Laços do Passado



Capítulo 11 - Laços do Passado

 - Nossa! Eu nem tinha lembrado dessa carta. Deixe eu ver de quem é.
 - Você vai ler em voz alta? - perguntou Olívio. 
 - É claro!
  "Laís,
 Gostaria de me desculpar por ter sido tão grosso, só queria que soubesse os meus motivos. Não sei se você sabe, mas fui criado por nossos tios e eles não são muito sociaveis com bruxos. Sempre fui muito sozinho. Só vim a ter amigos aqui em Hogwarts e descobrir que tanho uma irmã foi uma das melhores novidades, significa que não importa onde esteja não estarei mais sozinho. Não sei se você não gosta de mim por eu ser um Grifinório ou por algo que ouviu sobre mim, mas eu gosto de você! E mesmo que não queria falar comigo ou estar perto de mim, você sempre será minha irmãzinha e eu vou te proteger o máximo que puder. Apesar de ter te pressionado muito até agora, vou deixar em suas mãos a decisão de contar ou não o nosso segredo.
 Estes dias fui com o Lupin e com o Sirius à casa em que morávamos com nossos pais, lá eu encontrei, no quarto que pertenceu à eles, um colar que era da nossa mãe desde que entrou em Hogwarts, segundo o que contaram os nossos padrinhos, nosso pai deu à ela de pressente em seu primeiro Natal aqui. Gostaria que você usasse ou pelo menos ficasse com ele.
 P.S.:O colar está dentro do envelope junto com a carta.
                                                                                                                Me desculpe!
                                                                                                                    Beijos, Harry."

