Há muito tempo que te amo... J
Capítulo Único
-----Flash Back-----
As folhas secas e amarelas ainda cobriam a rua e o sol começava a nascer naquele dia. Pela fresta da janela Rony já sentia os primeiros raios invadindo o seu rosto. Ele não queria ter acordado, queria ter ficado ali parado, observando o rosto lindo da mulher por quem era apaixonado.
Hermione agora começava a acordar e abria os olhos lentamente por causa do sol que agora invadia o quarto deixando-o iluminado. Levou a mão ao rosto e o esfregou. Quando olhou para o lado lá estava ele. O amor de sua vida. Rony apoiava com uns dos braços o cotovelo no travesseiro e a mão sobre os cabelos. Ela o olhou e lhe deu um beijo estalado.
_Bom dia meu amor.
Ele retribuiu ainda deitado na cama. Segurando-a pela cintura deu um beijo apaixonado em Hermione.
_Ótimo dia, minha linda.
----Fim do Flash Back----
Todos os dias de manhã desde que Hermione morreu, Ron se lembrava desta cena. Ele estava na cozinha tomando café, ainda chorando, quando despertou de suas velhas lembranças. Recordou-se que agora tinha uma família para criar.Talvez porque fora a primeira vez de ambos,a lembrança doía ainda mais.Isso tinha sido um ano após a guerra.E ela era tão jovem pra morrer, ainda mais depois do jeito que aconteceu.
Libertando-se de vez dessas lembranças que corroíam sua alma,o ruivo subiu para quarto e foi se vestir. Ainda teria que trabalhar.
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Outro dia esplêndido surgia, e Rony foi o primeiro da casa a acordar, depois da morte de Hermione. Ele tinha perdido a razão de viver.Mas este dia era para ser diferente. Ele conheceu sua esposa no Ministério, após um ano que Hermione falecera. Com ela Rony agora tinha construído uma família, onde ele teve três filhos, entre eles, uma garotinha chamada Hermione. O dia de hoje para ele, além de todas as lembranças, era um dia muito especial porque hoje completava 12 anos que Hermione havia partido.
Ele aprendeu a amar sua esposa San porque foi a pessoa que o ensinou a viver de novo. No entanto ,o que ele ainda sentia por Hermione era grande, era amor, um sentimento puro e lindo que vivia escondido em seu coração.Mas ainda assim eterno.
Hermione era sua fonte de luz, inspiração. E através dos seus olhos, ele conseguia ver a plenitude e a bondade. Era por isso que ele a amava tanto. Era por isso que para ele sua morte fora cruel.
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Quando eles chegaram à igreja estavam todos os familiares trouxas, os amigos e as pessoas mais intimas. Sra. Granger depois de tantos anos parecia conformada, chorava e rezava para a filha nas missas de todos os anos que eram celebradas. Rony foi chegando e se aproximando de Harry e Gina que também estavam lá com seus três filhos. Eles cresciam muito rápido. Rony deu um beijo em Gina e cumprimentou Harry indo se sentar para escutar a cerimônia.
Mais tarde depois de se despedir de todos, Rony juntamente com sua mulher e seus filhos aparatam para casa.
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Deixou a água cair sobre o corpo e se perdeu em suas lembranças...
-----Flash Back-----
Era lindo olhar para ela. Apoiado na porta da biblioteca, observava a bela por quem se apaixonou. Aquela que mexeu com seu coração anos atrás no Expresso de Hogwarts. Uma jovem de gênio difícil, mas que Rony conseguiu doma-lo. Sabia que ela o amava, pois estava escrito em seus olhos. Todo aquele amor puro só faltava explodir em seu peito.
Ficou ali por um tempo, não sabia o quanto ao certo. Olhar para Hermione o pouco que fosse era eterno. E se fosse muito, seria pouco para satisfazê-lo. Pensou por um momento em entrar, mas não o fez.Preferiu ficar ali, observando-a estudar.
Todo o jeito durão de Hermione parecia se suavizar perante aos livros. Talvez para ela, aquele era o seu melhor momento, até mais do que ao lado de Ron. Pois aqueles ela podia compreender e domá-los. Diferente de Ron que muitas vezes agia por impulso e a magoava. Ron era muito ciumento, sabia disso, mas não podia se conter.
_Poft!
Nem sabia ao certo o que houve, a única coisa que podia ver era sua mão suja de sangue e Kevin no chão com o nariz quebrado. Hermione chorava, estava chocada. Aos poucos Rony foi se lembrando do que acontecera. Tinha visto Kevin se aproximar da mesa onde estava Hermione e seus pertences, abraçando-a com gestos muito carinhosos, beijou-a no rosto. Foi o que bastou para Ron, Mione parecia estar muito a vontade e feliz com Kevin.
_Rony você está louco? -- Hermione parecia não acreditar no que tinha acabado de presenciar. Ela estava assustada e incrédula.
_O que significa isso Hermione? Pode me dizer? -- Ron estava fora de si, era como se um dragão tomasse posse de seu corpo. Suas orelhas estavam tão cintilantes que se confundiam com seu cabelo, vibrante como o fogo que o incendiava por dentro. Um Ron ciumento e descontrolado. -- Ele é seu amante, é Hermione? Há quanto tempo está me fazendo de idiota com esse cara?Eu não esperava isso de você. Não posso acreditar que você me traiu!. Você é como todas as outras, até pior Mione. Não está nem ai se alguém te visse com ele!
_Rony, você está me ofendendo!
_Ah! Qual é? Você vai negar depois do que aconteceu agora?
_Mas o que aconteceu agora? Do que você está falando?...Ele só estava me...
_Não se faça de idiota que você não é, Hermione! Pode me explicar ou não?
_Mas é o que eu estou tentando! Vamos até minha sala, aqui não é o lugar apropriado para isso, Ron – Hermione agora tentava se acalmar.
_Aqui realmente não é o lugar... -- Ron também preferiu sair dali, toda aquela gente os olhando, e também Kevin. Não suportaria por muito tempo sem atacá-lo novamente.
Os dois caminharam até a sala de Hermione, um lugar simples e aconchegante, com uma lareira quente próxima de uma estante cheia de livros. Em sua mesa havia dois porta- retratos. No primeiro Harry, ela e Ron estavam sentados nos jardins de Hogwarts. Adorava olhar para a foto e se lembrar dos tempos do colégio. O outro continha uma foto sua abraçada a Ron na toca, tirada no dia em que ele pediu para namorá-la. Esta era de todas as suas fotos, a mais especial. Não teve como esconder ao olhar a foto e ver a expressão de fúria de Rony a sua frente. As lágrimas rolaram em sua face. Então pôde perceber que nesse momento Ron pareceu mudar. A emoção também tomou conta dele. Mas virou o rosto para que ela não percebesse, continuando com a expressão de fúria e ciúmes na face.
