, don't you see



Capítulo II


- quando se começa,


          pelo começo.


Ao som de: Halo/ Bethany Joy


Frase do capítulo: Terão muitos momentos na sua vida em que você terá medo.
Tudo bem sentir medo, mas se não superá-lo, você pode acabar perdendo coisas maravilhosas.




A viagem fora demasiadamente demorada, e a mulher do carrinho de doces demorava a passar. Ao chegar ao castelo Lílian estava muito cansada e mal se agüentou, em pé durante a seleção das casas, se não fosse a fome que estava teria ido direto para sua cama. Dumbledore iniciou o seu discurso antes do jantar, como de costume ele falava calmo e divertido. Lílian não estava de todo prestando atenção, mas identificou palavras como “viver”, “floresta” e “detenção”, observou que quando o mago falava esse tipo de coisa, lançava olhares furtivos a Sirius e Tiago.


Em um determinado momento (que Lílian não percebeu de imediato, pois aparentemente cochilara) Dumbledore bateu palmas, e ao mesmo tempo em que as taças se enchiam com suco de abóbora, as travessas transbordavam com carnes e batatas. Havia muito frango, e muita torta. Torta de todos os jeitos, sabores, formas, e tamanhos. Os quatro marotos, (três para falar a verdade porque Pedro considerava um desperdício falar, com tanta comida disponível) não paravam de conversar, e Sirius piscava a todas as corvinais que passavam em um raio de três metros, deixando uma Violet, nada feliz. Aos poucos se ouvia menos titilar de talheres, e mais conversa o que indicava que os alunos estavam aos poucos ficando satisfeitos. Lílian bocejou logo em seguida Nicole, sendo seguida de perto por Violet.




Como num passe de mágica, já não havia ninguém no Salão Principal.


Lupin chegou á sala comunal, e logo subiu para o dormitório, ele estava de fato muito pálido, e aparentava cansaço.


Tiago e Sirius ocupavam cada um, um sofá perto da lareira. Não levou muito tempo para que eles se vissem sozinhos na sala comunal. Sirius estava pensativo, e Tiago interrompeu seus pensamentos de repente, ao perguntar:


- Hey, Almofada, em que você tanto pensa?


Sirius levantou o olhar, mas permaneceu em silencio.


- Almofadinhas? Ta tudo bem cara?


- Tá, está tudo bem. Eu só estava... sabe como é.. pensando..


- Hum, será que eu ouvi bem? Sirius Black pensando? Não será certa garota que ocupa teus pensamentos? – Tiago perguntou como quem recita uma poesia.


- Se fosse os pensamentos... Até dava um jeito. – Sirius sussurro. Tiago mal pôde ouvir, mas sorriu. Logo o sorriso se transformou numa gargalhada que Tiago não pôde conter.


- Hahahahaha! Será que tem alguém apaixonado por aqui?


- Não né. Claro que não. Sou um maroto! Não posso me apaixonar. Ou.. será que posso?


Tiago sorriu novamente. E Sirius começou a descrever o que estava


- Cara, ela é muito linda, super inteligente, e é tão morena.. – As palavras se perderam quando Sirius parou de falar e olhou para Tiago que se segurava para não cair na risada. – O que foi?


- Primeiro, Violet nem é tão morena assim, e segundo. VOCÊ ESTÁ APAIXONADO! Veja bem “Sirus, O Magnífico”, que falava de Remo e de mim, e agora esta aí, um belo dum apaixonado. Tsc, tsc, tsc, elementar caro Black, elementar.


- Já disse que não estou apaixonado. Quer saber? Vamos dormir.


Se levantou e saiu.


Tiago, no entanto continuou em sua poltrona, emerso em seus próprios pensamentos.


Sabe-se que marotos são em geral complicados. Com exceção talvez de Pedro que se preocupava apenas com bolos e geléias. Não preciso dizer então que Tiago permaneceu em seu lugar por horas. A fim de encontrar a solução para o seu problema. Não que ele tivesse de fato um problema. Quer dizer, Lílian Evans um problema? Nem que fosse um dementador. Que confusão, ele mal podia ordenar as idéias. Após um longo tempo sem qualquer conclusão, resolveu ir dormir. Só percebendo o quão cansado estava ao deitar na cama.


Mal colocou a cabeça no travesseiro e já estava dormindo.


