Décimo Capítulo.
~~> Décimo Capítulo.
“Toda família tem seu segredo...”
[i]“Querida Irmã...
Não sei por onde começar. É difícil falar sobre isso. Não quero que você fique cheia de caraminholas na cabeça. Quero que você entenda, antes de qualquer coisa, que ninguém deve ser julgado nessa história, já que ninguém sabe ao certo o que aconteceu.
Bom... Eu queria saber lidar bem com as palavras para te contar isso da maneira mais suave possível. Tenho medo da sua reação. Confesso que eu fiquei feliz, e ao mesmo tempo triste quando descobri isso.
O que eu tenho para te contar começa muito antes de você sequer sonhar em nascer. Para ser mais preciso, pouco antes de eu pensar em nascer.
Alguns chamaram o que aconteceu de erro, outros de descuido. Eu prefiro chamar apenas de destino.
Sabe... Pouco antes de nossa mãe saber que estava grávida de mim, ela e nosso pai brigaram. Não foi uma briguinha qualquer, uma briga feia, mas não o suficiente para acabar com o Amor que um sentia pelo outro.
Nesse dia o nosso pai resolveu fazer algo que raramente fazia. Saiu para beber sozinho. Depois do sétimo copo de whisky de fogo ele já não mais conseguia diferenciar o certo do errado, e jurava ainda estar sóbrio. Nesse dia ele acabou dormindo fora de casa, na companhia de outra mulher.
Acordou chocado com o tamanho da besteira que havia cometido. Conversou com a mulher com quem havia passado a noite. Ela pareceu entender a situação dele. Não voltou a cometer um ato como aquele depois disso. Havia resolvido que nunca mais abusaria de bebidas alcoólicas.
Ninguém sabe ao certo se ele chegou a contar para a nossa mãe o que havia acontecido naquela noite. Só se sabe que quando ele voltou para casa, carregando o peso do sentimento de culpa nas costas, a nossa mãe o acolheu e esqueceu totalmente da briga que haviam tido.
Meses se passaram desde tal incidente, eu já estava recém – nascido. Nosso pai não tinha notícias daquela mulher. Até que recebeu uma carta que dizia que aquela única noite tinha gerado um ser.
Ele fez o que todo homem deveria fazer. Assumiu a criança, mesmo que de uma maneira indireta. Não chegou a dar seu nome para a criança, mas deu carinho, mesmo a criança não sabendo que ele era o pai.
Aquilo permanecia em segredo, até que um dia outra pessoa descobriu tudo e ameaçou nosso pai. Desconfio que essa pessoa tenha sido a Marta, mas não tenho provas que digam isso. Nessa época você já era nascida, e já tinha seus dez anos.
Curioso, não?!
Exatamente na época que nosso pai morreu. Desconfio que tenha sido infarto devido às constantes ameaças que ele sofria, às chantagens. Nem por um segundo ele deixou de te Amar, Liu. Ou de Amar qualquer um dos três filhos dele.
Se nossa mãe sabia ou não de tudo ninguém soube me informar...
Nosso pai, antes de morrer deixou três cartas, para seus três filhos, explicando tudo, por isso eu descobri. Uma para mim, logicamente. Uma para você. E uma para a terceira criança. Um garoto. Alguém muito especial.
Alguém que sempre esteve ao nosso lado, que sempre fora tratado como igual quando na presença apenas de nossos pais e nós. Alguém que eu tenho certeza de que estará ao seu lado quando você precisar de um ombro amigo e eu não puder lhe oferecer o meu, seja lá por qual motivo for. Uma pessoa a quem eu confiaria a minha vida sem pensar duas vezes.
Eu sei, eu estou enrolando demais... Mas é que é difícil para mim processar tanta informação também. Para falar a verdade eu ainda não me acostumei com o fato de ter ganhado um irmão.
Mas se eu for analisar, ele sempre foi meu irmão, eu só não sabia.
O que eu estou querendo dizer Liu, é que a terceira carta estava com o seguinte nome escrito: “Douglas Wolfgrand”. Ou seja Liu... Fazendo um breve resumo. O Douglas é nosso irmão por parte de pai.
Espero não ter deixado a sua mente cheia de dúvidas. Mas eu fico aliviado em saber que se algo acontecer comigo, você vai puder contar com outro irmão de sangue, que antes de ser irmão de sangue já era irmão de alma, um irmão que a gente escolheu sem nem saber que a vida já havia escolhido.
Eu sei que eu nunca vou ter coragem de chegar para você e te dizer isso cara – a – cara. Até porque eu sei que você sempre achou que o Amor de nossos pais era algo perfeito. Não que não fosse. Mas eu sei que você vai se sentir de certa forma decepcionada com tudo isso.
Espero que o Douglas me perdoe por ter pedido para ele não dizer nada para você... Afinal, ele também é seu irmão... E eu sei que acabei privando ele de agir mais diretamente como um irmão... De até ser seu irmão.
Talvez tenha sido ciúmes... Ciúmes de irmão. De nunca querer dividir você com ninguém. De não querer saber que você tem algum tipo de sentimento igual, ou maior, do que o que você tem por mim, por outro cara que não seja eu.
Também espero que você possa me perdoar por ter te privado de ter outro irmão... Já que eu tenho certeza de que você só vai saber de tudo isso quando algo tiver me acontecido, já que eu pedi para o nosso irmão que só te entregasse isso quando algo me acontecesse e ele achasse que você estava preparada.
Eu juro que eu não fiz por mal. Eu sei que é uma atitude egoísta da minha parte. Mas eu não posso evitar, eu gosto tanto de você Liu, que te ver decepcionada seja lá com o que for dói tanto quanto se arrancassem um pedaço de meu coração com uma faca sem ponta de cozinha.
Quem sabe eu não mude de idéia, quem sabe eu já tenha lhe contado tudo quando você ler isso daqui?!
Eu duvido muito. Afinal, eu sou um covarde. Um covarde para tudo, até para o Amor. Um covarde que admite a sua covardia e não faz nada para mudar.
Desculpa-me por nunca ter sido o melhor exemplo. Por sempre ter te chamado de “Lerdinha” quando tudo que eu achava de você não tinha nada haver com isso. Desculpe – me por tudo que fiz, e tudo que vou fazer num futuro próximo, já que essa coisa de escrever não segue o mesmo tempo que o tempo no qual você vai estar quando começar a ler.
Queria ter um terço da coragem que você tem para dizer as coisas. A sua carta, a carta que o papai deixou para você, está com o seu irmão responsável. Aquele que você deve seguir o exemplo sempre.
Acho que vou parar por aí... Se não minhas lágrimas vão acabar por borrar a tinta que está no papel, fazendo com que você tenha dificuldades para ler tudo isso.
Sabe Liu...
Nem mesmo Shakespeare seria capaz de descrever o Amor de irmão que eu sinto por você. É algo sem sentido, sem explicação, inacabável, inabalável.
Espero não ter feito nada muito idiota no meio termo entre o fim deste “diário” e o início de sua leitura.
