Oitavo Capítulo.



Image Hosted by ImageShack.us


~~> Oitavo Capítulo.


“A corrente.”


 


  Definitivamente era um dia quente aquele dia. Bom?!... Na verdade não, quanto mais quente o dia, mais quente as cabeças das pessoas ficam, deixando as emoções à flor da pele, deixando as pessoas mais propícias a confusões.


  Estava tudo combinado! Sirius iria para a casa de Douglas conversar com ele alguma coisa, a sim! O bilhete! Isso, Sirius iria para a casa de Douglas saber novas informações sobre o bilhete. Douglas avisou que talvez pudesse sair repentinamente antes de Sirius chegar, mas que nesse caso, o maroto deveria pegar a chave que ficava debaixo do tapete da porta da frente da casa, entrar em casa e esperar, que não teria problema nenhum.


  Liu havia descido do quarto, e estava na cozinha esperando por Douglas, que chegaria a qualquer momento com novidades sobre tudo e todos. Ela estava vestida com uma blusa branca que era bem grande e folgada, com um short azul que estava parte coberto pela blusa, já que o short era curto, trazia os cabelos presos apenas por uma piranha, ficando assim meio solto.


  Ela não havia percebido, mas havia um rapaz na sala, que não parava de olhar para ela que estava de costas para ele.


  - “Quem é ela?!” – Se perguntou o belo rapaz de cabelos negros que lhe caiam de uma maneira bastante charmosa em rosto. Seu coração havia disparado, e ele não sabia por quê. Sem querer acabou derrubando um bibelô, que embora não tivesse quebrado durante a queda, fez grande barulho ao cair.


  - Douglas?! – Perguntou Liu ao ouvir o barulho, com um copo de água em sua mão direita.


  - “Essa voz... eu devo estar ficando maluco, ela morreu...” – Pensou o rapaz sem parar de olhar para a figura da garota que continuava de costas.


  - Douglas?! – Perguntou Liu novamente. – Ainda bem que você chegou... – Disse enquanto se virava de frente. Em uma questão de segundos o copo de vidro já estava despedaçado no chão, e Liu estava com uma cara de surpresa. – Sirius... – Murmurou com os olhos marejados.


  - Liu?! – Perguntou Sirius se levantando. Seu rosto era um misto de muitas emoções, seu coração batia freneticamente, ele não conseguia acreditar em seus olhos. – Como?! – Perguntou em um tom aparentemente calmo.


  - Eu... Eu... – Liu não sabia o que dizer, e com medo da reação de Sirius ela dava pequenos passos para trás. Afinal, ela havia enganado ele esse tempo todo, ele teria direito de sentir pelo menos um pouco de raiva dela.


  - Por quê?! – Perguntou Sirius em um tom alterado de voz, finas lágrimas lhe escorriam a face.


  - Sirius... Eu... – Liu tentava se explicar, mas as palavras não ajudavam. As suas lágrimas já molhavam o seu rosto, porém, não poderia negar que estava feliz em ver ele.


  - Você me deixou sofrer por nada?! – Perguntou Sirius com um sentimento indefinido no olhar. – Você tem idéia do mal que você me fez?! – Perguntou se aproximando de Liu, que já não tinha mais como andar para trás, já que já estava encostada na bancada da cozinha.


  - Sirius... Eu... Eu... – Todas as tentativas de Liu para falar pareciam ser em vão. Estava sem palavras, sem explicações, sem razão.


  - Você não sabe o que dizer, não é?! – Perguntou Sirius agora tão perto de Liu que o perfume dela entrava suavemente para os seus pulmões. – Não tem idéia de como vai me explicar o que fez não é?! – Questionou em seguida.


  -... – Liu nada conseguiu dizer, apenas concordou com a cabeça, baixando – a logo depois em sinal de vergonha.


  - Agora você fica envergonhada do que fez né?! – Provocou Sirius deixando – se levar pelo sentimento de raiva. – Sabe por que você não consegue falar nada?! – Perguntou em seguida. – Porque você não tem nada para dizer! Você sabe que seja lá o que você fez, foi errado... – Completou.


  - Si... Deixa eu me explicar... – Pediu Liu com os olhos marejados, passando a encarar o maroto.


  - Não adianta... – Murmurou Sirius. – Você me fez acreditar que você havia morrido... – Pontuou com os olhos marejados. – E ainda me chama de “Si”... – Completou num tom de ironia.


  - Si... Perdoa-me... – Pediu Liu arrependida de tudo. – Por favor... – Adicionou baixando a cabeça.


  - Não... – Murmurou Sirius controlando as lágrimas que queriam descer de seus olhos. – E tem mais... – Continuou levando sua mão até o seu próprio pescoço. – Eu não quero mais o seu coração... – Disse tirando a corrente que Liu havia lhe dado de presente de Natal e entregando – a nas mãos trêmulas da garota. – Não faço questão de ter ele mais... – Finalizou. Orgulho, maldito seja o orgulho.


  - Está bem... – Concordou Liu tentando não demonstrar o quão triste estava. Engolindo o choro. Não podia ser fraca. – Espero que você seja feliz com a Mary Kate... – Murmurou fechando a mão não mais trêmula com a corrente dentro.


  - Pelo menos eu tenho certeza de que ela não fará comigo o que você fez... – Disse Sirius dando bastante ênfase à palavra “você”.


  - Sem dúvidas... – Concordou Liu. – Ela talvez não faça um terço do que eu fiz por você... – Completou no que mais pareceu um murmúrio.


  - Realmente, ela não vai se matar e me deixar chorando em um enterro de mentirinha... – Disse Sirius virando – se de costas e caminhando até a porta. – Acho que eu estava melhor sabendo que você estava morta... – Murmurou antes de abrir a porta e sair de lá.


  - “Lá se vai o namoradinho da “defunta”...” – Pensou um homem quase albino que observava tudo do lado de fora da casa. – “Ele nem foi capaz de fechar a porta...” – Pontuou mentalmente começando a sorrir. – “A Marta vai ficar orgulhosa de mim quando eu entregar aquela correntezinha para ela, junto com o corpo morto da sobrinha...” – Completou em pensamento.


  Liu desabou em lágrimas no chão da cozinha. Não tinha ninguém ali para ser testemunha de seu momento de “fraqueza”. Mantinha a sua corrente presa em sua mão direita, e a apertava cada vez mais enquanto as lágrimas lhe escorriam a face. Foi quando ouviu a campainha tocar.


  - Douglas! – Liu gritou se levantando e limpando as lágrimas. Não, seu irmão não poderia a ver chorando daquela maneira. – Eu não acredito que você esqueceu a chave de novo... – Reclamou indo até a porta. – “Mas a porta está aberta...” – Pontuou mentalmente ao olhar para a porta. – Olá?! – Perguntou confusa.


  - É aqui que mora uma defunta chamada Elisa Weiss?! – Perguntou um homem quase albino que Liu não sabia quem era.


  - “Droga!” – Liu pensou tentando fechar a porta o mais rápido possível, mas antes que ela fizesse isso o homem impediu botando o pé para a porta não fechar.


  - Olá defunta... – Saudou Silas com um sorriso maléfico nos lábios. Liu recuava alguns passos.


  - O que você quer?! – Perguntou Liu num tom frio, sua cabeça estava confusa.


  - Vamos dizer que eu quero... – Começou Silas como se estivesse pensando. – Ah sim, o seu coração pode ser o suficiente... – Completou com um sorriso maligno daqueles de gelar o coração de uma pessoa.


  - Nunca... – Murmurou Liu apertando a corrente em sua mão. Talvez fosse à hora certa dela chorar em desespero, ou gritar por ajuda, mas não faria isso.


  - Vamos garotinha... – Começou Silas. – Me entregue essa corrente e... Bom... – Parou pensativo. – E eu vou te seqüestrar da mesma maneira... – Completou.


  - Tente pegar ela de mim... – Provocou Liu começando a correr para a cozinha.


  - A garotinha gosta de brincar de pega – pega?! – Perguntou Silas indo devagar atrás de Liu.


  - “Douglas, não chegue Douglas, não chegue Douglas...” – Pensava Liu enquanto se escondia atrás de um móvel velho de uma sala onde tinha um piano preto e algumas poltronas. A sala estava escura por que a luz estava apagada.


  - Você pode correr, mas não pode se esconder... – Ecoava uma voz sinistra pela sala escura.


  - “Eu não posso deixar que ele pegue a corrente...” – Pensou Liu. – “Tudo menos a corrente...” – Pensou novamente.


  - Eu sei que você está aqui... – Pontuou Silas que estava na mesma sala que Liu, só que mais longe da porta.


  - “Medo é psicológico...” – Pensou Liu. – “Eu não estou com medo...” – Tentava se convencer mentalmente.


  - Eu estou ficando cansado de brincar disso... – Murmurou Silas. – Eu vou ligar a luz... – Avisou com um sorriso sinistro.


  - “No três eu saio daqui...” – Pensou Liu.


  - Eu estou indo ligar a luz... – Avisou Silas novamente.


  - “Um...” – Contou Liu em pensamentos.


  - Se eu ligar a luz e te ver, você não vai gostar nem um pouco... – Disse Silas.


  - “Dois...” – Continuou Liu mentalmente.


  - Liguei... – Pontuou Silas ao ligar a luz.


  - “Três...” – Terminou Liu saindo correndo e passando para a cozinha.


  - Acha que vai escapar é guria?! – Gritou Silas indo para a cozinha.


  - “A porta...” – Pensou Liu. Tudo que ela tinha que fazer é ir até a porta aberta.


  - Vou te pegar... – Avisou Silas logo atrás de Liu.


  Ao chegar à sala Liu olhou para a porta, seu coração gelou, sua respiração descompassou, sua cabeça começou a girar.


  - Cheguei Liu! – Saudou Douglas sorrindo, mas ao olhar para a cara de Liu o seu sorriso sumiu. – O que houve?! – Perguntou, mas logo viu Silas chegar por trás de Liu e ameaçar ela com uma varinha enquanto a prendia em seus braços. Douglas pôde notar um pequeno fio dourado saindo da mão de Liu.


  - Mais um passo e ela morre... - Avisou Silas com a varinha apontada para o pescoço de Liu. Liu sentia sua cabeça girar, seus batimentos cardíacos estavam descompassados, assim como a sua respiração.


  - Douglas... – Murmurou Liu pouco antes de desmaiar e deixar, discretamente, a corrente de coração lhe escorregar da mão.


  - Merlim! – Exclamou Silas. – Adeus... – Disse aparatando de lá, com Liu, e um sorriso maléfico nos lábios, sem nem dar tempo para Douglas fazer algo.


  - Não!! – Gritou Douglas entrando em desespero indo até o lugar onde a corrente estava no chão. – Eu tenho que fazer alguma coisa... – Murmurou para si mesmo.


  - Atende Bel... – Murmurava Sirius enquanto batia ininterruptamente na porta da casa de Bel.


  - Quem é?! – Perguntou Bel de dentro da casa.


  - Sirius! – Respondeu Sirius imediatamente.


  - Merlim... – Murmurou Bel abrindo a porta imediatamente. – O que houve?! – Perguntou ao ver as lágrimas no rosto do amigo.


  - Ela está viva, Bel... – Disse Sirius rapidamente entrando na casa de Bel e andando de um lado para o outro.


  - Como é?! – Perguntou Bel que não havia entendido o que Sirius havia dito.


  - Eu fui falar com o Douglas... – Começou Sirius. – Aí quando eu chego lá... – Continuou. Enquanto ele falava lágrimas pulavam de seus olhos. – Dou de cara com uma pessoa que deveria estar morta... – Disse com uma cara de raiva.


  - Quem?! – Perguntou Bel.


  - A Liu! – Respondeu Sirius.


  - Ahh... – Murmurou Bel. – Então você descobriu... – Disse sorrindo. – Como foi a conversa de vocês?! – Perguntou curiosa.


  - Como é?! – Perguntou Sirius confuso. Então Bel sabia?! – Você sabia?! – Perguntou confuso.


  - Errr... –Murmurou Bel. – Eu sabia... – Confessou.


  - Eu não acredito... – Murmurou Sirius. – Vocês me enganaram... – Disse num tom de raiva aparente. – Você me deixou chorar no enterro dela! – Exclamou raivoso.


  - Opa! – Interrompeu Bel. – Eu fiquei sabendo depois... – Pontuou.


  - Tanto faz... – Murmurou Sirius.


  - Mas e aí?! – Perguntou Bel. – Como foi?! – Perguntou novamente.


  - Como foi o quê?! – Perguntou Sirius num tom de dúvida.


  - Vocês se acertaram de novo?! – Perguntou Bel esperançosa.


  - Francamente Isabel... – Começou Sirius friamente. – Você realmente acha que eu ia querer ao menos olhar para a cara dela depois de tudo que ela me fez sofrer?! – Perguntou com um olhar de decepção.


  - Mas você a Ama, e ela te Ama... – Murmurou Bel.


  - Se ela me Amasse não teria se “matado”... – Disse Sirius fazendo o sinal das aspas com as mãos.


  - Você não entende... – Começou Bel. – Pára tudo... Você não falou nenhuma besteira, não é?! – Perguntou com uma cara de preocupação.


  - Só falei o que ela merecia ouvir! – Respondeu Sirius ainda com um sentimento forte de raiva.


  - O quê?! – Bel perguntou com certo receio.


  - Que eu estava melhor quando ela estava morta... – Sirius respondeu como se fosse algo simples. A porta se abriu sozinha, de maneira brusca e mágica.


  - Bel! – Gritava Douglas enquanto entrava na casa da noiva. – A Liu... Ela... Um cara... Sumiu! – Falava sem saber nem o que estava falando. Lágrimas não paravam de cair de sua face.


  - Doug, respira e me diz o que houve com calma... – Pediu Bel preocupada. Sirius notou que Douglas estava com a corrente em mãos.


  - A Liu, ela pode estar morta agora... – Douglas murmurou sentido.


  - Bom para todos, assim fica tudo como era antes! – Sirius disse sem parar para assimilar nada.


  - Você é idiota Sirius?! – Perguntou Douglas só então notando a presença do garoto. – Francamente... – Murmurou após. – Morta de verdade! – Falou por fim desesperado.


  - Vaso ruim não quebra... – Retrucou Sirius. Talvez ele não quisesse pensar na possível morte de Liu.


  - CALA A BOCA! – Gritou Douglas apontando o dedo indicador para Sirius com raiva. – Você não sabe o que está falando... – Completou num tom mais baixo de voz. – Ela ia te contar tudo quando te viu aos beijos com a Mary no Natal... – Murmurou em seguida. – Pensou que você estava feliz, e decidiu que era melhor te deixar viver feliz com alguém que você amasse... – Completou. O coração de Sirius gelou.


  - Mentira... – Murmurou Sirius.


  - Doug, me fala o que houve... - Pediu Bel ainda mais preocupada.


  - Eu cheguei em casa, um cara muito esquisito estava com a varinha apontada para a Liu, que desmaiou e deixou cair a corrente, e logo depois o cara aparatou com ela para algum lugar... – Douglas disse tentando se manter calmo.


  - “É tudo armação da Liu...” – Pensou Sirius. Ele não podia negar que sentia um medo lhe corroer o corpo.


  - E agora?! – Perguntou Bel de maneira alterada, deixando sua preocupação tomar conta dela.