O Sol amanhecia lá fora, indicando o inicio de uma terça feira.


Sirius estava procurando alguma coisa na pilha de roupas que, acredite ou não, ele havia conseguido montar em menos de 24 horas. Enquanto Remo e Tiago, tentavam arrumar suas camas. (eles não tentavam com freqüência, mais o primeiro dia de aula, deve tê-los)


Tiago ajeitava um travesseiro, por sobre a colcha quando Sirius enfim disse:


- Achei! – gritou Sirius enquanto balançava uma gravata para lá e para cá na mão erguida - É absolutamente incrível, como as minhas peças de roupa se auto bagunçam em tempo recorde. Gostaria de ter uma explicação para isso.


- Acho. – começou Pedro – que eu tenho.


Sirius sorriu e implicando o outro disse:


- Vejam só senhoras e senhores, Pedro Pettigrew tem explicação para alguma coisa.


- Bom, fique você sabendo que eu sei de muitas coisas, apenas não gosto de ficar me mostrando aos menos afortunados o meu potencial. – Sirius ia devolver o comentário, mas, curioso para saber se Pedro teria de fato, uma conclusão, se calou. - Há algum tempo, foi criada, uma palavra. ORDEM! É o que as pessoas fazem. Elas organizam suas coisas, fica mais fácil achar depois.


- Que interessante Pedro. E você sabe disso por que leu em algum de seus livros? Ou não os encontrou?


Sirius não podia perder uma oportunidade de encher o saco de Pedro, na verdade, eles viviam se desentendendo, mesmo que por brincadeira, era a maneira de falar o que não podia ser dito em sua essência. A verdade, todo mundo sabia, Sirius não confiava em Pedro, o considerava imaturo, desleal, e interesseiro.


- Crianças! – Era sempre assim, mesmo que eles estivessem brincando, alguém deveria interferir, antes que virasse alguma coisa seria, papel que normalmente Tiago assumia, como numa espécie de mediação. – Estamos atrasados. Vamos?


Sirius:


- Podem ir descendo galera, já me encontro com vocês.


Remo:


- Ok, então vejo vocês agora a pouco .. Não demorem, agora é McGonagall.


Pedro:


- Vou com você. – E olhou de esguelha para Sirius. – Vamos Tiago?


Tiago:


- Não. Vou com o Sirius, vão andando.


Remo e Pedro saíram do quarto, e Sirius (que ainda estava de pijamas) pegou uma roupa preta, e algo que Tiago pensou ser a gravata, e se encaminhou para o banheiro. A porta estava fechada, e Tiago ficou pensando o por que. Sirius nunca teve nenhuma vergonha do corpo.


- Sonhei com a Violet. – A voz de Sirius irrompeu de repente, fazendo Tiago entender por que se trancar no banheiro. Falar de Violet era uma dificuldade enorme para Sirius.  – Ela nadava no lago da Lula, se fosse loira eu diria que era uma veela, venho tendo esse sonho á algum tempo, não sei o que significa. - Ele não parou de falar. – Sei que ela usava um biquíni azul, começou a chover, mas ela continuava a nadar. Lílian também estava lá, usava um biquíni escuro, vinho,talvez vermelho. Quando a chuva começou a ficar forte, você apareceu e a levou para o castelo. Protegendo-a. Violet, porém não saia do lago. E então, eu, que era apenas um observador, entro no lago, acho que fiquei preocupado, e então. Eu acordo.


A porta do banheiro se abriu.


- Alguma idéia do que pode significar, quer dizer, por que eu não sei o final? – Ele pediu a opinião de Tiago.


- Nenhuma.


- Bom, provavelmente não deve significar nada. Vem, vamos descer.


Sirius era assim, não terminava nenhuma conversa que não queria. E Tiago não insistia nenhum pouco, também era assim, determinado, irredutível.


- Certo. Vamos.


Ao chegarem á sala comunal Nicole, estava lá, parada ao lado da passagem que levava a Mulher Gorda. Caminharam até ela.


- Bom dia Tiago estava mesmo esperando por você. Ah, alô Sirius.- E se voltando novamente para Tiago, continuou. – Quem é Rosa Miller?


- Eu sei lá? Rosa Miller? O que tem essa garota?


