Capitulo II
Quando papai colocou a mão na maçaneta da porta e a abriu, prendi minha respiração e tranquei meu maxilar. Nunca em toda minha vida tinha ficado tão nervosa. Dentro da casa havia tanta gente que quando viram a porta se abrindo, pararam de fazer o que estavam fazendo e direcionaram seus olhares para minha direção, em um silencio quase que assombroso no qual todos me olhavam. Alguns rostos conhecidos, como Minerva, que já havia visto uma vez, e sempre nos falávamos por telefone, outros que não fazia idéia de onde surgiu.
- É assim que vocês nos recebem? É bom saber que todos sentiram nossa falta! – Papai disse quebrando todo aquele silencio, num breve momento como se todos despertassem de um sono. Minerva veio andando em minha direção.
- Minha pequena! Que bom finalmente revê-la depois de tanto tempo! Como você esta?
- Estou bem obrigado! É muito bom pode revê-la também vovó – Quando ela ouviu vovó não conteve o enorme sorriso que surgiu em seus lábios
- Vocês devem estar tão cansados... Sirius: ajude Harry a levar as malas pra o quarto da Mione! Venha querida quero que você conheça todos. – Não queria mesmo sair de perto de James, mais ela me arrancou dos braços do meu pai. Olhei para ele com olhos de quem pedia ajuda, mas papai apenas me deu um sorriso de que tudo ficaria bem. - Hermione minha filha, essas aqui são suas novas amigas: Gina e Luna – Antes mesmo de Minerva pronunciar o nome de Luna, ela veio em minha direção me dando um abraço forte, como se fossemos amigas há muito tempo e não nos víssemos há anos. Fiquei sem reação, mas me senti tão bem com aquele abraço, de alguém que estava feliz em me ver, que retribui com a mesma intensidade.
- É tão bom conhecê-la Mione! Estava tão ansiosa... Seja bem vinda! Eu sou Luna Lovegood, moro a apenas três quadras da sua, então sempre que você precisar pode me chamar. Essa aqui é minha amiga Gina – Disse apontando na direção de uma garota ruiva!
- Olá Mi! Não se espante com a Luna, ela é assim mesmo: sempre atirada! – Comentou rindo e fazendo com que o primeiro sorriso brotasse dos meus lábios desde que entrei pela porta. – Sou Gina Wesley, moro aqui perto também, e é muito bom recebê-la. Daremos-nos muito bem, poderemos sair pra fazer compras, ir ao clube, e gastar, gastar e gastar. – Todos riram.
- Fala da Luna, mais você é igual a ela Gina! – Disse um rapaz que saia de traz dela, loiro, alto e muito bonito. Ele sorria, estendendo a mão e me dando às boas vindas – Bem vinda! É um prazer conhecê-la. Sou Draco Malfoy, amigo do Harry e namorado dessa ruiva louca!
- Obrigada!
- Amigo meu? – Comentou Harry largado no sofá, com os pés em cima da mesinha de centro da sala. – Jamais andaria com um cara como você Malfoy! Mas me diga: o que esta fazendo por aqui? Rony me disse que você estava na África no meio dos leões, até pensei que você já tinha virado almoço lá! – Disse rindo e fazendo com que todos os presentes gargalhassem.
- Harry! É como eu digo: se cunhado fosse bom, não começava com c...
- Draco Malfoy! Olha só o que você vai falar. Desculpe-os Mione, eles são um bando de desbocados. – Gina falou olhando com uma cara bem fechada para Draco, fazendo com que o mesmo sentasse no sofá ao lado de Harry, ficando quieto. – Por falar no meu irmão, cadê o Rony?
- Estou aqui gente. – Quando vi que um rapaz ruivo saia da cozinha com a boca cheia de comida e toda suja, não tive duvidas que esse fosse Rony Wesley! Papai sempre comentou o quanto ele era um tanto que comilão. – Prazer, sou Rony Wesley. – Estendeu sua mão para mim. Olhando bem pra ela, sorri:
- Olá Rony!
- Rony, pelo amor de Deus meu amor... Antes de chegarmos aqui, você tinha comido na sua casa. Parece que tem um buraco no estomago querido... Venha, vamos ali dentro lavar essa boca – Disse Luna, arrastando Rony pela orelha como se fosse uma criança de cinco anos. Não agüentei e sorri. Com certeza eles não eram normais.
Passamos um bom tempo conversando: eu, Luna e Gina. Elas falavam sobre como seria o Colégio, que com toda certeza ficaríamos na mesma sala, por que papai já tinha tomado conta de todos os detalhes. Falavam sobre os gatinhos do colégio, sempre bem baixo, para que os seus respectivos namorados não as escutassem. Os melhores lugares para sair, os programas que só as garotas faziam quando os meninos tinham treino, e até combinamos que amanhã no domingo depois do almoço, quando tivesse descansada da viagem, sairíamos para o shopping.
Olhando para o lado percebi que Minerva, Tonks e Katy, mãe de Luna, conversavam sobre algo bem animado. Não demorou muito para que os pais de Rony e Gina chegassem, Janeth e Derick Wesley, que se uniram a rodinha dos adultos e ficaram por ali um bom tempo jogando conversa fora. Pude perceber que quando papai descia da escada, seu rosto estava tão abatido e inchado como se tivesse acabado de chorar.
- Meninas, vou ali ao meu pai e já volto! Rapidinho. – Devagar cheguei por trás do meu pai que tinha se sentado em uma cadeira perto da janela.
- Papai! O Senhor esta bem? – Perguntei passando a mão pelo seu rosto e o abraçando pelas costas.
- Estou sim querida. Um pouco cansado, mas muito bem. Graças a Deus amanhã é domingo e não é preciso ir à empresa, quero dormir até tarde como há muito tempo não faço – Respondeu rindo e segurando meus braços.
- Como estava dizendo Harry meu amigo, se cunhado fosse bom, não começava com cu. – Disse, dando um tapa na cabeça de Rony – Podia ter levado você, querido cunhado, e deixá-lo por lá mesmo. Mas você tem muita sorte, pois não quero ouvir pelo resto da minha vida Luna e Gina falando na minha cabeça.
- Chegou que horas Draco, que nem vem mais visitar seus amigos?
- Cheguei ontem 11 horas da noite, e vamos dizer que vim fugido de lá, por que se dependesse dos meus pais, ficaria por lá cuidando nos negócios por mais uma semana. Gina foi me buscar no aeroporto e depois você sabe, não vou deixar minha garota de lado pra ficar com vocês. E pelo o que estou vendo agora, você vai andar um pouco mais ocupado do que era – Riu ao ver que a olhava. E lá estava ela, conversando e sorrindo com meu pai, fazendo com que covinhas surgissem no seu rosto.
- Não tem nada haver! Minha vida continua a mesma, não tenho tempo pra cuidar de “irmã” mais nova. Mas então, o que temos amanha? Conseguiram marcar um jogo no campo?
- Conseguimos! - Disse Rony – E o melhor ainda é que é contra o time do Chad Michael: podemos dar uma boa surra naquele timinho dele. Está marcado para as 3 da tarde, e como eu e Draco estamos largados amanha, ainda temos tempo de arrumar uma briguinha com eles depois do jogo. – Rony sempre foi conhecido por nunca conversar muito, e sim por brigar e arrumar confusão em jogos.
- Gostei da idéia! O Michael anda precisando de uma boa surra pra fechar aquela boca grande. Mas como assim largados? Em pleno domingo? Logo vocês que mal esperam o juiz apitar o final de jogo pra ir embora. - Disse Harry sorrindo
- Você sabe como são as mulheres, amanha é dia de shopping, a morena ali mal chegou e já conseguiu tirar meu dia de domingo com minha princesa. – Falou Rony com cara de menino sem dono.
- Como assim? Elas vão para o shopping sozinhas? – Começou Harry – Quero dizer: a Hermione mal chegou e ainda não sabe andar muito bem pela cidade. E depois ela deve esta cansada, acho que não é uma boa idéia.
- Calmo capitão! As meninas vão com ela, não se preocupe. Ela volta inteirinha pra você, ou não! – Draco comentou gargalhando da cara de Harry.
- O que é tão engraçado? – Disse Gina empurrando Rony e sentando-se ao lado do namorado.