  - Agora tudo que eu tenho que pode me ajudar a encontrar a Liu, é essa corrente... – Começou Douglas. – E infelizmente o Sirius... – Completou olhando para Sirius com desprezo.


  - Como assim, Douglas?! – Perguntou Sirius confuso.


  - Você nunca se perguntou por que às vezes você sentia coisas que não partiam de você?! – Perguntou Douglas olhando para Sirius. – Me deixa explicar algo... – Continuou. – Essa corrente não é só uma corrente... – Disse sorrindo. – Dependendo da “conexão” entre a pessoa que deu a corrente, e a pessoa que recebeu, a pessoa que carrega a corrente pode sentir o que a outra está sentindo... E se ficar muito forte, até ver pelos olhos do outro... – Explicou com calma. – Sirius, me diz só uma coisa... Você ainda Ama a Liu?! – Perguntou por fim.


  - Óbvio que não... – Sirius respondeu sem nem dar ouvidos a uma voz interior. – Como eu Amaria alguém que me fez sofrer tanto?! – Perguntou com indiferença no tom de voz. Bel abriu um sorriso maroto.


  - Doug, eu acho que eu sei de alguém que pode nos ajudar então... – Disse Bel com algo em mente.


  - Quem Bel?! – Perguntou Douglas entrando no jogo a garota.


  - Lembra daquele namoradinho trouxa da Liu?! – Perguntou Bel piscando um olho para Douglas.


  - Claro! – Exclamou Douglas. – Vou falar com ele imediatamente, cada segundo pode ser um segundo a menos para a Liu... – Completou indo até a porta.


  - Merda! – Gritou Silas ao se dar conta de que a corrente não estava mais na mão da garota. Liu abriu os olhos devagar, viu – se num local escuro, sentia – se fraca, tão fraca que não conseguiu nem ao menos se levantar.


  - Não conseguiu o que queria, não foi?! – Liu perguntou com um sorriso de provocação. Embora fraca ela ainda conseguia tirar forças para provocar aquele quase – albino.


  - Onde está a corrente?! – Silas perguntou num tom alterado de voz, o sorriso de Liu apenas se alargou.


  - Não sabes?! – Provocou Liu. – Coitadinho de você... – Murmurou em seguida.


  - Me diga ou irás sofrer muito! – Exclamou Silas.


  - Dane – se o sofrimento... – Começou Liu com dificuldade para falar. – Dane – se a dor... – Continuou. – Dane – se a vida! – Completou.


  - Eu sei de algo que te faria sofrer muito... – Começou Silas com um olhar de psicopata. – Eu sei o seu ponto fraco... – Murmurou em seguida.


  - Sem pontos fracos hoje em dia... – Pontuou Liu com indiferença no tom de voz.


  - Tudo bem... – Concordou Silas. – Quero só ver como você se sente sendo enterrada viva! – Disse em seguida. Liu assustou – se. Ele pegou Liu no colo e levou até o lado de fora do lugar escuro.


  O lugar escuro na verdade era um galpão velho e abandonado. Do lado de fora havia um buraco de terra bem fundo, e um caixão aberto do lado.


  - Vai contar?! – Perguntou Silas enquanto colocava Liu no caixão.


  - Prefiro morrer... – Respondeu Liu ainda se sentindo muito fraca para lutar contra aquilo tudo.


  - Caso você mude de idéia, fale comigo... – Disse Silas apontando para um espelho que estava “grudado” na parte superior de dentro do caixão, e logo após fechando o caixão e o enterrando. – Ahh... Você não tem muito tempo para mudar de idéia! – Gritou após ter enterrado o caixão.


  - Eu quero tentar... – Murmurou Sirius sentindo ciúmes do trouxa.


  - Mas você não Ama a Liu... – Provocou Bel. – Só serve para quem realmente Ama o outro... – Adicionou.


  - Mas eu quero tentar! – Disse Sirius aumentando seu tom de voz. Sua respiração estava descompassada.


  - Tente... – Falou Douglas normalmente entregando a corrente para Sirius.


  - “Cadê você Liu...” – Pensava Sirius enquanto colocava a corrente. – “Não me deixa por uma segunda vez...” – Pensou em seguida, afinal, em seus pensamentos ninguém poderia dizer nada.


  - Alguém me tira daqui, por favor... – Murmurava Liu em pânico dentro do caixão.


  - Vai me contar?! – Liu ouviu Silas dizer. Quando olhou para frente, no espelho, lá estava ele com a cara mais cínica do mundo.


  - Nunca! – Respondeu Liu.


  - Quer saber como eu sei que você não gosta de lugares fechados e pequenos?! – Perguntou Silas com provocação no tom de voz.


  - Cala a boca... – Murmurou Liu.


  - A sua divina Tia me disse que tinha o costume de te deixar trancada em baús às vezes... – Começou Silas ignorando Liu. – Como forma de punição por você ser você... – Adicionou.


  - Eu não quero ouvir isso... – Disse Liu com uma cara séria.


  - Você não tem querer... – Pontuou Silas. – Dentro de algum tempo você vai ficar sem ar... – Continuou. – Vai morrer tentando respirar, deve ser uma sensação terrível, não é?! – Provocou. – Quero dizer... Você tentar respirar e se dar conta de que não tem ar no ambiente, aí sentir os seus pulmões esvaziarem, travarem, seu coração partir... – Continuou como meio de tortura psicológica.


  - Quando você morrer me diga como é a sensação... – Retrucou Liu. – Alguém vai vir me salvar... – Completou.


  - Até parece! – Disse Silas em meio a risadas maléficas. – Ninguém sabe onde você esta, defuntinha... – Disse calmamente. – Me diga onde está a corrente e eu penso em lhe tirar daí... – Completou. – Ahhh... E cada vez que você fala, seu ar se torna mais raro... – Falou por fim.


  - Qual o seu nome?! – Perguntou Liu repentinamente. Ela havia notado que o espelho ficava exatamente sobre a sua cabeça.


  - Silas... – Respondeu o quase albino confuso.


  - Pois bem, Silas... – Começou Liu. – Desista de tentar me convencer a dizer onde está a minha corrente... – Aconselhou. – Não pense que eu sou fraca para entregar tudo assim, de repente... – Continuou. – E eu acredito que alguém vai vir me buscar, nem que seja o meu irmão morto para me levar para um outro mundo... – Finalizou. – Vá encher a paciência de outra pessoa! – Adicionou com raiva, dando uma cabeçada no espelho, que se partiu.


  - Droga! – Gritou Silas enfurecido. – Se você quer morrer, o problema é todo seu, pirralha! – Disse ao notar que Liu havia acabado com a comunicação entre os dois.


  - Viu que não funciona com quem não Ama a outra pessoa?! – Pontuou Douglas, sua mente ainda não conseguia acreditar que Sirius realmente não Amava mais Liu.


  - Sirius, desista... – Murmurou Bel com uma cara de derrota. – Você não a Ama mais, não mesmo... – Disse ao ver que Sirius tentava sentir alguma coisa com a corrente no pescoço, mas que todo esforço parecia em vão. – Você se esqueceu dela... – Murmurou de maneira triste. – Vamos ter de tentar alguma outra coisa... – Disse por fim.


  - CALEM – SE OS DOIS! – Gritou Sirius desesperado. A vida de Liu poderia estar em suas mãos, tudo dependia dele, de certa forma. E ele?! Talvez não quisesse mais acreditar no Amor que sentia por Liu.


  - Me dê a corrente Sirius, a gente vai dar um jeito... – Disse Douglas com uma cara triste.


  - Ninguém Ama a Liu mais nesse mundo do que eu! – Exclamou Sirius num tom mais alto de voz, como se dependesse daquilo para sobreviver, como se quisesse que o mundo inteiro soubesse de seu “segredo”. – Eu posso até ter dito coisas idiotas para ela, mas eu não queria... – Murmurou triste. – Eu só estava com raiva dela por causa de tudo... Tudo que nem eu sei o que é... – Confessou.


  Bel e Douglas se entreolharam preocupados com o tempo.


  - Se essa merda de corrente não quer acreditar, problema o dela! – Disse Sirius alterado. – Se ela não quer me ajudar, eu encontro sozinho... – Adicionou. – Vocês vêm?! – Perguntou olhando para Bel e Douglas.


  - Sirius, a gente não sabe para onde ela foi levada... – Pontuou Douglas.


  - Não importa, a gente vai encontrar ela... – Murmurou Sirius. – Vem Eduzinho! – Disse por fim chamando o gato branco que parecia concordar com ele, e abrindo a porta.


  Ao colocar a mão na maçaneta da porta e girar, Sirius se sentiu exatamente como a maçaneta, seu mundo estava girando. Abaixou a cabeça. Suava frio. Fechou os olhos. Várias imagens vinham em sua mente, como um filme, se em ordem ou não, só Merlim sabia.


  Primeiro viu Liu chorando no chão da cozinha. Em seguida abrindo a porta e saindo correndo por causa de alguém. Viu também Douglas chegar, e um homem quase albino ameaçar Liu com uma varinha, a corrente caiu, Liu sumiu, tudo ficou escuro. Sirius pensou que era o fim das imagens, tentou abrir os olhos novamente, sentiu uma forte dor de cabeça, Douglas e Bel olhavam para ele preocupados, fechou os olhos rapidamente.


  Agora via um lugar escuro, uma cara ameaçadora. Foi para o lado de fora, um galpão velho, um caixão, um buraco. Liu no caixão. Desespero. Espelho. Lágrimas. Vidros quebrados. Gritos de revolta. Um murmúrio. “Perdoa-me Si...”.


   - Eu sei onde ela está... – Sirius disse com uma cara preocupada. – Vamos rápido, não temos muito tempo, eu acho... – Completou saindo na frente. Sem mais demoras, Douglas e Bel seguiram Sirius, que parecia saber onde estava indo.


  - Merda de vida! – Reclamava Silas sem parar. – Ela que escolheu, agora vai morrer esperando um resgate, e eu vou ficar aqui, esperando o resgate... – Adicionou com um sorriso maléfico.


  - Você tem certeza de que é aqui, Sirius?! – Douglas perguntou quando os três, ou melhor, quatro, estavam na frente de um galpão velho e abandonado.


  - Tenho... – Respondeu Sirius firmemente. – E esse canalha desgraçado vai pagar caro pelo que fez com a Liu! – Exclamou em seguida indo em direção ao galpão.


  - Sirius, não entra de vez, olha o local antes! – Dizia Douglas correndo para acompanhar a atitude impensada de Sirius.


  - O que foi Eduzinho?! – Perguntou Bel, que havia ficado para trás, olhando para Eduzinho que não parava de miar.


  - Cadê você, albino de merda?! – Perguntou Sirius num tom alto de voz ao entrar no galpão. Douglas rapidamente já estava ao seu lado. Ambos com varinhas em mãos.


  - Não tem ninguém aqui, Sirius... – Murmurou Douglas.


  No momento seguinte, numa fração de segundos. Douglas e Sirius passaram de estar na vantagem e “armados” para presos e sem suas varinhas. Tudo que os dois chegaram a ver foi um vulto.


  - Olá... – Uma voz ecoou pelo galpão. Logo foi possível ver o quase albino se sentando em uma cadeira e botando as duas varinhas em cima de uma mesa. – O irmãozinho e o ex – namoradinho vieram numa missão de resgate, foi?! – Perguntou Silas com um sorriso maléfico enquanto segurava uma xícara de chá.


  - Cadê a Liu, seu des... – Começou Sirius.


  - Hey! – Exclamou Silas. – Sem nomes feios... – Disse com uma cara de provocação. – Me desculpem a falta de educação, eu nem me apresentei, não foi?! – Continuou. – Me chamo Silas, prazer... – Completou com uma cara cínica.


  - Eu não estou interessado em saber o seu nome! – Retrucou Sirius com raiva. Douglas pensava em maneiras de sair dali.


  - Que falta de educação da sua parte... – Murmurou Silas. – Agora me pergunte o que você queria me perguntar... – Completou sorrindo.


  - Onde está a Liu?! – Perguntou Sirius de vez.


  - A defuntinha?! – Começou Silas. – Enterrada... – Respondeu como se aquilo fosse normal. Douglas analisava o local.


  - Enterrada como?! – Sirius perguntou sem querer acreditar no que havia visto.


  - Tipo dentro de um caixão, debaixo da terra... Você é meio burro, sabia?! – Respondeu Silas num tom de provocação.


  - Solte – a! – Ordenou Sirius. Silas cuspiu o chá, devido a uma risada repentina.


  - Olha aqui, frangote, ela vai morrer porque ela quer, entendeu?! – Disse Silas de maneira calma.


  - Porque você a enterrou?! – Sirius questionou indignado.


  - Por algo que talvez você possa me dizer, e evitar que ela morra... – Respondeu Silas com uma cara cínica.


  - O quê?! – Sirius perguntou interessado. Douglas olhou para ele com um olhar fatal.


  - Você, por um acaso, sabe o paradeiro de uma corrente que tem um pingente de coração?! – Silas perguntou fingindo desinteresse.


  - Eu s... – Começou Sirius.


  - Ele não sabe! – Interrompeu Douglas. – Ninguém sabe... – Completou. – A Liu sumiu com ela... Quebrou, deu fim, queimou nas chamas do fogão, jogou na latrina e deu descarga! – Disse rapidamente. Silas olhou para ele furioso, afinal, Sirius estava quase entregando o ouro.


  - Pois bem... – Murmurou Silas. – Então ela morre de novo... – Disse em seguida. – Bom, pensem pelo lado positivo, ela vai ser a primeira garota que morreu duas vezes! – Exclamou num tom irônico.


  - Seu filho de uma... – Começou Sirius.


  - Eu disse nada de nomes feios! – Reclamou Silas se aproximando de Sirius e apontando a varinha para ele. – Vamos ver, a sua queridinha deve ter pouco menos de cinco minutos de vida, sabe?! Não tem muito oxigênio em um caixão... – Provocou.


  - Se algo acontecer com a Liu eu juro que eu mesmo faço questão de te matar... – Pontuou Sirius olhando fixamente nos olhos de Silas.


  - Não se eu te matar antes... – Provocou Silas.


  - Você não teria capacidade o suficiente para me matar... – Retrucou Sirius com um sorriso maroto.


  - Fica nessa moleque... – Murmurou Silas voltando para o lugar onde estava antes. – Quando ela tiver morta eu te aviso... – Falou em seguida.


  - “Ele vai me pagar por tudo isso...” – Pensava Sirius enquanto olhava para Silas e os minutos passavam.


  - Pronto! – Exclamou Silas. – Pode ficar tranqüilo... – Continuou. – Agora ela sem dúvidas já morreu... – Disse por fim com um sorriso de provocação.


  - Aleluia! – Exclamou uma voz vinda de fora. – Estava cansada de esperar por esse anuncio... – Falou num tom de provocação. Silas olhou surpreso.


  - “Liu...” – Pensou Sirius ao ver a garota, sem puder disfarçar um largo sorriso. Douglas também sorriu.


  - Sabe... Pessoas mortas andam?! Falam?! – Perguntou Liu num tom de provocação. Ela estava entrando no galpão ainda.


  - Espertinha você... – Murmurou Silas. – Assim me dá ainda mais gosto de te matar... – Falou em seguida.