- Bom, estávamos eu, Lily, Nicole, Remo e Pedro sentados ali – e apontou um sofá junto á janela- quando essa garota apareceu dizendo: “por favor, vocês sabem onde está Tiago Potter? Escrevi para ele o verão todo, mas acho que ele não tem recebido minhas cartas, bom, se vocês o virem, podem dizer que Rosa Miller agradece o presente, e deseja lhe falar?  Obrigada.” E .. bom, isso foi mais do que suficiente para deixar a Lílian emburrada. Em todo o caso, Rosa Miller agradece o presente, e deseja lhe falar.


- Com mil diabretes. Quem é essa garota?


Sirius, que parecia ter achado algo de muito interessado no cordão, dos sapatos, disse:


- Bobagem, esta na cara que é mais uma fã sua que quer afugentar a Lil, por que sabe que você morre de amores por ela. Vamos indo ou a McGonagall comera nossos fígados.




Era noite, e Lílian Evans se revirava nos lençóis, por Merlin, que calor infernal. Talvez devesse ir para a sala comunal, com toda a reviravolta, corria o risco de acordar as garotas.


Ela descia as escadas, mas parou ao ouvir vozes.


- Talvez seja melhor você subir Rosa.


- Não quero Tiago, quero ficar aqui com você, me proteja daquela criatura horrível.


- Rosa, são três da manhã, o que você fazia lá fora?


- Eu.. Eu estava .. Eu ouvi dizer. Snape, Severo Snape espalha rumores de que você e seus amigos tem tido encontro .. encontros secretos.. Como iniciações, com criaturas estranhas, e malignas, por isso eu estava lá. Fui conferir. Eu não sabia ao certo o que estava fazendo, mas entrei em pânico quando vi aquilo, não sabia o que fazer. Se não fosse por você eu provavelmente estaria morta.


Foi depois do “estaria morta” que a garota num ato de ginástica saltou do lugar que estava, e pulou para cima de Tiago, beijando-o.


Lílian não sabia exatamente porque, mas não estava nenhum pouco a fim de ficar ali para ver aquilo, se esgueirou para fora da sala comunal silenciosamente.


Tiago, no entanto, ouviu os gritos da mulher gorda, brigando com alguém, não sabia quem era, mas fosse que fosse havia ouvido sobre iniciações e criaturas malignas.


Empurrou a garota ainda fragilizada e tremula, ordenando que se acalmasse, e fosse dormir, esquecendo tudo o que havia acontecido naquele noite.


Ele foi até a mulher gorda:


- Quem acabou de sair daqui?


- Trestálios me mordam! Será que esses alunos não têm um pingo de respeito por mim? Deixe-me dormir garoto.


- Quem-passou-por-aqui? – Perguntou Tiago, dando ênfase em cada palavra, procurando demonstrar a gravidade da situação, e a força que fazia para se conter.


- Bem, é claro que isso não é realmente da sua conta. Primeiro você passa aqui com aquela jovem apavorada, e depois a outra menina sai correndo, e se já não bastasse, lá vem você com esse interrogatório.


- Mulher Gorda, por favor, quem que seja que tenha passado por aqui, acabou de ouvir uma conversa, no mínimo infundada, para não dizer outra coisa, você pode, por favor, me dizer quem é essa pessoa?


- Não Sr. Potter, infelizmente não posso, não sei o nome de todos os alunos oras. Ainda que soubesse ...


- Obrigado então mulher gorda. Realmente obrigado por nada! – Disse Tiago nervoso, antes de sair marchando para seu dormitório.


Por Merlin, como existia alguém tão burro como Snape?


O melhor agora seria dormir.


Ele chegou no quarto, Sirius estava apoiado no peitoral da janela, observando a enorme bola prateada que pendia do céu, provavelmente sustentada por alguma linha invisível.


- Batendo papo com a Mulher Gorda, Pontas?


- O que? Como você sabe?


- Mapa do Maroto é claro. A propósito, o que você a Rosa e a Lil falavam agora a pouco?


- Lil? Lílian? Você esta dizendo que Lílian Evans estava lá embaixo? Lílian Evans não. Qualquer pessoa na face da Terra, menos Lil.


- O que aconteceu garoto?


- Anh? Nada. Você esteve acompanhando os passos dela? Sabe onde ela está?


- Não sei. Dobrou o corredor do sétimo andar e desapareceu.


- Como assim desapareceu?


- Desapareceu ué, também não entendi, o mapa nunca falhou antes.