Se puder, abraça o nosso irmão por mim, e por você.
Ass: Eduardo Weiss.”[/i]
Estava tudo escrito naquelas últimas folhas que se encontravam olhando para o teto sob a mesa de centro da sala.
- Eu tenho orgulho do nosso irmão... – Murmurou Douglas durante o abraço. – E é isso que você tem de ter... Orgulho por ele ter sido um rapaz como ele foi... – Adicionou. – E não fique pensando nos “porque”s das coisas terem acontecido, tem coisas que não têm explicação, apenas acontecem. – Completou.
- Eu ganhei uma família... – Murmurou Liu entre lágrimas. – Você é a minha família Doug... – Adicionou. – O meu irmão... – Disse com orgulho.
- Isso mesmo Liu... – Concordou Douglas. – O seu irmão... – Murmurou sorrindo.
- A carta do meu pai... Quer dizer... Do nosso pai... – Murmurou Liu se separando do abraço.
- Está comigo... – Começou Douglas. – E tem uma poesia para você também... – Completou. – Meio confusa a poesia, mas tudo bem... – Finalizou sorrindo.
- Poesia?! – Liu perguntou curiosa. – Posso ver?! – Indagou em seguida.
- Eu a decorei... – Disse Douglas satisfeito. – Quer que eu declame Maninha?! – Perguntou sorrindo.
- Comece Maninho! – Brincou Liu feliz por ter um irmão, mas confusa em relação ao seu pai e sua mãe.
- Quando o grande ramo morre de verdade... – Começou Douglas sorrindo. – O calor não mais esquenta. – Continuou.
Liu escutava tudo de uma maneira atenta.
- Ramo maior do que aquele que recebe o calor... Impossível. – Disse Douglas seguindo em frente. – Já que o calor só funciona quando o ramo verdadeiro é. – Falou parando um pouco para pensar no resto. – E se o ramo se acabar antes de morrer... O calor esfria de maneira quase fúnebre. Como se morto o ramo estivesse. – Finalizou contente.
- Quem escreveu?! – Liu perguntou confusa.
- Seu tio... – Respondeu Douglas.
- Qual tio?! – Questionou Liu com uma cara de interesse.
- Donnatelo Krypton! – Exclamou Douglas. Liu sorriu marotamente.
- Definitivamente ele não estava falando de “Ramo” e “Calor”... – Murmurou Liu parando para pensar. – “Quando o grande ramo morre de verdade...” – Pensou tentando decifrar tal frase. – “O calor não mais esquenta...” – Continuou em pensamentos enquanto andava de um lado para o outro com a mão no colar que Sirius havia lhe dado de presente.
Douglas estava confuso, mas optou por apenas se sentar no sofá para não atrapalhar a linha de raciocínio de Liu.
- Ramo... Roma... Mora... – Começou Liu enquanto olhava para o teto. – Omar... Oram... – Continuou numerando as possibilidades com o dedo. – AMOR! – Gritou repentinamente. – “Quando o grande AMOR morre de verdade...” – Substituiu na frase. Douglas se surpreendeu.
- Até que faz sentido... – Murmurou Douglas enquanto olhava confuso para Liu que continuava pensando.
- Calor... Locar... Claro... – Continuou Liu com sua linha de raciocínio. – Colar... – Disse sem dar importância. – Colar... – Murmurou novamente enquanto olhava para a corrente que Sirius havia lhe dado. – “O COLAR não mais esquenta...” – Repetiu de maneira pensativa. – Tio Donnatelo, eu sou sua fã! – Gritou repentinamente.
- Agora me explica tudo... – Pediu Douglas se levantando.
- Presta atenção Douglas... – Disse Liu com sua varinha em mãos.
- Estou prestando toda atenção do mundo e mais alguma... – Murmurou Douglas.
- Ramo... – Começou Liu escrevendo no ar com sua varinha. – Calor... – Completou fazendo a mesma coisa. – Mude a ordem das letras... – Disse sorrindo e balançando sua varinha, fazendo com que as palavras escritas no ar virassem “Amor” e “Colar”.
- Até aí eu entendi... – Pontuou Douglas.
- Agora substitua no poema que você declamou... – Pediu Liu escrevendo o poema no ar com sua varinha.
[i] “Quando o grande AMOR morre de verdade...
O COLAR não mais esquenta.
AMOR maior do que aquele que recebe o COLAR... Impossível.
Já que o COLAR só funciona quando o AMOR verdadeiro é.
E se o AMOR se acabar antes de morrer...
O COLAR esfria de maneira quase fúnebre...
Como se morto o AMOR estivesse. ”[/i]
- Ele descreveu o mecanismo do colar que seu pai deu para sua mãe... – Pontuou Douglas ainda surpreso com tudo aquilo.
- Não só isso... – Murmurou Liu sorrindo. – Ele deixou bem claro que minha mãe e meu pai nunca deixaram de se Amar... – Completou. – Eu ouvia, quando meu pai ainda estava vivo, a minha mãe falando sozinha com o colar na mão de maneira inconsciente... – Terminou feliz. As letras que formavam o texto desapareceram.
- E como você tem certeza de que seu tio não estava falando do ramo e do calor?! – Douglas perguntou repentinamente.
- Ele costuma a brincar de “ser detetive” comigo... – Começou Liu explicando. – Sempre escrevia códigos, anagramas, essas coisas para que fosse possível para mim, resolver os “crimes” que ele bolava... – Adicionou.
- Esse pessoal inteligente é algo viu... – Murmurou Douglas com um tom de voz engraçado.
- Então meu irmão... – Disse Liu sorrindo. – Quando você pretende pedir a Bel em casamento?! – Questionou com um sorriso maroto.
- Mentira Remy! – Exclamou Lele após Remus ter lhe contado uma longa história.
- Pois é... Fiquei sabendo disso faz pouco tempo... – Pontuou Remus.
- Mas como ele conseguiu esconder isso?! – Questionou Lele.
- Você sabe... O Almofadas é bom em guardar segredos... – Respondeu Remus calmamente.
- Então quer dizer que realmente tinha uma garota por trás de tudo... – Pontuou Lele. – Sabia que ele havia se apaixonado novamente! – Exclamou em seguida.
- Promete para mim que você não vai dizer para ele que eu te disse isso... – Pediu Remus.
- Claro que eu não vou falar para o Sirius que você me disse que ele está apaixonado pela vizinha dele! – Exclamou Lele sorrindo.
- Rabicho... Eu vou sair um pouco... Volto mais tarde. – Disse Sirius pouco antes de sair pela porta com um sorriso maroto.
- Ihh... Nem deu tempo de dizer “Até logo”... – Murmurou Peter após o barulho de porta se fechando.
- Meu irmãozinho... – Murmurou Liu que estava sentada no sofá, junto com Douglas, e com a cabeça apoiada no ombro dele.
- Minha irmã... – Disse Douglas sorrindo, falar aquilo o deixava feliz e orgulhoso. – Vou fazer uns sanduíches para mim... – Continuou se levantando. – Quer também?!