  - Eu já disse que não pretendo morrer?! – Perguntou Liu sorrindo marotamente.


  - Você não tem capacidade de lutar contra mim... – Retrucou Silas.


  - Talvez não... – Começou Liu. – Talvez sim... – Adicionou.


  - Sem dúvidas não! – Exclamou Silas pouco antes de desaparecer.


  - Fica atenta Liu... – Alertou Douglas. Liu fechou os olhos.


  - Não fecha os olhos Liu! – Gritou Sirius em desespero.


  - “Fica concentrada Liu...” – Pensava Liu enquanto tentava se concentrar nos mínimos barulhos. Douglas sorria de uma maneira vitoriosa.


  - Quero ver o que... – Começou Silas reaparecendo para possivelmente prender Liu.


  Mas Liu fora mais rápida, ao perceber que seu inimigo estava perto ela se virou dando um soco na cara do quase albino.


  - Tente novamente... – Provocou Liu abrindo os olhos. Sirius ficou surpreso com o que havia visto. Douglas murmurou algo como “Isso”, ou “Toma”.


  - Atrevida! – Reclamou Silas. Seu nariz sangrava.


  - Ohh... Acho que quebrou o nariz... – Murmurou Liu provocando Silas. – Você tinha razão... – Continuou. – Eu não tenho capacidade para lutar contra você... – Disse como se sentisse pena. – Fazer o quê né?! – Terminou com um sorriso.


  - Você vai aprender a nunca mais me provocar... – Começou Silas indo discretamente para perto de Sirius.


  - Como?! – Perguntou Liu. – Já sei! – Exclamou em seguida. – Você vai recitar um poema feito para a minha tia Marta! – Continuou. – Isso seria torturante... – Murmurou em seguida. Sirius sorriu.


  - Não... – Respondeu Silas já do lado de Sirius. – Ele morre se você não me entregar a corrente! – Disse apontando a varinha para Sirius.


  - Socorro! – Gritou Liu fingindo desespero e indo para o lado de Douglas. – Estou sendo assaltada! – Disse em seguida. – Opa... O que é isso em meu bolso?! – Perguntou de repente. – Esquece... Eu não tenho bolsos... – Murmurou pegando algo com Douglas. – Mas ele tem! – Adicionou pouco antes de lançar um feitiço não – verbal que lançou Silas longe.  – Valeu Douglas... – Adicionou.


  - Solta a gente, Liu... – Murmurou Douglas.


  - Agora não... – Retrucou Liu. Logo em seguida a garota recebeu um feitiço e foi jogada longe. – Cretino! – Gritou em seguida, ao se levantar.


  - Doeu, defuntinha?! – Silas provocou com um sorriso.


  - Não quase defunto... – Respondeu Liu sorrindo também.


  - CRUCIUS! – Exclamou Silas apontando a varinha para Liu que caiu no chão se contorcendo de dor, porém sem dar um grito.


  - Liu! – Gritou Sirius em desespero, afinal, ele nada podia fazer para ajudar Liu que estava sendo torturada em sua frente.


  - Agüenta firme Liu... – Disse Douglas dando apoio moral para Liu. Silas retirou a maldição.


  - Doeu?! – Perguntou Silas com um sorriso maléfico.


  - Conseguiu fazer cócegas... – Respondeu Liu se levantando com um sorriso vitorioso.


  - Não adianta se fazer de forte, você é incapaz de fazer mal a uma mosca... – Provocou Silas.


  - Mas é capaz de matar três comensais... – Pontuou Douglas sorrindo.


  - Ela?! – Perguntou Silas com uma cara engraçada. – Até parece! – Completou rindo.


  - Nunca faça pouco caso do seu adversário... – Aconselhou Sirius. Liu sorriu.


  - Cansei de brincar... – Pontuou Liu. – Vamos para fora Silas... – Adicionou em seguida. Silas olhou para ela como quem diz: “Eu?! Obedecer a uma defunta?!”.


  - Não, fica mais emocionante te matar aqui, na frente deles... – Silas disse com um sorriso sádico.


  - Eu disse... Vamos para fora! – Gritou Liu logo após fazendo um feitiço não verbal que fez com que Silas “voasse” para fora do galpão.


  - Agora me solta Liu! – Pediu Douglas. Liu ignorou e foi para fora do galpão com toda calma do mundo.


  - Você cutucou onça com vara curta, defuntinha! – Avisou Silas. Ele e Liu estavam do lado de fora, e agora duelavam de maneira ainda mais violenta.


  - Droga de garota cabeça dura! – Reclamou Sirius que estava se sentindo péssimo por não estar lutando com Liu contra Silas.


  - Por isso que você e ela formam um casal perfeito... – Começou Douglas. – Dois teimosos... – Completou rindo.


  - Ela ta lá, pode estar morrendo, e você fica rindo?! – Indagou Sirius surpreso.


  - Oh! – Exclamou Douglas. – Pensei que se ela morresse seria ótimo porque assim tudo voltaria a ser como era antes... – Provocou.


  - Joga na cara que eu falei besteira... – Murmurou Sirius.


  - Fica tranqüilo... – Começou Douglas. – Ela sabe duelar bem... – Adicionou com uma calma suspeita. – E ela não nos soltou porque ela deve ter um plano, ou você se esqueceu da Bel?! – Falou por fim.


  - Bel! – Exclamou Sirius ao ver a loira entrar no galpão abandonado.


  - Oh céus! – Falou Bel ao ver os dois presos. – Dois marmanjos presos, e uma donzela duelando... – Pontuou enquanto pegava as varinhas de Douglas e Sirius que estavam em cima de uma mesa. – Pelo menos você foi útil e pegou a varinha da Liu, Doug... – Completou enquanto soltava os dois.


  - Bel, me dá logo a minha varinha! – Pediu Sirius correndo até Bel em desespero.


  - AVADA KEDAVRA! – Um grito ecoou pelo local.


  - “Liu...” – Sirius pensou segurando o pingente de sua corrente como se pedisse algum tipo de informação. Tudo que sentiu foi uma vontade incontrolável de ir até o lado de fora, e foi o que fez, sem nem pensar nas conseqüências.


  - Espera Sirius! – Alertou Bel. Mas Sirius ignorou e seguiu para fora do galpão.


  Sirius saiu. Poderia se dizer que saiu no momento certo, inclusive. Ao sair viu o corpo de Silas no chão, mais branco do que antes, sem vida, e de costas para o próprio Sirius estava Liu. Sentiu um alivio grande ao ver a garota de pé. Mas para o seu desespero o corpo da garota pareceu desabar de repente. Correu, pegou a em seus braços antes que caísse no chão.


  - LIU! – Sirius gritou desesperado com o corpo aparentemente desacordado da garota em seus braços.


  - Oh Merlim! – Exclamaram Bel e Douglas juntos ao chegarem do lado de fora e verem Sirius carregando o corpo desmaiado de Liu.


  - Sirius, se acalme isso tem acontecido às vezes... – Douglas disse numa tentativa de fazer Sirius não ficar tão preocupado quanto ele aparentava estar.


  - Isso não é normal... – Murmurou Sirius com os olhos marejados.


  - Vamos levar ela para casa... – Bel disse, e assim foi feito. Todos os quatro, mais o Eduzinho, foram para a casa de Douglas.


  Chegando na casa de Douglas, Sirius botou Liu na cama, pegou uma cadeira, e sentou ao lado da cama para esperar a garota acordar. Bel e Douglas acharam melhor deixar os dois sozinhos, então foram passear.


  - Você não vai fazer isso comigo de novo, não é Liu?! – Murmurava Sirius do lado de Liu, segurando sua mão. – Não vai me deixar sozinho de novo... – Disse enquanto lágrimas escorriam de seus olhos. – Eu deveria ter dito que te perdoava sem nem pensar, era o que eu queria dizer... Mas eu não me controlei... Desculpa-me... – Repetia.


  A garota parecia não escutar ele. Continuava descordada.


  - A verdade é que eu não sabia o quanto eu queria você perto de mim... – Começou Sirius. – Mesmo você tendo feito aquilo... – Completou. – Sabe... Eu deveria ter dado graças à Merlim por ter sido tudo só um plano seu... Por você estar viva... E não ter brigado com você... – Disse enquanto brincava com a mão de Liu.


  Se ao menos ela acordasse. Mas não, continuava desacordada, como se não quisesse mais acordar de algum tipo de sonho.


  - Vai Liu, acorda... Não me deixa falando com o nada... – Pediu Sirius. – Me dá outra chance de te perdoar, e me perdoa por ter jogado fora a primeira chance... – Continuou. – Eu sempre vou te Amar, não tenho para onde fugir, e nem quero fugir... - Completou


  - Hey... – Sirius ouviu um murmúrio no quarto. – Quer dizer que meu coração está em seu pescoço?! – Continuou a voz. Sirius se assustou e soltou a mão de Liu.


  - Liu?! – Perguntou Sirius ainda assustado olhando para a garota que estava com uma cara confusa.


  - Ahhh... Entendo... – Murmurou Liu novamente. – Palavras bonitas só servem quando a pessoa está em risco de vida, ou desacordada e não pode ouvir nada... – Disse com uma cara séria, enquanto olhava nos olhos do maroto.


  - Não, não é isso... – Sirius falou rapidamente enquanto segurava a mão de Liu novamente.


  - Hummm... – Murmurou Liu olhando para a mão que Sirius segurava. – Que foi Si...?! – Perguntou quando ao olhar para o maroto o viu com um olhar distante.


  - Sorri para mim?! – Sirius perguntou com os olhos brilhando.


  - Para quê Si?! – Liu perguntou confusa.


  - Só sorria... – Pediu Sirius fazendo a típica cara de cachorro abandonado em dias de chuva.


  - Si, isso não faz o menor sentido... – Pontuou Liu.


  - Desde quando as coisas devem fazer sentido?! – Sirius perguntou sorrindo marotamente.


  - Desde nunca... – Liu respondeu seu conseguir evitar um sorriso.


  - Foi a frase, ou o meu sorriso maroto que te fez sorrir?! – Perguntou Sirius ainda sorrindo.


  - A frase... – Respondeu Liu sorrindo marotamente.


  - Merlim! – Exclamou Sirius repentinamente.


  - O que foi dessa vez?! – Liu perguntou confusa.


  - Eu tinha me esquecido do quanto você é bonita... – Sirius respondeu de uma forma apaixonada.


  - Pára com isso... – Murmurou Liu corando.


  - Hey! – Exclamou Sirius. – Desacostumou de ouvir elogios foi?! – Questionou.


  - Talvez... – Liu respondeu rapidamente.


  - Eu te Amo demais, minha, só minha, para sempre minha, pequena... – Sussurrou Sirius no ouvido de Liu, logo depois se inclinando um pouco para beijar os lábios da garota.


  - Não Si... – Murmurou Liu. Sirius se afastou dela novamente.


  - Por quê?! – Sirius perguntou confuso. – Você não me Ama mais?! – Questionou logo em seguida. – Já sei... Você tem um outro namoradinho... – Falou de maneira enciumada.


  - Eu não... – Retrucou Liu. – Mas você tem uma namorada, e ela é minha prima, e eu não vou deixar você me beijar, sabendo que você está com ela... – Explicou.


  - Nesse caso, espera aqui... Eu juro que volto mais tarde! – Disse Sirius empolgado.


  - Si, caso você não tenha notado já é de noite... – Pontuou Liu apontando para a janela.


  - Ilusão sua, ilusão sua... – Falou Sirius sorrindo.


  - Amanhã você faz seja lá o que você quer fazer... – Aconselhou Liu.


  - Mas... – Começou Sirius.


  - Fica aqui comigo... – Murmurou Liu.


  - Está bem... – Concordou Sirius. – Mas só porque você está pedindo... – Adicionou sorrindo.


  - Me diz algo novo Si... – Pediu Liu sorrindo.


  - Eu não sabia que você sabia duelar tão bem! – Disse Sirius com um olhar de admiração.


  - Aprendi com o Douglas! – Exclamou Liu feliz de estar falando com Sirius novamente. E o melhor... Ela não era “Lila”, ela não era “a garota mascarada”, ela era só Liu. – Soube que você beijou uma garota de máscara... – Adicionou com uma cara cínica.


  - Como você ficou sabendo?! – Sirius perguntou sorrindo.


  - Um gato branco me contou... – Respondeu Liu com um olhar sonhador.


  - Porque você não tirou a máscara ali, naquela hora?! – Sirius perguntou. No fundo ele já sabia que não poderia ter sido nenhuma outra garota.


  - Porque não, horas! – Respondeu Liu claramente. – De quem foi à idéia de você vir para aqui hoje?! – Questionou curiosa.


  - O Douglas me chamou para me dizer algo sobre o bilhete... – Respondeu Sirius.


  - O Douglas...?! – Começou Liu. – Ele fez a única coisa que eu pedi para ele não... – Ia falando, mas ao olhar para Sirius resolveu parar. – Deixa para lá... – Murmurou.


  - Porque você não queria que ninguém me contasse?! – Sirius perguntou cabisbaixo. – Até quando você pretendia me deixar sem saber de nada?! – Continuou.


  - Deixa isso para lá... – Murmurou Liu arrependida do que havia dito.


  - Sem brigas, só me diga... – Pediu Sirius.


  - Eu pretendia nunca te contar... – Começou Liu. Sirius abaixou a cabeça com uma cara triste.


  - Claro... – Murmurou Sirius cabisbaixo.


  - Para te proteger... – Começou Liu. – Eu não iria agüentar mais ninguém morrendo por minha causa, ainda mais você... – Disse com dificuldades.


  - E porque o Douglas e a Bel sabiam?! – Sirius perguntou.


  - A Bel descobriu por um acaso... – Respondeu Liu. – Mas o Douglas, eu precisava de alguém para me ajudar, Si... – Pontuou.


  - Porque não eu?! – Questionou Sirius ainda de cabeça baixa.


  - Si... Eu não agüentaria te perder... Não para sempre... – Murmurou Liu.


  - Não me contando seria a mesma coisa de me perder para sempre... – Pontuou Sirius. – Mais alguém sabe que você está viva?! – Perguntou.


  - O James... – Liu respondeu sem parar para pensar.


  - Aquele Bambi! – Exclamou Sirius agora olhando para o lado. – Ele nem me contou nada! – Reclamou. – Ele vai ver só... – Disse por fim.


  - Hey! – Exclamou Liu. Sirius a encarou. – Ele não te contou porque eu o fiz guardar segredo... – Falou envergonhada. – Não briga com ele... – Murmurou por fim.


  - Está bem... – Concordou Sirius. – Eu vou ter de prometer isso também?! – Perguntou.


  - Você promete?! – Liu questionou em forma de murmúrio.


  - Eu não vou puder te abraçar toda hora, mostrar para todo mundo o motivo da minha felicidade, me exibir com a garota mais tudo do mundo ao meu lado?! – Perguntou Sirius olhando nos olhos de Liu.


  - Por um tempo eu acho melhor continuar tudo como antes... – Começou Liu. – Com uma pequena diferença, agora você pode me visitar quando quiser, e sabe que eu não morri... – Disse sorrindo.


  - Eu gostei dessa diferença... – Pontuou Sirius. – Só não gostei de um detalhe né... – Reclamou.


  - Qual o detalhe?! – Perguntou Liu curiosa.