- Nada pequena! Acho já esta na hora de irmos embora... Já está escurecendo e pela cara da gatinha ali, que ta quase dormindo no colo do papai, o pessoal está bem cansado. – Disse Draco de levantando e despedindo do pessoal.
O dia havia passado rapidamente, e antes mesmo que eu percebesse, já era noite e todos já tinham ido embora. Não foi tão ruim como eu pensava que seria: adorei conhecer todos, e tive a certeza de que daria muito certo com as meninas. Quando papai levou-me para meu quarto, não acreditei quando vi: era tão grande e tão bonito. Era uma mistura de lilás com branco e um pouco de rosa. Sorri comigo mesma, e imaginei o trabalho que Minerva teve para arrumar isso tudo. Conforme ia entrando, fui observando cada mínimo detalhe: fotos minhas com minha mãe, fotos do papai com minha mãe, nossas, e um grande espelho ao lado da penteadeira, uma enorme cama de casal no centro com puffs do lado e um tapete à frente. Um closet que jamais tinha visto pessoalmente, só em filmes. Quando abri, não acreditei no espaço que tinha e no tanto de roupa que papai já tinha comprado. Nem sei como colocaria as minhas coisas ali dentro, e não parava por ai: tinha um banheiro só pra mim, sem ter que dividir como os homens da casa. Com certeza ele tinha pensando em tudo.
- Não acredito papai! É lindo. Nossa: é perfeito, eu adorei demais – Disse dando pulinhos e gritos.
- Que bom... Tem mais algumas coisas que já providencie pra você, sua matricula esta feita e no seu armário já tem seus uniformes... Seus materiais principais estão em sua escrivaninha e o restante deixei por sua conta, pra que escolha ao seu gosto. Bem, já que amanha você já tem um programa marcado com as meninas, eu fiz uma coisa pra você. - Disse tirando algo do bolso da calça. – Esse cartão é seu, use-o para o que você precisar, é seu, e não se importe com o valor do que tiver que comprar.
- Hó papai! Não preciso, não mesmo. Nem gasto muito, e quando eu precisar te falo. – Disse empurrando a mão dele de volta.
- É por isso mesmo: se você precisar e eu não estiver por perto, você já tem o seu. Não aceito que você recuse, é um presente, e é seu. – Disse colocando na minha mão. – Há! E tem uma coisa a mais que espero que use: comprei um celular pra você, não me agrada que não tenha um. Se acaso precisar falar com você, terei como te achar. – Completou entregando uma caixinha na minha mão.
- Eu nem sei como agradecer! O senhor pensou em todos os detalhes, e tem feito de tudo por mim, você é o pai que eu nunca tive, e jamais quero te perder. – Disse em meio às lagrimas. Papai passou as mãos no meu cabelo e me abraçou.
- Não tem do que me agradecer pequena, sua mãe me deu o maior presente que poderia ter ganhado: faz-me feliz ver-te feliz, e jamais me perderá, por que agora estaremos juntos pra sempre. – declarou me soltando do abraço logo em seguida. - Agora enxugue essas lagrimas e vá tomar um banho pra descansar. Esta tarde e eu já vou dormir princesa, boa noite. Qualquer coisa que precisar, lembre-se que a casa é sua agora, então não me acorde no meio da noite pra pegar água pra você. – Disse rindo, me dando um beijo no rosto e deixando o quarto.
Não sei quanto tempo fiquei no banho, parece que toda água que caia no meu corpo levaria todas minhas tristezas e me lavaria internamente, só sei que quando sai me sentia leve e preparada para qualquer coisa que aparecesse naquele momento. Com a toalha no corpo, sentei na cama e penteie meus cabelos molhados, enxugando-os com outra. Levantei-me e fui ao armário escolher um pijama qualquer para dormir. Não que eu estivesse com sono naquele momento, mas estava com vontade de comer algo, já que conversei tanto desde que cheguei, que nem tive tempo de colocar algo na boca. Peguei o primeiro sapato que vi pela frente. Desci as escadas com a maior cautela, para que não acordasse ninguém. Estava tarde, o relógio marcava 11 horas da noite e com certeza todos estariam dormindo. Cheguei à cozinha e abri a geladeira na procura de algo pra comer. Preparei algo rápido e fácil de fazer e subi para o meu quarto, não gostava de ficar sozinha, muito menos a noite, resolvi que comeria no meu quarto mesmo já que por lá eu ficaria mesmo, pois o sono começava a tomar conta.
Quando acordei, o sol já entrava pela janela do meu quarto. Como a noite fazia muito calor, deixei minha janela aberta e a brisa que soprava pela manha entrava pelo meu quarto, balançando as cortinas do lugar Abri meus olhos bem devagar, acostumando com a claridade e com uma preguiça de levantar que jamais tive. Dormi tão bem, que pensei que era tarde. Quando olhei para o relógio, ainda marcavam 8 horas da manha. Devagar, sentei na cama e fiquei me olhando no espelho, pensando em tudo que tinha acontecido no dia anterior.
Levantei-me e fui ao banheiro, escovei meus dentes, tomei um banho bem demorado, como sempre gostei e aproveitei para relaxar um pouco na banheira. Quando sai do banheiro, olhei pela janela do meu quarto e vi que o dia estava belo, o sol brilhava, resolvi que tomaria meu café da manha e sairia pra andar pela rua, e quem sabe ir à casa de Luna para visitá-la. Vesti uma bermuda branca e uma blusinha que caia nos ombros, com um cinto na cintura, coloquei uma sandália rasteira e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto com brincos de argola, peguei meu celular caso papai precisasse me encontrar e desci as escadas.
Chegando à cozinha, vi uma senhora muito simpática preparando o café da manha. Com certeza deveria ser Maria: papai sempre me falava muito dela, e ela estavam com eles há muitos anos, desde quando ele era pequeno. Quando ela viu que eu entrava disse:
- Bom Dia menina Hermione! Como a senhorita esta?
- Bom Dia Maria! Estou bem e você?
- Muito bem! Vejo que você gosta de acordar cedo como seu pai, com exceção de hoje que até agora o senhor James não acordou. – Disse ela olhando para o relógio. - Ele deve estar bem cansado mesmo, mas se sente, preparei seu café da manha! Harry já é bem diferente, ele e sua cama têm um caso antigo, não se largam por nada. – Disse rindo.
- Obrigado! – Respondi, sentando e tomando um suco. - Pois é, pensei em fazer o café pro papai e levar para o quarto dele, mas não quero acordá-lo. Acho que vou dar uma voltinha por aqui mesmo, você acha que tem problema Maria?
- De maneira alguma menina! Aqui é muito tranqüilo, e o dia hoje esta lindo, seria até um pecado ficar em casa com um sol desses. Seria uma ótima idéia também um clube hoje você não acha?
- É verdade! Então tudo bem, eu vou indo, acho que vou dar uma passada na casa da Luna, ela me explicou mais ou menos onde é, acho que não me perco daqui até o próximo quarteirão. – Disse rindo.
- Qualquer coisa se seu pai acordar eu o aviso que você saiu, se ele precisar, liga no seu celular.
- Obrigado Maria! Não demoro muito.
Quando coloquei meus pés na calçada, um vento calmo soprava e pude perceber que não era só que estava com vontade de aproveitar o dia. Vi que varias pessoas aproveitam o domingo para se reunirem, as crianças que corriam e brincavam pela rua, alguns cumprimentavam, outros apenas olhavam com olhos curiosos para a nova moradora da rua.
Avistei a frente uma casa com todos os detalhes que Luna havia me descrito, deveria ser mesmo a residência dela. Toquei a campainha e esperei que alguém atendesse.
- Mione! Nossa: que bom vê-la aqui em casa. Vem, entre. – Luna me puxou para dentro de sua casa. Ela parecia ser sempre assim, agia antes mesmo de falar.
- Bom Dia! Fiquei com receio de aparecer por aqui, pensei que estivesse dormindo.
- Que nada amiga! Foi ótimo você aparecer por aqui. Venha, vamos pro meu quarto para conversamos melhor. – declarou, puxando-me para um corredor. - Meus pais não estão em casa, resolveram passar o domingo na casa dos meus avós.
- E o Rony, ainda não apareceu por aqui? Vim bem rápido, antes que ele me mande embora aos berros, já vou roubar a namorada dele pela tarde, se roubar um pouco pela manha ele não ira gostar nada. – Comentei rindo ao pensar na cara do Rony.