  Ao terminar de ler a carta minha voz falhou e eu podia sentir lágrimas em meus olhos. Eu mal conseguia falar quando Olívio estendeu a mão soltando uma pequena corrente em meu colo. Peguei-a, ela era dourada e com meus dedos tremulos percebi que havia um pingente em formato de coração dourado com um "L", formado por rubis, no centro.
 - É lindo! - exclamei num fio de voz.
 - É muito bonito mesmo! - disse Olívio. - E que carta, hein? Ele realmente está muito arrependido, né?
 - Ao que tudo indica está, sim. - falei com a voz ainda muito fraca. - Mas será que foi ele mesmo que escreveu isso? Está mais com cara daquela amiga dele! - completei depois de um tempo com a voz mais firme.
 - Você realmente não conhece ele, não é? - murmurou Olívio, mas eu não respodi imediatamente.
 - Eu não consigo acreditar! - falei depois de um tempo. - Aquele garoto chato e mal educado não pode ter escrito isso! - eu completei alteando a voz.
 - Laís, preste ateção. - disse Olívio segurando minha mão e olhando nos meus olhos. - O Harry é um cara muito legal e ele gosta de você! Será que é tão dificil assim acreditar que ele se arrependeu?! - disse ele com a voz firme, mas com uma expressão gentil no rosto.
 - Tudo bem! É que é dificil me acostumar com tudo isso, poxa! Mas eu vou tentar, prometo! - eu disse enquanto secava algumas lágrimas que escorreram dos meus olhos.
 - Você vai fazer as pazes com ele? - perguntou Olívio esperançoso.
 -Bom... por enquanto eu vou parar de implicar com ele e vou ficar com o colar. Mas... ainda não estou preparada para vê-lo ... ou falar com ele ... eu acho...
 - Se você precisar de ajuda pode contar comigo. - disse ele gentilmente. - Você é minha melhor amiga e eu te adoro!
 - Obrigada, Olí! - ao som do apelido "carinhoso" dado a ele pela sua namorada, mais pra noiva, o Olívio fez uma careta. - Quer dizer, Olívio! - corrigi com um sorriso fraco.
 Ele me abraço e eu me senti muito protegida, pois a nossa amizade era muito forte e verdadeira, desde que eu estou em Hogwarts a mais ou menos dois meses o Olívio sempre esteve ao meu lado e sempre apoiou todas as minhas decisões.
 Porém logo começou a escurecer e ouvimos um trovão ao longe. Ele me soltou e disse:
 - É melhor voltarmos para o castelo ou ficaremos ensopados.
 - Tudo bem. - eu murmurei enquanto ele enxugava minhas lágrimas e juntos, caminhavamos até o castelo de mãos dadas.
 - Eu vou falar com a Mari, por que você não aparece lá mais tarde?
 - Pode deixar. - disse com um sorriso fraco.
 - Você tem a tarde livre hoje?
 - Tenho, mas pretendo ficar longe das masmorras. Alguma sujestão de onde eu possa ficar?
 - Por que você não vai falar com o Lupin? Perguntar sobre seus pais, como eles eram na escola, como eles se conheceram, esse tipo de coisa, sabe?
 - É uma boa idéia, afinal, eu não sei muito sobre eles... Eu queria muito ter conhecido eles.
 - É, eu imagino como você deve se sentir!- ele falou olhando em meus olhos e seus olhos transmitiam uma siceridade ímpar.
 - Até mais , Olí! - falei correndo escada acima dando risada.
 - Eu mato a Mariana! - eu ainda consegui ouvir ele dizer enquanto me distanciava. Eu me aproximei da porta do escritório do profº Lupin, mas antes que eu pudesse bater à porta ela se abriu e um garoto saiu. Nós quase nos batemos, mas ele conseguiu parar a tempo.
 - Desculpe! Eu ... Laís?!
 - Não minha vó! - eu soltei mais por hábito do que por raiva.
 - Licença, Laís! - eu pude perceber, então, que seu rosto tinha traços de lágrimas e isso me assustou um pouco, e mais do que isso, me surpreendeu.
 - Que foi tá estressadinho, cicatriz?
 - Não preocupado... - seu olhar deixava claro que ele falva de mim.
 - Que peninha... Agora se importa? Eu gostaria de passar! - falei passando por ele e entrando pela porta que ainda estava aberta.
 - Ah! Olá, Laís! Que surpresa boa! - disse Lupin com um sorriso.
 - Olá, profº Lupin. Me desculpe entrar assim sem avisar nem nada... - eu disse meio sem graça. - Eu não quero incomodar o senhor...
 - De jeito nenhum, Laís! Mas é claro que você não me encomoda! Eu estou muito feliz por você ter vindo aqui! - disse ele ainda sorrindo. - Só há duas coisas que me entristecem. - disse ele me encarando um pouco triste. - Primeiro: você não precisa me chamar de senhor ou professor quando não estivermos em aula. - ele falou com um meio sorriso.
 - Tudo bem. - eu disse me sentando na cadeira em frente à sua mesa. - Qual é a segunda coisa então, Remo?