  - Você não deixar eu te dar nem um beijinho... – Resmungou Sirius. – Só um, vai! – Pediu por fim.


  - Sirius Black... – Começou Liu calmamente. – Isso seria traição, e se você traísse minha prima eu ia ficar muito zangada com a sua pessoa... – Esclareceu.


  - Então faz assim, a gente conta tudo para a Mary, vai ser um motivo aceitável para acabar o meu namoro com ela, sem que ela fique brava comigo... – Disse Sirius sorrindo marotamente.


  - Nada disso! – Exclamou Liu.


  - Hey! – Retrucou Sirius. – Eu que vou ficar mal na fita com a sua prima é?! – Perguntou.


  - Hummm... – Murmurou Liu. – Fala para ela que não está dando certo, e que você não vai nunca conseguir me esquecer... – Continuou. – Porque você não sabe viver sem a minha pessoa, porque você é extremamente apaixonado por mim, que sou uma garota linda, maravilhosa... – Continuou em meio a risos.


  - Modesta... – Interrompeu Sirius rindo.


  - Modesta... – Repetiu Liu. – Fofa, inteligente, meiga, corajosa... – Continuou.


  - Humilde... – Adicionou Sirius.


  - Isso também... – Pontuou Liu. – Que canta bem, toca piano maravilhosamente bem... – Continuou de brincadeira.


  - E que me conquistou só com um olhar... – Completou Sirius sorrindo para Liu.


  - Pára de sorrir Sirius! – Exclamou Liu.


  - Ué! – Começou Sirius. – Por quê?! – Perguntou confuso.


  - Porque eu não resisto ao seu sorriso... – Murmurou Liu. – Ainda mais o seu sorriso maroto... – Completou.


  - Ahhh... Esse?! – Sirius perguntou sorrindo marotamente e piscando para Liu.


  - Você não presta mesmo Si... – Disse Liu enquanto ria.


  - Posso te fazer uma pergunta?! – Questionou Sirius.


  - Claro... Quantas perguntas você quiser... – Respondeu Liu com uma cara confusa.


  - Porque você desmaiou?! – Sirius perguntou curioso.


  Liu não sabia o que responder, parou para pensar, sentiu uma sensação esquisita, uma agonia terrível. Não queria tocar naquele assunto, precisava se lembrar de banir aquele assunto da face da Terra, ou até mesmo do universo como um todo. Porque ela estava desmaiando tanto de uns tempos para cá?! Estaria ela doente?! Uma doença incurável talvez... Não queria pensar nisso. Pensar nisso seria aceitar uma morte não muito confortável, provavelmente lenta e dolorosa, preferiria morrer nas mãos de Marta, talvez.


  O que diria para Sirius então?! Um simples “Eu não sei”?!... Bom, não passava da verdade. Contaria para ele das dores de cabeça usuais?! Das tonturas?! Daquela sensação horrível de não conseguir respirar quando quer?! Não... Ele se desesperaria... Ele não merecia isso, coitado, não daria mais essa preocupação para ele.


  - Deve ter sido um simples desmaio... – Respondeu Liu com simplicidade, como se aquilo só tivesse acontecido uma vez.


  - Talvez seja melhor você descansar então... – Começou Sirius. – Pode ser cansaço... – Completou.


  - Deve ser isso mesmo... – Concordou Liu. – Então eu acho que vou dormir... – Murmurou. – Boa noite, Si... – Disse se levantando rapidamente, dando um beijo na bochecha de Sirius, e em seguida deitando na cama novamente.


  - Boa noite Liu... – Murmurou Sirius se inclinando e beijando a testa da garota. – Durma bem e sonhe comigo... – Adicionou sorrindo.


  - “Se eu conseguir dormir...” – Pensou Liu fechando os olhos. Sirius continuou sentado na cadeira, com sono, mas do lado de Liu.


  Não demorou muito para ambos pegarem no sono. Sirius na cadeira e Liu na cama.


  Douglas havia deixado Bel em casa e voltado para casa. Subiu para falar com Liu. Abriu a porta e viu os dois dormindo, sorriu, sabia que estava tudo bem. Fechou a porta silenciosamente e desceu para tomar um copo de água antes de dormir.


  - “Agora sim, está tudo como deveria ser...” – Pensou Douglas enquanto bebia água. – “Só falta o Sirius acabar o namoro com a Mary Kate, e aí eles voltam a ficar juntos... Dessa vez eu prometo para mim mesmo que eles vão ficar juntos para sempre...” – Adicionou em pensamentos.


  A noite se passou de maneira calma. Quando os primeiros raios de sol entraram no quarto Sirius acordou, escreveu algo em um papel, e saiu da casa de Douglas discretamente.


  Pouco depois de Sirius ter acordado, Douglas acordou e foi logo falar com Liu, ou tentar acordar a garota. Achou estranho Sirius não estar mais lá, mas ao ver que havia um bilhete na mesa de cabeceira, achou perfeitamente normal.


  - Acorda pessoa lerda... – Sussurrou Douglas no ouvido de Liu.


  - Vá acordar outra pessoa Douglas, eu estou com sono... – Respondeu Liu com um ar de irritação.


  - Vamos acordar para tomar café?! – Perguntou Douglas de uma maneira um tanto quanto infantil. Ou até como uma mãe faz com um filho.


  - “Mamãe”... – Começou Liu. – Eu quero dormir... – Pontuou. – D – O – R – M – I – R! – Soletrou em seguida.


  - Você vai acordar sim... – Continuou Douglas. – Ou eu vou derramar um copo cheio de água na sua cabeça... – Ameaçou.


  - E eu corto o seu pescoço... – Retrucou Liu.


  - Se você já está acordada o suficiente para me ameaçar, desça para me acompanhar no café... – Pontuou Douglas. – Você está bem?! – Perguntou ao ver a garota sentada na cama com a testa franzida e uma mão na cabeça.


  - Ótima... – Mentiu Liu.


  - Não minta... – Disse Douglas de maneira clara.


  - Minha cabeça... – Começou Liu. – Ta doendo muito... – Completou piscando os olhos demoradamente, para ver se a dor de cabeça melhorava.


  - Chega! – Exclamou Douglas. – Você vai para um médico trouxa... – Disse em seguida.


  - Nem pense... – Murmurou Liu. – Se eu entrar em um hospital, eu só vou sair no dia do meu enterro... – Falou.


  - Mas Liu... Isso não é normal... – Pontuou Douglas preocupado.


  - Vamos tomar café?! – Perguntou Liu. – É melhor do que falar sobre besteiras... – Continuou. – Até já passou a minha dor de cabeça... – Mentiu com uma cara cínica. – Cadê o Si?! – Perguntou por fim.


  - Aqui... – Respondeu Douglas pegando o bilhete da mesa de cabeceira e entregando para Liu.


 


“Eu Amo e o Amor é tudo...


  É água que passa...


  Rancor mudo...


  É vida vivida...


  É morte morrida...


  É ensinar e aprender...


  É cantar e correr...


  É Amar, ser Amante, ser Amado.


  É ter você, Amor, ao meu lado.”


 


  Liu, desculpa por ter saído de repente, sem nem lhe dizer nada, mas a minha vida ainda não se acertou completamente. Tenho algo urgente para fazer, me espere, antes do anoitecer eu volto.


 


  Ps. Eu te Amo.


  Ass: Do para sempre seu, Sirius Black.”


 


  - Posso ler?! – Douglas perguntou curioso.


  - Óbvio... – Começou Liu. – Que não... – Respondeu sorrindo.


  - Eu já tinha lido mesmo... – Provocou Douglas. – Estava em cima da mesa de cabeceira para qualquer um ver... – Completou.


  - Mentira que você não leu... – Retrucou Liu. – Vamos tomar café?! – Perguntou por fim. Sua cabeça ainda estava doendo.


  - Antes você vai me dizer se algo que eu pensei é certo ou não... – Começou Douglas. – Você e o Sirius se acertaram?! – Perguntou.


  - Defina “acertaram”... – Pediu Liu sorrindo.


  - Não precisa responder... Seu sorriso já disse tudo... – Disse Douglas sorrindo. – Aleluia Merlim! – Exclamou enquanto se levantava. – Sem mal – humor daqui por em diante... Sem caras feias, sem... – Falava sem parar.


  - Chega Douglas... – Falou Liu cansada de escutar todas as coisas boas que haviam vindo com o fato dela e Sirius terem se “acertado” novamente.


  Em uma casa a campainha não parava de tocar. Seja lá quem fosse a pessoa que estivesse tocando, deveria estar no mínimo desesperada.


  - Já vai! – Gritou uma voz vinda de dentro da casa. – Si! – Exclamou a pessoa ao abrir a porta.


  - Mary, eu tenho algo importantíssimo para falar com você, algo que eu não posso esperar nem mais meio segundo para dizer... – Disse Sirius sem nem respirar, com um sorriso iluminando sua face.


  - Entra Si... – Convidou Mary Kate com uma expressão de confusão. Sirius entrou. Ela fechou a porta. – O que houve?! – Perguntou por fim.


  - Se eu contar você não vai acreditar, então é melhor eu não contar... – Respondeu Sirius não se contendo de felicidade.


  - E o que você veio fazer aqui...?! – Mary Kate questionou ainda mais confusa.


  - Mary, eu descobrir que eu não posso continuar me enganando, e enganando você, fingindo estar apaixonado por você para esquecer a Liu... – Começou Sirius. – Eu não quero acabar te machucando, mas eu não tenho para onde fugir, eu ainda Amo a Liu, e ninguém nunca vai me fazer esquecer ela! – Disse sorrindo. – E o que eu queria lhe dizer é que... – Continuou.


   - Você quer acabar o nosso namoro... – Completou Mary Kate. Ela estava sorrindo, ela sabia?! – Não é?! – Perguntou por fim.


  - É exatamente isso... – Respondeu Sirius. – Amigos?! – Questionou em seguida.


  - Claro Si! – Respondeu Mary Kate. – É isso que nós somos não adianta tentar outra coisa... Sempre seremos somente amigos! – Disse sorrindo. O sorriso de Sirius se alargou ainda mais. – Toma café comigo?! – Perguntou.


  - Não posso Mary... – Respondeu Sirius. – Eu tenho algo urgente para fazer... – Adicionou. – Tchau Mary! – Falou por fim, abraçando Mary Kate e saindo de lá correndo.


  - Essa eu juro que eu não entendi... – Murmurou Mary Kate sorrindo e indo tomar café.


  - Ah não Douglas! – Exclamou Liu no meio do café. – Passa a Coca – Cola para cá agora! – Ordenou.


  - Eu ouvi um trouxa falar que Coca – Cola de manhã faz mal... – Pontuou Douglas com a garrafa de Coca – Cola em mãos.


  - Esse trouxa deveria ser um trouxa no sentido trouxa da palavra! – Retrucou Liu. – Me dê a Coca – Cola! – Pediu em seguida.


  - Não! – Retrucou Douglas. – Pode ser isso que está te fazendo desmaiar tanto... – Disse em seguida.


  - Está bem... – Concordou Liu. – Vou pedir Coca – Cola para o Mathews então! – Disse se levantando da mesa e indo para a porta.


  - Aposto com você que ele vai dizer que faz mal! – Exclamou Douglas. Liu abriu a porta.


  - Matt!! – Gritou Liu abraçando o garoto que estava quase tocando a campainha.


  - Assim você me mata de susto, Liu... – Pontuou Mathews, afinal ele nem havia tocado a campainha ainda.


  - Entre... – Disse Liu sorrindo. Mathews entrou. – Agora diz para o Douglas que Coca – Cola de manhã não faz mal... – Pediu.


  - Mas Coca – Cola de manhã faz mal... – Falou Mathews confuso.


  - Viu?! – Provocou Douglas. – Nada de Coca – Cola de manhã para você! – Exclamou por fim.


  - Hey! – Exclamou Liu. – O que você veio fazer aqui, Matt?! – Perguntou curiosa.


  - Conversar com você... – Respondeu Mathews.


  - O que houve?! – Liu questionou sorrindo.


  - Primeiro você vai me contar o que houve que agora não pára de sorrir... – Respondeu Mathews.


  - Só se você me contar o que você veio me contar... – Pontuou Liu. – Agora... – Adicionou com um sorriso maroto.


  - Vim te convidar para a festa de aniversário da minha mãe... – Respondeu Mathews.  – Você, o Douglas e a Bel... – Adicionou sorrindo. – Vai ter festão! – Disse sorrindo.


  - Quando vai ser?! – Liu perguntou curiosa.


  - Amanhã... – Respondeu Mathews. – No jardim do fundo de lá de casa... – Adicionou.


  - Que horas?! – Douglas perguntou.


  - Oito da noite... – Mathews respondeu.


  - Eu vou! – Disse Liu imediatamente.


  - Você e a Bel também Douglas?! – Perguntou Mathews.


  - Acho que sim... – Respondeu Douglas. – Só tenho que falar com a Bel... – Adicionou sorrindo.


  - Posso levar mais uma pessoa?! – Liu perguntou.


  - Eduzinho conta como meia pessoa... – Brincou Mathews.


  - Eu não falei que era o Eduzinho! – Retrucou Liu.


  - Opa! – Exclamou Mathews sentando no sofá. – Quem é?! – Perguntou enquanto Liu se sentava ao lado dele no sofá, e Douglas se sentava numa poltrona.


  - É... – Começou Liu. A campainha tocou.


  - Eu atendo enquanto você diz Liu... – Pontuou Douglas indo até a porta.


  - Diz logo Liu... – Começou Mathews. Douglas abriu a porta. – Se não eu vou fazer cócegas em você... – Ameaçou sorrindo.


  - Errr... Estou interrompendo algo?! – Perguntou uma voz com um tom triste.


  - Si! – Exclamou Liu sorrindo e indo abraçar o maroto.


  - Quem é ele?! – Sirius perguntou enciumado enquanto abraçava Liu.


  - Meu melhor amigo, e confidente, Mathews... – Respondeu Liu. Mathews olhava a cena e ria discretamente da cara de ciúmes de Sirius.


  - Sei... – Murmurou Sirius sem acreditar muito naquilo.


  - Você sabe que meu coração é só seu... – Sussurrou Liu no ouvido de Sirius.


  - Pronto, chega de abraços... – Disse Douglas de pirraça. – Temos visita... – Completou apontando para Mathews. Liu e Sirius se separaram do abraço.


  - Ele é a pessoa, Liu?! – Mathews perguntou já sabendo a resposta.


  - Sim... – Liu respondeu sorrindo.


  - Pode levar o Sirius sim... – Disse Mathews.


  - Hey! – Exclamou Sirius. – Como você sabe o meu nome?! – Perguntou confuso.


  - A Liu me contou tudo... – Respondeu Mathews. – Eu cheguei a convencer ela a te contar tudo no natal... Mas... – Continuou.


  - Eu sei o que aconteceu no Natal... – Murmurou Sirius.


  - Sirius... – Começou Mathews. – Você tem uma festa para ir amanhã, acompanhado da garota mais teimosa que eu já conheci... – Disse sorrindo. – Oito horas da noite... – Completou. – Vou nessa, tenho muita gente para falar ainda... Tchau pessoal... – Adicionou. Liu foi até o amigo e se despediu dele antes dele sair pela porta da frente e murmurar algo do tipo “Aleluia”.