- Não, ainda não apareceu. Com toda certeza deve estar dormindo, como todos os meninos, são tão preguiçosos. Mais ele tem que se acostumar amiga, agora que você chegou vai ser bem melhor. Eu e Gina nos distanciamos um pouco, e tem um bom tempo que não saímos como vamos fazer hoje à tarde. Será bem legal, agora olha bem pra minha cara e me responde se ele esta achando ruim me deixar pra jogar bola e ainda ter o prazer de procurar briga com Chad Michael. – Respondeu rindo, enquanto sentávamos na cama dela.
- Quem é Chad Michael? – perguntei curiosa.
- Há! Bem, infelizmente ele estudara com a gente, e na mesma sala. Ninguém o suporta! É tão mesquinho e metido, desde que entrou no colégio no ano passado, ele e os meninos não convivem bem... Principalmente Harry por ser o capitão do time. Faz de tudo para implicar, mais não se pode negar que ele é lindo de morrer Mi! - Luna comentou rindo.
- Uhn! Deixa só o Rony ouvir você falando isso dona Luna.
- Foi só um comentário amiga! Algo irrelevante – Disse rindo. - Olha isso aqui Mi. - Retirou um álbum de fotos e desenhos. - Todos esses desenhos são da nova coleção da mamãe, sempre quando tenho um tempinho crio alguma coisa. - Falou me mostrando todos seus desenhos de roupas, modelos e invenções que ela estava fazendo. E não ficava por ai, seu guarda roupa tinha todo tipo de roupa, cores diferentes e misturas que até hoje não havia visto alguém usar. Poderia até dizer que era todo maluco, mais ficavam perfeitas nela. - Essas são as fotos do desfiles que teve no ultimo evento, você acredita que sou eu mesma que escolho as meninas? - Comentou toda animada vendo me mostrando as fotos. - Essa você não vai acreditar! Olha aqui a Gina, ela desfilou também, agora imagina se ela não achou bom ser o centro das atenções? As outras garotas ficaram super nervosas por que ela nem é modelo e entrou mais que todo mundo, ela não tem jeito mesmo.
- Serio Luna? Não acredito... É ela mesma?
- Não to te falando amiga! Agora é de praxe, se ela não for convidada pra desfilar em todos, acho que perco minha amiga. - Respondeu rindo. - Eu pelo menos economizo com isso, às vezes, comprar sempre é bom, mas como minha mãe desenha e tem sua própria equipe pra costurar em suas lojas, não tenho que ter dor de cabeça com falta de roupa.
- Isso é ótimo! Toda mulher deveria ter uma mãe assim. - Comentei rindo – Nossa Luna! Você guarda tudo mesmo, tem muitas fotos.
- Adoro ter recordações de tudo, dos desfiles e das viagens, passeios e festas da galera. - Ficamos ali conversando por um bom tempo, que nem vi o tempo passar, pois era tão sempre bom conversar com ela, era aquele tipo de pessoa que não havia dia ruim, sempre otimista e atenciosa. Ela fazia questão de me contar tudo sobre meu novo circulo de amizades
- O tempo passou tão rápido que nem ao menos percebi, acho que já vou embora, daqui a pouco seu bem deve chegar e vai me expulsar daqui. – Disse rindo e me levantando. – Ficamos combinadas assim, nos encontraremos no shopping.
- Sim, vamos no encontrar lá! – Descemos as escadas e ela abriu a porta pra mim. – Tchau amiga, até mais tarde.
- Tchau Luna!
Já era quase 1 hora da tarde, me aprecei, por que com certeza todos já tinham acordado, quando cheguei a casa, papai estava sentado na mesa da sala lendo um jornal e Harry na frente da televisão assistindo futebol.
- Bom Dia minha pequena! Estava passeando por ai?
-Boa tarde papai! – Disse sorrindo e depositando um beijo em seu rosto e sentando ao seu lado. – Fui à casa da Luna, conversamos tanto que perdi o tempo. Dormiu bem?
- Dormi sim, acordei quase 11 horas, quer dizer Maria me acordou pensando que estava desmaiado na cama.
- Uhn! Senhor Potter anda muito cansado, esta ficando velho papai? E nós ainda nem começamos direito nossas saídas. O Senhor deveria andar mais, não acha que esta muito sedentário? Nunca mais saímos para caminhar como fazíamos lá em casa, acha que esqueci?
- Sua malandrinha, deixa só você. Espero só até eu me recompor essa semana. Ai vamos ver quem vai ficar cansado... - Disse bagunçando meu cabelo
- Bem! Eu vou subir pra me trocar, por que daqui a pouco vou sair com as meninas.
- Não demore! O Almoço está quase pronto.
- Ok! Boa tarde pra você também Harry. - Ri de lado enquanto subia as escadas.
- Boa tarde! - Respondeu sem tirar os olhos da TV.
Desci do carro quase pulando. Estava atrasada e com certeza, as meninas deviam estar pensando que devia ter dado pra trás com nosso compromisso. De longe, as avistei.
- Gina! Luna! Oi meninas – Chamei alcançando-as, já que estavam paradas em frente a uma loja de roupas.
- Mi! Que demora. - Gina enlaçou seu braço. - Pensei que no nosso primeiro dia de saída, você já nos daria um bolo.
- Desculpe, mas é que Harry passou pra pegar seu cunhadinho, antes de me trazer até aqui! Ele é uma figura e tanto em! - Comentei rindo da cena que ele tinha feito no carro.
- Cuidado amiga! Se você der muita corda, Jack não sairá do seu pé. Quase pensei que Gina o namoraria ao invés do Draco. - Luna disse gargalhando. - A miniatura Malfoy é um grande talento na arte de galantear.
- Hó! Mais ele é muito fofo gente, e alem do mais, eu não parei de rir desde que saímos da casa dele até chegar aqui. Convenhamos mesmo, é uma miniatura de gente.
- Ainda bem que o Harry foi buscar ele meninas. - começou Gina mordendo o lábio inferior. - Ele ligou tanto pro Draco, mais vocês sabem não é, estávamos bastante ocupados, então, vimos um pouco tarde.
- Não precisa se explicar Gina, já me acostumei. E Hermione vai se acostumar também, não é amiga. - Luna estava ao meu lado, dizendo algo que não estava entendendo muito. - Mi, não conte muito com a Gina quando ela estiver com o Draco, vamos dizer que, ela o suga literalmente.
- Não acredito! - Cometei rindo totalmente corada.
- Acredite amiga! É mais ou menos assim: você aprende, gosta, e depois vicia. - Gina disse gargalhando da minha cara de vergonha. - Mas não se preocupe, você ainda vai saber como é.
- GINA! - Exclamei alarmada, dando um tapinha no seu braço.
- Gina, não a assuste logo no começo. Hermione pode pensar que você é uma tarada. - Luna disse quase sussurrando no meu ouvido.
- Vocês duas tem namorados, é diferente. - Comentei quase em um sussurro.
- Ok amiga! Vamos olhar as lojas, mas comprar também! - Enquanto andávamos, paramos pra olhar roupas de todos os modelos: vestido no qual eu adorava, dos mais diversos modelos. Comprei alguns em qual eu me apaixonei, experimentamos tudo que podíamos, rimos com os modelos que Luna comprava.
Mas alguma coisa na Gina estava errada. Ela estava tanto querendo falar algo, que às vezes abria a boca, fechava, pensava e depois desistia. Resolvi deixa quieto, com certeza ele iria perguntar algo que me deixaria morrendo de vergonha. Entramos em uma loja de biquínis, íamos escolher alguns, já que o verão estava muito quente, e no final de semana que vem Gina disse que iríamos ao clube, como ela diz, não podemos chegar à escola, brancas feito umas lagartixas. Enquanto olhávamos, a ruiva declarou:
- Serio Mi! Você nunca, tipo, você sabe né, com um garoto... - Gina disse em um sussurro ao meu lado, algo que não passou despercebido por Luna que rapidamente se aproximou da gente.
- Eu sabia! Você estava calada demais pro meu gosto não é Gina. - Sussurrei olhando-a. - E não! Eu nunca, aquilo, isso que você quer dizer. - Terminei com a mão no rosto, tentando tapar a vergonha que eu sentia.
- Que lindo amiga! - Me espantei, Luna disse dando pulinhos. Não a entendi, sem duvida Luna não era normal. - Você esta se guardando pra quem você ama.