_O que aconteceu com a gente? -- Hermione já não tinha mais forças para tentar explicar a situação.
_Eu não sei Hermione, eu não sei... Te disse tanto para não ficar perto dele. Eu te avisei não foi? -- Ele olhava nos olhos dela, com um olhar que deixava claro que não aceitaria o perdão.
_Mas Ron, ele só estava me agradecendo por ter ajudado em um relatório, foi só... Não aconteceu nada demais... Ron, olhe nos meus olhos – Ele o fez – vai deixar que todo nosso amor acabe por isso?- O silêncio se fez presente.
_Eu não sei... Talvez seja o melhor, não posso Hermione.... Não dá pra mim.
_Oh, por Merlin Ron, use a razão. Eu te amo, e sei que você sente o mesmo. -- ela não podia desistir – E todos os nossos sonhos? Planejamos um futuro Ron, você não pode...
_O amor não existe sem confiança Hermione, eu te pedi tanto... Sempre soubemos o quanto Kevin te ama, Hermione.
_Rony, pensei que hoje seria o dia mais feliz de nossas vidas.... Preciso te dizer uma coisa, Ron! -- não sabia se aquele era o momento. Ela se levantou e ao lado de sua foto junto com Ron, pegou um envelope branco.Estava de costas para ele. Tinha de ser aquele o momento, ela não saberia o destino deles.
_Adeus Hermione. Você me magoou demais para te perdoar, pelo menos agora. Não posso ouvir mais nada de você.
Ele saiu pela porta e desaparatou antes que ela pudesse segura-lo, deixando uma Hermione aos prantos no chão da sala com o envelope na mão e soluçando.
---- Fim do Flash Back ----
Abriu os olhos e ainda estava no banheiro de sua casa, seu rosto estava molhado não com a água que caia do chuveiro, mas sim com lágrimas que caiam de seu rosto, lágrimas de dor. Não se conformava em ter sido tão estúpido e infantil. Ele não agiu como um homem. Esta lembrança, pra Ron, era sem dúvida a mais dolorosa, a qual tomou a decisão mais incerta da vida dele, a que traçou seu destino junto à mulher amada.
Hoje parecia tudo tão claro pra ele, como pôde deixar que em duas semanas tivessem ido do amor ao medo? Eles que há dias atrás estavam juntos e trocando juras de amor, tinham deixado o relacionamento chegar a esse ponto?
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Terminou de se vestir e desceu para tomar o café com sua família.Ao pé da escada viu sua esposa sentada na mesa. Uma jovem de traços suaves, cabelos escuros e cumpridos, um pouco rebelde assim como eram os de Hermione.Ela tinha um olhar profundo e triste, uma grande amiga para Ron, seu grande apoio no momento mais difícil de sua vida. Ela sabia que ele não a amava. Sentia muito carinho, mas amor mesmo não existia. Talvez ele seja o responsável pelo olhar melancólico que nela existia. A necessidade de seu amor ser correspondido, de ser amada e desejada por seu marido denunciava isso. Junto a ela estavam seus filhos. O pequeno George estava com sete anos. Tinha os cabelos ruivos e vibrantes como os do pai, muito sapeca como qualquer outro garoto de sua idade. Fazia os olhos de Ron brilharem quando o olhava. Pois o fazia relembrar os tempos de criança quando morava na Toca com seus pais. E brincava com Fred e George sem ter que pensar em nada, sem ter problemas. Apenas os jogos de Quadribol no quintal da casa eram suas preocupações.Do outro lado da mesa estava Willian. Seu primogênito que acabara de completar onze anos. Podia ver em seus olhos a ansiedade de iniciar em Hogwarts. Ele se orgulhava muito do pai por ter lutado na guerra e ser tão corajoso. Willian herdou os traços da mãe, seu cabelo era escuro, mas os olhos tão intensos e azuis quanto os de Rony.Ao lado dele estava sua irmã. Uma criança doce, com gestos meigos e cabelos rebelde,assim como os de sua mãe. Mas para Ron era muito mais do que isso, o cabelo lembrava-o muito de Hermione. Motivo que o fez pôr esse nome. Estar com sua menininha, era como poder ter momentos novamente com Mione.
Sentou-se a mesa, brevemente tomou seu café e se despediu de sua família. Esses últimos dias tinham sido assim, não havia muito diálogo com sua esposa, apesar de ser sua amiga, não sabia como dizer a ela a saudade que tinha de Hermione. Rony sabia que os anos não o faria esquecer, mas acreditava que o tempo amenizaria sua dor.Hoje percebeu que não foi isto que aconteceu, mesmo depois de doze anos era como se uma grande parte de Rony estivesse rompida com seqüelas de uma perda irreparável.
Em seu trabalho não obteve êxito. Não se tornou auror nem goleiro de Quadribol. O que conseguiu foi um emprego no Ministério da Magia ao lado de seu pai, hoje aposentado. O emprego não era o do seu sonho, porém não tinha do que reclamar. Era tedioso sim, mas tinha o próprio escritório, e sempre que podia, visitava a repartição de aurores para ver Harry e sua irmãzinha Gina, – ambos decidiram entrar para o Ministério depois da queda do Lorde Voldemort, – casados agora com três filhos assim como Ron.
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Ron andava pelo corredor com o ar distante, sua cabeça estava em outro lugar, outra época.
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A aurora cobria o céu numa bela tarde de domingo. No sofá da sala de estar da Toca, Ron conversava com os outros homens da casa sobre Quadribol, era um dia esplendido para Harry, seus olhos estavam cintilantes, brilhantes como se Harry acabara de conhecer o sabor da felicidade, de certa forma era isso sim, era o dia do noivado dele com Gina. Se em Harry podia se ver todo esse amor por seus olhos, em Gina a alegria estava no ar.Era contagiante o clima de amor na Toca.
Houve certa movimentação na casa. Gina correu rapidamente até o jardim, sinal de que acabara de chegar alguém. – Ron imaginou quem era, mas não queria acreditar, por outro lado, só podia ser ela, Era quem aguardavam. Ele a amava muito ainda, mas seu orgulho não permitia perdoa-la.