  - Acho que eu vou visitar a Bel... – Pontuou Douglas. – Juízo vocês dois... – Falou por fim, pouco antes de sair de casa.


  - Ele é realmente só seu amigo?! – Sirius perguntou ainda desconfiado quando só estavam ele e Liu na sala.


  - O que você acha?! – Retrucou Liu com a sobrancelha direita arqueada.


  - Eu acho que agora não é só o seu coração que pertence a mim... – Pontuou Sirius retirando algo de seu bolso. – Aceita ter o meu coração só para você?! – Perguntou enquanto mostrava um colar com um pingente de coração. Era diferente daquela que ela havia dado para Sirius, a corrente era de prata, o coração era feito de ágata natural e tinha uma coloração azulada, com pequenos fios de prata cruzando no topo do coração.


  - Si... É tão linda... – Liu murmurou enquanto olhava para a corrente.


  - Vai aceitar a responsabilidade de carregar o meu coração com você, sempre?! – Sirius questionou com um sorriso maroto.


  - Antes mesmo de você perguntar eu já tinha aceitado... – Respondeu Liu sorrindo de volta. Sirius foi colocar a corrente no pescoço de Liu.


  - Só para constar... Eu já acabei com a Mary Kate... – Sirius sussurrou no ouvido de Liu.


  - Só para constar, eu sabia que você já havia feito isso... – Murmurou Liu sorrindo.


  - Só para constar... – Começou Sirius. – Eu te Amo... – Murmurou cara – a cara com Liu.


  Lentamente os rostos dos dois foram se aproximando. Logo os dois lábios estavam unidos de uma maneira suave, doce. Não estavam com pressa, sabiam que não era o último momento dos dois, teriam outros momentos para se beijarem, não precisavam correr.


  - Me promete que nunca, nunca mais, vai me abandonar?! – Sirius perguntou após o beijo.


  - Eu não prometo nada... – Respondeu Liu querendo pirraçar Sirius.


  - Não promete é?! – Questionou Sirius. Liu fez que não com a cabeça.


  - Pensando bem... – Murmurou Liu. – Eu prometo, mas só se você me devolver o Sirius Jr.! – Disse rapidamente.


  - Aquele cachorrinho cor – de rosa?! – Perguntou Sirius sorrindo marotamente.


  - O meu cachorrinho cor – de – rosa... – Retrucou Liu dando bastante ênfase ao fato do bichinho ser dela.


  - Você não prefere o seu cachorro grande e perfeito não?! – Perguntou Sirius com um sorriso safado.


  - Ihh Si... Nem prefiro – Murmurou Liu. – Você não é cor – de rosa... – Pontuou dando língua para Sirius.


  - Nossa... – Murmurou Sirius fingindo estar magoado. – Se você quiser, eu passo a ser cor – de – rosa... – Disse sorrindo marotamente.


  - Eu quero o Sirius Jr. de volta, entendeu Sirius Black?! – Disse Liu bem devagar.


  - Entendi... – Respondeu Sirius. – Mas eu não vou ter que gravar aquele treco de novo, não é?! – Perguntou por fim.


  - Se você não quiser gravar eu vou entender... – Murmurou Liu fazendo chantagem emocional. – Mas eu ia gostar muito se você gravasse... – Completou sorrindo.


  - O que você pretender fazer da sua vida de hoje em diante?! – Perguntou Sirius curioso, ele e Liu estavam sentados no sofá.


  - Si... – Murmurou Liu. – Eu não quero te envolver nisso... – Completou.


  - Sinto muito, mas eu já estou envolvido até o pescoço... – Pontuou Sirius sorrindo marotamente.


  - Eu pretendo continuar os meus planos de vingança... – Confessou Liu.


  - E quais são os seus planos?! – Perguntou Sirius curioso.


  - Sabe... Eu nunca parei para pensar em quais exatamente são os meus planos... – Murmurou Liu.


  - Você então está esperando aqueles dois te acharem, e aí você vai duelar contra os dois, e pretende ganhar... – Começou Sirius. – É isso?! – Perguntou por fim.


  - Eu acho que sim... – Respondeu Liu confusa.


  - E como você pretende duelar contra dois adultos, e mesmo assim ganhar?! – Questionou Sirius.


  - Não sei, só sei que pretendo... – Respondeu Liu sorrindo um sorriso misterioso.


  - Você quer morrer é?! – Sirius perguntou ao ouvir a resposta de Liu.


  - Morrer faz parte da vida... – Respondeu Liu normalmente.


  - Não acredito... – Murmurou Sirius. – Bastou esse tempo que você ficou longe de mim, para você pirar de vez, é?! – Perguntou por fim.


  - Si, eu não pirei de vez... – Começou Liu. – Só acho perfeitamente normal o fato de que todo mundo um dia morre... – Completou sorrindo.


  - Não... – Retrucou Sirius. – Por mim você não morreria nunca! – Exclamou.


  - Si, é fato que um dia eu vou morrer... – Começou Liu. – Então que eu morra com honra! – Adicionou.


  - Vingança não é algo que seja honrável! – Pontuou Sirius.


  - Vingança é o mínimo que eu posso fazer pelo meu irmão! – Retrucou Liu, sua cabeça já estava ficando confusa.


  - Desiste dessa merda de vingança de uma vez por todas! – Pediu Sirius seriamente.


  - Eu jurei para o meu irmão que eu iria me vingar! – Pontuou Liu.


  - E o que essa vingança te trouxe de bom até agora?! – Sirius perguntou repentinamente.


  - Pára Si... – Pediu Liu de cabeça baixa.


  - Você realmente acha que vai se sentir bem quando se vingar?! – Continuou Sirius. – O que você pretende fazer depois que a sua “vingança” estiver completa?! – Questionou.


  - Não acredito! – Exclamou Liu. – Você descobriu ontem que eu estou viva, e hoje já estamos brigando! – Disse olhando nos olhos do maroto e se levantando do sofá. Sua cabeça começou a doer novamente, botou as mãos na cabeça.


  - O que houve Liu?! – Perguntou Sirius preocupado, se levantando e abraçando Liu.


  - Nada... – Mentiu Liu sem nem olhar para Sirius.


  - Fala isso olhando nos meus olhos... – Pediu Sirius.


  - Nada... – Repetiu Liu olhando brevemente nos olhos de Sirius.


  - Mentira... – Murmurou Sirius. – Porque essa insistência em mentir para mim?! – Perguntou em seguida.


  - Está bem Si... – Murmurou Liu. – Você quer saber por que eu botei as mãos na cabeça, não é?! – Perguntou. Sirius balançou a cabeça positivamente. – Pois bem... – Continuou enquanto se afastava de Sirius. – Minha cabeça está doendo muito... Muito mesmo... – Confessou.


  - Errr... – Murmurou Sirius. – Espero que não seja por minha culpa... – Disse se sentindo culpado.


  - Eu estou com medo Si... – Confessou Liu enquanto voltava a abraçar Sirius. Lágrimas escorriam pela sua face.


  - Calma Liu... – Murmurou Sirius. – Eu estou ao seu lado, sempre estarei... – Disse enquanto abraçava Liu ainda mais forte.


  - Si, e se eu estiver morrendo?! – Perguntou Liu num murmúrio.


  - Você não está morrendo... – Retrucou Sirius. – Põe isso na sua cabeça... – Adicionou. – Ah... E nada de morrer de mentira de novo, viu?! – Falou em um tom de brincadeira. Liu riu.


  - Está bem... – Concordou Liu. – Eu prometo que não vou morrer de mentira de novo... – Disse. Lágrimas ainda escorriam de sua face.


  - Hey... – Murmurou Sirius. – Lembra que você me prometeu que nunca mais choraria?! – Perguntou sorrindo.


  - Não vou mentir dizendo que não lembro... – Confessou Liu. – Mas não sei se quero parar de chorar... – Adicionou em seguida.


  - Promessa é dívida... – Disse Sirius sorrindo marotamente enquanto encarava Liu.


  - Está bem... – Falou Liu enquanto respirava fundo. – Eu paro de chorar... – Concordou.


  - Eu não gosto de te ver chorando, me dá uma vontade de chorar também... – Confessou Sirius enquanto enxugava as lágrimas que haviam escorrido dos olhos da garota.


  - Eu já parei de chorar... – Pontuou Liu.


  - Vamos sair daqui... – Propôs Sirius.


  - Como assim Si?! – Liu perguntou confusa.


  - Passear! – Respondeu Sirius. – Sei lá, uma loja de chocolates, talvez... – Disse sorrindo.


  - Chocolates... – Murmurou Liu. – Me parece uma ótima idéia... – Adicionou sorrindo. – Mas aí o Eduzinho vai ficar aqui sozinho... – Murmurou por fim.


  - Ele vem com a gente... – Disse Sirius. – Por favor... – Pediu com uma cara de cachorro abandonado. – Espera um pouco! – Exclamou repentinamente. – Eu acho que eu esqueci de te pedir algo... – Falou por fim.


  - O quê?! – Liu questionou confusa com a situação.


  - Elisa Weiss... – Começou Sirius se ajoelhando na frente de Liu, que obviamente riu discretamente.


  - Se levanta Si... – Disse Liu em meio a risos.


  - Gosto de você assim como é... – Começou Sirius declamando um poema que havia feito na hora. – Gosto de te Amar assim como você quer... – Continuou sorrindo marotamente, ainda de joelhos.


  - Si... Levanta bobo... – Murmurou Liu corada.


  - Gosto de você de noite e de dia... – Continuou Sirius ignorando o pedido de Liu. – Gosto tanto e tanto quanto poderia... – Disse olhando nos olhos de Liu.


  - Sirius Black, de pé agora! – Pediu Liu como se Sirius fosse seu cachorrinho.


  - Gosto do seu jeito... – Continuou Sirius ainda ajoelhado. – Aceito seus defeitos... – Falou sorrindo.


  - Si... Levanta por favor... – Pediu Liu.


  - Gosto dos seus olhos... – Continuou Sirius. – Do seu jeito de me olhar... – Completou sorrindo. – Gosto mais do que possas imaginar... – Falou. – Aceita ser minha namorada novamente?! – Perguntou por fim.


  - Só se você se levantar... – Disse Liu sorrindo. Sirius se levantou. – Da próxima vez que você for me pedir alguma coisa, não se ajoelhe, por favor... – Falou enquanto Sirius a abraçava.


  - Da próxima vez que eu for te pedir algo vai ser noivado, ou então pedir logo a sua mão em casamento... – Pontuou Sirius pouco antes de beijar os lábios de Liu de uma maneira apaixonada.


  - Ainda sou muito jovem para me algemar a alguém... – Brincou Liu.


  - Ah é?! – Perguntou Sirius. – Pretende me trocar é?! – Questionou em seguida.


  - Talvez sim... – Respondeu Liu como se não ligasse para aquilo. – Daqui a um mês eu troco você por um galã de cinema de Hollywood... – Completou.


  - E eu te troco por uma outra pessoa que eu nem sei quem é ainda... – Retrucou Sirius.


  - Admita que você não consegue viver sem mim... – Provocou Liu.


  - Eu não consigo viver sem você... – Disse Sirius de maneira lenta. – Satisfeita, Madame?! – Perguntou sorrindo.


  - Não... – Respondeu Liu. – Porque você não consegue viver sem mim?! – Perguntou querendo provocar Sirius.


  - Porque o meu coração está aí, pendurado em seu pescoço... – Começou Sirius sorrindo marotamente. – E qualquer médico trouxa é capaz de lhe dizer que sem um coração batendo, o corpo padece... – Continuou. – Então me diga como eu viveria sem você, se o meu coração a ti pertence?! – Finalizou.


  - Besteira basear sua resposta nos diagnósticos falhos da medicina humana... – Murmurou Liu. – Duvido que qualquer ciência seja capaz de explicar do que um Amor verdadeiro é capaz de fazer... – Completou.


  - Talvez o Amor seja o maior milagre por Merlim feito... – Pontuou Sirius.


  - Não meu Amor... – Discordou Liu. – Quem criou o Amor, teve de sentir ele antes, senão não seria tão perfeito quanto é... – Continuou. – Merlim, um ser divino, não era humano para sentir a paixão lhe percorrer as veias... – Disse sorrindo.


  - Mas o Amor de tão perfeito que é, chega a ser divino por si próprio... – Começou Sirius. – Me explique então como não foi algo divino que criou o Amor... – Falou sorrindo.


  - O Amor está em sua melhor definição quando não é definido... – Começou Liu. – Talvez o Amor não tenha sido criado... Tenha apenas surgido... – Disse sorrindo.


  - Você fica tão bonita quando diz coisas sem sentido... – Brincou Sirius em meio a risos.


  - Sem sentido é o Amor que eu sinto por você, Sirius Black... – Retrucou Liu sorrindo.


  - Porque sem sentido?! – Perguntou Sirius.


  - Porque se tivesse sentido, nenhum sentido faria! – Respondeu Liu. – Ihh... Essa última frase foi complexa demais... – Falou rindo.


  - Você é complexa demais... – Pontuou Sirius.


  - Você que é complexo por me achar complexa! – Retrucou Liu.


  - Chocolates?! – Perguntou Sirius repentinamente.


  - Chocolates... – Concordou Liu sorrindo e indo pegar suas coisas. – Vem Eduzinho! – Chamou quando já tinha tudo que necessitava em mãos.


  - Não vai levar uma máscara, uma capa, ou algo assim não?! – Sirius perguntou sorrindo marotamente.


  - Danem – se todos que quiserem me ver... – Respondeu Liu piscando para Sirius. – Que sintam inveja ao ver quem está do meu lado... E ao notarem que estou feliz... – Completou rindo.


  - A dor de cabeça passou?! – Sirius questionou preocupado enquanto os três saíam de casa.


  - Passou... – Respondeu Liu sorrindo. – Mas não se preocupe, daqui a pouco volta... – Adicionou de brincadeira enquanto dava a mão para Sirius.


  - Nem brinca com isso... – Disse Sirius com uma cara séria. Liu riu novamente.


  - Alô?! – Uma voz ressoava na linha telefônica.


  - O que você quer dessa vez, Pontas?! – Uma outra voz ao telefone perguntou.


  - Aluado! – Disse James num tom baixo de empolgação. Lily poderia estar por perto.


  - O que foi?! – Remus perguntou já até sabendo a resposta, afinal, tudo que James estava falando para ele, desde o ano novo, envolvia a não morte de certa pessoa.


  - Hoje você está de bom humor para levar algo não muito comum em conta?! – James perguntou. – Alô?! – Disse ao notar que possivelmente não havia ninguém no outro lado da linha. – Aluadoo...- Cantarolou sem se dar conta que o amigo havia batido o telefone na cara dele. – Ah safado! – Exclamou quando finalmente notou que Remus havia desligado na cara dele. – Ele vai ver só... – Murmurou enquanto ligava novamente para a casa de Remus.


  - Alô?! – Atendeu Remus ainda sem saber quem era ao telefone.


  - Alô... – Respondeu uma voz não conhecida por Remus. – Aí é a residência do senhor Remus Lupin?! – Perguntou. Era James, fingindo a voz.


  - É sim, quem gostaria?! – Disse Remus ainda sem reconhecer a voz do amigo.