- Ai Meu Deus! - Exclamei me virando e fingindo que olhava os biquínis. - Vocês duas podem para com isso, por favor!
- Há Mi! Somos amigas não somos? E até parece que a gente se conhece há anos, conversas assim, a gente sempre tem, ou melhor, temos umas conversas mais precisas, se é que você me entende. - Gina disse cutucando Luna e explodindo em gargalhadas. - Mas tudo bem, a gente não vai falar esse tipo de coisa, assim, não tão frequentemente, ou tão preciso, mas só até que você saiba como é.
- Gina! Você não tem jeito mesmo, não adianta pedir pra você parar não é?! Tudo bem, já que vocês começaram, pode mandar todo o questionário de perguntas sobre minha vida afetiva.
- Ok! Você que pediu amiga, mais vamos, experimente esse aqui, é lindo, combina muito com seu tom de pele, vai ficar perfeito pra irmos ao clube no sábado que vem.- Luna disse me empurrando pra dentro do provador, enquanto jogava mais um monte de pares de biquínis. - Esse aqui também ta perfeito, e tem mais esse, não, eu quero esse aqui primeiro, vamos Mi.
- Luna! Um de cada vez... Vou experimentar todos, pode ser? - Respondi rindo. - Que tal esse? - Sai do vestuário com um biquíni verde tomara que caia, de amarrar.
- COMO ASSIM? - Gina gritou me assustando, peguei uma saída de banho e enrolei no meu corpo. - COMO UM HOMEM ATÉ HOJE NÃO TENTOU PASSAR A MÃO NESSE CORPO TODO MENINA? - Pronto, agora ela havia acabado de me rachar a cara de vergonha, todas as vendedoras olhavam pra mim. Girei meu corpo e entrei dentro do vestuário.
- Agora você ta ferrada, sua desbocada! - Luna rindo disse olhando bem pra cara da Gina. - Mi! Volte aqui, deixa eu ver esse biquine de novo, ficou muito bom. - Abri bem devagar a cortina e sai. - Pronto amiga! Ficou ótimo, adorei. Moça, você tem outro desse, acho que vou querer um pra mim também – Luna perguntou andando pra perto da vendedora.
- Aprovado Gina? - Perguntei mais calma olhando-a bem. - Sua ruiva maluca, da pra você falar mais baixo, doidinha. - Disse rindo de lado, sei que ela não havia feito por mal, ela não pensava muito antes de falar ou agir, e vi que ela havia se encolhido toda pela vergonha que eu tinha passado, vergonha pra mim, pra ela nunca.
- Tudo bem! Desculpe amiga, foi sem querer. Mais como assim? Que corpaço todo é esse? Onde você escondeu isso tudo no dia que chegou. - Me perguntou sussurrando. - Ok! Agora a Luna não esta por perto, pode me falar, eu não conto pra ninguém. - Sussurrou perto de mim, como seu eu fosse contar algum segredo pra ela.
- Gina! Eu já disse que não, e pronto! Nunca, entendeu. - Entrei para experimentar outros.
- O que os homens lá da Geórgia tem? São tão devagar assim? Até o Rony que é tapado conseguiu pegar a Luna.
- Eu to ouvindo viu cunhadinha. – gritou à loira do outro provador.
- Calada Luna!
- Eu disse que nunca fiz Gina! Não que já não tive um namorado. Ou que... - Parei pensando melhor no que eu ia falar.
- Opa! - Gritou Luna quase caindo enquanto saia do provador, se enrolando toda na cortina. - Então quer dizer que você... - Antes mesmo que ela pudesse terminar, sai da onde estava e continuei. - Nada disso! - Disse ajeitando o biquíni que esta experimentando e calçando uma sandália que combinada certinha com a cor do mesmo. - Eu tenho 17 anos, não sou totalmente desprovida de senso, ou uso um cinto de castidade. Namorei há um ano, com um garoto, e vamos dizer que não foi o que eu pensei que seria. Ele sinceramente não era como eu pensava. - Sentei no puf me lembrando do quanto idiota havia sido.
- O que aconteceu amiga? - Luna sempre preocupada, sentou ao meu lado, colocando suas mãos em cima das minhas. Olhou esperando que eu contasse o que tinha acontecido.
- Bem! Durou pouco, mas o suficiente pra saber com quem eu estava me envolvendo... Há pouco tempo, ele sempre ia lá em casa, saímos a noite, me buscava no colégio, coisa e tal... Mas um dia, eu o peguei com outra garota, e ainda teve a cara de pau de me falar que eu estava demorando muito a dormir com ele! Então ou era do jeito dele, ou não era.
- O que você disse Mi? - Gina perguntou.
- Disse tchau! - Respondi rindo e fazendo com que elas rissem.
- Ah sim! Mas eu sabia que algum garoto já havia tentado passar a mão nesse corpaço – Gina gargalhou afundando no puf. - E sabia que esses carinhas da Georgia eram bem “devagarzinho”.
- Oras Gina! Não quer dizer que só por que você no segundo dia que estava ficando com o Draco já...
- Quieta! Então, já escolheram não é? Eu nem vou experimentar, já sei qual vai ficar bom só olhando, vou levar esses três aqui. - Disse entregando para a vendedora. - A Mione vai levar essa sandália, essas duas saídas de banho, esse óculos, e esses biquínis. Acho que é só!
- Só! Isso é muita coisa Gina. Ai meu Deus, mal recebi o cartão, meu pai vai me matar, e olha que eu disse que não gasto muito.
- Por favor, Mi! Ainda nem começamos... Ali naquela loja da frente, tem umas calças lindas! Você tem que aprender... Ta certo que a gente vai usar uniforme, assim, a blusinha, mais não quer dizer que tenhamos que ir toda largada! Umas calças bem legais, bem coladinhas, do tipo que vai deixar seu quadril bem empinadinho. - Gina disse dando um tapinha da minha bunda.- Sandálias bem lindas, claro que não precisa ser de strass, lógico, não vamos a festa, mas tem que ser delicadas.
- Tipo, você reforma seu guarda-roupa toda vez que começa as aulas? - Ri dela enquanto andávamos.
- Não amiga. - Luna disse. - Só de mês em mês – Riu.
- Entendi Gina! - Disse rindo. A tarde passou tão rápido, apesar do pouco tempo que tivemos, fizemos bastante coisa, ainda arrumamos mais um tempinho pra comprar algumas coisas a mais. Jogamos, comemos, andamos, rimos bastante, conversávamos sobre os mais variados assuntos, nos conhecíamos melhor e sempre nos identificando uma com a outra mais e mais. - Ai! Meu pé esta latejando de dor. Que tal a gente se sentar um pouco, enquanto os meninos não chegam?
- Na hora Mi! Estou cansada demais... Vamos lá pra fora, ter uma área verde incrível lá! A gente senta e quando os meninos chegarem, nós esperamos eles carregarem nossas sacolas, então vamos embora. - Luna disse. Praticamente a gente se jogou nos bancos, bem, não é todo dia que você vê três garotas, com o chão a sua frente cheio de sacolas, sentadas, ou melhor, quase deitadas uma em cima da outra.
- Obrigado meninas! Hoje o dia foi ótimo, valeu a pena o cansaço.
- É verdade! - Luna e Gina disseram ao mesmo tempo. Escoramos-nos uma na outra.
- Pelo que estou vendo as bonecas estão cansadas! - Uma voz grossa fez com que olhássemos para frente e desse de cara bom quatro rapazes nos olhando atentamente.
- Draco! Que bom que você chegou amor, estou tão cansada... Não vejo a hora de ir pra casa. - Gina disse ficando na ponta dos pés pra pode beijar seu namorado.
- Agora você quer ia pra casa não é?! Depois de se esbaldar, eu fico até com dó de vocês, deve ser muito cansativo mesmo essa vida de não fazer nada, só comprar. - Draco debochou dando um leve beijo na bochecha da namorada.
- Olha só quem fala não é Draco?! A vida de vocês também é tão difícil. Futebol, carros, carros, futebol... - Luna levantou-se, indo em direção a Rony. - Não é meu goleirão?
- Se você ta falando minha princesa, é! - Disse Rony com a cara mais boba do mundo. Não agüentei e ri daquela cena.
- Ah Por favor, Rony... Se Luna disser que você é o pior goleiro do mundo, você concorda. - Disse Harry dando um tapa na cabeça do ruivo.
