Voldemort no Brasil
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Capitulo I -- Voldemort no Brasil
Em agosto, Hermione recebeu uma visita inesperada. Alias, duas visitas. Suas primas brasileiras, Jéssyka Kristina e Maria Kristina Granger, iriam começar a estudar na Inglaterra. Seu tio, Michel Granger, havia mandado uma carta, afirmando querer que elas travassem novos conhecimentos, novas amizades...
Em uma conversa telefônica, por fim, confessara para o irmão, que não conseguia mais controlá-las, e por isso, as estava mandando para um colégio interno. O senhor Granger logo percebeu o motivo: inseparáveis, as sobrinhas gostavam muito de festas, garotos, e embora demonstrassem adorar os tios e a prima,faziam segredo absoluto sobre a escola aonde iriam, entre muitos risos.
Ambas eram de estatura mediana, com a mesma tatuagem, o símbolo mandarim da amizade, na parte de trás do pescoço.
Maria Kristina possuía os olhos verdes, os cabelos negros, e cacheados, sempre os mantinha em um coque, com algumas mechas encaracoladas soltas. Usava óculos de aros finos, dourados, e argolas com um coração, um trevo e uma cruz pendurados. Preferia que a chamassem de Tina e gostava de ler.
Jessyka Kristina possuía os olhos azuis, os cabelos castanhos, lisos, geralmente presos num rabo de cavalo, e gostava de esportes (especialmente dos radicais). As meninas haviam enchido a casa dos Granger com o seu barulho, especialmente, após as saídas do casal, colocando Cd´s brasileiros, no volume máximo, que fazia Hermione ficar furiosa e as primas estourarem em gargalhadas, quando ela reclamava.
Hermione já não suportava as primas, quando duas semanas antes do início das aulas, ela recebeu uma carta de Rony, convidando-a para uma conversa em uma lanchonete trouxa. Feliz, ela aceitou, e no dia marcado acordou cedo. Suas primas já haviam saído (ou não haviam dormido em casa), então, como já conhecia a fama e comportamento das meninas, saiu de casa, despreocupada e aliviada de não encontrá-las.
Quando chegou lá, logo reconheceu Harry e Rony. Os meninos logo se levantaram, e quando Rony a estava abraçando, ela escutou as risadas inconfundíveis das primas.
Ambas vestiam-se com as roupas da noite anterior, quando haviam saído para dar uma volta. Antes que elas falassem alguma coisa, Hermione disparou:
- Onde foi que as senhoritas dormiram essa noite? Custava usar o telefone para avisar que iriam dormir fora?
Tina com um sorriso, replicou insolente, com um brilho no olhar que fez Hermione ficar vermelha.
- E quem lhe garante que dormimos? A noite estava muito agradável para nos abandonarmos nos braços de Morfeu.
- Mas não eram Pierre e Henry os nomes dos garotos com quem... – Jessy parecia confusa.
- Cala a boca! – Tina sussurrou, mais vermelha que Hermione.
- Vocês duas não têm vergonha na cara? Papai queria ligar para a polícia, mas mamãe não deixou, já que...
- Hermione, se você fizesse o que fizemos a noite inteira, estaria calminha, calminha. – Jessy balançou as mãos, conseguindo irritar Hermione ainda mais.
Tina intrometeu-se.
- Mas isso não é importante. O importante agora é sabermos se você vai nos apresentar ou não o seu namorado? – ergueu a sobrancelha.
- Eu não tenho namorado. – Jessy e Tina olharam-se rindo. E conversando em português:
- Eu te disse que achava que ela era “sapatona”.
- Eu não queria acreditar, mas pelo visto...- as duas riram mais forte.
- O que estão falando? – o fato de falarem dela em outra língua, sem disfarçar, a deixava furiosa.
- Jessy estava me lembrando que... – ergueu as sobrancelhas enquanto cutucava a irmã, que com a maior cara de pau, completou:
- Precisamos comprar os materiais escolares. Ou você se esqueceu que as aulas começam daqui a duas semanas?
- Eu não vejo a hora disso acontecer, já que vou me livrar de vocês.
Tina, rindo, colocou a mão no peito.
- Faço minha as suas palavras... Até mais, priminha. Tchauzinho – falou bem arrastado, acenando para Rony e Harry. – Guris.