- Certo, Boa Noite Sirius. Espere, onde está Rabicho?


- Com o Remo, aonde você vai?


- Tentar desfazer um tremendo mal entendido.


Lílian Evans ouviu a conversa? Que bom. Certamente estaria pensando que ele era algum lunático assassino que partilha informações com algum psicopata, também lunático. E sétimo andar? Não havia nada no sétimo andar?


Ele correu tão depressa depois de xingar a mulher gorda, que reclamava de ser acordada a cada seis minutos.


Ele estava no sétimo andar, não havia nada ali alem de uma tapeçaria velha, e umas armaduras. Nada. Ele foi e voltou um milhão de vezes desejando encontrar uma porta que o levaria a Lil. E então, não mais que de repente, uma porta se materializou bem ali, ao seu lado. Ele abriu e adentrou o lugar.


Estava em uma espécie de parque. Com muitas, realmente muitas árvores. E em uma delas, apinhada de flores roxas, estava Lílian que enxugava algumas lágrimas, sentada em um balanço. – como ‘num jardim secreto.


- O que você esta fazendo aqui? Ninguém pode entrar aqui. Ninguém pode entrar aqui enquanto alguém estiver usando.


- Que lugar é esse? Não sabia que tínhamos um jardim botânico no castelo.


- Que patético, não posso acreditar que você não conhece esse lugar.


- Não, não conheço. Poderia dizer onde estou?


Eles permaneceram calados, se medindo. Ele começou:


- Quando a cena que você presenciou...


- Não precisa me explicar nada Tiago, você não é nada meu, e obrigada, eu realmente já entendi tudo muito bem.  Esta tudo bem.


- Não, não esta. Receio que você tenha entendido um bocado de coisas erradas, além de ter claramente pego a conversa pela metade. Mas será que da pra dizer que lugar é esse?


- Sala Precisa é claro.


- E o que é exatamente a “Sala Precisa”?


- Passe três vezes pela porta tendo em mente fixo um único pedido, e a porta se materializara revelando seu pedido. Hogwarts nunca decepciona seus alunos.


- Hum.. Certo. Agora, eu realmente te devo explicações.


- Não você não deve. Eu já sei muito bem o que ta rolando, você esta namorando a Rosa escondido, não tem problema, não direi nada a ninguém não se preocupe.


- Olhe aqui garota, sinceramente, eu estou cansado. – Ele a pegou pelo braço - Você pode uma vez na vida, ouvir o que eu digo? Porque honestamente, eu não me importo se você vai ouvir ou não. Pode ficar ai só nas suas deduções patéticas, ou me ouvir.


Ela se calou. Que diabos era aquele Tiago Potter? O seu Tiago Potter, não era assim. Mas na verdade quem se importa?


- Então Lílian? Você vai me dar ouvidos ou não?


- Claro Tiago, quem sabe uma ultima vez?


- Olha, eu e Sirius .. Nós temos alguns métodos para, hum, digamos, observar o castelo, e foi com isso que percebemos que você dobrou o sétimo andar e sumiu, vim atrás de você, é tudo.


- Ah claro. Tudo depois da sessão de agarramento na sala comunal.


Por Merlin, pensou Tiago, aquela garota sabia exatamente como ser irônica.


- Escute aqui Lílian, eu não conhecia aquela garota, até hoje de manha, nunca, NUNCA tinha sequer ouvido falar em Rosa Miller. Não sei por que diabos aquela garota me beijou. E honestamente porque isso te afeta tanto Lílian? Isso é um problema pra você não é mesmo? Remo e eu, nós temos, um pequeno segredo, certamente seria esclarecedor, mas eu não posso contar, sinto muito. Você melhor que ninguém que irmandade é irmandade, agora, diga-me porque você se preocupa tanto?


- Então, é verdade?


- O que? Do que você esta falando?


- Remo, Remo é um .. Remo é um lobisomem?


- Olha Lil, honestamente não sei do que você esta falando. – Como aquela garota descobriu? Ela era um demônio mesmo. Bom, o jeito seria disfarçar.


- Tenha dó Tiago, você sabe mentir muito bem, é verdade, mas não para mim. A mim você não engana. Diga-me.


Estava claro que não havia problema contar a ela. E afinal ela já havia descoberto á tempos.


- Como você descobriu garota? Você é um perigo.