Pôs- se a ouvir os passos de sua irmã acompanhados de outros dois. Parada de frente à porta, lá estava ela, a morena de cabelos rebelde que deixara o vazio em seu peito, a jovem Hermione. Em primeiro momento, seus olhos encontraram os dela. O silêncio tomou conta da sala, todos sabiam do rompimento dos dois, mas o motivo ainda era obscuro. Harry preferiu quebrar a saia justa em que seus amigos se encontravam, levantou-se e correu para abraçar a amiga. Hermione sempre foi muito especial para ele, sempre companheira. Era mais do que isso, era como uma irmã por quem sentia um carinho muito especial. Todos os outros que estavam na sala cumprimentaram com um “olá”. Todos menos Ron. Ela retribuiu com um sorriso.
Faltava coragem ao ruivo. Não tinha forças para fazer isto. Preferiu ficar ali no mesmo lugar, onde mesmo não estando junto deles dava para ouvir toda a conversa.
_Que bom que está aqui Mione... Pensei que não viesse... – Harry abraçando a amiga.
_Eu também Harry. Sabe, foi bem difícil criar coragem para vê-lo depois de tudo. Mas... Harry, Gina – ela pegou na mão dos dois e com lágrimas nos olhos continuaram – vocês dois são meu melhores amigos, meu chão. E neste momento... – respirou fundo e lançou um olhar a Ron, mas este não percebeu. – esta é minha única razão de continuar aqui.
_Ah minha amiga... Amamos tanto você. Tenho certeza que isso com meu irmão vai passar. Você vai ver... Ele te ama tanto, e a ligação de vocês é mais forte do que isso.
_Torço por vocês Mione... Mas, o que exatamente você quer dizer com nós sermos a única razão de continuar aqui? – Harry indagou, destacando o termo aqui.
_Preciso conversar com vocês, mas creio que esta não é a hora, não quero estragar o melhor momento de vocês, Harry. – Hermione parecia séria. E sua voz um pouco trêmula.
_Por Merlin Mione, você está me assustando! Aconteceu alguma coisa? É algo grave? – Gina preocupou-se.
_Não se preocupem... É sobre meu emprego, recebi uma proposta para ir trabalhar na Irlanda.
_Ah... nem sei o que dizer, Hermione.
_Não diga nada, Harry.Agora não, depois conversaremos melhor.Explicarei tudo.
_Nossa quanta educação a minha querida, você chegou e nem te ofereci nada, Hermione. – era Molly que acabara de chegar da cozinha, como sempre muito simpática e amorosa. – Quer uma cerveja amanteigada ou algo para comer?
_Deixa que eu pego, sogrinha. -Harry disse brincando animadamente.
_Ah obrigado Harry, neste caso vou ver Arthur. Fique a vontade, querida.
_Obrigada, Sra. Weasley.
_Molly querida... Molly! – disse já na porta em direção ao jardim.
_Agora que Harry se foi, você vai me contar essa história direitinho, Hermione... Que coisa é essa de Irlanda? Você não está pensando em aceitar, neh? – Gina parecia realmente incrédula e com medo da resposta da amiga. – Você não pode fugir dos problemas! Precisa parar de se comportar feito uma criança, Hermione!
_Agora não, Gi... – viu o olhar da amiga e soube que não poderia fugir da resposta. – Kevin disse que pode me arranjar um estágio na Irlanda se eu viajar com ele... – Ron ficou branco. Não podia acreditar no que ouvia. Não havia mais dúvidas. Kevin era amante de Hermione.
Eles iriam morar juntos em outro país. Não queria acreditar. Mas ele acabara de ouvir. Não podia ter se enganado tanto com Mione, seus pensamentos doíam-lhe a cabeça. O ciúme o dominava.
_Mas e Ron? Você está ficando louca? Precisa contar tudo a ele!
_Você sabe que não dá! Eu tentei... Mas agora não dá mais. É melhor que eu fique longe por uns tempos. Ele não precisa saber...
_Como não precisa saber? Ron tem o direito!
_Gina você me prometeu! Não pode dizer nada a ele!
_Claro que não vou dizer, é você quem vai Hermione. Oras use a razão... Cadê a senhorita sabe-tudo que eu conheço? Não pode se iludir. Por quanto tempo mais vai esconder isto? Colocar por debaixo do tapete?
_Eu tentei, você sabe que tentei Gina. E também eu não fiz nada de errado. Foi apenas o ciúmes de Ron. Sou a ingênua nessa história... Sabe, você pode não me entender, mas Kevin tem me ajudado bastante nos últimos dias com o trabalho. Desde que eu descobri, tem segurado as pontas para mim, me encobrindo no serviço. Também tem sido um grande amigo. Disse que se eu quiser, pode me dar o mundo. Pode dar meu devido valor. Disse até.. que assume... – num sussurro inaudível a última parte, impossibilitando Ron de escutar toda a frase.
_Hermione ele te ama. Disso todos nós sempre soubemos, mas não se deixe enganar, você não o ama, e isso é o que importa. Ele não pode assumir uma responsabilidade que não é dele Mione, não se a devida pessoa não estiver ciente, por isso que eu repito. Você deve contar a ele!
_Contar a ele o que? – Harry acabara de chegar com as bebidas, – Contar a quem? Vamos me digam, garotas! – com um ar brincalhão, mas extremamente curioso.
_Eh... – Hermione olhava para Gina em sinal de pedir ajuda. Como sairiam dessa? Seria agora a hora de dizer toda a verdade a Harry? Mas e se ele não entendesse, e se contasse tudo para Ron? Não podia contar com a sorte neste momento. Mil perguntas se formavam em sua mente.
_Coisa de Mulher, meu amor... – Gina se adiantou, mas lançou um olhar censurado para Hermione.
_Coisas de Mulher... É sempre assim... Garotas.-Ele disse divertido.- Bom, mas em todo caso, ainda temos uma conversa pendente, Mione. Eu não me esqueci, certo? Mas, realmente vai ter que ficar pra outra hora. Gui está me chamando. Sinto muito deixar vocês.Eu tenho que ir. Vemos-nos mais tarde! – Harry se despediu com um aceno para Hermione e um beijo estalado em sua futura esposa.
_Desta vez passou, Hermione. Mas não sei quanto tempo mais vou conseguir esconder de Harry. Ele se preocupa muito com você e notou que está estranha. Minhas desculpas já não estão mais o satisfazendo.
_Ah Gi... Eu sinto muito, hoje é o dia mais feliz da sua vida e eu aqui te enchendo com meus problemas. – Hermione tinha lágrimas nos olhos, sentia-se responsável por dar trabalho à amiga.
_Não seja boba Mione. Eu amo muito você. Faria de tudo pra te ver feliz novamente. É verdade que hoje é o dia mais feliz da minha vida, mas só me sentirei completa quando eu te ver bem com meu irmão novamente. Eu me preocupo demais sim, e é por isso que te digo: Você precisa resolver isso logo, Mione... Não dá pra esperar mais!