Jessy deu uma risadinha, e imitou a irmã. Elas saíram em seguida sem perceber que Hermione agarrou o saleiro para jogá-lo em cima das duas, sendo impedida por Rony, assustado com aquele comportamento.
- Calma Mione! O que quer que essas garotas tenham feito, certamente não é o saleiro que está provocando isso.
Imediatamente Hermione o encarou.
- Quem é você? O que fez com Rony?
Harry riu.
- Ele apenas está tentando agir como uma certa monitora, que nunca deixa nada a abalar.
- Pois depois de duas semanas com essas duas, até o professor Dudemblore iria perder a paciência por qualquer coisa - Hermione sentou-se, enquanto Rony e Harry erguiam as sobrancelhas.
- Elas são tão ruins assim? – Harry parecia não acreditar.
- Piores. Até Fred e Jorge são anjos perto delas – a idéia de Fred e Jorge “anjos” era tão engraçada que Harry e Rony estouraram em gargalhadas. Até Hermione entrou no clima, rindo também.
A partir daí, a conversa começou a ficar leve, enquanto eles matavam as saudades, Hermione percebeu que Harry estava um pouco tenso.
Rony contava o que estava achando do mundo trouxa, já que estava ficando duas semanas com Harry na casa dos Dursley, fato esse muito comemorado por Harry.
Cerca de uma hora depois, Mione levantou-se. Os rapazes, imediatamente fizeram o mesmo.
- Onde você vai? Podemos ir junto? - Rony falou impulsivamente. Rápido demais, pois Mione lançou-lhe um olhar parecido com o que fuzilara as primas.
- Por qual razão vocês querem ir ao banheiro comigo? - ela indagou. - Vão me explicar direitinho, quando eu voltar. E não pensem em sumir.
Quando Mione se afastou, os dois desabaram nas cadeiras.
- Ela vai engolir se inventarmos qualquer coisa?
- Desde quando Hermione é retardada? A melhor saída é contarmos a ela o que sabemos, como sabemos, e não nos preocuparmos mais, por enquanto... - Harry calou-se ao ver uma garota, que usava uma jaqueta jeans e uma minissaia plissada sentar-se na cadeira onde Mione estava. Parecia estar um pouco constrangida, e começou falar, antes que os rapazes a questionassem.
- Desculpem por sentar assim, sem pedir licença, mas é que ambos poderiam me ajudar? - ela fez uma careta. Pedir ajuda não era o seu forte.
- Claro, o que é? - Rony se surpreendeu com a rápida concordância de Harry; Embora a garota fosse bonita, com o corpo bonito, Harry parecia estar sendo outra pessoa. A garota deu um sorriso aliviado.
- Bom, antes de mais nada, obrigada. Meu nome é Heloisa Samantha, e hoje, sem querer, eu peguei o diário do meu irmão... O pior, é que só percebi isso, quando já tinha chegado aqui, e quando aquelas loucas o pegaram e começaram a ler.
- O seu irmão por acaso é fadinha? - Rony recebeu um olhar frio, atravessado, que o fez arrepiar.
- E começaram a tirar sarro da minha cara, já que lá tem o nome de uma garota, rodeado por um coração flechado. E o meu irmão não é fadinha, ele é apenas romântico e atencioso.
- E você quer que nós a ajudemos a pegar o diário de volta?
- Sim e não.
- Sim e não? Desculpe, não deu para entender.
- Bem, elas me fizeram um desafio: se eu conseguisse seu telefone e fizesse mais uma coisa, me devolveriam o diário.
- Estou começando a ter medo disso - Harry brincou.
- Você não precisa ter medo. Ao contrário dele - Heloísa afastou o cabelo negro, que chegava quase na cintura, do rosto. - O desafio é beijá-lo - havia uma certa malícia nos olhos negros, que fez Harry sorrir.
- Bem, Rony, está nas suas mãos - o ruivo olhou para ele, sem entender. Quando Harry recomeçou a falar, percebeu que a garota fazia força para não rir da situação deles. - Se você quiser ajudar essa garota, vai ter que beijá-la, e eu simplesmente vou dar o meu número de telefone.
Rony revirou os olhos.