- Bom, não é tão difícil quando se é “Lílian Evans, A Observadora” – Ela parou por um breve instante, como se analisasse a situação. – Sabe, ele tem muita, realmente muita sorte de ter vocês.


- É, ele tem.. – Não estavam mais tão exaltados, os dois haviam se acalmado. – Quanto a Rosa.. Parece que aquele imbecil do Snape descobriu sobre Remus, e anda espalhando para quem quiser ouvir, eu estava tranqüilo na Casa dos Gritos, sabe é o lugar mais estável de Remus quando ele esta nesses dias, porque é bem afastado do povoado e da escola, e como hoje é o primeiro dia de Lua Cheia, é sempre bom deixar o Remo sozinho nesse dia, ele costuma sentir mais dor e é bom estar sozinho. E, eu estava voltando, pela passagem do Salgueiro – Ela ouvia com cuidado, se assustava um pouco, fazia alguns sons que sugeria que queria perguntar, mais acabava por ficar calada - quando me deparei com a garota, a tal Rosa. Ela estava entrando na Casa dos Gritos, e eu não pude evitar que ela fosse até o fim, mulheres determinadas são definitivamente problema. Ela se assustou quando viu no que o Remus havia se transformado, sem, no entanto saber que ele era ele, o doce Remo Lupin de sempre. Foi quando ela gritou que as coisas saíram do controle, ele se assustou com o grito dela, e nos atacou. Eu fui obrigado a me transformar para tirar-la de lá viva.


- Desculpe? Você se transformou?


- Ah é, esqueci de mencionar que eu sou um animago Lil.


- ah claro, essa é realmente a maneira certa para me contar isso “Ah é, esqueci de mencionar que eu sou um animago” definitivamente, eu entendo perfeitamente.


- Lílian, por Merlin, você pode ser o mínimo compreensiva? Sirius, Pedro e eu nos transformamos nessas férias, para ajudar ao Remo quando for lua cheia, ele ficava muito sozinho, e gosta da nossa companhia enquanto animais. Quando alguma coisa sai do controle, eu e Sirius conseguimos controlá-lo por que somos o bastante fortes.


- Por Deus! Tiago, isto é ilegal, ilegal, você sabia?


Ele agora estava completamente sentado no chão, com as mãos cruzadas sobre o colo de Lílian.


- Sim eu sei, tenho plena consciência disso. Por isso que você não pode contar para ninguém Lílian, ninguém mesmo. Me promete ok?


- Certo, eu prometo. Agora, por que diabos aquela garota te beijou?


- Agora você fez a pergunta que eu estava esperando, mas para ser sincero não achei que você a faria. Eu não sei por que ela me beijou, não sei como funciona essa mente feminina. E para falar a verdade, já não quero mais descobrir, mas você vai me responder apenas uma coisa.


- Sim?


- Vai responder?


- Claro.


- Qualquer coisa?


- Bem, não tuuuudo né, mas .. – Ele a olhou desconfiado. – Ok, qualquer coisa.


- Por que você esta com ciúmes? – Ela o olhou abismado – Ah, não me diga que não esta com ciúmes. Por que Lílian, te afeta tanto uma garota me beijar, sendo que eu não a beijei, eu a larguei lá desamparada na sala comunal e vim pra cá, atrás de você. Qual é o problema que você vê nisso tudo? E por que você estava chorando quando eu cheguei aqui? Algum dia, eu te dei razões para acreditar que te faria algum mal? Uma vez sequer, eu feri seus sentimentos? Você te medo que eu a faça algum mal?


A voz dela beirava um sussurro, e falhava:


- Eu, eu não tenho medo de você. – Ela estava frágil, era visível, as perguntas dele a haviam abalado. As noites que ele passara decorando os movimentos dela, não fora afinal em vão. Assim que ela cruzou os braços sobre o peito ele entendeu que aquele abraço a si mesmo indicava uma imensa fragilidade. – Por que, eu teria?


- É o que procuro descobrir. Sabia, - Ele se levantou e a abraçou- que você tem uma coleção de sorrisos?


- Eu, eu não tenho não. – Ela murmurou por cima dos ombros dele. Sorrindo levemente.


