Adultos



Ele beija o interior do cotovelo de Remus, onde a pele delicada se estende sobre uma teia de aranha de minúsculas veias. Há suor na curva rugosa de seu braço pesado, largado, e ele lambe o gosto com a ponta de sua língua. Remus observa, meramente acordado, piscando devagar por trás da cascata de cabelos desalinhados pelo sono. Ele se arrepia levemente enquanto Sirius sopra já é de manhã sobre sua pele e sorri uma espécie de despreocupado encantamento. Os dedos de Remus tremem, da ponta até a palma da mão, e se curvam em descanso.

Eles são mais velhos agora, e os ossos de seus quadris se destacam e suas peles estão rasgadas e remendadas em lugares imprevisíveis. Estão atados juntos por mágica e tinta, determinação costurada em suas existências, e nada mais tem gosto de terra-cigarro-garoto, mesmo que seus membros se lembrem de como e a onde pertenciam. É perda-sim-agora que perdura nas profundezas de suas clavículas e poeira-dor-gratidão que desliza sob suas mãos. São cicatrizes que nenhum deles pôde prevenir e comida que nunca chegou à sua mesa e ainda assim – é esperança, em alguma forma desajeitada e adulta.

Enquanto a pulsação desacelera eles derramam seus corpos e enlaçam-se um no outro. Os dedos de Remus se alongam e escrevem fragmentos de um conto de senti sua falta, em casa agora, querido, fique por perto sobre as costas planas de Sirius.

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