- Ta louco! Você esta é com inveja, anda se sentindo meio carente capitão? Acho que é falta de...
- Rony! - Foi a vez de Luna dar um tapa em Rony.- Cala a boca meu amor. - Completou dando um beijo no namorado.
- Muito bem Luna! Vê se cala a boca dele pelo menos desse jeito. - Harry riu sentando ao meu lado. - Se divertiu muito?
- Bastante! Como foi seu jogo? - Perguntei olhando-o. Mas antes mesmo que Harry pudesse responder Jack praticamente tirou-o do meu lado e sentou-se passando o braço por trás das minhas costas.
- Gata! O jogo foi demais, você deveria ter ido, mas não fique triste, pois não faltarão oportunidades de você me ver jogando.
- Hó! Com certeza Jack, da próxima vez eu vou. - Respondi rindo. Jack era uma figura, sempre extrovertido, brincalhão, ele não perdia uma chance de fazer graça.
- Da próxima vez que você entrar no meio da minha conversar Malfoy Junior. - Harry disse passando deu braço em volta do pescoço dele e apertando. - Vou colocar você pra ser gandula do time.
- Calma Harry! - Jack disse com dificuldade quase em um sussurro.
- Ele é todo seu agora Draco! - Falou soltando Jack. - Meu dia de baba já acabou por hoje! Vamos? - Perguntou levantando e estendendo a mão pra me ajudar.
- Claro! Ah... Harry... Você pode me dar uma ajudinha? - Perguntei corada. Não conseguiria nem dar um passo levando aquele tanto de sacolas.
- Harry! Hoje é o seu dia de gandula. Pegue as sacolas e leve tudo para o carro. - Jack disse gargalhando e se escondendo atrás do irmão.
- Pentelho! Esconde agora, mais não vai ter como se esconder depois. - Riu Harry pegando as sacolas. - Meu Deus! Mais o que tem aqui dentro? Pedra? Pensei que vocês comprariam roupas e não materiais de construção.
- O que foi Harry? - Rony começou provocando. - Anda treinando pouco? Impressão minha ou seus braços deram uma afinada, parece mais com os braços do Jack.
- Impressão minha, ou vocês tiraram o dia pra me encher? Hoje não! Depois daquela lavada que demos no time do Michael, podem fazer o que forem. Ninguém me tira do serio, nem mesmo as sacolas pesadas da Hermione. - Disse com um sorriso maroto me olhando.
- Tchau meninas! - Abracei Luna e Gina. - Obrigado pelo dia, adorei, amanha a gente se fala.
- Tchau Mi! Amanhã a gente se fala então. Não esquece que essa semana ainda vamos ao clube, já que é a nossa ultima semana de férias, na próxima, já temos aula. - Luna disse retribuindo o abraço.
- Até mais amiga. - Gina me abraçou. - Adorei o dia, com certeza vamos marcar muitas outras saídas dessa.
- Com certeza! Não se canse muita amiga. - Disse rindo enquanto andava em direção ao carro, Harry já tinha guardado tudo e já estava me esperando.
- Podemos ir? - Ele me perguntou colocando seus óculos escuros e ligando som.
- Sim Senhor! - Brinquei batendo continência. - Posso ver? - Perguntei apontando para o CDs.
- Claro! Fiquei a vontade, o carro é seu, incluindo o que esta dentro. - Me olhou rindo fazendo com que ficasse vermelha feito um pimentão. Ele e suas brincadeiras.
- Eu acho que você deveria olhar mais pra frente, sabe, porque tipo, você esta dirigindo, então que tal olhar pra lá? - Apontei para frente.
- Sim Senhora! - Tirando a mão do volante, bateu continência rindo da minha cara.
- Prefiro fechar meus olhos, a ver você dirigindo Harry... Pode por favor, colocar as mãos no volante.
- Você quer dirigir no meu lugar? Fiquei a vontade. - Colocou as mãos na cabeça e olhou na minha direção, sem ao menos reduzir.
- Você é doido? Ou esta querendo nos matar mesmo? Não, eu não quero dirigir, nem ao menos sei. - Respondi cruzando os braços e olhando para fora do carro. - Agora sei o que papai quis dizer quando perguntou se você não tinha batido o carro, dirige feito um louco.
- Tudo bem! Vou fazer o que você quer. - Olhando de lado vi que ele praticamente estava com o rosto no vidro da frente, do tanto que olhava a estrada.
- Seu exagerado. - Ri ao ver a cena que ele fazia.
- Por favor, não converse comigo agora, estou dirigindo! Você pode me desconcentrar, e assim poderemos bater e morrer.
- Ta! Não é pra tanto também. Como você é radical Harry. - Ok! Eu estava falando sozinha. Por que às vezes ele tinha que levar tudo tão ao pé da letra? Irritava-me! Bem, ele fazia isso só pra me irritar.
O percurso até em casa foi longo, ainda mais com aquele silencio irritante. A única coisa que amenizava era o som que vinha da musica. Pensando bem, acho que seria até bom, esse silencio, assim não teria que ouvir as brincadeiras que ele fazia sem pensar. Ele não deveria falar esse tipo de coisa, não pra “irmã” dele, já que com certeza era acostumado a falar pra todas as garotas. Será que ele não levava nada a serio? Fechei os olhos num sinal de cansaço. E esperei até que chegasse a casa, senti que tínhamos parado de nos mover, abri meu olhos e vi que já estávamos na garagem de casa.
- Sobre o que você estava falando mesmo? - Harry perguntou abrindo a porta do carro pra mim. - Ah sim! Lembrei-me, sobre como eu dirijo bem, certo? - Perguntou se afastando para que eu pudesse descer.
Sentada no chão da varanda de casa, enrolada no meu cobertor sozinha e olhando para o nada. Fazia uma bela noite de verão, uma brisa fresca, um vento calmo e uma bela paisagem que poderia ter da sacada. Nada poderia ser melhor ou mais calmo naquele momento... Mas tudo isso não podia controlar a torrente de lagrimas que se formava em meus olhos... Um minuto apenas que ficava sozinha, era como se eu estivesse entrando em depressão.
Um aperto no peito, e sabia que sentia falta dela... Estava perdida e sem rumo sem ela pra me dizer o que fazer... Como poderia encontrar um caminho se minha mãe não estava ao meu lado? Todas as coisas que ela me disse antes de falecer passavam pela minha cabeça... Ela sempre esteve me preparando para quando ela não estivesse mais aqui! Sabia que estava doente e não deixava transparecer isso, a única meta dela era meu futuro. Como pude ser tão desatenta esse tempo todo? Não enxerguei o que estava diante dos meus olhos, deixei que ela partisse sem ao menos lutar ao seu lado.
Eu não entendia o porquê de estar me sentindo assim, se tinha um novo lar, uma nova família, novos amigos... Então por que simplesmente esse vazio que estava sentindo começou a tomar conta de mim? Mesmo ela dizendo que nunca queria me ver assim, não tem como controlar o sentimento de perda que começava a me preencher. Não queria ter que me apegar as pessoas e de repente alguma coisa acontecer e retirar isso tudo de mim de novo. Quando menos imaginei, um acontecimento trágico a levou... Minha única amiga, minha mãe... Não queria que as pessoas tivessem pena de mim, não agüentaria fingimento e mentiras, ou viver por aparência. Tudo isso estava me fazendo ficar tão confusa. Queria por um momento não ter que pensar em mais nada.
- Hermione! Tudo bem com você? O que foi? Você esta chorando? - Tudo que eu menos queria era alguém vendo esse estado que eu estava, passando rapidamente as mãos pelos olhos, tentei enxugar qualquer vestígio de lagrima que havia no meu rosto. Virei-me pra ele e com um sorriso forçado disse:
- Ah! Estou bem. - Respondi abaixando a cabeça e passando a mão pelo meu cabelo fazendo com que ele cobrisse o meu rosto.
- Você se importa, se eu me sentar ao seu lado? - Harry perguntou gentilmente.
- Não! Fique a vontade. - Disse chegando de lado para que ele pudesse se sentar. - Fiz algum barulho pra você acordar? - Perguntei a ele.
- Não! Está um pouco quente hoje, e difícil de dormir. - Harry disse olhando para o céu, com uma perna estendida e outra dobrada, esticou o braço apoiando em cima da perna. - Você não consegue dormir? - Perguntou olhando para a mesma direção.