- Como eu posso ajudar? Beijando uma garota, que embora com um corpo fenomenal não me atrai nem um pouquinho?
Ela mostrou a língua para Rony, que ficou vermelho.
- Depois é o meu irmão que é fadinha! – ela se virou para Harry. – Pelo visto você vai ter que tomar essa decisão.
- Ei, estão falando de mim! – Rony protestou. Heloísa o olhou como se dissesse “retardado!”.
Harry não sabia o que dizer. Amaria pegar no pé de Rony, mas percebeu que não seria uma boa hora para isso. Tossiu, tentando disfarçar a risada, mas não obteve sucesso, recebendo um olhar divertido da garota e um olhar atravessado de Rony.
- Bom, eu não sei o que dizer, então...
- Que tal mandar essa garota ir ver o crepúsculo?
- Retardado ao quadrado. – Heloísa deixou escapar, em um murmúrio. Rony e ela encaram-se, furiosos.
- Como você pretende me obrigar a beijá-la?
- Se eu pudesse, lhe daria um bom soco na cara, alguns chutes e esqueceria da sua existência corpórea. Mas, como não posso... o que você sugere? – ela virou-se para Harry, que balançou os ombros.
- Se conseguir vencer o desafio, eu te ajudo a... – Harry ficou de boca aberta, quando a garota praticamente saltou sobre a mesa, pegou o rosto de Rony e tascou-lhe um beijo, que fez Rony piscar os olhos.
- Ei, isso é...
- Um beijo. – Rony gelou ao escutar a voz de Hermione. A garota a olhou, e saltou no instante seguinte.
- Bem, a minha parte eu já fiz. Pode me dizer o seu nome agora?
- Harry Potter e o meu número é... – a garota tinha um certo olhar abobado que fez Harry se perguntar se a mesma não seria uma bruxa. – escutou o que eu disse?
- Ah, sim. Desculpe. É que quando a minha pele corre perigo, meu instinto de sobrevivência grita por comida... Bom, tchau. Boas aulas! – acenando, ela voltou para a mesa, onde duas garotas estavam rindo. Heloísa parecia estar distraída, e observava com discrição a mesa deles. Hermione parecia outra: mantinha a voz sobre controle, mas tinha um brilho muito perigoso no olhar.
- Ótimo, agora que tal vocês me contarem o que aconteceu?
- Bem, quando você saiu, essa garota, sentou-se e disse que se chama...
- Estava me referindo a Voldemort. Você não tem que me dar nenhuma explicação sobre essa garota. – o fato de Hermione frisar cada uma das palavras, fez Rony gelar. Ela estava muito além de furiosa.
- Vamos para sua casa, que é um lugar mais calmo para conversar. – Harry propôs.
- Não esperem isso com as minhas primas lá. – Hermione resmungou. Os rapazes riram.
Quando estavam saindo da lanchonete, Mione se virou, e deu um passo em falso. Estava quase caindo, quando foi amparada por trás. Havia fechado os olhos com força, esperando o chão bater, ou um dos amigos a amparar. Mas não. Foi segurada por trás.
Abrindo os olhos, viu um par de olhos muito azuis, lhe causando um arrepio, dada a intensidade com que a fitavam. Delicadamente, ele a ajudou a endireitar-se, e quando falou, Mione reconheceu quem era.
- Devia tomar cuidado por onde anda, Hermione. Se os incompetentes dos seus amigos não conseguem nem mesmo lhe ajudar a evitar uma queda, certamente não vão poder ajudá-la quando o Lord quiser eliminar os bruxos nascidos trouxas. – ele mantinha um sorriso debochado para Rony e Harry. Quando a olhou novamente, mantinha uma expressão calma. – Até mais, Hermione.
- Hanson, se encostar um dedo na nossa amiga...
- Potter, Weasley. Dêem licença. Eu tenho que me encontrar com uma pessoa, que esta aí dentro. – ele fechou ligeiramente os olhos. O tom de voz era como se explicasse para uma criança que dois mais dois é igual a quatro. Os Grifinórios fecharam ainda mais a cara.
- Harry e Rony, vocês o escutaram?