  - Aqui é da delegacia de policia... – Respondeu James. – Nós gostaríamos de informar que encontramos uma possível amiga sua, ela que nos deu esse seu telefone, pois gostaria de entrar em contato com o senhor para pedir ajuda... – Disse com receio de se embolar.


  - Quem é a minha possível amiga?! – Remus perguntou preocupado.


  - Ela disse que o nome dela era Elisa Weiss... – Respondeu James sorrindo marotamente e se esquecendo de fingir a voz.


  - Vou te internar num manicômio Pontas! – Gritou Remus ao telefone, novamente desligando na cara de James.


  - “Que graça tem saber de algo assim e não conseguir compartilhar nem com os melhores amigos?!” – Pensou James que não agüentava mais manter aquilo que ele sabia em segredo. – Vou tentar de novo... – Murmurou pegando o telefone de novo.


  - Você ligou para a casa de Remus Lupin, se você que está do outro lado da linha não for o Pontas aguarde um pouco na linha que eu falarei com você... – Disse Remus ao atender ao telefone. James esperou. – Quem gostaria?! – Perguntou após algum tempo.


  - Remyyyy!! – Exclamou James fingindo uma voz feminina. – Sou eu, a Lele! – Disse em seguida.


  - Não, não é a Lele, é o Pontas... – Reclamou Remus.


  - Presta atenção, Aluado... – Começou James com sua voz normal. Remus desligou o telefone.


  - Alô?! – Remus atendeu ao telefone novamente.


  - A Liu está viva! – Gritou James rapidamente.


  - Como é Jay?! – Perguntou uma voz feminina vinda de trás. James gelou. – A Liu está viva dentro de nossos corações... – Completou. – É o Almofadas na linha... – Adicionou apontando para o telefone.


  - Entendo... – Murmurou Lily. – Ele continua triste não é?! – Perguntou por fim.


  - Sem dúvidas... – Respondeu James. Lily saiu da sala e James pôde ouvir os passos dela subindo as escadas. Botou novamente o telefone ao ouvido.


  - Então não é mentira... – Murmurou Remus do outro lado do telefone. Afinal, ele tinha acabado de ouvir James mentindo para Lily.


  - Aleluia Merlim! – Disse James.


  - Mas como?! – Perguntou Remus confuso. Não é fácil para uma pessoa aceitar que uma pessoa morta na verdade está viva.


  - Como não importa... – Começou James. – Mas está... – Adicionou sorrindo.


  - E você sabe... – Começou Remus.


  - Desde o ano novo... – Completou James. – Eu ouvi uma conversa da Bel e do Douglas e eles me confirmaram depois... – Disse. – E aí eu saí de casa e vi a Liu... – Adicionou.


  - E o Almofadas?! – Perguntou Remus. – Ele já sabe?! – Questionou em seguida.


  - Bom... – Murmurou James. – Se tudo deu certo, agora ele sem dúvidas já sabe... – Respondeu feliz.


  - Aleluia eu vou ver aquele cachorro feliz novamente! – Pontuou Remus.


  - Mas o deixa contar a novidade para você... – Disse James. – Depois você estraga dizendo que eu disse antes! – Completou.


  - Ele vai te matar... – Pontuou Remus.


  - Dããã... Ele não conseguiria... – Disse James como se aquilo fosse óbvio.


  - Me deixa contar para o Aluado que você está viva... – Pediu Sirius sorrindo.


  - Si... – Murmurou Liu. – Você quer contar para todo mundo... – Pontuou. Ambos estavam sentados dentro de uma loja que vendia chocolates, tortas, chocolates gelados e quentes, e várias outras coisas.


  - Só o Aluado... – Insistiu Sirius que estava com um copo bem grande de chocolate gelado em sua frente.


  - Não... – Murmurou Liu, logo após mordendo o chocolate ao leite que estava em sua mão.


  - O Aluado vive no mundo da lua, não vai contar para ninguém... – Disse Sirius antes de tomar um gole de seu chocolate gelado.


  - Só o Remus então... – Pontuou Liu.


  - Isso foi um sim?! – Perguntou Sirius sem acreditar no que havia ouvido.


  - Definitivamente não foi um não... – Brincou Liu. Eduzinho estava em seu colo.


  - No que estais pensando?! – Sirius perguntou ao notar o olhar distante de Liu.


  - Nada... – Respondeu Liu parecendo voltar à realidade.


  - Me conta, vai... - Pediu Sirius sorrindo.


  - Tudo acontece por um motivo, não é?! – Liu perguntou voltando a se perder em seus pensamentos.


  - É o que dizem... – Respondeu Sirius.


  - Porque motivo então que o meu irmão morreu?! – Liu perguntou mais para si mesma.


  - Talvez tenha sido para você se tornar mais “forte”... – Respondeu Sirius.


  - Eu sinto muita falta dele ainda... – Confessou Liu. – Agora é diferente do que a falta que eu sentia dele quando ele estava viajando... – Adicionou. – Eu sei que nunca mais vou puder abraçar ele... – Murmurou deixando uma única lágrima lhe escapar dos olhos.


  - Pensa positivo... – Começou Sirius. – Foi eterno enquanto durou... – Disse sorrindo. – Você deve ter lembranças boas o suficiente para não parar de pensar nele... – Falou por fim. De fato Liu tinha lembranças boas o suficiente do irmão.


 


[Modo Flash Back On]


 


  A julgar pelo tamanho da garota, ela deveria ter uns sete anos. Ao seu lado um garoto com seus aparentes quatorze anos. Estavam ambos numa bela casa cheia de pessoas. Provavelmente uma reunião familiar.


  - Aposto com você que você não consegue derrubar um copo de suco de abóbora na Tia Marta sem que ela grite com você... – Disse o garoto de cabelos castanhos com um sorriso típico de quando alguém pretende aprontar algo.


  - Edu, isso é impossível! – Pontuou a garotinha amedrontada.


  - Olhe e aprenda... – Murmurou Edu com o mesmo sorriso e um copo de suco de abóbora na mão esquerda.


  - Isso vai dar merda... – Murmurou Liu ao ver o irmão pronto para aprontar algo.


  - Tia Marta! – Exclamou Edu ao ficar em frente à tia. – Devo dizer que você está maravilhosa hoje... – Disse escondendo uma risada. Marta olhou para ele com desprezo. – Ops! – Edu fingiu tropeçar no nada e derramou suco na roupa da tia. – Me desculpa Tia... – Disse se ajoelhando e fazendo drama, antes sequer que Marta reclamasse.


  - Calma meu filho... – Começou uma voz masculina. – Não precisa se ajoelhar, sua tia não é nenhum monstro cruel que vai te matar porque você derrubou suco na roupa dela... – Disse enquanto sorria. – Não é Marta?! – Perguntou por fim.


  - Claro que não vou matar ele, Richard... – Respondeu Marta. – Afinal, deve ter sido só um acidente... – Completou. Com os olhos a mulher “matava” Edu.


  - Obrigado por não reclamar, Tia Marta... – Agradeceu Edu se levantando. – Pai, você viu só a cara do Tio Tobby?! – Perguntou se virando para o pai.


  - Eu sei que foi de propósito seu maluco... – Murmurou Richard logo em seguida dando um “pedala” na cabeça de Edu. – Olha lá o tipo de aposta que você faz com sua irmã... Ela pode fazer besteiras por sua culpa... –Alertou.


  - Não tenho culpa se ela é lerdinha... – Disse Edu dando os ombros e sorrindo.


  - Você fala isso porque Ama ela demais... – Começou Richard. – E quer que ela seja “forte” como você acha que você é... – Completou sorrindo.


  - Pai... – Começou Edu com uma cara esquisita. – Você deveria consultar um “sicopólogo”... – Disse seriamente.


  - Edu, eu acho que você quis dizer “psicólogo”... – Pontuou Richard rindo da atrapalhação do filho.


  - Tudo a mesma coisa... – Murmurou Edu.


  A garotinha olhava tudo de longe com os olhos brilhando e um sorriso no rosto.


 


[Modo Flash Back Off]


 


  - Acorda Liu… - Murmurou Sirius.


  - Eu dormi?! – Perguntou Liu assustada.


  - Não, só se perdeu em algum tipo de pensamento... – Respondeu Sirius sorrindo.


  - Ah ta... – Murmurou Liu. – Era besteira... – Disse quando notou o olhar estilo “Você não vai me contar no que estava pensando?!” de Sirius.


  - Eu agora, depois de ter ficado traumatizado, gostaria de saber todas as besteiras que você pensa... – Disse Sirius seriamente.


  - Eu estava lembrando de um dia que o Edu derramou suco de abóbora na tia Marta... – Falou Liu enquanto ria. – E depois disse que meu pai precisava ir num “sicopólogo”... – Completou ainda rindo. Sirius fez uma cara confusa.


  - O que é “sicopólogo”?! – Perguntou Sirius extremamente confuso, deveria ser uma profissão trouxa.


  - É um psicólogo... – Respondeu Liu. – Só que dito de uma maneira extremamente diferente... – Completou sorrindo.


  - Ah... Claro... – Concordou Sirius sorrindo.


  - Eu acho que a Bel e o Douglas estão planejando algo pelas minhas costas... – Pontuou Liu.


  - O quê você acha que é?! – Sirius perguntou curioso.


  - Nem sei... – Respondeu Liu. – Mas eu chutaria um casamento... – Completou rindo.


  - Hey! – Exclamou Sirius. – O que você escreveu naquele bilhete?! – Perguntou.


  - “Dos mortos voltei, para dos vivos me vingar.” – Respondeu Liu sorrindo.


  - Putz... – Murmurou Sirius. – Você é má, hein?! – Disse num tom de brincadeira.


  - Sicopata Si, sicopata... – Corrigiu Liu em meio a risos.


  - A “sicopata” mais linda de todo o universo! – Pontuou Sirius com um sorriso bobo.


  - Oh céus... Isso tudo é saudades, Si?! – Perguntou Liu sorrindo marotamente.


  - Saudades?! – Começou Sirius com uma cara engraçada. – Eu praticamente morri de saudades... – Continuou. – Você é tudo para mim! – Exclamou sorrindo.


  - Sirius Black, quem te viu quem te vê... – Brincou Liu entre risos.


  - Vai dizer que eu não sou tudo para você também...?! – Questionou Sirius em forma de murmúrio com uma cara safada, logo após piscando para Liu.


  - Se você fosse não fosse tudo para mim, meu coração não estaria pendurado no seu pescoço... – Pontuou Liu sorrindo de uma maneira marota. – É incrível a maneira como uma pessoa apaixonada muda! – Disse por fim.


  - Realmente... – Concordou Sirius. – Você era toda chata até se apaixonar por mim... – Provocou. – Hey!! Você sempre foi apaixonada por mim, logo, você nunca foi chata... – Completou com um sorriso maroto que só ele sabia dar.


  - Convencido... – Resmungou Liu. – Mas eu conheço certo alguém que antes de se apaixonar era um Don Juan de marca maior... – Disse indiretamente.


  - Realmente, antes do Pontas se apaixonar pela Lily ele era um safado... – Brincou Sirius escondendo uma risada.


  - Cachorrinho cínico... – Provocou Liu. – Você sabe muito bem que era de você que eu estava falando... – Completou.


  - Assim você me ofende Pequena... – Pontuou Sirius fazendo uma cara de cachorro abandonado. – Depois você vai ter de me consolar, viu?! – Adicionou fazendo bico.


  - Nossa... Que drama... – Pontuou Liu se esforçando para não rir. 


  - Cadê a minha Liu toda fofa, que cuidava de mim?! – Sirius questionou fazendo drama.


  - Morreu... – Respondeu Liu com uma cara engraçada. – Eu mesma fiz questão de matar... – Completou piscando para Sirius.


  - A traz de volta para mim?! – Perguntou Sirius com uma cara de bebê chorão.


  - Se não gosta da nova, pode largar... – Brincou Liu.


  - Se eu ficar traumatizado a culpa vai ser toda sua... – Retrucou Sirius.


  - Cachorrinho carente! – Exclamou Liu rindo.


  - Você está muito má... – Reclamou Sirius cruzando os braços e fechando a cara.


  - Fica assim não cachorrinho... – Murmurou Liu enquanto colocava Eduzinho no chão e se levantava. – Não gosto de te ver de cara fechada... – Sussurrou no ouvido de Sirius por trás, logo após dando um beijo estalado na bochecha do maroto.


  - Não me convenceu... – Pontuou Sirius ainda de cara fechada.


  - Sirius Black... – Começou Liu falando bem pausadamente, ainda em pé atrás de Sirius, que continuava sentado. – Trate de parar de ficar de cara fechada... Ou arque com as conseqüências! – Ameaçou.


  - Quais são as conseqüências?! – Sirius perguntou com uma cara séria.


  - É mais fácil mostrar do que te explicar... – Murmurou Liu, logo em seguida beijando os lábios do maroto.


  - Eu prefiro arcar com as conseqüências... – Pontuou Sirius após o breve beijo, enquanto se levantava.


  - S... – Começou Liu antes de ser interrompida por um beijo apaixonado de Sirius.


  - Ia dizer algo?! – Sirius perguntou após o beijo.


  - Se ia eu juro que eu não lembro o que era... – Respondeu Liu sorrindo. – Agora faça o favor de se sentar... – Disse com um ar de ordem.


  - Só porque você está pedindo de uma maneira muito da educada... – Murmurou Sirius sorrindo marotamente, e se sentando novamente, enquanto Liu ia se sentar onde estava sentada antes.


  - Meu Amor... – Começou uma voz masculina que ecoava por uma sala de paredes vermelhas. – Eu acho que já sei como resolver todos os nossos problemas... – Confessou.


  - Como meu querido?! – Perguntou uma voz feminina irritante na mesma sala.


  - Simples... – Começou a voz masculina. – O gato. – Respondeu com firmeza. A mulher de cabelos negros, dona da voz irritante sorriu satisfeita, agora já era possível se dizer que eles tinham um plano.


  - Si... – Começou Liu com um tom baixo de voz. Ambos continuavam sentados no mesmo lugar. – Eu acho que eu quero ir para casa... – Confessou. Estava sentindo um início de dor de cabeça.


  - Por quê?! – Sirius perguntou curioso, enquanto olhava nos olhos da garota.


  - Porque eu não acho legal ficar muito tempo fora levando em conta que eu deveria estar morta... – Mentiu Liu de uma forma convincente.


  - Mas ainda é uma hora da tarde... – Retrucou Sirius que queria passar mais tempo naquele lugar.


  - Mas eu quero ir para casa... – Pontuou Liu disposta à não mudar de idéia por nada.


  - Só mais uma horinha... – Pediu Sirius com uma cara de criança carente.


  - Nem meia... – Retrucou Liu. A conta já havia sido paga, embora eles estivessem sentados na mesa, ainda.


  - Por favor... – Insistiu Sirius.


  - Você não queria contar tudo para o Remus?! – Perguntou Liu. – Então, você me deixa em casa, e depois vai contar tudo para ele... – Propôs sorrindo.


  - Admita que você me quer longe... – Murmurou Sirius fazendo drama.


  - O mais longe possível... – Brincou Liu. – Mas falando sério, eu quero mesmo ir para casa... – Completou.


  - Está bem... – Concordou Sirius se levantando. – Mas que fique bem claro que eu queria ficar mais tempo aqui, com você... – Adicionou enquanto Liu se levantava.