Ron ouvia toda aquela história, mas não conseguia compreendê-la. O que era de tão importante que Hermione tinha de dizer a ele? Precisava saber. Mas, por outro lado, não queria falar com ela. Amava-a muito, porém seu orgulho ainda machucava muito seu coração.
_Mas como? Olhe para ele. Nem ao menos olha para mim! Eu não sei mais o que fazer... E também tem aquela outra lá. Lilá Brown. – Ela olhou com desdém para o canto da sala, onde estava a moça junto de Fleur. – Eles estão juntos, não estão? – Hermione tinha medo da resposta, mas tinha que ter certeza.
_Ah por Merlin ,Hermione! Você sabe o quanto ela é oferecida. Rony não a ama, coração dele sempre foi teu. Está com ela sim... Mas a trouxe só porque sabia que você viria. Talvez acompanhada de Kevin, sabe como ele é, Mione! – Rony abaixou a cabeça. Gina tinha razão, seu corpo podia estar com Lilá, porém seu coração jamais deixaria de amar Hermione. Convidou Lilá no momento em que soube que Hermione viria. Sentiu medo, não podia correr o risco de vê-la com Kevin e estar desacompanhado. – Eu não sei Hermione, estava pensando. Rony vai levar Lilá embora daqui a pouco, mas volta para dormir aqui, talvez você possa conversar com ele mais tarde, pode esperar por ele no quarto dele.
_Você está louca, Gina? Claro que não posso, não dá. Não posso olhar nos olhos dele e dizer, não assim. E também, tenho medo de que ele comece uma nova discussão, não vou suportar. Não posso... Sinto muito ainda.
_Você tem que perder esse medo.Cadê a Hermione Granger que eu conheço amiga? – Gina não podia desistir – e se você escrevesse?
_Como assim escrevesse? Tipo uma carta? – essa podia ser a solução. Tinha que ser.
_Isso, como uma carta. Assim diria tudo, como se sente o que esta acontecendo e não sofreria em ter que olhar nos olhos dele. – esta sem dúvida era a melhor idéia. Não tinha como Hermione achar outra desculpa. – E ai, como vai ser?
_Eu não sei... – respirou fundo... – É sim, esta é uma ótima idéia. Bom, pelo menos é o único jeito, e também pode ser que dê certo. – Rony parecia estar sonhando, mas para ele esta também parecia ser uma ótima idéia. Uma sensação inexplicável tomou posse de seu corpo. De repente, tudo podia não ter passado de um mal entendido, e eles podiam ficar junto novamente. A razão tentava falar mais alto, seu corpo não estava agüentando mais estar ao lado dela e estar tão longe. Juntos e distantes quando havia tanto que dizer. Então se conteve, era melhor esperar. Não queria se iludir de novo, mas estava ansioso pela carta, talvez esta carta uniria os dois para sempre.
_Tive uma idéia! Já está quase na hora de Ron levar Lilá, pode subir até meu quarto e escrever a carta.
_Mas agora, no meio da festa?E se notarem minha ausência... Não quero que ninguém saiba por enquanto. E se fizerem perguntas embaraçosas?__ Hermione estava insegura, com medo.
_Não se preocupe, eu digo que foi pegar algo para mim. Qual é, somos amigas. É tão normal você ir até meu quarto Mione, eu acho que isso é desculpa. - disse enfática. - Não tenha medo de fazer a coisa certa Hermione. __Gina parecia disposta a todo custo que essa história se resolvesse esta noite.
_É isso sim, preciso enfrentar isso Gina, serei breve lá em cima, quero partir antes que ele volte. Sinto que essa é minha última chance de resolver isto, não sei lhe explicar, mas hoje quando acordei algo me disse que deveria resolver todos os meus problemas. Como se não fosse existir o amanhã...
_Você pode ter certeza que esta vai ser sua melhor escolha, não podemos deixar as coisas para depois, não sabemos se haverá outra oportunidade para dizer “eu te amo”.
_É, eu vou lá então. – Hermione deu um beijo na amiga que lhe desejou boa sorte, respirou fundo e se aproximou da escada.
Rony sentiu-se como se uma alegria tomasse conta dele naquele momento, vendo Hermione falar daquele jeito deu vontade de correr até ela e beija-la. Simplesmente esquecer de tudo e dizer que a amava demais. Conseguiu controlar-se, mas ao ver Hermione subir os degraus teve um impulso maior do que a razão. Olhou em direção a ela e seus olhos se encontraram. Era como se o mundo girasse devagar. Como se o tempo fosse só deles, ninguém mais parecia registrar a cena. De repente era como se virasse um filme em câmera lenta. Seus olhos pareciam sair de órbita, um dando forças ao outro.Quase uma energia sólida.
Hermione respirou fundo, a força de Rony enchia-a por dentro. Subiu o resto dos degraus.
Ron ficou ali, parado no mesmo lugar, mas com o pensamento longe. Tinha esperanças de que dali a poucos minutos estaria com Hermione novamente, desta vez para sempre.
-------------------------------------------Fim do Flash Back--------------
Abriu os olhos e notou que ainda estavam no corredor do ministério caminhando em direção a sua sala.
Parou em frente à porta e notando-a entreaberta, viu a figura de Potter. Em pé de costa para porta estava Harry, com um porta- retrato nas mãos. O mesmo que há anos vira na sala de Hermione, com a foto dos três amigos no jardim de Hogwarts. Entrou sinuosamente, ainda estava abalado com as últimas recordações. Mas Harry logo notou que não estava mais sozinho, virou-se e deu de cara com Rony.
_Rony, esperava por você, cara. __ Harry estranhou a cara de Rony, estava abatido. __Você esta bem, Rony?
_Ah Harry... Que bom te ver!__ Ron se sentia feliz, agora poderia contar tudo para o amigo, dizer como estava se sentindo esses dias. – Sente-se!
_Muito bom te ver também, cara!-- sentou-se, porém continuou com o porta- retrato nas mãos.
_E ai, bebe alguma coisa? -- Ron caminhou até um armário no canto da sala, onde tinha um pequeno bar.
_Ah.. Claro!.Whisky de Fogo! Acabei meu turno por hoje.-Harry disse divertido.
_Toma. -- Rony sentou-se e entregou a bebida a Harry. Seus olhos se perderam em órbita assim que encontraram o objeto ainda na mão de Potter. -- Eu... bom, não sabia que isso estava com você! -- disse apontando com a cabeça o porta-retrato, ainda com os olhos perdidos.
_Ah. Isto! -- Harry levantou a mão entregando-o a Ron. -- Na verdade não estava. É sobre isto que vim conversar com você.