- Não, obrigada... – Respondeu Liu sorrindo. Douglas foi até a cozinha fazer os sanduíches. A campainha tocou. – Eu atendo!
Liu foi até a porta e a abriu com um largo sorriso.
- Vim te ver... – Murmurou o maroto que se encontrava do lado de fora.
- Bebê... Tem certeza de que não quer um sanduíche?! – Questionou Douglas da cozinha.
- Bebê?! – Sirius disse olhando para Liu que estava sorrindo.
- Apelido carinhoso novo dado pelo Doug! – Exclamou Liu com um brilho no olhar.
- Claro... O “Doug” te chamando de “Bebê”... – Pontuou Sirius com ciúmes.
- Larga de bobeira Si, ele é meu irmão! – Disse Liu enquanto fazia sinal para Sirius entrar. Mas o maroto não entrou. – Não quero sanduíches não Doug! – Gritou para Douglas.
- Claro... Sabe, deve ser interessante puder sempre dizer que ele é seu “irmão” como desculpa... – Começou Sirius já ficando fora de si.
- Vou pedir para que você seja claro, Sirius... – Falou Liu seriamente.
- Mais claro?! – Questionou Sirius. – Deixa ver... Vocês estão sempre trocando carinhos, dizendo que se Amam, entre outras coisas, e sempre com a mesma desculpa “Ahh... Ele é como um irmão para mim”.
- Sirius é melhor parar por aí... – Avisou Liu.
- Agora ficou claro na minha mente o porquê de você ter pedido a ajuda dele e não a minha... – Resmungou Sirius. Douglas estava na sala e ouvia a conversa dos dois com uma cara de desaprovação.
- Vai ver que é porque eu nunca confiei em você, não é?! – Disse Liu num tom irônico. – Porque se eu confiasse em você provavelmente eu não te daria o meu coração e sim o meu cérebro...
- Eu pensei que você estivesse gostando do Mathews, mas o Douglas?! – Começou Sirius. – Você não presta Elisa Weiss...
- Sirius, saia daqui... – Murmurou Liu que já se esforçava para não chorar, afinal, Sirius havia começado a brigar com ela, e a acusar de coisas estúpidas sem mais nem menos.
- Quer ficar sozinha com o “Doug” não é mesmo?! – Provocou Sirius. – Vamos, admita que é dele que você gosta!
- Sirius, você não sabe o que está falando... – Pontuou Douglas.
- Não se meta Doug! – Exclamou Liu. Douglas saiu da sala e voltou para a cozinha.
- Sabe, você é tão cruel quanto a sua Tia... – Disse Sirius. Liu tentou se controlar, porém seu emocional tomou conta e ela acabou por estapear o lado direito da face de Sirius.
- Quando você voltar a ser o Sirius por quem eu sou apaixonada talvez eu seja capaz de te falar o quão alegre eu estava hoje, e o porquê da minha alegria... – Começou Liu. – Enquanto você não voltar a si... Finja que eu morri de novo!
Dizendo isso, a garota fechou a porta na cara de Sirius, que estava estático passando a mão no lugar aonde havia levado o tapa.
- Você poderia ter parado e explicado tudo para ele... – Murmurou Douglas quando Liu entrou na cozinha.
- Se ele é capaz de pensar isso de mim, não sei se ele me Ama tanto quanto ele diz... – Retrucou Liu.
- Esquece Liu, ele pode ter tido um dia difícil... – Pontuou Douglas.
- Sinceramente, tanto faz para mim... – Começou Liu respirando fundo para não chorar. – Acho que vou dar uma volta por aí... Pensar um pouco...
- Eu vou ligar para a Bel, para contar que eu tenho uma irmã... – Disse Douglas sorrindo. – Promete que vai tomar cuidado?!
- Prometo... – Respondeu Liu pegando suas coisas básicas e saindo pela porta.
Ao abrir a porta viu Sirius ainda parado no mesmo lugar, ignorou sua presença e apenas andou sem nenhum lugar em mente para ir.
- A Bel tem de ficar sabendo disso... – Murmurou Sirius pouco antes de decidir ir para a casa de Bel.
- “Quem ele pensa que é para dizer que eu sou tão cruel quanto a minha Tia?! Só porque eu dei meu coração para ele não significa que ele tem o direito de brincar com ele...” – Pensava Liu enquanto se sentava em um banco de uma praça bem movimentada. – “Eu e o Douglas?! Ele realmente é meu irmão... Mas não, ele não foi nem sequer capaz de me ouvir... O ciúme sem fundamentos tomou conta dele, ou ele simplesmente decidiu descontar o dia ruim que eu não sei se ele teve, em cima de mim...” – Completou.
- “Não pode ser...” – Pensou um alguém que andava pela praça.
- Bel!! – Gritava Sirius do lado de fora da casa da amiga.
- Já vai Sirius! Eu estava no telefone... – Retrucou Bel indo abrir a porta.
- Bel, a Liu e o Douglas... – Começou Sirius quando Bel abriu a porta.
- São filhos do mesmo pai! – Exclamou Bel sorrindo. – Incrível, não?!
- COMO É?! – Perguntou Sirius assustado.
- O Douglas saiu daqui mais cedo preocupado com a reação que a Liu teria com uma coisa lá... – Começou Bel. – Aí agora ele me ligou explicando tudo! Tipo... Tinha um diário do Edu, lá ele explicava para a Liu que o Douglas é irmão dela, a Liu estava com o diário, que o Douglas mesmo que entregou para ela, e ele não sabia qual seria a reação dela ao descobrir que o pai dela “pulou a cerca”. Mas parece que ela ficou muito feliz, afinal, ela ganhou um irmão de verdade!
- Obrigado Bel, você acabou de me fazer sentir ser o pior dos humanos... – Murmurou Sirius cabisbaixo.
- Era isso que você tinha para me contar, não é?! – Questionou Bel.
- Claro! – Mentiu Sirius. – Incrível não?!
- Eu nunca teria adivinhado... – Murmurou Bel.
- Bel... Eu tenho de ir... Preciso muito falar com o Pontas... – Pontuou Sirius. – Tchau. – Disse antes de sair de perto de Bel, virar de costas, e vagar para a casa de seu melhor amigo. – “Idiota!” – Pensou enquanto uma lágrima lhe escorria o rosto.
- Como vai de morte, Defuntinha?! – Questionou uma voz masculina pertencente a um homem de belos olhos azuis que agora se sentava ao lado de Liu no banco.
- Garanto que a minha morte é muito melhor do que sua vida submissa... – Retrucou Liu mal – humorada. – Nosferato, o capacho da minha tia... – Adicionou de pura provocação.
- Onde você escondeu aquela corrente?! – Questionou Nosferato que sabia que não poderia fazer nada com Liu enquanto ambos estivessem em um lugar público.
- No inferno. – Respondeu Liu friamente. – Se divertiram matando a pessoa errada?!