- Mais ou menos!
- O que aconteceu? - Perguntou finalmente me olhando. - Você não esta se sentindo bem? Agora a pouco você estava tão bem, aconteceu algo?
- Só estou um pouco confusa. Muita coisa ao mesmo tempo acontecendo... Não sei se vou me adaptar, ou melhor, não sei se eu quero me adaptar. - Respondi com os olhos marejados sem deixar de olhar pra frente, não queria me mostrar tão fraca e frágil como esta me sentindo naquele momento.
- Não entendo... Quero dizer, por que você não iria querer se adaptar a algo que é bom para você? Bem, ao menos eu acho que é bom para você, sua nova vida, ou não é?
- Esse é o problema Harry, quando as coisas são boas demais, a gente tem medo de que não seja real.
- Foi algo que aconteceu? Bem, se eu tiver feito algo de errado, se são minhas brincadeiras, ou algo que meu pai tenha falado sem pensar... Tenho a certeza de que você deve ter entendido errado e...
- Não foram vocês! - Respondi olhando-o finalmente. - Às vezes tenho o pressentimento de que esse não é o meu lugar. - Ele me olhou confuso, sem entender o que esta dizendo. - Acho que algo pode acontecer, e me tirar tudo que eu tenho de novo... Não quero ter que me acostumar com tudo isso, se depois não vou ter mais. Entendeu?
- Por que você não teria mais? Você não deveria ter esse tipo de medo. Eu sei que você não deve estar acostumada com isso tudo, ou com o modo que às meninas tratam você... Deve até pensar que isso tudo esta rápido demais... Mas conheço-as e sei que estão sendo sinceras, como meu pai é sincero quando diz que ama você e não deixaria nada machucá-la.
- E se eu mesma me machucasse? E se entendesse tudo diferente, e me decepcionasse comigo mesmo? Eu sinceramente sinto falta dela.
- Eu sinto muito, me desculpe se fui muito curioso vindo aqui e perguntando isso tudo a você...
- Não! - Disse colocando minha mão em seu braço. - Eu não me importo mesmo, obrigado, é sempre bom poder desabafar. - Reparei que ele olhava para minha mão e sem pensar retirei um tanto que depressa, virando meu rosto pra frente disse: - Eu só a tinha pra conversar. Nem eu mesma sei o que estou sentindo quando ela não esta por perto. Quando estava confusa, eu sentava e falava tudo o que estava acontecendo... Ela me olhava bem nos olhos e dizia sem sombra de duvidas o que eu tinha. Ela me conhecia mais do que eu mesma.
- Entendi! Meu pai é assim também, só que eu me recuso a aceitar o que ele ta falando, até quebrar a cara de dizer que ele tinha razão. - Disse com um sorriso quase que imperceptível. - Acho que ela não gostaria de vê-la nesse estado.
- É! Com certeza ela não gostaria mesmo, conhecendo do que jeito que eu conhecia, sou capaz de dizer que até tenho medo dela aparecer, e me cutucar brigando. - Respondi olhando para minhas próprias mãos. - Ela tinha um gênio e tanto mesmo... James diz que foi assim que ele se apaixonou por ela, e diz que sou a copia dela.
- Bem! Então eu acho que você não deveria ficar assim, pense que você feliz, ela com certeza deve estar ficando feliz também! Você tem agora um futuro pela frente, e isso não faz com que você a esqueça... De algum modo ela ta com você. Ser feliz não significa que você esta desrespeitando a morte dela, mas sim, que você esta pensando nela.
- Eu entendo! Só não quero que esse medo que eu sinta me cegue, entende?! Não quero deixar que as coisas passem despercebidas, e que eu perca tudo de bom que esta acontecendo. Eu quero confiar nas pessoas, ter amizades verdadeiras. Eu não quero ser covarde e deixar que as pessoas se afastem de mim como eu fiz com minha mãe, fui muito cega pra não ver o que estava acontecendo. - Comentei. - Fui tão ingênua, a ponto de acreditar que todas as vezes que ela passava mal, ela olhava pra mim brincando e dizia que eu poderia ter um irmãozinho.
- Bem! Isso não seria impossível, sua mãe era muito nova!
- Eu poderia ter insistido sabe, ter dito que iria com ela ao medico, mas ela sempre dizia: “não, você tem aula, você tem isso, tem aquilo...”, mas no outro dia, ela estava perfeita! Linda como sempre, como se nada tivesse acontecido. Quando James chegava, ela se transformava, brilhava de alegria. Ele a fazia feliz como ela nunca foi.
- E seu pai? Você o conheceu? - Harry perguntou meio sem jeito.
- Não! Eu era muito nova, não me lembro dele... Felizmente! Não quero me lembrar de alguém ausente e que não fez questão de me conhecer... Nem ao menos para ajuda minha mãe... Mas James o conheceu. - Falei olhando para Harry. - Um ano atrás ele esteve lá em casa, atrás da minha mãe! Nunca fiquei sabendo o porquê, e papai não queria que eu tocasse no assunto, ele disse que não valia a pena, e não deixou que ele me visse. Não acho ruim, nunca tive um pai, não até o seu pai aparecer na vida da minha mãe.
- Meu pai sempre quis ter uma menina também, mais nunca teve uma filha. Não até conhecer sua mãe, mal sabe ele o quanto as mulheres dão trabalho. - Disse ele divertido, tentando me fazer rir.
- Um pouco – Dei um sorriso tímido abrindo a boca em sinal de sono logo em seguida. - Acho que esta um pouco tarde não é?
- Esta! Vamos? - Levantou oferecendo sua mão para me levantar também.
- Vamos! - Entramos e Harry aproveitou para fechar a porta da varanda, o caminho até o quarto foi um silencio, quando estava na porta do meu quarto, Harry se virou pra mim e disse.
- Boa noite Hermione! E não sei preocupe! As coisas vão melhorar. Amanha vai ser um dia diferente. - E saiu andando em direção ao seu quarto.
Hoje eu havia acordado bastante animada, minha semana tinha sido muito boa, estava aprendendo a me adaptar a cada novo dia, a cada detalhe e novas experiências que estavam acontecendo, os dias vinham passando um pouco depressa, e já estávamos na quinta-feira, todos os meus medos e pensamentos que poderiam me deixar para baixo, pouco a pouco iam se dissipando, sei que só dependeria da minha própria vontade, e a ultima coisa queria era perder tudo o que estava acontecendo, como dizia para mim mesma, não com os dois pés atrás, mais com um pé só eu estava confiando mais em mim mesma e nos que estavam ao meu redor.
Apesar de ter ficado um pouco mais distante das meninas, e de ter nos visto muito pouco, não deixei de ter contato com elas, sempre nos falávamos por telefone, ou saímos um pouco para uma sorveteria ou para uma praça, queria me adaptar melhor, sabia que precisava pensar, precisava saber do que eu realmente sentia falta, e que ficar remoendo sozinha em casa não seria a melhor coisa pra uma pessoa que queria uma nova vida. Só era inevitável não olhar para o espelho e ver minha mãe refletindo a minha imagem, não que eu achasse ruim, muito pelo contrario, adorava quando papai dizia para colocar o cabelo de outra maneira, ou como hoje eu estava me parecendo mais e mais com ela.
Quando ficávamos sentados na calçada de casa sem fazer nada, só jogando conversa fora e olhando as pessoas passando, me fazia sentir bem! Papai sempre foi uma pessoa simples, que podia se animar com coisas simples e de coração. Nunca levou muito em conta toda a fortuna que tinha a sua disposição, apenas para o conforto e o bem estar de sua família como ele gostava de repetir.
Depois que sai do banho, olhei para fora da janela do meu quarto e vi que a noite estava linda, fui ao meu guarda-roupa e escolhi um vestido bem bonito para usar, com certeza papai nos levaria a um restaurante daqueles bem chiques, como ele gostava de ir, resolvi que usaria um vestido cinza escuro tomara que caia curto, fazendo o formato do busto, com um pingente de strass no centro, com meias pretas por baixo, coloquei um escarpam prata e pulseiras pratas com pingentes de coração. Fiz uma maquiagem bem básica, é claro! Aproveitei para colocar minha franja de lado com um prendedor, me olhando no espelho, pude ter a certeza de que estava muito bonita, bem, hoje aproveitaria a noite.