O silêncio pairou por um instante.
__ Ron observava o objeto com brilho nos olhos. De repente um sorriso veio em sua face. Como se acabasse de ter uma lembrança bonita. -- Mas então... Como ele veio parar aqui?
_Bom, essa foto estava com a Sra. Granger, junto com os pertences de Mione. -- Harry baixou a cabeça ao falar o nome de Mione, apesar de 12 anos, para Harry também era complicado falar da amiga sem ficar abalado. Porém logo voltou a olhar nos olhos de Ron – Ela me procurou hoje cedo em meu escritório, disse que encontrou ontem, mas que eu saberia melhor o que fazer do que ela. Procurei você mais cedo aqui, mas me disseram que você estava no Beco Diagonal.
_Estava sim... Tive de comprar algumas coisas para as crianças, e aproveitei meu horário de almoço. Procurei muito essa foto depois do acidente, ela ficava junto de uma nossa em seu escritório, se lembra?
_Me lembro sim. E é por isso que eu resolvi te trazer a foto. Tenho certeza que você gostaria muito de ter essa foto. O sorriso de Mione nela... É contagiante.-Harry lembrava saudoso. Lembra-se como estava feliz neste dia? Foi um pouco depois de recebermos os resultados de nossos N.O.M.s. Ela me ajudou tanto naquele ano...
_Como poderia esquecer? Mas muito obrigado. De verdade, Harry. Não sabe como vai me fazer bem ter essa foto. -- Ron levou a foto aos seus lábios e a beijou. Era como se seu corpo absorvesse uma energia depositada naquela foto, algo mágico.
_Que ótimo Ron... Tenho notado você muito mal durante esses últimos dias. É por causa dela, não?
_Como posso negar? Você sempre foi meu melhor amigo, nunca consegui negar nada de você. Não vai ser agora não é mesmo?
_Vamos lá... Sabe que pode contar comigo sempre... -- Harry estava disposto a ajudar o amigo a superar isto.
_Harry... Esses últimos dias têm sido tão duros para mim... Tem sido tudo tão difícil. Nunca pensei sofrer assim...
_Não se preocupe vai passar... Procure-me quando quiser, cara!
_Valeu Harry! Estou bem melhor agora que conversei com você.
_Bom, já está ficando tarde, e eu preciso encontrar Gina antes de irmos para casa. Mas já sabe, quando precisar apareça lá em casa, ou mande uma coruja. Fico feliz em ajudar! __ Harry se levantou e pegou seu casaco em cima da poltrona ao seu lado.
_Obrigado cara! -- Um sorriso singelo apareceu na face de Ron - Eu também ainda tenho que terminar uns relatórios antes de ir para casa. Nos vemos amanhã então,na toca? -- Rony agora também já estava de pé.
_Ah claro... nunca perco os almoços de domingo na toca. Então até amanhã Ron! -- eles se despediram com um abraço muito receptivo por parte de Harry. Ron precisava disso.
Em seguida Harry saiu da sala. Rony agora se sentia muito melhor, precisava conversar com o amigo. Era bom saber que sempre teria alguém com quem contar, desabafar sem receios.
Ron ainda estava com o porta-retrato nas as mãos, deu a volta em sua mesa e sentou-se. Estar com aquela foto nas mãos era como tê-la em seus braços. Ou ter toda a alegria e confiança de acreditar que amanhã as coisas estariam melhores. Abriu sua gaveta onde no fundo tinha uma caixinha. Era um objeto não muito pequeno, de madeira rústica e esculpido com as iniciais Hr/R. Pegou-a com cuidado e colocou sobre a mesa. Ao abrir o objeto e seus olhos se encheram de lágrimas. Dentro da caixinha havia duas alianças. Rony pegou a sua e enfiou-a em seu dedo. A outra ficou olhando durante um tempo e colocou-a na mesa após beijá-la. Mais no canto, tinha um livro muito antigo. Ron pegou-o e riu ao ler o título, Hogwarts uma História, aquele livro nunca saia da bolsa de Hermione, sempre os ajudando em suas aventuras . Rony pegou o livro e folheou-o, Tinha um motivo especial para aquele livro estar ali, depois de algumas folhas apareceu um envelope rosa com escritas em vermelho dizendo: “para: Rony.” Ron agora chorava como uma criança. Era visível a dor e a angustia que preenchia seu peito conforme ele pegava naquele envelope. Abriu-o e começou a ler a carta.
“Para meu querido Ron!
Com todo o meu coração...
Você é o homem que eu nunca pensei que conheceria. Aquele que roubou meu coração assim, de um jeito inocente mais com muito amor. O pensamento perfeito seria que nós dois ficássemos juntos para sempre. A palavra mais doce para mim é o teu nome. A maior coisa para mim é o teu amor. Cada pensamento silencioso que deixou em minha mente. Todas as palavras vazias que deixaram minha boca perseguiram minhas lágrimas sempre que partiu meu coração. Fizeram-me a pessoa que eu sou. Alguém para amá-lo mais do que nunca. Todas as vezes que eu sonhava que eu havia encontrado e as vezes que eu sofri com meu coração doente, e sempre que eu dei tudo de mim pra que nós pudéssemos ser felizes... Tudo isso fez de mim a pessoa que eu sou.
Mas não sou nada sem você!
Você foi embora e junto de ti partiu uma parte de mim, uma parte que só posso ter quando nossas almas se encontrem, quando nossos corpos se tocarem. E na plenitude nosso amor é um só...
Eu te amo muito, e sempre estarei aqui... Olhando e cuidando de você. E do nosso bebê...
Ron... É isso mesmo, amor, o nosso bebê. Nós vamos ter um filho!Nós vamos ter um bebê juntos... Perdoe-me, o medo de sofrer não me deixou ter forças para te contar antes. Você não tem idéia de como meu mundo desabou quando eu descobri que estava grávida. Aquela maldita briga me deixou sem chão... Como eu queria que as coisas tivessem sido diferentes. Só Merlin sabe como eu queria que tudo tivesse acontecido antes da briga. Antes de tudo acabar. E nos iríamos ser uma família maravilhosamente linda... Mas o destino não quis que isso se cumprisse... Não me conformo como o destino pôde pregar peças em nossas vidas. Por isso Ron amor, eu vim por meio desta carta me despedir de você pra sempre, mais eu espero que você se lembre de mim com saudades e não com tristezas. Você foi a pessoa que eu mais amei na minha vida com todos os seus defeitos e realizações. Vou guardar um pedacinho de você em mim, o pedacinho que irá ser a mais linda lembrança. O nosso filho.