 - O jeito que você trata o seu irmão. - eu congelei, e ele ficou sério. - Sabe Laís, nós estivemos conversando e o Harry está se sentindo muito triste. Ele queria ser seu amigo, poder conversar com você, poder proteger a irmãzinha dele, no entanto toda vez que ele te encontra você o ataca! Por que você age assim com ele, Laís? - Eu pensei um pouco enquanto meu padrinho me olhava nos olhos até eu tomar coragem e responder:
 - Eu não sei explicar o porquê... - eu disse sinceramente enquanto lágrimas vinham aos meus ollhos. - eu não queria agir assim, mas toda vez que eu o encontro eu sinto uma raiva e um desprezo por ele que não sei de onde vêm e que eu não consigo controlar!
 - Calma Laís, não precisa chorar. Afinal isso é muito compreensível vindo da namorada de Draco Malfoy. - ao ouvir aquele nome eu não consegui me controlar e mais lágrimas surgiram. Eu senti um intenso ódio por aquela criatura loira ao mesmo tempo em que uma terrível saudade me invadiu. Isso me incomodava muito e eu acho que o meu padrinho percebeu algo. - Me desculpe, Laís! Eu não tive intensão de te magoar! Eu falei alguma coisa errada? Me desculpe! - eu continuei chorando.
 - Tome... - ele me entregou um lenço branco e enquanto eu enxugava as lágrimas comecei a perceber que o Remo realmente gostava de mim. Ele me amava como um pai ama uma filha. E então quando eu já havia me controlado ele interrompeu o silêncio dizendo - Se você quizer me dizer o motivo de sua visita eu ouvirei com o maior prazer. - disse ele tentado desviar o rumo da conversa.
 - Eu... bem... eu queria saber sobre os meus pais. Eu não conheço nada sobre eles. Será que você poderia me contar algo sobre eles é que eu... bem eu estou um pouco curiosa...
 - Mas é claro, Laís! Com muito prazer, afinal, Tiago era o meu melhor amigo e eu também sempre gostei muito da Lílian - disse ele com os olhos perdidos no passado. - O que você gostaria de saber, Laís?
 - Ah... Bem eu... eu gostaria de saber como eles eram na escola... Sabe? Quando eles tinham a nossa idade... Minha e ... do Harry... - Ele sorriu, mas eu acho que não ficou feliz só por causa da pergunta mas também por que eu chamei o Harry... de Harry.
 - Muito bem. - disse ele. - Tiago sempre foi muito popular, pois era bonito e bom em tudo que fazia. Principalmente em Quadribol. Ele era apanhador, sabe? Como o Harry. Ele sempre foi apaixonado pela Lílian, desde que ele a viu pela primeira vez no Expresso de Hogwarts em nosso primeiro ano. Mas ele também era muito bagunceiro. Eu o Tiago, o Sirius e o Pedro nos metemos várias vezes em encrencas e em detenções... Os Marotos! Era assim que nós nos chamavamos. - ele deu uma risada eu sorri. - Agora a Lílian não! Ela era o oposto, toda organizada, estudiosa, e esforçada, era boa em todas as materias, mas em poções ela se superava! - completou ele.
 - É mesmo?! - exclamei surpresa. - Mas a minha mãe... ela também sempre foi apaixonada pelo papai?
 - Bem, não. Sabe, o Tiago sempre quis que ela o notasse de uma forma... diferente se é que você me entende? - eu acenei com a cabeça em sinal positivo. - Bom, só que ele não consiguiu isso tão cedo. A Lílian achava o Tiago muito metido. E eu concordava afinal, era só a ela aparecer que o Tiago bagunçava o cabelo e começava a se exibir com o pomo de ouro! - nesse ponto nós já estavamos rindo juntos.
 - Mas e aí? Quando eles ficaram juntos?
 - No nosso sétimo ano aqui em Hogwarts o Tiago finalmente tomou uma dose de juízo e conseguiu conquistar a Lílian! - ele deu risada. - Eles começaram a sair e alguns anos depois se casaram. Eu fui o padrinho da sua mãe e o Sirius do seu pai. Foi uma linda cerimônia... Quase um ano depois, você e o Harry nasceram e aí... bom você já sabe o resto da história... Foram bons tempos. Eu sinto muito a falta deles - disse ele triste.
 - Eu sei... Eu também sinto, mesmo sabendo deles a tão pouco tempo... Mas você não precisa ficar assim. - eu coloquei a minha mão sobre a dele. - Eu estou aqui com você. - eu sorri um pouco.
 - Eu sei! - ele falou dando a volta na mesa e me abraçou. - Ficamos alguns minutos abraçados. E eu podia sentir o mesmo carinho que ele sentia por mim e o amor paterno que ele tinha por mim. Então ele me soltou e disse:
 - É melhor você ir ou vai perder o jantar...
 - Tá. Obrigada por tudo, Remo. Tchau.
 - Não há de que, Laís. E até amanhã.
   Então eu saí em direção ao Salão Principal, mas não para jantar e sim para chamar alguém para convesar. Meu irmão.

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Marih Malfoy, Nat Potter.

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