Descendo as escadas devagar, pra não ter o problema de me esborrachar no chão, vi que Harry estava sentado no sofá de costas pra mim, estranhei por não vi mais ninguém na sala, será que papai não tinha chegado ainda? Com certeza ele deve ter se atrasado em alguma reunião ou ter ficando preso no transito. Parada no ultimo degrau da escada, perguntei: - James ainda não chegou Harry
- Ele disse que não poderia vir, mas que se você não importasse ir sem ele a gente poderia ir mesmo assim. - Respondeu olhando na minha direção.
- Ah! Não me importo, eu adoraria ir mesmo assim, claro, se você não se importar!
- De maneira alguma! Ele tinha reservado em um restaurante muito bom, mas muito sofisticado pro meu gosto! Não gosto muito de algo muito social, se você não se importar, conheço um lugar muito bom, com uma vista ótima, meu pai diz que é jovem demais, mas você vai gostar.
O lugar era ótimo, apesar de muito cheio, era aconchegante, musica ao vivo, um ambiente climatizado e com um jogo de luzes bem diferente. Tinha todo o tipo de comida que ficamos em duvida do que pedir, enquanto não pedíamos nada, preferimos beber algo e ficar conversando. No começo fiquei meio receosa de como agir, ou sobre o que conversar... Mas Harry era aquele tipo de pessoa que sempre tinha uma boa conversa na ponta da língua! Aos poucos fui me soltando e até dando boas risadas dos assuntos que ele me falava. Não era um garoto bobo e infantil como imaginei... Apesar de quem olha por fora, pensa que por ele ser popular, rico e bonito poderia ser assim. Mas ao contrario: sabia muito mais coisa do que apresentava. Ficamos horas ali, comendo, bebendo e conversando, e como a noite estava bela resolvemos andar em frente ao lago.
- Você sente falta da Geórgia? - Depois que sentamos no banco em frente ao lago, o silêncio era um tanto que incomodo, não sabia o que pergunta a ela. Perguntei a primeira coisa que veio a minha cabeça. Ela estava ao meu lado, tomando sorvete como se fosse uma menina, bem isso ela é, mais uma menina pequena e com ar de criança.
- Sinto, um pouco, pra falar a verdade, sinto falta de vê-la pintando, e dos dias em que íamos para o parque quando era outono só pra podermos olhar as folhas caindo, ou quando nevava, James fazia um enorme urso de neve quando chegava. - Ela disse olhando para frente, como se pudesse ver tudo o que falava. - Às vezes quando chovia, a gente sentava na varanda de casa e ficava olhando, e brincávamos de quem dormisse primeiro perderia, não só a aposta, como também a paisagem. - Sorriu enquanto falava. - Você sente falta de ter uma mãe? - Ela perguntou de repente me olhando.
- Não sei! Às vezes sim, outras vezes não, por nunca ter tido uma, então não sei como é ter uma, meu pai sempre foi tudo ao mesmo tempo. - Disse olhando para o mesmo lugar onde ela olhava. - O que você fazia por la? Tinha muitos amigos?
- Não! Acho que nenhum... Sabe, nunca foi fácil morar em uma cidade pequena, tendo uma mãe solteira e namorando um cara que nem ao menos morava por lá. As pessoas não acham que seja uma boa idéia, ter seus filhos, nos meio de uma “família” assim, não que eu me importasse, mais infelizmente as coisas são assim na Geórgia. Bem diferente daqui não acha? - Ela me perguntou.
- Sim! Imagina só o que eles achariam de vê-la morando com dois homens. - Comentei rindo. - Não nesse sentindo... - Parei no momento em que vi o que estava falando, para que ela não pensasse que ela o tipo de garota que se insinuava para um homem.
- Entendi! - Disse rindo. - Não precisa se desculpar. Você tem muitos amigos? Sempre morou aqui em Nova York?
- Amigos mesmo só Draco e Rony! Conhecemo-nos há muito tempo... O pai de Draco é cliente do meu pai, então sempre que tinha aqueles eventos sociais, eu ia com meu pai, então foi assim que nos conhecemos, e Rony, bem, estudamos juntos desde muito pequenos. Sempre nos demos muito bem, são amigos fieis, e quase nunca discutimos, a não ser que seja algo muito grave, como jogo de futebol! - Disse rindo ao ver a cara dela de espanto.
- Jogo de futebol? E isso é grave? Não acredito nisso, só vocês homens mesmo. - Ela disse rindo de lado enquanto colocava mais uma colher de sorvete na boca. - Me fala sobre o colégio, tipo, estou ansiosa, não sei como você ser, bem, para falar a verdade, tenho mais medo de não me adaptar.
- Medo? Por quê? Você vai gostar de lá, é muito bom, grande, e acho que os outros alunos que deveriam ter medo, suas notas são tão boas, que eles vão perder o posto de queridinhos dos professores. - Comentei rindo ao ver que ela tinha ficado tímida, isso era algo que eu havia reparado, acho que ela não era acostumada a ser elogiada. - Você pinta como sua mãe fazia?
- Bem! Não tão bem quanto ela pintava, mas, eu gosto, apesar de ter muito tempo que não faço isso, desde quando minha mãe ficou doente e tivemos que ficar totalmente por conta dela, eu nunca mais pensei em pintar. E também onde eu morava, praticamente não tinha lugar para cursos de pinturas ou museu de Artes Plásticas.
- Acho que você esta sendo muito modesta, meu pai disse que você pinta muito bem, mais nunca quis passar pra uma tela de verdade! - Ela me olhou com uma olhar curioso enquanto falava. - Você sabia que Tonks trabalha em um museu de Artes Plásticas?
- Pois é! Papai comentou isso mesmo comigo, é grande lá onde ela trabalha?
- Muito grande! Se não me engano é o maior de Nova York. Se quiser, posso te leva-la semana que vem, com toda certeza, ela vai adorar te ver.
- Serio? Eu adoraria claro, se não for atrapalhar você.
- De maneira alguma. Fica bem perto do escritório do meu pai, depois que passarmos por lá, te levo para conhecer o lugar onde trabalhamos. Quer dizer, eu trabalho demais, acho que estou precisando de umas férias, meu pai aproveita do meu bom senso. - Disse espreguiçando e colocando minhas mãos nas costas, como sinal de cansaço.
- Não sei em qual horário que você trabalha, já que estuda e joga! - Disse rindo. - Quer dizer! Estudar... Não sei... Acho que você só joga.
- Meu Deus! Como meu conceito esta baixo com essa garota! - Exclamou jogando as mãos pra cima. - Você não deveria dar tanto ouvidos ao meu pai, ele é, vamos dizer... Um pouco que exagerado. Não é que eu não estude. - Disse passando o braço em volta dos ombros dela e pegando um pouco de sorvete que ela estava tomando. - É que apenas eu sou um pouco mais avançado que os outros nos estudos. - Ri dando uma piscadela pra ela. - Uhm! Muito bom esse sorvete. Acho que a gente deveria comprar mais! Vem? - Levantei a estendi minha mão para ajudá-la.
-Vamos! - Compramos mais sorvete e enquanto escorávamos no para-peito que dava uma visão fantástica do lago, conversávamos sobre os mais variados assuntos... Acho que em toda minha vida, nunca tinha falado tanto ao mesmo tempo, sempre curiosa, ela me perguntava algum assunto que envolvia a escola, as pessoas com quem eu iria conviver, os lugares que poderia sair, e sobre mim. Não que eu me importasse em responder, só não estava acostumado a falar sobre minha vida com uma garota. Ria quando contava sobre as trapalhadas de Rony e Luna, ficava sempre apreensiva e espantada quando comentava sobre as brigas de futebol, ou até mesmo sobre as discussões mais fúteis no colégio, como por um lugar no refeitório, as festas que Gina sempre gostava de fazer na casa do Draco, quando ganhávamos algum jogo, ou um aniversario, e até mesmo quando alguém conseguia uma nota alta em alguma prova, pra ela, tudo era motivo de festa.
- Com a Gina, nada é normal ou monótono! Ela faz com que tudo vire uma festa, acho que foi por isso que Draco se apaixonou por ela... A Gina sempre é animada, dedica e atenciosa com ele.
- Ela é muito legal mesmo! Acho que nos daremos muito bem. - Comentou animada e risonha. - Obrigada! - Ela disse do nada.
