Único.




Nenhum destes personagens (menos Amélia Finch-Fletchley e Brendon Wodd) são de minha criação, só estou aqui me divertindo.


Boa Leitura!





 


E-e-ele me b-beijou!


Entrei no dormitório das alunas do quinto ano e fechei a porta, escorregando por esta até me sentar no chão. Completamente atordoada, entorpecida, talvez até grogue. Só não podia acreditar no que havia acontecido.


– Rosie? – chamou-me Amélia Finch-Fletchley, ajoelhando-se ao meu lado e me encarando com aqueles olhos indagadores e penetrantes, como se ela soubesse exatamente o que havia acontecido, como eu me sentia naquele momento. – Está tudo bem?


– E-eu nã-o sei! – balbuciei, ainda tonta. Amélia ergueu as sobrancelhas e sorriu, como se já soubesse, senti minhas orelhas esquentarem.


– O que houve? – encarei minha melhor amiga com, talvez, minha expressão mais assustada. Ela queria mesmo saber o que houve?


Encostei minha cabeça na porta, suspirei e tentei me lembrar a causa daquele peso nos lábios e daquela leveza no coração.


O balbúrdio das conversas estava me deixando surda, e todo aquele cheiro de cerveja amanteigada fazia com que meus bolinhos de frango dançassem no meu estômago. Inventei uma desculpa qualquer a Albus e saí daquela sala apertada e abafada, sentindo o ar voltar aos meus pulmões.


Encostei-me a parede fria de pedra e suspirei cansadamente. De que valia ter brigado com meu melhor amigo somente para ir à uma festa idiota?


– Eu disse que ia ser uma droga. – ouvi uma voz conhecida e sarcástica. Virei-me com as sobrancelhas erguidas para dar de cara com Scorpius Malfoy.


Ele estava com o uniforme da Grifinória e eu pude notar, como sempre, em sete anos de amizade, como o vermelho e ouro não combinavam com os cabelos loiros, os olhos cinza e o queixo afilado.


– Talvez tenha sido por isso que foi uma droga. Você colocou uma praga na minha noite. – respondi com quase a mesma quantidade de sarcasmo. Ele sorriu e foi até mim.


– Ou talvez eu esteja certo e nenhuma das festas que o Slughorn promove são completamente divertidas. – calei-me por um instante enquanto ele erguia a sobrancelha direita, como se tivesse ganhado a discussão.


Fiquei ereta e passei a ajeitar meu vestido, que estava um pouco amassado.


– Você diz isso porque nunca foi convidado. – olhei para ele e o vi coçar o queixo.


– Não pelo Slughorn... – foi a minha vez de erguer a sobrancelha direita.


– Se as suas fãs te convidaram, então por que você não foi? – Scorpius sorriu e segurou-me o braço, levando-me pelos corredores.


– Porque, como eu disse, seria uma droga. – deixei-me rir por um instante e passei a notar por onde estávamos indo, fato que não passou despercebido pelos olhos perspicazes de Scorpius. – Estou te levando ao Salão Comunal da Grifinória. Ou você tem outro encontro agora?


Estaquei, o motivo de nossa briga naquela manhã ficando entre nós como uma muralha. Novamente aquele assunto...


– Já disse pra você que eu não tenho nada com o Brendon. – afirmei, irritada com o que eu sabia que estava por vir. Ele ergueu os braços em sinal de rendição.


– Eu não disse que vocês tinham.


– Mas está insinuando.


– Porque é isso que ele quer.


– E se for?


– E se for o que?


– E se for isso que ele quer?


– Como assim?


– E se ele quiser ficar comigo? – por um fugaz momento, achei que Scorpius havia corado. O que só acontecia em raras vezes. Raríssimas vezes.


– E-eu que pergunto. E se ele quiser ficar com você? – suspirei por reflexo. Vinha pensando nisso há um tempo. E se Brendon Wood estiver apaixonado por mim? Não era dele que eu gostava, e isto estava claro desde... Desde um bom tempo. Mas Brendon era doce, gentil, calmo; além de ser um dos Grifinórios mais bonitos de Hogwarts.


Não preciso dizer quem estava em primeiro lugar.


– Talvez eu o aceite. – eu o desafiei.


– Talvez não. – ele retorquiu, aproximando-se.


– Por que não?


– Ele não poderia pedir para ficar, ou até ficar com você se você já estivesse com outro alguém. – sorri nervosamente, enquanto Scorpius dava mais dois passos na minha direção.


– Esse é o ponto, Scorpius, eu não tenho ninguém.


Devo estar louca, mas, antes de Scorpius Malfoy ficar à dois centímetros de mim, Rose Weasley, juro que o ouvi dizer "Ainda não". Talvez seja a proximidade daquele rosto pálido que tenha me confundido. Ou talvez ele tenha mesmo dito isso.