- Ah você tem sim! Um para quando responde uma pergunta e acerta, e um para quando questiona e esta errada. Outro para quando esta na arquibancada me dando força, e outra para me consolar quando o time perde, um só para falar das suas amigas, e da sua mãe, e o meu favorito.. De quando esta insegura, não é o meu favorito porque posso fazer o que quiser com você. – Ele sorriu malicioso, e ela tremeu de pensar que estava sozinha numa sala a qual poucas pessoas tinham conhecimento, com um garoto louco, e pior, ninguém tinha conhecimento de que os dois estavam ali. Sozinhos .. Ele estava certo, podia fazer o que quisesse com ela. – Mas porque você fica extremamente bonita.


- Esse sorriso? – Ela questionou?


- Sim – agora ele a segurava pelos braços com carinho, e a olhava nos olhos, com medo de que ela pudesse sair correndo. – Exatamente esse.


- Sabe, acho que você esta meio enganado sobre esse lance dos sorrisos ..


- Ah é? Por que?


- Faltou um sorriso para quando estou realmente feliz.


- Não, quem me diz isso não são seus lábios, são seus olhos. – E ele sorriu também, pegou o rosto da ruiva lentamente pelo queixo, e fez provavelmente a coisa mais arriscada de sua vida, beijou a garota de seus sonhos, aquela que vivia fugindo dele. Beijou muito devagar e carinhosamente, beijo de quem esperou muito tempo por aquela boca, e agora tinha muito medo de que ela fosse embora. Beijo de quem não suportaria de maneira alguma que a outra fosse embora. E ele continuava dando muitos beijos assim nela. – Esses olhos, que me fascinam tanto.


“O que ele esta fazendo? – Pela barba de Merlin, o que eu estou fazendo?” – Vozes, e mais vozes gritava na cabeça de Lílian, vozes desesperadas ordenavam que ela se livrasse daqueles braços que a envolviam, vozes mais fortes ordenavam que se livrasse daquela boca que tanto a fascinava.


“Livre-se dele garota, você já sabe o que isso vai virar, você já viu inúmeras vezes. Ele vai te exibir por três dias para toda a escola, exatamente como fez com as outras, para que todos vejam o que ele conseguiu, vai fazer com que você se apaixone por ele, e depois vai arranjar alguma garota por ai que seja mais bonita, mais inteligente que você. Espere, você já esta apaixonada por ele? Porque você fez isso Lílian? O que você tem na cabeça? Sua Idiota! Sua Idiota, estúpida é o que você é. Mas, que se importa de ser boneco de exibição dele.”


Foi ouvindo essa voz estúpida em sua cabeça, gritando para que ela o agarrasse e o beijasse ali mesmo, que ela devolveu o beijo dele, da maneira como ele não havia feito na tal Rosa, da maneira que ele não fazia á muito tempo em ninguém por que afinal de contas, só havia uma  Lílian Evans, e ela era a única que o interessava verdadeiramente, ela sabia que ele no final das contas ele não a trocaria por nenhuma outra garota. Mas mesmo sabendo, ela continuava com medo, e foi depois de ficar algum tempo ali beijando o apanhador de quadribol da grifinória que ela caiu em si, e forçou seu corpo (que na verdade não parecia nenhum pouco disposto a obedecê-la) a se afastar, sentando novamente no banco do qual agora, ela acabava de concluir, nunca deveria ter se levantado.


- Sabe Potter,


- Eu acho Lílian, que você já pode me chamar de Tiago, eu diria no mínimo que, a gente já tem uma certa intimidade para isso. – E sorriu novamente com aquele sorriso, cheio de malicia.


- Como eu ia dizendo Tiago eu realmente acho que você não deveria me tratar assim.


- Apenas se você me der uma boa razão para não fazê-lo. – ele murmurou sorrindo novamente, e se sentando no balanço ao lado dela.


- É perigoso demais, é difícil de resistir, e me atrapalha.. – Céus, o que estou fazendo, e por que estou dizendo isso a ele?- e por fim, amigos não fazem isso.


- Felizmente eu tenho uma resposta para essas suas objeções, por assim dizer. É difícil de resistir? Não resista. E amigos não fazem isso? Pois, devo confessar, você já foi mais esperta não é mesmo Lílian? Eu não quero ser seu amigo. Quero ser seu namorado, seu ficante, seu marido, seu amante, e tudo o mais que você quiser ser para mim, por que mais uma vez eu estou aqui, dizendo que eu amo você, e que eu quero te beijar sim a hora que eu quiser, sem ter que me importar com o que as pessoas vão pensar, seja lá o que elas pensem.