- Divertido foi... – Respondeu Nosferato. – Mas vai ser ainda mais quando for você mesma.
- Vocês não teriam a capacidade de me matar, não mais... – Pontuou Liu com um sorriso maroto.
- Nós somos três agora, devo – lhe informar... – Avisou Nosferato contando com Silas, já que não sabia que ele estava morto.
- Creio que só são dois mesmo... – Disse Liu com um sorriso de sarcasmo.
- Temos o apoio de um comensal... – Avisou Nosferato.
- Um morto?! – Questionou Liu entre risos. – Francamente, se formos contar os mortos eu tenho muito mais gente ao meu favor...
- Você está blefando... – Murmurou Nosferato.
- Silas o nome dele, não é?! – Perguntou Liu era a primeira vez que ela não sentia nenhum tipo de medo em estar conversando com aquele homem de olhos azuis.
- Como você sabe?! – Questionou Nosferato confuso.
- Vai ver que é porque ele tentou me matar, mas eu o matei... – Respondeu Liu. – Foi uma luta bem interessante.
Nosferato abriu um largo sorriso.
- Pelo seu sorriso eu diria que ele e a Marta estavam de “namorico”... – Provocou Liu. – Francamente Nosferato, além de submisso eis corno?!
- Cala a boca Defuntinha! – Exclamou Nosferato desfazendo o sorriso e segurando o braço de Liu de uma maneira bruta.
- Vá em frente... Se eu não calar vai fazer o quê?! Matar-me?! Bom, garanto que aqueles policiais não pensariam duas vezes antes de te prender... – Pontuou Liu. – Fora que se eu morrer a corrente morre comigo.
- Você não sabe com quem você está se metendo garota... – Pontuou Nosferato soltando o braço de Liu.
- Um corno submisso! – Provocou Liu com um sorriso.
- Eu deveria te matar agora... – Murmurou Nosferato. – Mas eu quero te fazer sofrer muito antes... – Completou enquanto novamente apertava o braço de Liu.
- Tente... – Provocou Liu. Dois policiais que estavam por perto olharam para a cena com certa confusão e resolveram se aproximar.
- Ele está te incomodando, Senhorita?! – Perguntou um dos policiais. Nosferato novamente soltou o braço de Liu.
- Não senhor, ele é meu tio... – Respondeu Liu sorrindo de provocação pra Nosferato. – Agora eu estou indo Tio... Tchau... – Disse dando um beijo na bochecha de Nosferato e se levantando.
- Espere um pouco minha sobrinha! Eu te acompanho até em casa... – Pontuou Nosferato se levantando com um sorriso de vitória. Os policiais simplesmente se afastaram.
- Sua companhia não me agrada muito... Na verdade nem um pouco... – Reclamou Liu.
Sirius vagava por uma praça enquanto tomava o caminho para a casa de James, seus pensamentos estavam confusos, havia resolvido pensar um pouco antes de simplesmente ir falar com seu melhor amigo.
- Sua companhia também é desagradável. – Pontuou Nosferato.
- Você acha que eu serei idiota ao ponto de ir até o lugar onde eu me encontro hospedada com você na minha cola?! – Questionou Liu com uma cara engraçada.
- Eu tenho certeza que você vai me levar até o lugar onde você está. – Retrucou Nosferato. Liu parou de andar ao ver um garoto de lindos cabelos negros andando de cabeça baixa pela mesma praça que ela.
- Então você é um idiota. – Disse Liu parada.
- Liu... – Murmurou Sirius ao olhar para frente e ver Liu andando lado a lado com Nosferato. – Se afaste dela seu assassino! – Praticamente gritou para Nosferato.
- Então o namoradinho já sabe de tudo... – Começou Nosferato. – Calma pirralho, só estou tendo uma conversa civilizada com a minha sobrinha.
- Sirius, vai embora, por favor... – Pediu Liu com um tom de voz baixo.
- Você sabe onde está aquela corrente, Pirralho?! – Questionou Nosferato olhando para Sirius.
- Provavelmente pendurada em seus chifres, Tio... – Provocou Liu sem nem ao menos dar espaço para Sirius pensar em responder.
- Cale – se Defuntinha! – Gritou Nosferato por mais uma vez segurando o braço de Liu de uma maneira bruta.
- Políciaaa!! – Gritou Liu. – O meu tio está me agredindo!
Os policiais que ainda mantinham os olhos atentos para tais pessoas rapidamente chegaram de junto de Nosferato.
- Tome seu rumo para casa, ou então poderá acabar na cadeia por agressão! – Ordenou um policial olhando de maneira ameaçadora para Nosferato que rapidamente obedeceu às ordens.
- Você não perde por esperar, Defuntinha... – Murmurou Nosferato para si mesmo enquanto voltava para casa.
- Já vai tarde... – Murmurou Liu sorrindo. Os policiais se afastaram novamente. Sirius se aproximou dela.
- Eu gostaria de conversar com você... – Pontuou Sirius envergonhado de si próprio.
- Depois Sirius... – Disse Liu friamente. – Agora eu vou voltar para casa.
- Por favor... – Pediu Sirius arrependido das coisas idiotas que havia dito.
- Amanhã talvez, Sirius... – Pontuou Liu se virando e deixando Sirius sozinho na praça.
- Me deixa pelo menos te acompanhar até em casa! – Gritou Sirius quando Liu ainda não estava muito distante.
- Eu sei o caminho para casa, e se o lobo mal tentar me pegar eu ensino uma lição para ele. – Gritou Liu de volta antes de seguir por seu caminho.
- Tudo bem, eu mereço... – Murmurou Sirius. – “Mas sozinha você não vai...” – Adicionou em pensamentos pouco antes de começar a seguir Liu discretamente.
Depois de garantir que Liu estava segura em casa, Sirius foi, finalmente, para a casa de James. Já foi logo entrando e “dando ordens”.
- Pontas, preciso falar com você! E não Lily, você não pode ouvir de jeito nenhum!
- Poxa Sirius... – Reclamou Lily. – Sinto – me excluída...
- Desculpa Lily, mas é que é assunto de maroto... – Explicou Sirius.
- Amor, deixa a gente conversar a sós?! – Questionou James olhando para Lily com um olhar sério, porém carinhoso.
- Só porque você pediu com jeito... – Pontuou Lily dando um selinho em James e indo para o piso de cima da casa. Sirius entrou no gabinete com James e lançou um feitiço imperturbável na porta.
- Pontas me mata, por favor! – Pediu Sirius rapidamente.
- Qual foi o trauma dessa vez?! – Questionou James confuso.
- Eu fiz merda... – Respondeu Sirius. – Falei besteira e machuquei a Liu...
- Você machucou a Liu fisicamente ou de outra maneira?! – Perguntou James.
- Pontas, sem brincadeiras, você realmente chegou a considerar a possibilidade de eu machucar a Liu fisicamente?! – Indagou Sirius.
- Não, você não bate nem em mosquito da dengue... – Brincou James.
- O assunto é sério e me rendeu um tapa na cara! – Exclamou Sirius.