Tenho certeza que você jamais poderá me perdoar por ter guardado esse segredo de ti, e provavelmente não irá querer me olhar nos olhos novamente. Posso compreender esse ódio Ron, mas nunca vou perder a esperança. Eu te amo demais.
Pode parecer estranho eu ter tomado esta atitude hoje, e ainda mais escrevendo uma carta, Ron, mas só Merlin sabe o medo que eu tive em olhar em seus olhos e dizer que esperava um filho teu. O medo da sua reação. Não suportaria uma nova briga com você...
Mas acontece que pela primeira vez não sei explicar o sentimento com que acordei hoje. Algo diferente de tudo que já senti. Algo que não achei explicação em nenhum livro que li. É como se alguma coisa dentro de meu peito me dissesse que é esta é a minha última chance de dizer o que sinto. Última chance de te contar que vou ser a mãe do seu filho. Mas mais do que isso, última chance de dizer eu te amo. É como se minhas forças, minha vitalidade estivesse se perdendo aos poucos, e o que me resta é a última chance de viver. Rony, você me conhece, sabe que não acredito em nada parecido. Mas isso é diferente, é uma sensação que está me acompanhando durante o dia e está forte demais agora para tentar escondê-la de você. Estou com medo de tudo isso. Temo que não possa controlar. E sem ter você por perto nessa hora o medo me aflige. Sinto-me como uma criança desprotegida que precisa de seu colo, Ron.
É difícil para mim te ver no mesmo espaço e não correr para os seus braços.Ter que te ver com outra e não poder chorar ali mesmo... Rony, para mim essa foi uma das noites mais difíceis. As noites em que rolei na cama aos prantos, sentindo seu cheiro exalar pelo quarto. Ainda que distante me dava a sensação de ainda tê-lo em meu alcance. Mas vê-lo com a Lilá... Bem ali na minha cara, e de todos os que quisessem ver. Foi o mais duro... Já sabia que você estava com ela... Mas nada se compara à dor de presenciar com meus próprios olhos ela no seu colo... Tocando o corpo que um dia foi meu...
Não posso suportar mais nenhum dia essa dor... Por isso tomei a decisão mais difícil da minha vida hoje...
Ron, recebi um convite para fazer um estágio fora... Você me conhece e sabe o quanto eu luto por meus sonhos. Porém, em outra época ir morar na Irlanda não estava em primeiro plano... Mas infelizmente agora as coisas são diferentes.. Ron, eu já te perdi... E só o que posso fazer agora é tentar viver os dias que me restam, ao lado do nosso baby... Onde sempre encontrarei um pedacinho de você... Torço cada dia para que ele herde seus olhos azuis cintilantes que hipnotizam minha alma, fazendo-me penetrar em algo surreal... Mas mais do que isso... Rezo para que ele venha a ser um homem como você... Que tanto fez meu coração acelerar e as pernas tremerem como se tivessem vida própria... Que mesmo depois de tantos anos me dá a sensação de como se te olhasse pela primeira vez,com a mesma intensidade do amor que senti no dia que te conheci... Sem dúvida um amor à primeira vista...
Eu te amo e sempre irei te amar mais do que as palavras jamais poderiam traduzir. Nosso amor é divino e nosso bebê também será... Ron, eu espero que no silêncio da noite quando pensar em mim, me guarde no seu coração como se eu fosse algo lindo em sua vida, e sempre lembre de mim com saudades e amor... NÃO se esqueça Ronald Billius Weasley!
Você foi e sempre será a minha vida, meu coração e minha alma. Como o vento será nosso amor agora... Não podemos tocar mais sempre iremos sentir... Você foi uma pessoa maravilhosa que transformou minha vida em um paraíso eterno de amor...
Nessa carta estão todos os meus sentimentos por você, os mais puros e sinceros!
Ron,você não tem idéia do quanto você me fez feliz durante todos os dias que eu acordava e via você ao meu lado, não esqueça de mim nunca.E não lamente essa dor que você tem no coração, porque lamentar uma dor no presente é criar outra dor e sofrer novamente.E isso amor, meu amor, não quero que você sinta!
Há muito tempo que te amo.
Jamais te esquecerei.
Amo-te sempre!
Sempre eterna em seu coração...
Sua Hermione...! ”
No fim do pergaminho, as lágrimas que agora escorriam por sua face se juntaram as tantas outras marcas de dor e angustia que tantas vezes se repetiam. Ron já tinha perdido a conta de quantas vezes havia feito este ritual. De quantas lera e relera esta carta. Apesar de conhecer bem todas aquelas palavras. Palavras que podiam dizer muito mais do que quaisquer outras. Buscava sempre encontrar algo oculto, algo que pudera ter passado despercebido. Sem dúvida uma grafia inconfundível...
Ron respirou fundo com a intenção de cessar as lágrimas, era difícil para ele lembrar do que acontecera em seqüência. Uma angústia tomou conta de seu coração nesse instante, e num flash, mergulhou em suas ultimas e mais dolorosas lembranças daquela noite...
-----------------------------Flash Back---------------------------
(...) Sua Hermione...!
Era difícil descrever o sentimento que dominava seu corpo naquele instante... Era inacreditável ver todo aquele amor que Hermione sentia. E agora a notícia de que iria ser pai... Não tinha palavras para descrever a sensação.Mas ao mesmo tempo saber que está perdendo-a, o tirava do controle. Ela está decidida em ir para a Irlanda.Não podia deixar, tinha de ir atrás dela, procura-la, conversar, fazê-la desistir de partir. Dizer que amava mais do que tudo nessa vida.... sua mulher.... Sabia que havia perdido tempo demais com briguinhas que não levaram a nada. Afinal não sabia viver sem Hermione, e isso era fato.
Não queria perder mais tempo, queria vê-la, tê-la em seus braços para dizer que era sua. Tocá-la mais uma vez e agora para sempre...
Levantou-se de sua cama e vestiu uma camisa limpa.Tomou em suas mãos a carta. Tudo parecia um sonho, era como estar voltando à vida, perdida no mesmo momento em que perdeu Hermione. Sem perder mais tempo no quarto, bateu a porta e desceu as escadas que dava acesso à cozinha da toca. Em seu encalço, estava Arthur.
_Posso saber aonde vai com tanta pressa e toda essa alegria, meu filho? – Arthur pôde ver a alegria no jeito de andar do filho. Estava tão triste ultimamente, sempre cabisbaixo e com o pensamento longe. Só viu o filho assim nos tempos de Hogwarts e exclusivamente, com aquele brilho nos olhos, quando estava bem com Hermione. Tinha certeza que era por causa dela, mas não quis mostrar para o filho que estava tão transparente.
