Capítulo único
E eu que pensava que não seria feliz. Em meus surtos de rebeldia adolescente era realmente o que eu pensava. Agora eu ria das bobagens que pensava naquela época, coisas que sonhava em fazer. E rio ainda mais ao pensar que contrariei todos os pensamentos meus daquela época. Eu pensava que não deveria ser mais o filhinho de papai. Deveria contrariar tudo o que ele me manda-se fazer. Tudo. Namorei Granger. Virei mau aluno. Perdi meu cargo de monitor. Desonrei a Sonserina. Virei amigo de Lufanos. Não me tornei Comensal. Mudei de lado na guerra. Irônico se comparado ao meu presente. Penso se teria tido a mesma felicidade se segui-se o meu plano de vida daquele tempo. Não. Impossível ser feliz igual eu sou. Nem com todos os galeões do mundo eu seria tão feliz. Depois dos meus 20 anos completados, comecei a enxergar o mundo através das barreiras que eu havia criado. Através da cortina que eu havia posto entre mim e o mundo real. Enxerguei o que eu estava fazendo com a minha vida. Uma grande besteira. E daí se eu fosse o filhinho de papai? E daí se eu orgulha-se Lucius Malfoy? Era a minha vida que estava em jogo. Desfiz tudo. Terminei meu noivado com Granger. Entrei para o Ministério depois de passar em um teste com êxito. Voltei a falar com pose que havia sido um Sonserino. Quebrei minha amizade de tempos com Ana Abbot. Ou melhor, desfiz quase tudo. Não virei Comensal e nem mudei novamente de lado na guerra. Isso eu jamais faria. Simplesmente me fiz de transparente entre os lados e me tornei nulo na guerra. Para seguir meu novo plano de vida, era exatamente isso que deveria fazer. Para alcançar meus objetivos, era somente isso o que deveria fazer. Na realidade não eram meus planos de vida. Eram simplesmente os planos de vida de meu pai, que ele tentava me fazer cumprir desde meus 11 anos. Casar-me com uma sangue-puro e seguir a linhagem dos Malfoy. Corri atrás e recuperei o tempo perdido. Todos os anos perdidos. Todos. Descobri que meu amor havia acabado de sair do mesmo surto que eu havia saído. Havia terminado um noivado com Potter e tinha tido o mesmo pensamento que eu: Jamais voltaria para o lado de Voldemort. No começo, até provar a ela que nada daquilo fazia parte de um plano macabro foi difícil. Ela não acreditava em mim. Não confiava em mim. Com tempo e perseverança consegui a fazer acreditar e juntos críamos um mundo. Um mundo só nosso. Um mundo só para nós. E para um ser que dali a alguns anos, faria eu me sentir o homem mais feliz do mundo. Penso novamente se poderia ter tomado uma decisão mais correta e ser feliz como sou. Novamente repito: Jamais.
E eu que pensava que jamais saberia o que é amar e ser amado. O único amor que já havia conhecido em minha vida era o amor de mãe. E mesmo assim era um amor ridículo. Um amor que ela sentia por mim mais por obrigação do que outra coisa. Mas eu, depois de achar que nunca saberia qual era a sensação de amar, de sentir borboletas no estômago, de caçar com os olhos a pessoa amada, de se sentir um bobo apaixonado, quando já tinha desistido de tudo isso, eu senti. Uma pequena, minúscula, miúda borboleta em meu estomago. E aquela miúda borboleta me fez começar a sentir coisas inexplicáveis até aquele momento. Porque tamanho não é documento. Porque aquela borboleta estava ali o tempo todo. Todo. E eu, somente eu, ainda não havia enxergado ela. Mas agora, eu finalmente havia enxergado. Eu finalmente estava ganhando a chance que havia pedido há tempos. A chance de amar. A gente de ser amado. E hoje, eu posso dizer com toda certeza do mundo. Eu amo. Amo minha vida e meu amor. E sou amado.
- Draco? – Ah, aquela voz. Doce, melodiosa. Chamando-me da porta do quarto e me acordando de meus devaneios.
- Sim, Pansy?
- Uma pessoa quer te dar boa noite. – Ver aquele anjinho passar pela porta, com aquela cara de sono não tem preço. Ninguém nem nada me fariam ser tão feliz como essas duas me fazem ser. Felicidade não se compra. Felicidade se vive.
- Boa noite, papai. – esses olhos tão cinzas quase se fechando são minha perdição.
- Boa noite, Angel. – abraçar aquela coisinha pequena e frágil e pensar que ela é minha, e somente minha menininha é demais para mim. Solta-la é difícil, mas preciso ver aquele cabelo negro, tão diferente do meu e de Pansy, balançando ao sair do meu quarto para ter uma boa noite de sono. Felicidade se vive. E enquanto eu puder, eu vou viver a minha.
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N/A: Bom gente, eu sinceramente não ERA muito fã desse shipper não. Mas a vida muda =P
Tá bem na cara que é minha primeirissíma com eles, então não sei se saiu direito... A gente aprende! ^^
Comentem, ok'z?
Beijos
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