- Então ela é que te machucou fisicamente... – Pontuou James com uma cara engraçada.
- Para de fazer graça Pontas! – Reclamou Sirius. – Eu estou na beira de um abismo e tudo que você faz é me empurrar para eu cair...?! – Questionou.
- Desculpe – me, Almofadas... – Murmurou James só então captando a gravidade do problema. – Qual foi o tamanho da merda?!
- “Você é tão cruel quanto a sua tia” ?! – Respondeu Sirius envergonhado. – Fora outras acusações sem fundamentos...
- Merlin! – Exclamou James. – E porque isso?!
- Porque eu sou um cachorro idiota ciumento?! – Falou Sirius com uma cara digna de pena.
- Aiaiaiai Almofadas... – Murmurou James. – Sorte sua ter um amigo genial como eu! – Exclamou com um sorriso maroto.
- Qual foi a idéia que passou pela sua cabeça, Pontas?! – Sirius questionou.
- Você vai falar com ela! – Respondeu James.
- Como se eu já não tivesse tentando... Ela só me disse “Depois”. – Reclamou Sirius.
- Isso já lhe impediu de falar com qualquer pessoa que seja?! – Perguntou James com um sorriso maroto.
- Em Hogwarts eu tinha meus modos de conseguir falar com quem eu queria quando eu queria... Mas aqui?! Impossível... – Pontuou Sirius.
- Nada é impossível quando se tem uma capa de invisibilidade. – Disse James já arquitetando um plano em sua mente.
- Obrigado por existir Pontas! – Exclamou Sirius sorrindo marotamente.
Já era tarde da noite. Douglas estava assistindo televisão na sala, enquanto Liu tentava dormir em seu quarto. A campainha tocou.
- Atende a porta Doug! – Liu gritou de seu quarto, vestia um pijama de tecido, de calça azul e blusa listrada de manga curta.
- Já vai! – Gritou Douglas de volta enquanto ia até a porta e a abria.
Douglas abriu a porta e deu de cara com Sirius que fazia um gesto pedindo segredo ou silêncio.
- Acho que foi brincadeira de algum pirralho, Liu! – Gritou Douglas disfarçando, enquanto Sirius botava a capa de invisibilidade de James e subia as escadas.
- Que ótimo! – Reclamou Liu. – Eu já estava quase pegando no sono. – Adicionou.
A porta de seu quarto, que antes estava aberta, se fechou sozinha.
- Doug?! – Questionou Liu assustada. – Isso não tem graça, sabia?!
Liu foi até a porta e a abriu. Novamente a porta se fechou, como se algo tivesse a empurrado.
- Fantasmas... – Murmurou Liu dando passos para trás até se encostar à parede do quarto.
Sirius tirou a capa de invisibilidade assim que ficou cara – a – cara com Liu.
- Se você pretendia me matar de susto não deveria ter tirado a capa agora... – Pontuou Liu pálida de medo.
[i][blue]"Everybody needs a little time away."
I heard her say,
"From each other."
"Even lovers need a holiday.
Far away, from each other"
(Todo mundo precisa de um tempo
Longe um do outro, é o que dizem
Até os amantes precisam de umas férias
Longe um do outro)[/i][/blue]
- Eu quero falar com você... – Avisou Sirius com uma cara séria.
- Outro dia Sirius, melhor dar tempo ao tempo... – Retrucou Liu de cabeça baixa evitando ao máximo encarar o par de olhos azuis acinzentados de Sirius.
- Mas eu preciso falar com você... – Murmurou Sirius cabisbaixo.
- Às vezes as pessoas precisam ficar um pouco longe sabe?! – Começou Liu. – Faz bem, faz sentir a falta do outro... E descobrir o quanto a pessoa é, ou não, importante para você.
- Duas pessoas que se Amam não precisam de férias... – Pontuou Sirius.
- Claro que precisam! – Exclamou Liu. – Se não um acaba enjoando do outro.
[i][blue] “Hold me now
It's hard for me to say I'm sorry
I just want you to stay…”
(Abrace-me agora,
É difícil dizer que eu sinto muito
Eu só quero que você fique...)[/i][/blue]
- Me deixa dizer o que eu tenho para dizer então! – Disse Sirius tentando olhar nos olhos de Liu.
- Eu não quero que você piore ainda mais o que eu estou sentindo... – Murmurou Liu triste enquanto se desencostava da parede e ia em direção à porta.
- Por favor... – Pediu Sirius agora de cabeça baixa e de costas para Liu que já estava em frente à porta.
[i][blue] “After all that we've been through
I will make it up to you
I promise to
And after all that's been said and done
You're just the part of me I can't let go (Ooo ooo)”
(Depois do que nós passamos
Eu compensarei tudo para você
Eu prometo
E depois de tudo que se tem dito e feito
Você é só a parte de mim que eu não posso deixar ir embora)[/i][/blue]
- Eu prometo que vai valer a pena você me escutar... – Adicionou Sirius.
Liu parou em frente à porta, queria a abrir e sair de lá, mas não conseguia. Não conseguia deixar Sirius para trás falando com o vento.
- Faça valer à pena a chance que eu vou te dar de falar... – Murmurou Liu ainda de costas para Sirius.
[i][blue] “Couldn't stand to be kept away
Just for the day
From your body
Wouldn't wanna be swept away
Far away, from the one that I love”
(Não poderia ficar longe
Nem por apenas um dia, do seu corpo
Não iria querer ser arrastado
Para longe daquela que eu amo)[/i][/blue]
- Eu sei que eu falei besteira Liu... – Começou Sirius olhando para a parede enquanto falava. Uma fina lágrima escorreu de seu olho. – Mas foi o ciúme sabe?! Só de pensar que eu poderia acabar sendo “expulso” de sua vida novamente eu já fiquei nervoso e acabei por não deixar espaço para você dizer alguma coisa... – Continuou. – Mas, eu não posso, e nem quero, ter de ficar longe de você... Nem que seja por um dia. Porque um dia longe de você demora uma eternidade para passar... – Disse enquanto olhava para o teto e respirava fundo.
Liu fechou os olhos para não chorar, tentou não prestar atenção no que Sirius dizia, mas era impossível.
- Com você que eu aprendi o que é realmente Amar alguém... – Recomeçou Sirius sorrindo de leve. Ainda continuavam um de costas para o outro. – Só você consegue fazer o meu coração bater rápido e devagar ao mesmo tempo.
Liu sorriu de leve, lágrimas também escorriam de seus olhos.
- Faz parte de mim falar e fazer besteiras. Você sabe disso. – Continuou Sirius. – E por causa disso eu acabei machucando a pessoa que eu mais Amo nesse mundo. Você. Eu não queria Liu... Eu juro que eu não queria machucar você! Malditas sejam as palavras que têm o dom de machucar...