- Sabe Tiago, eu não sei o que a Rosa acharia disso. – Ela comentou sorrindo.


- Honestamente, eu não estou me importando nenhum pouco com o que Rosa Miller acharia disso, não me importo com o que Merlin acharia disso, ou o que Dumbledore acharia disso, e não me importo nem com o que o Sirius vai achar disso – Ele diminuiu o tom – Certo, eu me importo com o que o Sirius vai achar, mais não conte a ele ou ele ficara muito convencido.


Eles permaneceram em silencio, se encarando.


- Namora comigo Lílian Evans? Namora comigo.


- Tiago, eu acho ..


- Você acha?


E ela quase disse, quase disse que ele havia feito com que ela se apaixonasse por ele, ele havia conseguido depois de três anos tentando fazer com que ela gostasse dele, ela quase disse que o amava, e que casaria com ele ali mesmo, no final das contas o quase não se concretizou, e ela não disse.


- Tiago, eu acho que já passa bem mais da meia noite e nos temos aula pela manha, não é uma boa hora para falar sobre isso.


- É mesmo Lílian? – Ele se levantou, aborrecido e triste – me faça um favor? Me avise quando for a hora certa, só que, não espere que eu esteja esperando a sua resposta daqui dez anos. Sabe Lílian, eu realmente achei que valeria a pena, todos esses anos que fiquei me dedicando único e exclusivamente a você, eu achei que haveria alguma recompensa, alguma coisa que me indicasse “você conseguiu, chegou ao fim, e merece”, mas eu estava enganado. Eu estou agora entregando pra você minha bandeirinha branca, que significa que não vou mais lutar por e com você nessa batalha que você apenas foge de mim. Pra mim já deu. – Ele se levantou e saiu da sala, ficou lá por alguns segundos segurando a porta com uma das mãos, depois foi embora. Logo que saiu, voltou, colocou a cabeça para dentro do ‘Jardim Botânico’ e desejando boa noite para trás uma Lílian completamente atordoada saiu.


-  Tiago! – era um grito, e foi pelo grito que Tiago voltou.- Tiago espere.


- Sim?


- Tiago, eu.. Olha eu.. Eu não quis, – Mas não havia o que dizer por que ela era muito medrosa para dizer qualquer coisa que fosse mudar.


- Sabe Lílian, eu acho que a gente.. Acho que a gente deve ir dormir, você sabe como é, não sabe? Já passa bem mais da meia noite, e nós temos aula pela manha.


E pela segunda vez na mesma noite, ela viu Tiago Potter sair da Sala Precisa largando para trás Lílian Evans, sem qualquer esperança, e coragem.


E aquelas palavras que ele disse, aquelas palavras doeram-lhe como pedra, causaram um efeito que nenhuma palavra, jamais havia causado.


Trazendo a de volta a realidade, aquelas palavras levaram dela o garoto mais irritante e mais banal, o mais lindo e gostoso, o mais carinhoso e dedicado, seu pequeno amor Tiago Potter. E foi com aquelas palavras que ela percebeu, ela havia acabado de perder Tiago Potter, um Tiago Potter que até então tinha pertencido somente e ela. Ele havia mais uma vez se humilhado, pedindo-a em namoro, e mais uma vez ela disse não, negando a ele a recíproca do amor que ele sentia. Ela fez o que já havia feito uma dúzia de vezes antes, fugiu com medo. Ele havia finalmente entendido, o que ela banalmente resolvera fazê-lo acreditar, ele percebeu que ela não sentia nada por ele, e que ela tão pouco não o namoraria tão cedo. 


Mas aquele dia havia chegado ao fim, e estava na hora de deitar no aconchego de sua cama fofa, que ela percebia não pela primeira vez, de onde não deveria ter saído.




Naquela noite, não foi apenas Tiago Potter que foi dormir com um monte de coisas girando na cabeça, Lílian entendeu que havia sustentado uma mentira por quase quatro anos, tempo demais. Estava na hora de acertar as coisas. E só havia uma maneira de reconquistar Tiago Potter. Aparentemente isso levantaria a dor de muita gente, mas seria necessário, para o bem maior no final.


 


                                 _________________________________________________________


 


n/a: por quê ninguém comenta aqui? eu sou uma escritora tão ruim que não mereço nenhum comentário?

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