- Obrigado Hermione, – Henry Hanson pegou na mão da garota e a beijou. – mas creio que seus amigos, só compreendam as palavras com brutalidade. Palito e Cicatriz dêem o fora. – ele assumiu uma postura arrogante. Henry Hanson era Sonserino, e embora não costumasse entrar nas rixas entre sonserinos e grifinórios, quando entrava em uma delas, geralmente obrigava alguém a ir para a enfermaria.
Os grifinórios saíram da porta, deixando Hanson passar. O clima entre os amigos estava pesado.
Rony ainda observava as ruas com curiosidade. Ao escutar um comentário, sobre semáforos, Hermione deu-lhe um beliscão, que o calou até a casa dela. Mione morava em um bairro afastado do centro de Londres, em uma casa de fachada azul com branco, com dois pisos e grades brancas. Harry deu uma risadinha ao ver a casa, afirmando que ela parecia-se com a casa dos tios.
Após os três entrarem, Mione ofereceu um chá gelado e os três sentaram, na sala. Rony olhava tudo, com fingida curiosidade, e por fim, pediu a Hermione para ver o resto da casa. Quando olharam o quarto da mesma, se surpreenderam com a bagunça existente, especialmente com os apetrechos que Jessy e Tina haviam deixado lá: um skate, o seu par de rollers, e cerca de duas dúzias de livros e CDs, entre roupas espalhadas.
- Essas índias deixam tudo bagunçado. – Mione resmungou
- Essas o quê? – Harry e Rony perguntaram juntos.
- Índias. Nativas do Brasil. Bom, o que queriam me dizer? – ela se sentou em um canto da cama.
- É sobre Voldemort. – Harry entrou no assunto. Já não dava para adiar mais. – Semana passada, ele junto com um grupo de comensais, entraram na Escola de Bruxaria Tupã, que fica numa ilha do Brasil.
- E por que ele fez isso? - Hermione não compreendeu.
- Parece que ele está atrás de um grupo de jovens. E esses vão começas a estudar esse ano em Hogwarts, transferidos da escola do Brasil. Aparentemente, fazem parte de algum plano de Voldemort, para destruir Dumbledore e Harry. – Rony continuou. – Era para eles estarem na escola durante o ataque, mas tinham saído cerca de dois dias antes, sem permissão. Eram 15 alunos.
- E não existe uma lista com os nomes dos alunos?
- Esse é outro problema, Mione. – Harry parecia cansado. Não vinha dormindo bem há duas semanas, entre pesadelos com Sirius e Voldemort e sua cicatriz que não parava de doer. Não era uma dor forte, mas um latejar constante e persistente. – A lista com os nomes foi destruída, e os envolvidos na transferência ou estão mortos ou com a memória tão danificada que estão em uma hospital feito o ST Mungus. Os alunos se recusaram a dar os nomes dos colegas. Mas sabemos de uma coisa: parece que outro tanto de alunos, ia ir para lá.
- Quem?
- Apenas conseguimos descobrir o seu nome e o de Malfoy. – Rony respondeu, de mau humor. Depois que se encontraram com Hanson, o humor de Rony não havia se recuperado.
- O quê? – o choque de Mione não seria tanto se aparecesse um trasgo na sua frente agora. – Eu vou ser transferida para uma escola, em um país onde não tenho a menor idéia de como me comportar... Eu não sei português...
Mione sentou-se. Passou a mão pelos cabelos. Estava perdida.
- E agora?
- E agora? – Harry repetiu. - Você vai para a Toca. o sr Weasley nos deu recomendações para que a levássemos para lá, em segurança. Especialmente porque a Ordem esta nos seguindo, desde que voltei da escola. – não conseguiu esconder um sorriso. – E além do mais, vai ser divertido.
- Eu preciso avisar meus pais. – Mione levantou-se. - E eles só vão voltar à noite.
- Pode usar a Edwiges
- Deixe um recado com as suas primas, se for necessário, Mione, mas não podemos perder tempo. - Rony resmungou. Os três saltaram quando escutaram a porta bater com um estrondo.
- O que foi isso? - Harry puxou a varinha. Proteção nunca era demais.
- Eu não... – escutaram a voz de Tina gritando com Jessy.
– São as minhas primas. Eu vou dizer para elas abaixarem o volume de voz.
