
- Pronto, agora que minha barriga está cheia, podemos conversar.
- Ótimo, por que...
- Shhh! Quem vai falar aqui sou eu. Olha Gina, já vai fazer três meses que você e a Hermione moram aqui.
- Isso você não precisa me dizer.
- Mas eu digo. E digo mais. Eu sei que vocês são bruxas. E eu sei quem são os pais dos seus filhos.
- Mas... COMO? - disse perplexa a garota.
- É o seguinte...
*flashback*
Brendon atravessa um corredor, uma casa aparentemente abandonada. Abre uma porta e entra. Uma pequena luz vida de uma lareira ilumina o recinto. De um lado, um homem pequenino, parecido com um rato. Mais a frente uma cadeira, aparentemente vazia, de costas.
- Tom? Tom Riddle? –perguntou com voz de incredulidade para o homenzinho.
- Aqui Brendon. – a voz vinha da cadeira, mas não parecia ter ninguém ali sentado- Rabicho providencie uma cadeira para nosso convidado.
Rapidamente, ele tirou uma varinha da manga e invocou uma cadeira simples de madeira. O rapaz se sentou, e esperou para que o homem recomeçasse a falar.
- Muito bem Brendon, pelo que sei sua mãe nunca lhe disse nada sobre mim não é?
- Exatamente... Mamãe nunca quis me dizer quem era o senhor e nem seu nome.
- Agora você já bem crescido e não há problema nenhum em conhecer seu pai. Ela não poderia te esconder isso para sempre... Diga-me ma coisa, com quantos anos você está agora?
- Faço dezesseis no mês que vem.
- E você esta estudando em Hogwarts?
- Sim, claro... Mamãe ficou chocada quando a carta chegou. Disse que não esperava que eu fosse me tornar um bruxo, já que ela própria era trouxa.
- Compreendo. Apenas por curiosidade, qual sua casa?
- Sonserina – disse o garoto, cheio de orgulho.
- Eu estava esperando isso... Voltando ao assunto, como você descobriu meu nome mesmo? Afinal, se sua mãe não te contou, onde descobriu?
- Desde que eu me entendo por gente eu e minha mãe moramos na mesma casa. Eu só fui perguntando aos vizinhos mais antigos... Até que uma senhora resolveu contar.
- A única coisa que me lembro de seu pai é que ele era uma pessoa fechada. Uma vez, e eu me lembro bem disso, sua mãe o chamou de Riddle... Tom Riddle...
- Interessante... E depois disso mando uma coruja atrás de mim?
- Exatamente. Eu realmente não esperava que estivesse vivo, uma vez que mamãe disse que as chances do senhor ter morrido eram enormes.
- Escute garoto. Você já ouviu falar de Lorde Voldemort?
No momento em que ouviu esse nome, o garoto tremeu.
- Si-sim, claro... Ma-mas o que ele tem com isso?
-... Oras! O seu pai é Lord Voldemort...
Um silêncio incomodante recaiu sobre o recinto.
- O que o senhor quer dizer com isso? Isso é uma brincadeira muito, muito sem graça da sua parte, papai.
- Brincadeira? Vamos ver se você acha que isso também é uma brincadeira...Crucio.
*fim do flashback*
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N/A: Começei a escrever essa fic nas férias, mas só hoje por insistência do meu amigo eu postei! Então não liguem se não estiver muito boa, comentem e digam o que vocês acaham tudo bem? Brigada galera .
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