- Pelo que? - Perguntei confuso passando as mãos pelo cabelo e bagunçando.
- Por ter me levado pra sair! Você poderia ter ficado em casa, já que o papai não poderia vir com a gente hoje, mais da mesma maneira você me trouxe. Obrigado!
- Disponha princesa! A senhora deseja mais alguma coisa do seu humilde servo aqui? - Indaguei me curvando em forma de reverencia, arrancando uma boa risada dela e não deixando passar despercebidas as covinhas que surgiam em seu rosto.
- Bem! No momento só o sorvete esta bom! Quando precisar de algo mais eu aviso, agora pode relaxar e apreciar a paisagem. - Falou ainda rindo. Escorei meus braços no para-peito e coloquei minha mão na cabeça e fiquei olhando-a serio, sabia que não demoraria muito para que ela percebesse, ou melhor, ela já havia percebido, só a estava aguardando ela ficar corada e não agüentar e me perguntar o que estava acontecendo. - O que foi? Meu rosto ta sujo? - Disse fazendo uma cara de preocupada e passando as mãos pelo rosto
- Não está sujo não!
- Então o que foi? - Perguntou erguendo uma sobrancelha.
- Você disse para relaxar e apreciar a paisagem... Estou fazendo o que você mandou.
- Hó Meu Deus! Você não tem jeito mesmo, o que sua namorada diria vendo você flertando desse jeito com sua “irmã”. - Perguntou corada e com um sorriso apertado.
- Ela não diria nada! Por que não tenho uma namorada, não uma que valha a pena me fazer parar pra admirá-la.
- Bem! Acho que as garotas do colégio, não ficaram nada alegres com esse comentário, já que pelo que eu sei, ou melhor, pelo que James me contou você não tem uma namorada, mas muitas.
- Meu pai é muito exagerado! Já disse pra não levar muito em consideração o que ele fala. E já pelas garotas do colégio, bem, não me importo o que elas pensam, são garotas fúteis e anoréxicas. - Disse rindo da cara dela. - Olha! Meu sorvete já acabou! Você é lenta em pra comer, deixa eu te ajudar. - Falei me aproximando. - Não tem problema de o seu namorado aparecer do nada da Geórgia?
- Hó não! Isso é algo que não vai acontecer mesmo. - Respondeu olhando para baixo, como se estivesse lembrando de alguém.
- Por quê? Não me diga que uma princesa como você não tem um namorado, doido pra vê-la?
- Não! Não tenho. - Confirmou me olhando. - Não um que valha a pena. - Deu um sorriso sincero.
- Ah sim! Pelo menos temos algo em comum. Mas no seu caso, a maioria dos homens não valem muito a pena! Infelizmente você acabou de perder sua única chance de poder ter um que valha mesmo a pena. - Dei um sorriso maroto, a abracei e saímos andando pelo parque. - Sendo eu sei irmão, você vai ter que apenas se contentar com a sorte de ter um homem pra te proteger dos outros que não valem à pena. - Terminei gargalhando da cara fechada dela.
- Você não presta mesmo Harry Potter – Riu, me dando um tapa logo em seguida.
- Olha só quem eu achei perdido por aqui... Potter, fazendo programa mais light? - Fechei meus olhos, não, simplesmente o dia estava bom demais, não poderia ir tudo por água a baixo agora, essa voz insuportável e que eu odeio vinha de traz e sinceramente não estava com a mínima vontade de me virar e dar de cara com Chad Michael. Uma raiva foi tomando conta de mim, que nem percebi que estava apertando a Mione, só acordei do transe quando a ouvi dizendo
- Harry! Assim você vai me sufocar. - Ela disse com uma mão no meu peito.
- Me Desculpe! - Disse segurando sua mão. - Falando em cara que não vale nada, olha só quem esta aqui? - Terminei me virando pra poder olhar nos olhos do cara que eu mais odiava.
- Não queria atrapalhar o encontro – Chad disse dando um passo a mais para frente.
- Você sempre atrapalha Michael! Então já que você mesmo sabe qual é a sua missão na Terra, por que você não da meia volta e vai pro lugar de onde você saiu?
- Calma capitão! Onde ficou sua educação? Não vai nem ao menos me apresentar a princesa que esta com você? Sua irmã não é!? Ouvi falar muito de você Hermione. - Falou com um sorriso de lado e sem ao menos piscar, olhou fixamente pra Mione e disse: - Seu irmão já foi mais educado.
- O que deu em você pra sair sozinho de casa Michael? Seus guarda-costas estão de folga? Se fosse você tomaria cuidado, você pode se machucar sem querer. - Tirando o braço que estava em volta de Hermione pra mesmo que sem querer não machucá-la, coloquei minhas mãos no bolso da calça tentando fazer com o que o sangue não parasse em minhas mãos, por estar apertando-a tanto, dei um passo pra frente, com muito esforço tentava me controlar. - É melhor você ir curar sua dor de cotovelo pela perda do jogo da semana passada, e quem sabe treinar, ou melhor, se você nascer de novo, quem sabe um dia poderá tentar chegar a ser o capitão. Até lá, contente-se em apenas olhar.
-Harry! - Olhei de lado e percebi que Hermione estava assustada, segurando meu braço ela pediu: - Vamos embora! Esta tarde. Por favor.
-Vamos! - Assenti passando meu braço em volta do seu pescoço. - Até mais Michael, cuidado por onde anda.
- Cuidado com o que diz Potter! Quando você menos esperar, aquilo que você mais gosta, num piscar de olhos, escorrera pelos seus dedos sem poder fazer nada. - Dizendo isso, ele virou e foi saindo, meu olhar foi acompanhando seus movimentos, até ter a certeza de que ele não voltaria mais.
- Você esta bem? - Despertando, olhei e me deparei com seus olhos castanhos.
- Estou! Ele sabe como me irritar, e sabe como acabar com o meu dia.
-Você não deveria ficar assim! Não sabendo que ele faz isso de propósito, ele sabe como te irritar e você cai na dele Harry.
- Caio na dele, mas não sou eu que saio perdendo, ele já deveria ter aprendido a não me provocar. - Disse andando e levando-a comigo.
- Uhn! Senhor eu sou o nervosinho, estou até ficando com medo. Vou tomar cuidado para não provoca-lo, não quero ter que sair perdendo.
- Não me importaria se você me provocasse. - Disse deixando-a tímida, mais antes mesmo que ela pudesse se desvencilhar dos meus braços, terminei: - Eu nunca sairia perdendo.
N/A: Oiê gente! Bem, demorei um pouquinho, mais ká estou eu postando o segundo capitulo, que ficou um tanto grandinho ¬¬ e deu muito trabalho pra minha Beta querida – kkkkkkk .Obrigado amiga pela paciência viu !? \o//~ ADORO você de montão e estou com muitas saudades =’/
Espero que vocês gostem desse cap, estou adorando os comentários, e gosto de saber também o que estão achando.
Beijokas mais que especiais pra:
Alais Potter: Obrigado pelo apoio! Espero ansiosa pelo seu próximo comentário, adorei vê-la por aqui ;D
Hermione.Potter: Linda obrigado pelos comentários, saiba que é muito importante pra mim e espero realmente que você goste desse segundo cap =~] Beijos de montão
Jessy: corêeega \o/ olha só, postei meu segundo cap ¬¬ beeem ... tamu indo né ! kkk – Obrigado pelo comentário, prometo me esforçar e escrever um pouco melhor – hihi Adorei nossa saída, espero podermos fazer isso mais vezes :D Beeeijos linda
Nety: uiuiui! Olha só quem comentou na minha fic, como eu to importante genteee – kkkk. Moça! Espero que goste desse cap, adorei seu comentário e espero vê-la mais vezes por aqui \o/
Betina: frôozinha do meu S2 Postei amiga! Obrigado mesmo pelo seu comentário. TE ADORO de montão
Pontas Dolls Potter: Dona moça! Sumida =’/
Nath Malfoy: beleêezinha amote. Saudades! Obrigado pelo comente, não deixe de conferir esse cap =)
Ju_Granger_Potter: Vou sempre tentar me superar – hihi x)
Joy_ : Segundo cap postado ! :D
N/B: Gnte... Mil perdões pela demora em betar esse cap.. mta coisa acontecendo.. heheh mas tenho uma desculpa... Esse cap esta enooooorme!!! Heheheh Amei o cap Sara...
Bjoks gnte...
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