[i][blue] “Hold me now
It's hard for me to say I'm sorry
I just want you to know”
(Abrace-me agora,
É difícil pra mim dizer que sinto muito
Eu só quero que você saiba)[/i][/blue]
- Sirius, fala logo o que você quer dizer com tudo isso... – Murmurou Liu se esforçando para não deixar transparecer que ela estava chorando.
- É difícil Liu... – Confessou Sirius.
- Apenas fale... – Pediu Liu.
- Me perdoe... – Disse Sirius num tom quase inaudível.
- Desculpa Sirius, mas eu não ouvi o que você disse... – Pontuou Liu virando de frente para Sirius que continuava de costas para ela.
[i][blue] “Hold me now
I really want to tell you I'm sorry
I could never let you go”
(Abrace-me agora
Eu quero realmente te dizer que sinto muito
Eu nunca poderia te deixar partir)[/i][/blue]
- Me perdoe por todas as coisas idiotas e sem fundamentos que eu disse... – Pediu Sirius virando de frente para encarar Liu. – Eu te Amo... – Murmurou ao olhar nos olhos da garota.
- Você acha que é tão fácil assim, Si?! – Liu questionou seriamente. Ao ouvir Liu o chamando de “Si” Sirius sorriu marotamente.
- Eu sei que é fácil assim, ainda mais porque você não resiste ao meu sorriso maroto... – Pontuou Sirius sorrindo.
[i][blue] “After all that we've been through
I will make it up to you
I promise to
And after all that's been said and done
You're just the part of me I can't let go
After all that we've been through
I will make it up to you
I promise to”
(Depois do que nós passamos
Eu compensarei tudo para você
Eu prometo
E depois de tudo que se tem dito e feito
Você é só a parte de mim que eu não posso deixar ir embora
Depois do que nós passamos
Eu compensarei tudo para você
Eu prometo)[/i][/blue]
- Eu prometo que você não vai se arrepender se me perdoar... – Avisou Sirius olhando nos olhos de Liu.
- Vou deixar algo bem claro... – Começou Liu se aproximando de Sirius. – Se você falar merda de novo não vai ter perdão, ouviu?!
- Ouvi... – Murmurou Sirius sorrindo enquanto abraçava Liu pela cintura.
- E tem mais uma coisa! – Exclamou Liu sorrindo marotamente para Sirius.
- Eu acho que já entendi qual é essa outra coisa... – Murmurou Sirius retribuindo o sorriso.
- Você acha?! – Questionou Liu.
- Eu tenho certeza... – Respondeu Sirius puxando Liu para um beijo apaixonado.
- Cof cof... – Interrompeu alguém conhecido, o que fez com que Liu e Sirius parassem de se beijar.
- Eu mereço... – Murmurou Liu sorrindo enquanto olhava para Sirius, ainda abraçada com ele. – O que eu fiz Doug?! – Perguntou virando o olhar para o irmão.
- Já passou da hora permitida para vocês dois namorarem sozinhos em um quarto vazio... – Pontuou Douglas com um tom engraçado.
- Só mais dez minutinhos Douglas... – Pediu Sirius com uma cara de abandono.
- Cinco... – Retrucou Douglas.
- Sete?! – Insistiu Liu.
- Sete e não se fala mais no assunto! – Concordou Douglas. – Volto em exatos sete minutos de relógio. – Avisou saindo do quarto.
- Onde estávamos mesmo?! – Sirius questionou com um sorriso maroto.
- Na parte em que você diz que me Ama... – Murmurou Liu devolvendo o sorriso.
- Eu te Amo sua chata... – Sussurrou Sirius no ouvido de Liu.
- Eu te suporto, seu insuportável... – Murmurou Liu de volta. Sirius sorriu e beijou os lábios da garota de uma maneira doce e suave.
- Marta! – Gritou Nosferato alucinado ao chegar em casa tarde da noite, a casa estava toda escura.
- Nosferato meu amor! – Exclamou Marta que já estava preocupada com a demora do homem. Ao olhar pela porta, de onde entrava o único ponto de luz da sala, percebeu que Nosferato, que estava em frente à porta, carregava um corpo em seus braços.
- Ela está viva! – Gritou Nosferato. – E ele... Morto. – Disse largando o corpo que estava em suas mãos.
- Não pode ser! – Vociferou Marta enfurecida. Nosferato fechou a porta de casa e ligou a luz. – Silas... – Murmurou se abaixando ao lado do corpo do quase albino.
- Ela o matou já faz dias a julgar pelo estado do corpo... – Pontuou Nosferato. – E eu sei que ela está viva porque eu a vi hoje na praça. – Adicionou antes que Marta sequer pensasse em dizer algo.
- Ela me paga! – Gritou Marta se levantando de vez. – Onde ela está?! – Questionou em seguida.
- Não faço à mínima... – Murmurou Nosferato. – Depois de me chamar de chifrudo e submisso ela ainda chamou a polícia trouxa... Aí eu não pude seguir a defuntinha... – Adicionou com raiva.
- Ela só sabe fazer uma coisa... Arruinar a minha felicidade! – Gritou Marta.
- Estava mais feliz com o Silas vivo, é?! – Perguntou Nosferato com ciúmes em suas veias.
- Claro! – Respondeu Marta rapidamente. – Ele era mais útil do que você! – Adicionou.
- Bom saber que você acha isso... – Murmurou Nosferato decepcionado.
- Eu não quis dizer isso Nosferato... – Pontuou Marta. – Ele só era mais útil na hora de trabalhar pesado... Afinal, eu não que o meu amor se machucando... – Esclareceu.
- Claro... – Murmurou Nosferato. – Entendi perfeitamente meu Amor... – Disse pouco antes de beijar Marta. – Mas não se preocupe, eu posso trabalhar pesado melhor do que ele... – Adicionou após o beijo.
- Isso foi mais do que sete minutos... – Pontuou Douglas quando Liu e Sirius desceram as escadas de mãos dadas e foram para a sala.
- Foram dez. – Retrucou Sirius com um sorriso maroto.
- Vocês me passaram a perna... – Resmungou Douglas. – Você deveria me obedecer Liu! Eu sou seu irmão mais velho. – Adicionou.
- Só foram três minutos a mais. – Disse Liu.
- Não devia mais confiar em vocês dois... – Brincou Douglas.
- Larga de ser bobão Doug. – Falou Liu sorrindo marotamente. – Eu e o Si não aprontamos nada para você ficar aí todo preocupado... – Completou.
- Dããã! – Exclamou Douglas com um sorriso maroto. – Eu só estava tirando onda com a cara de vocês... – Pontuou. – Poderiam ficar até mais tarde se quisessem... – Adicionou.
- Claro, esqueci que nem sempre eu posso te levar a sério. – Disse Liu em meio a risos.
- Bom, eu vou embora do mesmo jeito... O Rabicho deve estar achando que eu fui seqüestrado. – Falou Sirius com uma expressão marota.
- Tchau Si... – Despediu – se Liu dando um selinho nos lábios do maroto.
- Tchau Liu... – Respondeu Sirius. – Tchau Douglas. – Adicionou acenando para Douglas enquanto Liu o acompanhava até a porta de casa.