Mione saiu decidida a botar ordem, mas quando escutou Tina parou.
- Não devia ter dito a Luciano que vamos estudar aqui na Inglaterra. Ele vai ir correndo contar para você-sabe-quem onde estamos!
- Se eu não contasse, ele iria nos seguir... e a sua idéia idiota de nos levar a uma livraria comum, não é exatamente o despiste comum.
- De certo que não! Luciano sabe que você adora canetas, e essa ridícula que comprou com uma indiazinha e os lápis com desenhos de ocas e índios, e depois quer quebrar a cara de Hermione!
- Mas eu comprei justamente para dar para ela, tchê! – Jessy reclamou. – Pior, é a sua implicância com Chris!
- Eu tenho os meus motivos! – Tina gritou, parecendo mais brava.
- E que malditos motivos são esses? Até o começo desse ano, você suspirava por ele, quando não o tentava matar, estava estudando pelos cantos.
- Quer saber mesmo? Pois bem: Christopher apostou, não consegui escutar o quê, que iria me conquistar, até o fim do ano.
- Então essa aposta ele já ganhou. – Jessy falou calmamente. Hermione escutou alguma coisa ser quebrada. – Hei, não precisa me matar!
- Se tiver juízo, Jessy, vai ficar de boca fechada!
- E se você tiver coragem, vai ir atrás de Chris e vai... hei, fique exatamente aí!- Mione, curiosa, desceu, com Harry e Rony atrás. Ao chegarem, viram Tina correndo atrás de Jessy. Quando esta subiu pelo sofá, a irmã, foi atrás, e continuou a perseguição.
Tina, atirando-se ao chão, conseguiu derrubar Jessy, e esta rindo, batia as mãos no chão.
- Tá legal, eu desisto! – Tina parou de fazer cócegas e ambas suspiraram. – Mas você devia procurá-lo.
- Sem chance. Se eu procurá-lo, vou enfiar um soco na cara dele e um chute no meio...
- Já entendi. – Jessy parou de rir, mas mantinha um sorriso no rosto.
- Onde vocês pensam que estão? – Mione falou. Jessy e Tina erguem-se o suficiente para ver a expressão de fúria reprimida.
Olhando em volta, Jessy respondeu.
- Na sua casa, ora essa. - tinha a expressão mais inocente do mundo.
- Exatamente. Na minha casa. Portanto, podem levantarem-se daí, e começarem a arrumar.
- Escute sargento, será que as pobres soldadas não teriam direito a defesa?- Tina colocou as mãos na cabeça, enquanto fechava os olhos com força. Quando os abriu, Mione continuava com a expressão severa.
- Ah, é claro. Daí as madames vão querer tomar banho...
- Isso não é anti-higiênico, sabia? – Jessy falou, para que Mione a ouvisse. Mione continuou, como se não tivesse escutado.
- E depois ir dormir.
-Precisamos recuperar as nossas forças, já que a noite foi agitada. – Tina sorriu
- Lógico que podem fazer isso... – Jessy e Tina se olharam, rindo quando Mione completou - depois de arrumarem as bagunças que fizeram aqui e no meu quarto!
- Tá, mas tem uma condição básica, que você não cumpriu até agora. – Tina sentou-se com a máxima dignidade que encontrou, já que a saia que usava, havia subido, revelando boa parte das coxas. – Você não apresentou os seus “amigos”. – Tina ergueu a sobrancelha,enquanto mirava Harry.
Percebeu a cicatriz na testa. Uma Maldição Imperdoável havia sido aplicada nele. Congelou por dentro, ao imaginar qual delas seria, se a Imperius, ou a Cruciatus.
- Eu posso apresentá-los... depois! – pegou Harry e Rony pelos braços e os levou para a cozinha. Resmungando, Jessy levantou.
- Ninguém merece! E ainda por cima... hei, rainha da Inglaterra, será que da para me ajudar? – jogou uma almofada na irmã.
- Percebeu a cicatriz do moreno?- perguntou olhando para a porta da cozinha.
- Percebi. É um raio, o que prova que ele provavelmente foi atingido pela maldição Cruciatus.
- Um trouxa sendo atingido pela...