_Voltar a viver papai! Voltar a viver! – disse já caminhando em direção à cozinha, onde encontrou a matriarca na beira da pia conjurando alguns feitiços para limpar toda a louça, de costas para a porta.
_Ron, é você querido? Não o vi depois do jantar, onde esteve? – às ultimas palavras, a matriarca já estava de frente para Ron olhando-o curiosa. – O que houve, querido? Que sorriso é este? Alguma coisa que eu não saiba filho?
_Que foi, mamãe? Não gostou de me ver feliz? – disse com um ar zombador da cara curiosa da mãe, já sabendo a resposta.
_Não seja bobo, Ron! Feliz é pouco para seu estado.Seus olhos estão brilhando, suas feições não conseguem esconder a felicidade, como posso não gostar de te ver assim meu filho? – disse ela de um modo divertido e meigo... – É por causa dela, não é?
_Ela? Ela quem mamãe? – não conseguiu evitar o riso no final da frase. Molly também não prendeu o entusiasmo e soltou um gritinho!
_Estou tão feliz por vocês querido. Rezei tanto para que Merlin enfiasse na cabeça de vocês dois que essa separação não tinha fundamento. São tão jovens, tem a vida toda pela frente! Só os dois, sem ninguém para atrapalhar.
_Três mamãe! Só nós três! – disse enfático segurando as mãos da mãe.
_Não acredito! Bem que desconfiei. Meu instinto de mãe nunca me enganou, mas não quis pressionar a pobrezinha. Deve estar sendo tão difícil pra ela...
_Vou ser papai, mãe! Isso é incrível. Ser pai do filho da mulher que mais amo no mundo! Ainda não consigo acreditar...
_Parabéns! Parabéns, Ron! Você merece toda a felicidade desse mundo. – a mãe com os olhos lacrimejados não suporta segurar o choro por muito tempo e abraça o filho. Ela o apertou forte. O sentimento de alegria passava de um para o outro em forma de energia. Só ela sabia quantas vezes desejara ver o filho feliz assim de novo.
_Mamãe, eu preciso ir. Tenho que vê-la, já perdi tempo demais sem dizer que a amo. – tinha pressa em sair dali, encontra-la, tê-la em seus braços e nunca mais perdê-la.
_Vai lá, meu filho. Vai atrás de sua felicidade e seja feliz com sua mulher e seu filho. – a matriarca largou-o e deu um beijo em sua bochecha despedindo-se e torcendo pela felicidade do filho.
Ron agradeceu a mãe, devia tudo à matriarca. Ela que sempre o apoiou. Conhecia seu filho mais do que ele próprio e nunca deixou de desejar a felicidade dele com Hermione.
_Ela acabou de sair daqui, querido. Acredito que se você correr pode pegá-la na estrada. Insisti para que ela aparatasse e fosse direto para casa, mas você conhece Hermione, não é querido? Ah, filho, mais uma coisa, ela disse que passaria na casa de seus pais, é mais prudente que você também vá de carro, não ficaria bem você aparatar na casa dos Grangers à uma hora dessas, Ron. Boa sorte querido! – Molly deu mais um beijo carinhoso na bochecha do filho, que estava agora mais rubro por conta da marca de baton que ficou em sua face. A mãe rapidamente limpou o seu rosto.
Ron levou a mão ao rosto e enxugou as lágrimas que ainda insistiam em rolar de seus olhos. Deu um último beijo à mãe e saiu em direção à porta da sala.
_Não!... Não, não... Ah meu Deus... Não pode ser...
Gina entrava na sala aos prantos e gritando. Seu choro ecoava por toda a sala. Em seus olhos, podia se ver o medo e o desespero. Não sabia o que fazer, estava com os olhos perdidos, e não conseguia parar de chorar, devido ao estado de choque que se encontrava. Seus olhos encontraram os da mãe e só então pode perceber que não estava sozinha na sala. Olhou então para Ron que estava abismado com a feição aterrorizada da irmã.
_Gina, o que aconteceu? – ele perguntou. Gina já não gritava mais, porém tinha uma expressão mais aterrorizante do que antes ao ver Ron.
_Um aci... a Mi... Ah meus Deus não pode ser... – Gina gaguejava tão rápido e não foi possível entender o que tanto a estava aterrorizando. A ruiva voltou a chorar.
_Filha, se acalme! Por Merlin assim não poderemos lhe ajudar! – Molly agora se aproximara de Ginevra e, segurando suas mãos, tentava acalmá-la.
_Gina, você está nos assustando... Por que você está assim?
_O arro... a Mi... acidente... – Gina tentou novamente, mas tornou a gaguejar, entretanto a última palavra suou bem mais clara, acidente... As palavras que antecederam não foram possíveis de entender, mas esta tinha ficado clara. Alguém sofrera um acidente e era isso que perturbara tanto Gina. Rony se sentiu estranho, toda aquela alegria que há poucos instantes sentia em seu peito se foi substituída por um sentimento estranho. Era desespero, medo talvez. Alguém se acidentou, mas quem? Gina estava assustada demais para contar, mas deveria ser alguém muito importante, pois o desespero de Gina era incomum.
De repente, um pensamento lhe veio à cabeça, porém era difícil de acreditar. Não podia ser. Não queria que fosse, mas então porque ela pronunciara “Mi” anteriormente? Ron tinha que tirar a dúvida naquele instante, e quando deu por si já estava agarrado nos braços de Gina sacudindo-os com força.
_Por merlin, Gina! O que está acontecendo?Quem sofreu acidente? Diga-me! – Ron estava com os olhos petrificados, sua expressão era de fúria à irmã que não lhe respondia e deixava-o naquela aflição. Sua voz estava trêmula e seu rosto escarlate por conta do nervosismo.
_Solte-a Ron! – Sua mãe agora gritava protestando contra sua atitude com a irmã. – não percebe que assim só está piorando as coisas?
– Acalme-se Gina, precisamos saber o que aconteceu. – a mãe conjurou um copo de água com açúcar e deu à filha. Esperaram um minuto em silêncio até Gina se recompor, que para Ronald pareceram horas. Ele agora puxou para perto de si uma cadeira e deixou seu corpo cair sobre ela. Estava com as mãos sobre a face esfregando os olhos e balançava, com os pés apoiados no chão, para frente e para trás em movimentos repetitivos. Ele estava nervoso.A idéia da possibilidade de ser Mione a quem Gina se referia fez sua mente trabalhar em flashes. Queria não pensar, mas aquela espera somente o angustiava mais. Estava absorto em pensamentos quando uma voz familiar ecoou.