  - Amanhã a gente vai para a “festinha” na casa do Matt... – Lembrou Liu. Sirius fez uma cara esquisita, e deu a mão para Liu. Ambos seguiram para a casa de Douglas. – Ciúmes?! – Perguntou num tom provocativo ao ver a cara que Sirius havia feito.


  - Claro... – Respondeu Sirius como se aquilo fosse mais do que óbvio. Liu riu.


  - Eu já disse que ele é somente meu amigo... – Pontuou Liu em meio a risadas.


  - Mesmo assim eu não gosto dele... – Retrucou Sirius. – Ele é muito íntimo da sua pessoa... – Completou enciumado.


  - Ele tem namorada... – Disse Liu.


  - E daí?! – Perguntou Sirius. – Vai que ele descobre que é de você que ele gosta?! – Questionou em seguida.


  - Ele Ama a Taty... – Respondeu Liu.


  - E se você descobrir que você gosta mais dele do que... – Começou Sirius.


  - Acho melhor você parar essa sua quase pergunta por aí mesmo... – Avisou Liu parando de andar e olhando fixamente para os olhos do maroto. – Se você falar a besteira que você pensou em falar eu juro que eu vou brigar com você... – Completou seriamente. Sirius fechou a cara. – E não adianta você fechar a cara... – Adicionou.


  - Chata... – Murmurou Sirius.


  - Insuportável... – Retrucou Liu sorrindo, sua cabeça doía.


  - Ainda bem que estou te levando para casa, assim não vou ter de que te suportar pelo resto do dia... – Brincou Sirius agora também sorrindo.


  - Ainda bem mesmo... – Concordou Liu.


  - Até que enfim você chegou! – Exclamou Douglas quando Liu abriu a porta de casa.


  - Você não havia saído?! – Liu perguntou confusa. Sirius ainda estava ao seu lado, assim como Eduzinho.


  - Só para constar... – Começou Douglas. – As pessoas após saírem, costumam voltar para casa... – Disse pausadamente. Sirius abafou uma risada. Liu fechou a cara. – Onde vocês dois estavam?! – Perguntou por fim.


  - Numa boate bruxa que abre de manhã... – Respondeu Liu de provocação. – Bebendo várias poções alucinógenas, e fazendo coisas que provavelmente não faríamos caso estivéssemos sãos... – Completou com um sorriso de sarcasmo.


  - Sirius?! – Questionou Douglas para que Sirius dissesse onde estavam.


  - Num lugar que vende chocolate... – Sirius respondeu normalmente. Liu respirou fundo e contou até três.


  - Agora tchau Sirius, o horário de visita acabou, e ela vai treinar... – Disse Douglas rapidamente. Liu e Sirius olharam para Douglas surpresos.


  - Douglas! – Liu exclamou com maneira de repreensão. – Nada educado da sua parte dizer isso... – Pontuou.


  - Era brincadeira... – Murmurou Douglas.


  - De qualquer forma eu estou indo... – Sirius disse sorrindo marotamente. – Até amanhã minha Pequena... – Completou dando um breve beijo nos lábios de Liu.


  - Até amanhã Si... – Murmurou Liu abrindo a porta para Sirius e acenando à medida que o maroto saía. – Muito bonito de sua parte falar uma coisa dessas para o Si, mesmo que de brincadeira! – Praticamente gritou ao fechar a porta. Seu coração batia acelerado, sua respiração estava descompassada, sua cabeça estava a mil.


  - Calma Liu... – Murmurou Douglas assustado com a reação da garota. – Você está bem?! – Perguntou ao olhar o estado dela.


  - Desculpa Douglas... – Murmurou Liu sem graça. – Eu me descontrolei um pouco... – Confessou meio tonta, com a mão na cabeça.


  - Vai desmaiar de novo?! – Douglas perguntou preocupado. Liu fez que “não” com a cabeça, que se encontrava baixa. – Quer um copo de água?! – Questionou em seguida.


  - Não... Eu estou bem... – Murmurou Liu levantando a cabeça e sorrindo enquanto olhava para Douglas.


  - De qualquer forma, o seu treinamento acaba de ser cancelado! – Pontuou Douglas. – Você vai descansar mais um pouco, pode ir subindo para o seu quarto... – Adicionou com um tom autoritário.


  - Vem Eduzinho... – Chamou Liu enquanto obedecia a Douglas e subia para seu quarto.


  - Não se preocupe que eu levo comida para você daqui a pouco! – Gritou Douglas.


  - Não estou com fome... – Retrucou Liu já no final da escada.


  - Eu levo do mesmo jeito! – Gritou Douglas novamente, logo após ouvindo um barulho de batida de porta.


  - Quem é?! – Perguntava Remus enquanto ia até a porta de sua casa, já que a campainha havia tocado.


  - O ser mais perfeito do universo! – Respondeu uma voz vinda do lado de fora, seja lá quem fosse algo era possível notar, a pessoa estava feliz.


  - Entra logo Almofadas... – Murmurou Remus ao abrir a porta e ver o amigo com um sorriso de orelha a orelha.


  - Bom dia! Boa tarde! E boa noite! – Disse Sirius rapidamente enquanto entrava na casa de Remus.


  - Qual foi o mosquito que te picou?! – Remus questionou com uma cara esquisita, fingindo não saber de nada, enquanto fechava a porta de casa.


  - Se eu te contar uma coisa, você vai me prometer que não vai me chamar de maluco?! – Sirius perguntou sorrindo.


  - Almofadas, isso é impossível, você é maluco, e você não precisa dizer nada para eu te chamar de tal nome... – Falou Remus num tom aparentemente sério.


  - Ignorando o que você disse... – Começou Sirius extremamente animado. – EudescobriqueaLiunãomorreu! – Completou sem nem parar para respirar, de uma maneira um tanto quanto impossível de se entender.


  - Isso aí que você disse para você também... – Disse Remus ao ficar confuso com a frase incompreensível dita por Sirius.


  - Aluado! – Exclamou Sirius imediatamente. – Você é tão burro que não entendeu o que eu disse?! – Questionou.


  - Não... – Respondeu Remus. – Você que é tão burro que nem falar sabe... – Retrucou com uma cara séria.


  - Eu disse que a Liu não está morta! – Revelou Sirius com um sorriso verdadeiro.


  - Nossa! – Exclamou Remus tentando fingir surpresa, mas acabou não se saindo muito bem na tentativa.


  - Quem te contou antes?! – Questionou Sirius com uma cara de decepção.


  - Olha... Independentemente de quem tenha me contado, eu acho que você deveria levar em conta o fato de que... – Começou Remus com um sorriso amarelo.


  - Você sabe tem muito tempo?! – Sirius perguntou em seguida.


  - Não... – Respondeu Remus.


  - Foi o Pontas?! – Perguntou Sirius logo em seguida.


  - Talvez... – Murmurou Remus sem graça.


  - Aquele Bambi contou para todo mundo, menos para mim! – Reclamou Sirius.


  - Ele deve ter tido os motivos dele... – Começou Remus de uma maneira calma. – E ele só contou para mim... – Completou.


  - Aquele Bambi me paga! – Exclamou Sirius indo até o telefone da casa de Remus. – Vou usar um pouco... – Avisou com o telefone em mãos.


  - Está bem... – Concordou Remus se sentando no sofá que ficava perto do telefone.


  - Atende logo Pontas... – Murmurava Sirius enquanto aguardava alguém atender ao telefone.


  - Funerária “Sua morte, nosso dinheiro”, boa tarde... – Disse a voz vinda do outro lado da linha telefônica.


  - Desculpa, acho que liguei para o número errado... – Respondeu Sirius confuso.


  - Almofadas! – Exclamou a voz vinda do telefone antes que Sirius desligasse o telefone.


  - Pontas, desde quando você tem uma funerária?! – Perguntou Sirius com uma cara de confusão.


  - Oh céus! – Exclamou James ao telefone. – O meu cachorrinho ficou burro de uma vez por todas... – Disse como se estivesse triste. – Não se preocupe Almofadas, eu vou rezar para Merlim te ajudar... – Completou num tom sério de voz.


  - Pontas... – Começou Sirius num tom um tanto quanto calmo de voz. – Vou te fazer uma única pergunta... – Avisou com um tom de ameaça.


  - Opa! – Exclamou James na linha telefônica. – Estou entrando num túnel, a ligação está falhando... Não estou te escutando... Tum...Tum... Tum! – Disse logo após soprando no telefone para fazer barulho.


  – PONTAS! – Gritou Sirius ao telefone. James parou de fazer barulhos ao telefone.


  - Pois não?! – Questionou James enquanto sorria do outro lado da linha, em sua casa.


  - Porque você não me contou que a Liu estava viva?! – Perguntou Sirius com um tom sério de voz. – Eu achei que entre nós não houvesse segredos... – Pontuou.


  - Eu não te contei pelo mesmo motivo pelo qual nós nunca contamos para ninguém sobre o Aluado... – Respondeu James de maneira clara. – O segredo não era meu, para eu contar... – Adicionou.


  - Então porque você contou para o Aluado?! – Questionou Sirius, um pouco irritado, em seguida.


  - Porque eu não estava agüentando guardar esse segredo só para mim, e sabia que você ia encontrar, acidentalmente, com a Liu... – Respondeu James como se aquilo fosse óbvio. – Afinal, o acidente foi parte programado por mim... – Completou.


  - Você deveria ter me contado... – Murmurou Sirius.


  - Almofadas... Eu não podia... – Disse James com um pouco de tristeza no tom de voz, ele sabia que Sirius estava um pouco decepcionado com ele. – Desculpe – me por ter guardado um segredo como esse... – Falou por fim.


  - Tanto faz agora... – Murmurou Sirius. – O que importa é que eu descobri, não é?! – Perguntou, ele não conseguia realmente ficar irritado, ou decepcionado, com o seu “irmão”.


  - Isso mesmo! – Concordou James agora sorrindo marotamente.


  O sol já estava quase se pondo quando uma coruja marrom entrou pela janela aberta do quarto de Liu com uma pequena carta no bico.


  Liu, que estava deitada na cama lendo um livro sobre feitiços de ataque e defesa, se levantou imediatamente e pegou a carta que estava no bico da coruja de coloração marrom, assistindo a coruja levantar vôo logo em seguida.


  Abriu o envelope da carta, reconhecendo imediatamente a caligrafia de quem havia mandado a carta.


 


 “Vem a noite devagar...


  O sol desce no horizonte...


  Sonharei com o teu olhar...


  Até que a manhã desponte.


 


  Já estou morrendo de saudades de novo. Durma bem e sonhe com os anjos (ou comigo se preferir...).


 


  Ass: Precisa mesmo dizer quem sou?!”


 


  - “Bobo...” – Pensou Liu enquanto um largo sorriso se formava em seus lábios. Guardou a carta, e logo após se deitou na cama e fechou os olhos para descansar um pouco. Ouviu um barulho de porta sendo aberta, mas resolveu fingir que estava dormindo.


  - Você está dormindo?! – Perguntou Douglas enquanto cutucava o braço de Liu.


  - Não... – Respondeu Liu de olhos fechados. – Estou treinando para morrer por uma segunda vez... – Completou sorrindo levemente e abrindo os olhos.


  - Não teve graça... – Murmurou Douglas. Liu se sentou na cama.


  - O que você quer?! – Liu questionou curiosa.


  - Saber se você está bem... – Respondeu Douglas de imediato. – Só isso... – Murmurou em seguida.


  - Que irmão mais fofo que a vida botou no meu caminho... – Brincou Liu em meio a risos.


  - Sabe... – Começou Douglas com um olhar distante. – Eu tenho algo para te entregar... – Confessou. – Mas não acho que agora seja a melhor hora... – Completou com um olhar confuso.


  - Então não dissesse que tem algo para me entregar! – Exclamou Liu. – Até parece que não sabe que eu sou curiosa... – Adicionou.


  - Em breve você vai saber o que é... – Murmurou Douglas com um ar misterioso.


  - Você é insuportavelmente insuportável, sabia?! – Liu disse com a cara fechada.


  - Foi à convivência com o seu irmão que me deixou assim... – Se defendeu Douglas com um sorriso maroto.


  - Só uma pergunta... – Pontuou Liu. – Isso que você tem para me entregar tem algo haver com o Edu?! – Perguntou confusa.


  - Talvez... – Douglas respondeu evitando olhar nos olhos de Liu.


  Depois de tal fato o resto do dia pareceu voar logo o sol já subia no horizonte.


  Já eram sete e meia quando a campainha da casa de Douglas tocou. Bel, que já estava lá, correu para atender a porta.


  - Quem é?! – Perguntou Bel antes de abrir a porta.


  - Espera... Eu sei qual é a senha... – Respondeu a voz vinda do lado de fora.


  - “Senha?!” – indagou Bel mentalmente. Que senha haveria de ser?!


  - Dos mortos voltei, para dos vivos me vingar... – Disse a voz vinda de fora.


  - Eu já sabia que era você Sirius... – Pontuou Bel que havia aberto a porta antes de Sirius dizer “a senha”. Sirius estava deslumbrante, em suas mãos trazia um buquê com doze rosas vermelhas. – Que gentileza a sua trazer rosas para mim... – Brincou sorrindo.


  - Cadê a Liu?! – Questionou Sirius enquanto adentrava a casa, e Bel fechava a porta.


  - Foi beber veneno de novo... - Respondeu Bel na maior simplicidade. Sirius assustou – se devido ao tom de voz que Bel usou para dizer tal frase.


  - Isso foi brincadeira, Sirius... – Alertou Douglas, chegando da cozinha e vendo a cara de assustado de Sirius.


  - Errr... – Murmurou Sirius sem saber o que dizer.


  - Prometo que não vou mais brincar com isso! – Exclamou Bel rapidamente.


  - Não, tudo bem Bel... Afinal, foi só uma brincadeira... – Disse Sirius com um sorriso.


  - Quem chegou aí?! – Gritou alguém do piso superior da casa.


  - Seu eterno namorado! – Respondeu Sirius aumentando o tom de voz para que Liu o ouvisse.


  - Eu não morri viu?! – Avisou Liu do pavimento superior.


  - Já o avisei desse fato! – Gritou Bel. Sirius sorriu.


  - Juro que não vou demorar! – Disse Liu enquanto corria de um cômodo para outro do pavimento superior da casa à procura de algo.


  - O que você está procurando?! – Questionou Douglas num tom mais alto de voz, ao ouvir as passadas da “irmã” de um lado para o outro.


  - Eu não sei onde eu coloquei o meu brinco! – Respondeu Liu ainda procurando seu brinco.


  - Ele é de prata, com um formato semelhante a uma borboleta?! – Sirius questionou.


  - É uma borboleta... – Respondeu Liu. – E é esse mesmo que eu estou procurando... – Acrescentou.


  - Então, se é só isso, pode descer! – Avisou Sirius que estava olhando para o par de brincos que se encontrava em cima de uma estante.


  - Daqui a pouco eu desço! – Reclamou Liu ainda no pavimento superior da casa.


  - Vê se não demora! – Gritou Sirius.


  - Já estou descendo, chato... – Pontuou Liu enquanto descia as escadas.


  - Nossa... – Murmurou Sirius olhando atentamente para Liu descendo as escadas, para ele, ela estava simplesmente perfeita.


  - Doug, arruma um babador para o Si... – Brincou Bel sorrindo de uma forma marota.