- Escuta, será que nesse seu cérebro de computador não entram certas informações básicas, tipo: há vários anos aqui, nessa ilha, havia um bruxo, conhecido como “Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado” e que tinha diversos seguidores, que se denominavam Comensais da Morte. Eles matavam e torturavam bruxos e trouxas... Entrou o cartão? - bateu com o punho fechado na própria testa.
- Eu não me esqueci, está bem? Só o que me surpreendeu foi que um amigo de Hermione tenha sido tortura...
- Aham – Jessy tossiu, quando Mione saiu. Olhando para Tina, ela percebeu a expressão pensativa da prima.
- O que foi? – Hermione ficou curiosa.
- Nada de contas... – Tina respondeu. Hermione as olhou por um instante e então subiu novamente. As brasileiras começaram a arrumar rapidamente a bagunça que haviam feito: algumas cadeiras fora do lugar, as almofadas no chão, e guardar os cacos do vaso que Tina jogara em Jessy.
- Oh, rainha, pega aí, vai.. – disse Jessy, no momento em que jogava uma almofada na irmã. Com expressão risonha, Jessy prestava atenção na escada. Quando percebeu que Mione estava descendo, deu uma piscadinha para a irmã.
- Tina... – ela arrastou bastante o nome da irmã. – tu viu aqueles dois pecados? – Mione parou no meio da escada - Aquele moreno de olhos verdes? – Jessy suspirou.
- E o ruivo com olhos de chocolate? E aquelas sardas? – Tina imitou a irmã. - Eu me divertiria beijando uma a uma...
- E o moreno? Viu o tamanho das mãos dele?
- E o que a mão tem a ver com...
- Quanto maior for o tamanho da mão, maior vai ser o tamanho do... – Tina virou o rosto para o lado, sufocando uma risada. Quando percebeu que os garotos que acompanhavam a prima, estavam na sala, as observando sem ação. O ruivo, totalmente vermelho, não conseguiu distinguir o que era cabelo ou pele do rosto. O moreno, à medida que Jessy ia falando, ficava na mesma situação. – pé!
Tina estourou na gargalhada, ainda mais pelas expressões constrangidas nos rostos dos adolescentes. Mione desceu as escadas, lançando um olhar para as primas que as fez rir mais ainda. Praticamente jogou os amigos dentro da cozinha, e as irmãs subiram para o quarto. Quando viram a bagunça que tinham feito, Tina praticamente correu para o banheiro, se trancando.
- Eu tomo banho primeiro! – gritou, quando tinha a porta fechada.
- Ninguém merece...- enquanto esperava, Jessy começou a arrumar o quarto. Tina saiu do banheiro, observando o quarto com atenção.
- Achei que ia esperar para que eu te ajudasse... – começou a tirar os grampos do cabelos.
- Resolvi fazer alguma coisa de útil até que saísse.... .... Eta banhinho demorado!
- Fazer o quê? Precisava relaxar, depois de uma noite como a de ontem... - elas se encararam e riram de novo.
- Mas foi divertido, não foi? Acho que a Tiazinha vai se matar, antes de querer ir atrás de nós, novamente.
- Nós? Escuta cara-pálida, não sei o que fez para ela, mas acho melhor abrir o bico rapidinho.
- Jessy, estamos juntas quase que 24 horas por dia, nos últimos 5 anos. O que eu poderia ter feito para ela? E eu juro, na frente de mamãe, se for preciso, que não sei o que aquela maluca queria comigo... e passo com louvor.
- Bem, se está disposta a passar pelo detector de mentiras Ana Granger, é porque é verdade. –Jessy ficou pensativa por um instante. - Tina, acho que vou tomar o meu banho. Não arrume confusões enquanto isso, está bem? – riu quando Tina bateu continência, e murmurou um “maluca” enquanto entrava no banheiro. Tina já dormia, na sua camisola longa rosa bebê, quando ela voltou, o seu ronco dando provas disso.
Jessy vestiu a camiseta preta que usava para dormir, com a frase estampada: “Só gatinhas podem me usar” em pink. Deitou e logo adormeceu. As duas não perceberam Mione entrando no quarto, nem tirando as suas coisas, para ficar duas semanas na casa de Rony.
Ela estava ansiosa para que as aulas começassem. Mal sabia ela, que esse era o pensamento das três garotas Granger.
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