_Fo... Foi... – Gina respirou fundo, era difícil para ela, porém sabia que teria que dizer. Não havia ninguém ali para falar no lugar dela, e prosseguiu. – Foi um acidente, Ron. – Ela não precisava dizer mais nada.Tudo ficara cada vez mais claro para ele, a cada palavra que saía da boca de Gina, era como uma lança que apunhalava seu coração... – ela estava voltando para casa... – agarrou as mãos dele e tentou passar tranqüilidade, mas era o sentimento de medo que pairava sobre o recinto. – e o carro bateu. Não sei bem o que aconteceu, ela deve estar bem! – Gina precipitou-se ao ver as sombras nos olhos de Rony. Ele estava imóvel agora, parecia petrificado. – ela deve estar bem, ela tem que estar... – Gina queria acreditar naquelas palavras, mas nem mesmo ela sabia ao certo o real estado da amiga. Depois de muito tempo só observando os filhos, Molly respirou fundo e tentou tomar partido da situação. A mãe tentava não transparecer seu medo ,diante dos fatos, aos filhos.
_Como você soube, Gina? – tinha uma voz trêmula, porém firme. Era a matriarca, tinha de passar confiança aos filhos, se mostrar forte, pois sabia que se deixasse a emoção falar mais alto, estaria chorando como eles. E nunca poderiam saber ao certo o que estava acontecendo.
_Uma coruja! Acabei de receber do St. Mungus. Harry tinha acabado de partir quando ela me avisou. No pergaminho só estava escrito que Hermione havia sofrido um acidente de carro e estava internada, não sei de mais nada. – as últimas palavras saíram rápidas e com um gemido que pareceu sufocar o peito. Mas tinha o pesar na voz de ser portadora de tal notícia. Notícia que trazia tanto sofrimento e dor a ela e mais precisamente ao irmão.
Ron levantou-se da cadeira lentamente. Estava trêmulo. Seus membros não respondiam ao seu comando e não pôde ouvir mais nada da sala. A voz de Gina foi se calando e ecoando distante aos poucos. Tudo parecia ter ficado inerte, os pensamentos pareciam ter vida. Sua mente era a única coisa que se movia naquele lugar. Tudo se passava depressa e alternadamente em frente aos seus olhos.Viu-se em Hogwarts com Hermione, os dois amanhecendo juntos, todas as brigas... Ficou pensando quanto tempo tinha perdido longe da mulher que amava por tolices. Sentia que aquele era o fim... não sabia explicar o porquê. Simplesmente sentia. Talvez assim como Hermione também pressentia quando escreveu a carta. Lembrou-se da carta, até então perdida em seus pensamentos. O medo então tomou conta completamente de sua alma e com um estampido alto gemeu de dor. Uma dor aguda demais para descrever lhe possuiu as entranhas e lhe fez se contorcer dobrando o corpo para frente e se apoiando nas paredes. Ronald desceu até o chão onde na posição de feto chorou feito um bebê. Bebê... Isto que o fez agir daquela maneira, que lhe causava tanta dor no peito, o fato de ter se lembrado que iria ser pai. Hermione estava grávida e havia sofrido um acidente. O que aconteceria depois? Não queria pensar, mas o pensamento já havia se formado em sua mente. Já sabia o que aconteceria depois. Não queria que acontecesse, mas viu em sua cabeça que assim seria feito. E chorou mais alto se condenando por pensar tal absurdo...
-------------------------- Fim do Flash Back -------------------------
Abriu os olhos, mas as formas que viu não estavam claras. Uma mistura de cores diluiu na água que ainda saiam de seus olhos. As cores formavam uma aquarela.De repente se deu conta de que estava em seu escritório. Como era possível? Mesmo após onze anos, a dor era tão aguda quanto no instante que aconteceu?
Levou a mão à pequena caixa novamente e pegou outro envelope. Desdobrou-o e leu a primeira linha...
“Atestado de óbito.”
Ron respirou fundo, pretendia ler, mas preferiu se poupar de mais uma dor ao peito. Não saberia o quanto mais agüentaria. Respirou fundo, queria sair dali. Juntou rapidamente as alianças e os envelopes, tanto da carta e do laudo médico e voltou a pôr na caixa. Deu um profundo beijo no porta-retrato que acabara de receber de Harry e juntou-o aos outros pertences.
Ronald levou a caixinha à gaveta novamente. Levantou-se rápido da cadeira, pegando sua capa no canto da sala e sua varinha que estavam sobre a mesa. Com um aceno rápido, girou a varinha e a escuridão tomou conta da sala. Ron caminhou até a porta ainda pensando em suas últimas lembranças, e prosseguiu assim em todo o corredor que levava à saída do Ministério. Tinha sido assim nos últimos onze anos. E pensou sinceramente como seriam os outros dias.
Quando será que poderia pensar em Hermione sem sentir aquela dor que até hoje doía na alma? Ele não sabia a resposta. Amava-a há muito tempo. Ele jamais poderia esquecê-la.
Fim...
*Nox*
NB:*Primeira vez de beta e se achando* Então, eu adorei! Sinceramente! Excelente trama. E confesso que fiquei com lágrimas nos olhos!Hum... tem gente que vai chorar lendo essa fic! ( risos) Eu quase, não chegou a tanto.
Bom, o que eu posso dizer é que amei esta parceria com vcs! E quando quiserem é só chamar que eu vou! Fiquei surpreendida com o potencial dessas duas! E posso dizer que sou uma mãe muito orgulhosa ( e coruja auahuaha) Parabéns, meninas! Essa é só a primeira de muitas! Muita inspiração para vcs e muita maluquice tb! ( Para escrever tem que ser maluco). Obrigada por me considerarem tanto! Eu nem sou grande coisa ( risos)
Amo vcs! A gente se vê nas próximas!
Liz Negrão.
NA: A fic está ai, escrita, revisada e pronta para ser lida. Espero que gostem . Essa foi uma grande parceria com a Mylla, que sonhou estes sonho comigo, e a Liz., nossa mãe, professora, amiga e musa. Obrigada de verdade Meninas, por tornar este sonho realidade. Pessoas especias também colaboraram muito para este sonho ser possivel, incentivando e apoiando sempre. É pra vcs meninas do MSGETV que dedico esta fic. Agradeço também a Liizie Ellétrica, que nos ajudou com o nome da fic. Espero que gostem e chorem muito... rsrsr Não que eu goste do sofrimento alheio, não é isso. kkkk Mas pessoalmente isso vai ser um sinal de que a fic tocou seu sentimento qerido leito, e isso é o que basta. Passar sentimento! Essa é nossa primeira fic, tanto minha quanto da Mylla e preciso da aceitação e opinião de vocês para saber se é a primeira de muitas, então comentem ok!? beijão e obrigada! ^^
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