  - Ele sem dúvidas está precisando... – Murmurou Douglas para Bel. Sirius parecia hipnotizado.


  - Si, cadê o meu brinco?! – Liu questionou ao terminar de descer as escadas.


  - Você está maravilhosamente maravilhosa... – Pontuou Sirius com as mãos para trás por causa do buquê de rosas.


  - O que você está escondendo?! – Perguntou Liu ao ver as mãos de Sirius para trás.


  - Ah sim... – Sirius sorriu. – Trouxe – lhe rosas vermelhas para que elas possam invejar a sua beleza incomparável... – Disse mostrando o buquê.


  - Nossa... Que gentil da sua parte Si... – Murmurou Liu pegando o buquê de rosas com os olhos brilhando.


  - Eu ia trazer chocolates também... – Começou Sirius. – Mas eu queria te dar flores... – Completou sorrindo.


  - Eu gostei das flores... – Pontuou Liu.


  - Toma seu brinco... – Disse Sirius entregando o par de brincos para Liu.


  - Obrigada... – Agradeceu Liu enquanto entregava o buquê para Sirius segurar para ela puder colocar os brincos de formato de borboleta.


  - Vamos?! – Perguntou Douglas ao perceber que estavam todos devidamente arrumados.


  - Vamos... – Concordaram todos. Liu já havia colocado as rosas em um jarro de cristal límpido.


  - Matt!!! – Liu gritou quando todos já estavam na festa, e já haviam cumprimentado a aniversariante. Sirius sentiu uma pontinha de ciúmes.


  - Liu!! – Disse Mathews enquanto abraçava a garota. Sirius fechou a cara e desviou o olhar.


  - Cadê a Taty?! – Liu perguntou sorrindo após o abraço.


  - Ainda não chegou... – Respondeu Mathews.


  - Mulheres, Mathews, mulheres... – Disse Douglas com um sorriso maroto.


  - Sintam – se a vontade... – Pontuou Mathews. – Eu vou ter de falar com a minha tia que acabou de chegar... – Completou saindo de lá para cumprimentar a tia. Liu automaticamente beliscou o braço de Sirius.


  - Se for para ficar de cara fechada, a gente vai embora... – Avisou Liu olhando nos olhos do maroto.


  - Então não fica dando corda para o tal de Mathews... – Retrucou Sirius enciumado.


  - Presta atenção Si... – Começou Liu com toda calma do mundo enquanto se aproximava de Sirius. – Está vendo isso aqui?! – Perguntou tocando na corrente de coração que havia dado para Sirius. – Lembra o que é?! – Questionou sorrindo. – Vou te fazer uma promessa aqui, e agora... – Adicionou. – Eu prometo... Palavra de namorada de maroto, que não importa o que aconteça, nós vamos ficar juntos para sempre... Sempre. – Disse encarando Sirius. – Ouviu bem, cachorrinho?! – Indagou por fim.


  - Para sempre... Sempre – Repetiu Sirius. Bel e Douglas já estavam dançando uma música lenta que estava tocando.


  - Eu te Amo mais do que eu queria Si... – Confessou Liu enquanto abraçava o maroto.


  - Isso é muito bom... – Murmurou Sirius sorrindo marotamente e se afastando um pouco de Liu. – A senhorita me daria o enorme prazer de uma dança?! – Perguntou segurando a mão de Liu.


  - Só uma dança?! – Começou Liu com uma cara engraçada. – Só topo se for mais de uma... – Completou. Sirius a puxou para a pista de dança.


  - Sabe Martinha meu Amor... - Começou Nosferato, ambos já estavam novamente “em casa”.


  - Diga meu querido... – Disse Marta com sua voz irritante e um sorriso nos lábios.


  - Eu me lembrei de um fato... Curioso... – Confessou Nosferato com um sorriso repleto de mistérios.


  - O quê?! – Marta questionou com curiosidade correndo junto ao seu sangue.


  - Eu vi o gato na casa do idiota metido a irmão... – Começou Nosferato. – Mas antes disso... Na missa de sete dias... Eu vi o gato seguindo uma garota... – Pontuou.


  - Que garota?! – Marta perguntou.


  - Uma que me parecia um pouco apressada... – Respondeu Nosferato. – Devia ser a defuntinha... – Concluiu. – A defuntinha indo na própria missa de sete dias... Loucura, eu acho... – Adicionou.


  - Idiotice da parte dela, isso sim... – Confessou Marta.


  - Acho que isso pode nos ajudar ainda mais, não é?! – Falou Nosferato com seus olhos azuis brilhando.


  - Você seria capaz de reconhecer o disfarce da minha querida sobrinha?! – Indagou Marta com uma cara de psicopata.


  - Seria capaz de desenhar ela, se preciso... – Respondeu Nosferato.


  - Identificar já vai ser o suficiente, eu acho... – Pontuou Marta.


  - Ela deve estar por perto da casa daquele tal de Douglas... – Disse Nosferato com uma cara pensativa.


  - E é exatamente pela vizinhança que nós vamos procurar... – Concluiu Marta.


  - Como a nossa vida fica mais interessante sem o idiota do Silas... – Pontuou Nosferato.


  - Por falar nele... – Começou Marta. – Aonde será que ele está?! – Indagou curiosa.


  - Por mim, que ele esteja morto! – Confessou Nosferato. Marta riu.


  - Não fale besteiras... – Murmurou Marta em meio a risos. – E nem fique com ciúmes... – Continuou. – Você sabe que você é o meu único Amor para a vida inteira... – Completou. – “Richard...” – Pensou esboçando um sorriso gentil em seus lábios.


  - E eu que cheguei um dia a pensar que você nunca esqueceria aquele Richard... – Confessou Nosferato.


  - Ele é apenas o passado... – Murmurou Marta olhando para baixo e respirando fundo. – Você é o presente, e o futuro... – Completou em seguida beijando os lábios do homem de olhos azuis.


  - Olha lá a Taty, Si... – Pontuou Liu parando de dançar e mostrando de longe quem era a namorada de Mathews.


  - Muito bonita ela... – Disse Sirius olhando para a garota. Liu arqueou a sobrancelha esquerda e olhou nos olhos de Sirius. – Pelo menos agora eu tenho certeza que ele não larga ela para ficar com você... – Adicionou.


  - Me humilhou Si... – Murmurou Liu. – Você disse, com outras palavras, que você a prefere... – Completou.


  - Para ele... – Retrucou Sirius. – Para mim, eu prefiro você mesmo... – Acrescentou.


  - Sei... – Brincou Liu fingindo ciúmes e cruzando os braços.


  - Fica zangada comigo não... – Pediu Sirius abraçando Liu. – Você sabe que mais da metade do que eu digo é besteira... – Completou.


  - Você é uma besteira ambulante... – Disse Liu sorrindo.


  - Obrigado pelo elogio... – Agradeceu Sirius.


  - Disponha... – Retrucou Liu ainda sorrindo.


  - Amo – te mais do que Amo a mim mesmo... – Pontuou Sirius pouco antes de beijar a garota de uma forma romântica.


  - Cof cof... – Resmungou alguém fingindo uma tosse. – Vocês estão em uma casa de família, não é para ficar assim na frente dos outros... – Disse com um tom de voz um tanto quanto engraçada.


  - Vá dançar com a Bel, Douglas... – Reclamou Liu parando de beijar Sirius.


  - Uii... – Murmurou Sirius sorrindo marotamente. – Essa doeu até em mim... – Completou.


  - Nossa... – Resmungou Douglas sem saber o que dizer. – Tudo isso para ficar agarrando essa coisa aí?! – Perguntou apontando para Sirius.


  - Coisa?! – Murmurou Sirius com aquela típica cara de quem havia sobrado na conversa.


  - Essa “coisa” aqui é a melhor coisa do mundo... – Retrucou Liu apontando para Sirius que sorriu satisfeito.


  - Melhor que Coca – Cola?! – Douglas perguntou com uma cara engraçada.


  - Melhor do que Coca – Cola... – Respondeu Liu sorrindo.


  - O aprecie com moderação então... – Pontuou Douglas em meio a risos.


  - Você assiste TV demais, Douglas... – Começou Liu. – Quando você se der conta, você vai estar passando o seu dia todo em frente à uma TV, comendo salgadinho trouxa, e refrigerante, pesando uns vinte quilos à mais! – Disse devagar.


  - Até parece, você assiste mais TV do que eu... – Retrucou Douglas.


  - Mentira! – Exclamou Liu.


  - Verdade... – Discordou Douglas.


  - Mentira... – Disse Liu bem devagar e com convicção.


  - É verdade e ponto final! – Falou Douglas rapidamente.


  - Não é! – Exclamou Liu novamente.


  - Os dois assistem TV demais e fim de conversa... – Interrompeu Sirius.


  - Pode ser... – Concordaram Douglas e Liu. – Mas eu assisto menos! – Disseram ao mesmo tempo. Sirius colocou a mão na testa.


  - Doug, admita logo que você assiste mais... – Aconselhou Bel chegando por trás de Douglas e o abraçando.


  - Eu assisto mais... – Repetiu Douglas. Liu sorriu satisfeita. – Mas eu só assisto mais porque a Bel disse que eu assisto mais... – Adicionou em tom de brincadeira.


  - Sei... Sei... – Murmurou Liu rindo.


  - Boa Noite Liu... – Despediu – se Sirius deixando Liu em casa, enquanto Douglas levava Bel para casa.


  - Boa noite Si... – Respondeu Liu à porta. – Te vejo amanhã?! – Perguntou.


  - Receio que amanhã não... – Respondeu Sirius. – A Lele vai fazer uma espécie de festa para comemorar sei lá o quê... – Adicionou.


  - Tinha me esquecido disso, o Douglas comentou que ia... – Murmurou Liu cabisbaixa. – Bom, então te vejo em breve, certo?! – Questionou.


  - Claro... – Respondeu Sirius. – Ou você acha que eu deixaria você morrer de saudades de mim?! – Brincou com um sorriso maroto.


  - Até breve então... – Disse Liu tentando disfarçar a tristeza por saber que passaria o dia seguinte, todo, acompanhada somente de Eduzinho.


  - Até muito breve, pequena... – Falou Sirius dando um breve beijo nos lábios da garota e logo após saindo de lá.


  - Dormir, Eduzinho! – Exclamou Liu indo para o seu quarto.


  Após ter se arrumado para dormir, Liu deitou – se em sua cama, obviamente estranhou a demora do amigo – irmão, mas resolveu ir dormir mesmo sem ele ter chegado.


  Olhou para o teto, respirou fundo, e rezou para que nada de ruim acontecesse com ninguém durante a noite. Fechou então os olhos e se entregou aos seus pensamentos. Ao ver a cena de seu irmão morrendo no dia do seu aniversário passar em sua mente ela abriu os olhos em desespero, com certa pressa para se livrar daquele pensamento antes que se tornasse um pesadelo para uma noite toda.


  Virou – se de lado na cama e voltou a fechar os olhos. Dessa vez teve mais sorte em seu sonho. Mas algo interrompeu o seu sono, um barulho de vidro quebrando.


  Abriu os olhos assustada. Levantou – se ainda de pijama. Optou por não ligar a luz de seu quarto para não chamar atenção.


  - Merda! – Ouviu alguém reclamar na cozinha. Desceu cuidadosamente as escadas, não pôde deixar de perceber que não estava sendo seguida por seu fiel escudeiro, mas não iria chamar por ele naquela hora.


  - Quem está aí?! – Perguntou Liu com certo receio, tanto cuidado para depois fazer uma pergunta como essa. A luz da cozinha, que antes estava apagada, se acendeu de imediato.


  - Desculpa se te acordei, acho que esbarrei num copo de vidro sem querer... – Desculpou – se a figura que estava em pé no meio da cozinha.


  - Douglas! – Exclamou Liu aliviada.  – Você não tem noção do susto que você me deu... – Confessou.


  - Liu... – Murmurou Douglas olhando para a garota.


  - Eu não gosto quando você fala desse jeito... – Disse Liu olhando de maneira séria para Douglas.


  - Vem comigo... – Pediu Douglas segurando a mão de Liu e a levando para seu quarto.


  Liu pensou em se desesperar e parar no meio do caminho para perguntar o que ele tinha para mostrar para ela, mesmo confiando no amigo - irmão, não tinha certeza se estava preparada para receber uma notícia chocante, ou ver algo inesperado. Mas sua curiosidade falou mais alto, seus olhos brilhavam um pouco devido à ansiedade de descobrir seja lá qual fosse a coisa que Douglas queria que ela soubesse ou visse.


  - Bom, antes de te entregar o que eu tenho para te entregar, eu quero que você me faça uma promessa... – Alertou Douglas, já em seu quarto, procurando algo em umas gavetas, enquanto Liu ficava em pé olhando para ele com um olhar confuso e curioso.


  - Eu prometo! – Exclamou Liu deixando evidente a sua curiosidade, já que nem parou para ouvir o que Douglas tinha para dizer.


  - Na verdade são várias... – Pontuou Douglas. Liu murmurou algo como “Fala logo”. – Primeiro você não vai ficar com raiva de ninguém por causa disso, entendeu?! – Falou bem devagar.


  - Entendi... – Respondeu Liu com uma expressão que exalava dúvida. O que tinha de tão importante no que Douglas tinha para entregar para ela?! Porque ela sentiria raiva de alguém?! Porque ele simplesmente não falava tudo de vez e acabava com a agonia dela?!


  - Segundo... – Continuou Douglas. – Você não vai contar para ninguém o que você descobrir... – Avisou claramente.


  - Está bem... – Concordou Liu sendo movida apenas por curiosidade. Foi então que Douglas se levantou com um pequeno diário de capa marrom, que parecia ter sido muito utilizado, e que tinha algumas folhas de papel avulsas dentro dele. – O que é isso?! – Perguntou com um sorriso de curiosidade nos lábios.


  - Isso é o diário de uma pessoa muito querida por você... O Edu... – Respondeu Douglas. Liu fez menção de pegar o diário imediatamente. – Mas antes eu preciso que você me prometa uma última coisa... – Alertou.


  - Já prometi! – Exclamou Liu. – Agora me dá isso... – Completou.


  - Bom, me prometa que só vai ler as últimas páginas quando estiver preparada para aceitar algo diferente em sua vida... – Murmurou Douglas. – Se você ler sem que esteja preparada, as conseqüências podem não ser boas... – Acrescentou.


  - Tanto faz! – Liu disse apressada para por as mãos no diário marrom que havia pertencido ao seu único irmão de sangue.


  - Prometa... – Pediu Douglas afastando o diário dos olhos curiosos de Liu e o escondendo atrás dele.


  - Eu prometo! – Falou Liu sem nem pensar duas vezes, na verdade sem nem realmente assimilar o que havia dito por Douglas, tudo que queria era aquele diário em suas mãos.


  - Faça bom uso... – Pontuou Douglas entregando o diário para Liu. – Agora vá dormir... – Completou.


  - Boa noite Douglas! – Liu exclamou num tom animado de voz, em seguida dando um beijo na bochecha do amigo – irmão, e caminhando para seu quarto.


  - Boa noite, Liu... – Murmurou Douglas olhando a figura da garota se perder no corredor. – Espero que eu não tenha feito algo errado... – Disse para si próprio.

*********************************************************************************
Comentários?

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.