O caso é que o rosto do meu melhor amigo estava muito próximo do meu. Não um tipo de proximidade de amigos, porque esse tipo de proximidade já havia ultrapassado a 'linha de amigos' há uns três passos. Scorpius estava com o nariz colado no meu, incrível e perfeitamente próximo de mim.


Mantive meus olhos impassíveis e me segurei para não engolir em seco. Scorpius me encarava de uma maneira que queimava, e isso era confortável.


Eu realmente devia estar louca para não sair correndo naquele exato momento.


E o momento que se seguiu foi como um borrão, onde eu teria de colocar em câmera lenta para ver melhor, para analisar aos mínimos detalhes.


Pude ver, daquele ângulo, cada traço do rosto do loiro a minha frente, e pude notar, tremendo dos pés à cabeça, que não havia como caminhar para trás, porque eu estava 'presa' na parede.


– O que você estava fazendo naquele corredor numa hora dessas? – perguntei, tentando controlar a voz. Scorpius mexeu com os braços, inquieto, e os apoiou na parede, encurralando-me.


– Procurando por você. – ele respondeu, sincero.


– Por quê?


– Eu queria pedir desculpas pela briga.


– Não poderia ter pedido amanhã? – Scorpius levantou os olhos, que estavam cabisbaixos, e me encarou com intensidade. Senti que engolia em seco, mas ele não notou isso.


– Também teve outro motivo.


– Qual? – eu me remexi entre o meu pequeno espaço e o vi ponderar pela resposta.


– Não queria que você ficasse com o Brendon. – parei no mesmo instante. Isso havia ficado bem claro desde o momento em que Brendon me convidou à festa de Natal do .


– Por quê? – e então ele se inclinou sobre mim e colou os lábios nos meus.


Eu, no começo, fiquei sem ação. Fui pega desprevenida e não sabia como reagir, como responder; só fechei meus olhos pelo que aquela sensação passava. Senti suas mãos geladas e macias tocarem meu rosto e deixei-me levar.


Não sei bem o que se passou pela minha cabeça naquele momento, nem nos momentos seguintes, quando estávamos completamente entrelaçados pelo beijo. Só o que tive a chance de detectar foi a sensação de voar que aquelas mãos pelos meus cabelos passavam.


Eu me senti livre, como um pássaro; como se ali, encurralada na parede por Scorpius Malfoy, fosse exatamente onde eu deveria estar.


Um lugar bem engraçado para se permanecer, mas incorrigivelmente correto.


A intensidade do beijo foi diminuindo, ao mesmo tempo em que minha razão, minha lógica, foi voltando a habitar meu cérebro.


Paramos de nos beijar e eu abri meus olhos. Pude ver, pela expressão que se formava no rosto de Scorpius, ainda à centímetros do meu, que ele fazia a mesma pergunta.


"O que fora aquilo?"


– Hãn... – ele balbuciou, afastando-se de mim. – Se você quiser me azarar, este é o momento certo... E-eu est-tou completamente vulnerável.


Olhei para ele e senti como se alguém tivesse me dado um peteleco, fazendo-me acordar. Pisquei algumas vezes e o vi suspirar; não conseguia dizer uma palavra sequer.


Acabei por fazer algo inesperado, no momento em que ele se reaproximou pronto para dar uma explicação ao ato: Eu o beijei, sendo correspondida com igual vontade...


– Então, o que houve, Rosie? – Amélia tornou a perguntar, enquanto minha expressão de espanto se suavizava e eu tocava meus lábios sem nem perceber.


– E-e-ele me b-beijou!


– E o que você fez? – a voz dela soava calma e controlada, como se eu estivesse contando a coisa mais óbvia do mundo.


– Co-correspondi. – e então Amélia sorriu, e eu vi, em seus olhos castanhos e sábios, que era exatamente isso que ela previra.


Que era exatamente isso que aconteceria.





N.a: 
Então, o que vocês acharam? Olhem, eu tive uma idéia bem diferente de como seria o primeiro beijo deles. Mas resolvi mudá-la porque ela tomaria muito espaço; seria necessário fazer uma longfic para que tudo ficasse explicado. Então decidi resumir tudo e apresentá-los a minha 'segunda cena' do primeiro beijo de Scorpius Malfoy e Rose Weasley. E a primeira intenção também era fazer a Rosie confusa e talz, mas isso pediria um segundo capítulo, e esta fic será mesmo uma short. Por isso que foi logo tudo resolvido no primeiro, e único. Enfim, digam o que acharam. :D E obrigada à Cecília Potter e Julie Padfo̲ot por serem as primeiras a comentarem. Cuidem-se,

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Comentários (3)

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