- Tchau Sirius. – Falou Douglas.
- Te Amo... – Murmurou Sirius enquanto saía pela porta.
- Também te Amo Si... – Respondeu Liu pouco antes de Sirius tomar o caminho para a sua casa.
Pouco depois de Sirius sair, Liu foi dormir dando antes um beijo de boa noite na bochecha do irmão.
- Acorda, Por favor... – Uma voz de desespero ecoou pela mente de Liu enquanto dormia.
- Tá de noite ainda... – Liu murmurou para o vazio de olhos fechados enquanto tampava os ouvidos com o travesseiro.
- Acorda minha pequena... – Pediu a voz mais uma vez.
- Vá acordar outra pessoa! – Gritou Liu jogando o travesseiro e logo após abrindo os olhos. – Merlin! – Exclamou ao notar que não havia ninguém no quarto.
- Liu, você está bem?! – Perguntou Douglas que havia ouvido o grito de Liu e corrido até o quarto dela para garantir que estava tudo bem. Eram pouco mais do que três da manhã.
- Ótima... – Respondeu Liu com um olhar confuso. – Vá dormir Doug. – Disse enquanto se virava na cama para tentar dormir.
- Se precisar de mim é só gritar, de novo... – Pontuou Douglas pouco antes de voltar para seu quarto. Eduzinho permanecia dormindo no quarto de Liu sonhando provavelmente com vários petiscos para gato.
- Não é possível, eu só posso estar ficando louca... – Resmungou Liu enquanto fechava os olhos novamente.
Já era o dia de Liu novamente ir ao médico, na verdade, já estava na hora dela ir. Estavam todos esperando ela descer. Douglas, Mathews e Sirius, os três sentados no sofá de três lugares esperando, juntamente com Eduzinho, Liu descer.
- Liu, você vai se atrasar... – Avisou Douglas falando mais alto para que Liu pudesse ouvir.
- Na verdade ela já está atrasada... – Pontuou Mathews em uma voz baixa.
- Dá para pelo menos dizer alguma coisa?! – Gritou Sirius já preocupado.
- Acho que não... – Respondeu Douglas ao notar que Sirius havia sido deixado no vácuo.
- Eu já disse que eu não vou ao médico! – Ecoou uma voz vinda de cima.
- Vai sim! – Retrucou Douglas se levantando. – Nem que eu tenha de te arrastar! – Exclamou em seguida enquanto ia até a escada.
- Pois tente! – Desafiou a voz vinda de cima.
- Gênio impossível que essa minha irmã tem! – Reclamou Douglas enquanto subia as escadas. Sirius e Mathews ficaram no pé da escada para impedir uma possível “fuga”.
- Isso não vai dar certo... – Murmurou Mathews enquanto balançava a cabeça de maneira negativa.
- Eu te desafio para um duelo, Douglas Wolfgrand! – Exclamou Liu que estava parada na extremidade oposta do corredor que Douglas estava, enquanto lançava uma luva em cima de Douglas.
- Desafio aceito! – Retrucou Douglas indo em direção à Liu.
- Eu não disse qual o tipo de duelo... – Pontuou Liu.
- Mas eu aceito do mesmo jeito. - Disse Douglas.
- Se eu ganhar eu não vou ao médico, se você ganhar eu vou. – Começou Liu. – O duelo é um duelo de... – Continuou, mas ao ver que Douglas corria em sua direção para tentar levar ela à força, simplesmente correu para o quarto e fechou a porta na cara de Douglas. – Isso é trapacear... E a pena para quem trapaceia é ser eliminado do duelo, perdendo por conseqüência... – Avisou se escorando na porta para ter certeza de que ela continuaria fechada mesmo Douglas tentando abrir.
- Ir ao médico não é algo que se possa apostar em um duelo! – Pontuou Douglas irritado do outro lado da porta.
- Pode apostar que é... – Brincou Liu que com sua varinha arrastava móveis para ficarem na frente da porta.
- Não me faça arrombar a porta. – Douglas gritou impaciente.
- Arrombe. – Desafiou Liu que sorria marotamente enquanto pegava algo que estava escondido.
Mary Kate passeava pela sala de sua casa, sorria apesar de tudo que lhe havia acontecido. Cantarolava uma música de uma banda chamada “The Beatles” com uma vassoura, daquelas que os trouxas usavam para varrer o chão, em suas mãos sendo utilizada como uma espécie de microfone.
Olhou de maneira rápida e sonhadora pela janela, como quem deseja ver algo novo acontecer, como um segundo sol aparecer.
Pela mínima fração de segundos que olhou pela janela pôde jurar ter visto algo a observando com o cuidado de um bicho quando encurrala a sua presa ainda escondido atrás de uma moita, ou de um protetor que faz de tudo para ter certeza de que quem ele Ama está na mais perfeita segurança. Ao virar novamente para olhar pela janela, dessa vez com um objetivo em mente e não mais cantando uma música, viu um par de belos olhos, olhos como os seus. Talvez fosse apenas o vidro da janela refletindo os seus olhos para que pudesse se auto - encarar.
Piscou os olhos para tentar enxergar melhor, mas ao abrir novamente seus olhos não tinha nada em sua frente.
- Estranho... – Murmurou Mary Kate. – Eu seria capaz de jurar ter visto um par de olhos azuis me olhando pela janela... – Adicionou confusa.
- Acho melhor você sair de trás da porta, eu vou entrar no três! – Avisou Douglas que estava do lado de fora do quarto de Liu, ainda. – Um... Dois... Dois e meio... Dois e quarenta e cinco... Três! – Gritou pouco antes de abrir a porta utilizando um feitiço. – Liu?! – Chamou ao entrar no quarto e notar que estava vazio.
Ao ouvir um barulho de porta se fechando Douglas olhou para trás, notando assim que a porta do quarto onde ele estava é que havia se fechado. Provavelmente teria sido culpa da Liu, que possivelmente estaria usando uma capa enfeitiçada para ficar invisível.
- Que tal brincarmos de esconde – esconde?! – Uma voz vinda do outro lado da porta propôs num tom de pirraça. – Eu me escondo e você tenta me achar. Eu até deixo o Matt e o Si ajudarem você. – Adicionou logo após dando leves risadas.
- Você está sendo infantil, Liu! – Reclamou Douglas enquanto tentava abrir a porta manualmente.
- Puxei ao meu irmão loiro. – Retrucou Liu antes de sair de trás da porta, já que sabia que Douglas ia acabar abrindo a porta de qualquer forma.
- Assim você nunca vai ficar boa de verdade. – Pontuou Douglas enquanto abria a porta e se deparava com o vazio.
- Douglas?! Conseguiu convencer a Liu?! – Douglas ouviu Sirius perguntar da escada.
- Ela está invisível. – Disse Douglas seriamente. – Agindo como uma criança de três anos de idade. – Adicionou.
- Liu! Pára de brincadeira e vamos ao médico! – Exclamou Sirius.
- Eu já disse que não vou ao médico! – Retrucou Liu que já estava no meio da escada.
- Você já viu que o médico não morde... – Falou Mathews tentando soar convincente.
- Mas tem uma agulha que fura. – Pontuou Liu. – E eu não estou a fim de me submeter a mais um furo no meu braço. – Completou enquanto terminava de descer as escadas, ainda invisível.
- Então eu vou ser obrigado a te achar e te levar arrastada?! – Perguntou Sirius enquanto sorria marotamente.
- Não. Até porque o horário da consulta já passou faz exatamente vinte minutos. – Respondeu Liu enquanto tirava a capa que estava a deixando invisível.
- Você está impossível! – Reclamou Douglas pegando Liu pelo braço.
- Eu sou impossível. – Corrigiu Liu com um sorriso maroto.
- Você está de castigo! – Avisou Douglas. – Uma semana sem permissão para ver o Sirius! – Adicionou. Sirius olhou para ele de uma maneira surpresa.
- Douglas! – Exclamou Sirius. – Isso é me deixar de castigo também. – Pontuou com um tom de voz engraçado.
- Uma semana sem Coca – Cola então! – Disse Douglas seriamente.
- Quer que eu morra de sede?! – Questionou Liu com um olhar sério.
- Quando estiver com sede beba água. – Respondeu Douglas soltando o braço de Liu.
- “Quando estiver com sede beba água”. – Repetiu Liu fazendo graça da cara de Douglas. – Até parece que eu vou ficar uma semana sem tomar Coca - Cola. – Murmurou em seguida.
- Então já sei! – Disse Douglas de repente com um sorriso malicioso no rosto. – O Eduzinho vai morar com o Sirius durante dois dias inteiros. – Avisou de maneira lenta, quase torturante.
- DOIS DIAS SEM O EDUZINHO?! – Liu gritou sem acreditar no que Douglas havia dito. – Vá arrumar o que fazer Douglas! Ligue para a Bel e marque um jantar. – Adicionou enquanto balançava a cabeça de uma maneira negativa.
- Eu tive uma idéia! – Exclamou Douglas. – Agora que você já sabe que é minha irmã eu finalmente vou poder fazer isso! – Disse em seguida deixando todos ali presentes confusos.
- Doug, você está me deixando confusa... – Pontuou Liu com a sobrancelha direita arqueada.
- Você vem comigo Liu! – Exclamou Douglas rapidamente enquanto subia as escadas para procurar algo em seu quarto.
- Eu estou excluído do programa de família?! – Perguntou Sirius de uma maneira alta para que Douglas ouvisse.
- Se você quiser vir, venha. – Respondeu Douglas ainda dentro de seu quarto.
- Sério... Você está me assustando Douglas! Se você me levar para o médico eu juro que te mato! – Gritou Liu para que Douglas ouvisse.
- Juro que você não vai para o hospital! – Retrucou Douglas.
- Bom... Eu vou para a casa da Taty. Depois você me conta o que houve Liu. – Murmurou Mathews sorrindo.
- Vá lá ver a sua namorada Matt. E diga a ela que eu mandei lembranças. – Falou Liu enquanto abraçava Mathews.
- Até mais Sirius! – Disse Mathews enquanto cumprimentava Siris para puder sair. – Tchau Douglas! – Adicionou com um grito. Logo após estava saindo da casa.
Não demorou muito para que Douglas, acompanhado de Liu e Sirius, saísse de casa também, deixado Eduzinho sozinho em casa, e indo para algum lugar que não tinha revelado onde era, mas pelo caminho Liu já sabia exatamente para onde Douglas estava levando ela.
- Bel! – Exclamou Douglas sorrindo quando viu sua noiva abrir a porta de casa para que ele pudesse entrar.
- Que surpresa boa Doug! – Disse Bel, sem perceber a presença de Liu e Sirius, logo após beijando Douglas de uma maneira demorada. Liu e Sirius se entreolharam e sorriram discretamente de uma maneira divertida.
- Está bem, você não me chamou aqui para que eu visse você beijar a Bel, não é Douglas?! – Perguntou Liu de uma maneira divertida. Douglas e Bel se separaram do beijo. Só então Bel notou que Sirius e Liu estavam ali.
- Reunião familiar?! – Bel questionou com um sorriso maroto no rosto. – O Si resolveu pedir a Liu em casamento e vocês vieram me comunicar isso e me chamar para ser madrinha?! – Perguntou em seguida.
- Ainda não Belzinha. – Respondeu Sirius com um sorriso maroto nos lábios.
- Como se eu ainda quisesse me casar com esse cachorrinho. – Brincou Liu.
- Isso quer dizer que você já pensou na hipótese um dia. – Retrucou Sirius com um olhar safado.
- Talvez... – Murmurou Liu piscando para Sirius.
- Olha a conversa paralela... – Regulou Bel sorrindo. – Vão entrar ou vão ficar do lado de fora?! – Perguntou em seguida. Os três automaticamente entraram.
- Bel, eu tenho uma coisa muito importante para te dizer. – Pontuou Douglas com um pouco de nervosismo na fala. – E para te perguntar também... – Adicionou respirando fundo.
- Assim você me deixa curiosa e nervosa ao mesmo tempo. – Confessou Bel. Liu sorriu de uma maneira engraçada, como se estivesse imaginando o que Douglas estava para dizer.
- Isabel Montano. – Começou Douglas seriamente. – Você é a pessoa mais importante da minha vida. Você me faz querer acordar todos os dias nem que seja somente para ouvir sua voz pelo telefone. Eu cheguei à conclusão que eu não posso viver sem você. E pensar que eu te conheci como uma aluna amiga de minha irmã... – Falou de maneira clara. – O que eu quero perguntar é... Isabel Montano... Vocêaceitasecasarcomigo?! – Disse de uma maneira rápida.
- Aiii que lindo! Eu sabia! – Murmurou Liu que havia entendido o que Douglas tinha dito.
- Fala mais devagar a última parte Douglas... – Pediu Bel calmamente. Douglas se ajoelhou e segurou a mão de Bel enquanto tirava algo do bolso.
- Você aceita se casar comigo, Bel?! – Questionou Douglas olhando fixamente para os olhos azuis de Bel, e revelando um anel belíssimo que estava dentro de uma pequena caixa vermelha em formato de coração.
- Eu aceito Doug! – Exclamou Bel com lágrimas de felicidade nos olhos.
Douglas se levantou, colocou o anel no dedo de Bel, e logo após a beijou de uma maneira suave.
- Eu te Amo... – Murmuraram Bel e Douglas ao mesmo tempo após o beijo.
- Me adotem, por favor! – Pediu Liu com um sorriso maroto.
- Eu não quero uma filha chata e teimosa. – Disse Bel em um tom de brincadeira.
- Vocês formam um lindo casal. – Pontuou Liu com um sorriso sincero.
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Demorei, mas postei esse aí. Só que eu esqueci como é que bota a imagem xD
Vou aproveitar para postar o outro :D
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