4º dia
4º DIA
Segunda-feira, 24 de dezembro – 23:00
Lembram quando eu disse que iria relatar o pior dia da minha vida anteontem? Pois é...é muito difícil ter que admitir, mas eu estava errado! O pior dia da minha vida foi hoje!
- Não mesmo! Hoje foi um dos dias mais legais do ano.
- Não vou discutir. Nós nunca vamos concordar com isso.
24 de dezembro, véspera de Natal. Sabem onde estamos? N´A Toca! Não me perguntem o que me fez vir para cá, pois eu simplesmente não sei, mas tenho certeza que Gina tem perfeito domínio sobre poções de persuasão. O professor Snape fez um bom trabalho em Hogwarts.
- Pra sua informação, Poções era a matéria em que eu ia pior na escola como qualquer bom grifinório já que o Snape nos detestava.
- Isso é porque Grifinórios são pessoas detestáveis.
- Você não me detesta!
- É...e só eu sei o quanto me envergonho disso.
Acordamos as 8:00 da manhã! Gina certamente não sabe o significado de férias. Deve ser porque sempre teve que trabalhar pra ajudar a sustentar a família.
- Eu nunca trabalhei antes de terminar a escola, tá? Meus pais sempre disseram que trabalho é para adultos e nós deveríamos estudar para conseguirmos ter um bom emprego no futuro. – disse Gina.
- Nossa! Beleza de emprego esse o seu: escritora d´O Pasquim.
- Eu acho ótimo. Sempre gostei de escrever.
- Pensei que fosse traumatizada por causa daquela coisa de diário.
- E eu sou. E se não se importa, não quero falar sobre isso.
Hoje de manhã fomos até o Beco Diagonal fazer as compras de natal. O problema todo é que Gina tem quase duas dúzias de parentes para presentear e o idiota aqui ficou de carregador de embrulhos. O resultado? Passamos 10 horas naquele lugar achando presentes para todos. Mal deu tempo para almoçar e lanchar a tarde.
- Comemos todos os dias. O natal acontece só uma vez por ano
- O problema é que se você não comer todos os dias não vai viver para ter um natal.
Depois que encontramos os presentes para aqueles pestes que Gina chama de sobrinhos, fomos almoçar. Nisso já era quase uma da tarde e posso dizer que a única coisa boa de ter ido ao Beco Diagonal foi poder comer algo que não fosse aquela gororoba que a Gina tenta cozinhar em casa.
- Você poderia parar de dizer que eu cozinho mal? As pessoas vão pensar que eu sou uma negação completa!
- E não é?
- Humpf!
Durante a tarde fomos comprar os presentes dos irmãos dela. Tentei evitar que ela comprasse facas e chicotes, pois eu acabaria sendo a cobaia para conferirem se os objetos de tortura eram eficazes. Ainda bem que ela comprou apenas vassouras e livros. Não que eles não possam me dar vassouradas ou jogar livros na minha cabeça, mas pelo menos vou ter todas as partes do meu (belíssimo) corpo no lugar depois das tentativas de assassinato.
- Você vai fazer com que todos pensam que meus irmãos são assassinos sem piedade.
- Estou mentindo?
- Você é muito irritante!
- E você adora.
Não que eu não goste do natal. O natal é uma boa época, pois sempre tem uns dias de férias e tal, mas não vejo sentido algum em decorar uma árvore, colocar presentes embaixo dela e abri-los depois disso. No fim das contas, se pensarmos bem, você não ganha os presentes. Você mesmo os compra já que o dinheiro que gasta comprando “lembrancinhas” para os outros, você vai acabar ganhando de volta em forma de presente o que é péssimo já que, se comprasse você mesmo o presente para você, não correria o risco de receber vestes de tamanho errado, nem coisas inúteis.
- Eu discordo completamente!
- Grande novidade...Vamos precisar conversar sobre isso?
- Eu acho que a moral do natal é justamente tentar fazer com que as pessoas fiquem felizes e dando presente a elas, você as faz feliz.
- Isso se ela conseguir encontrar um presente que a pessoa goste, o que é quase impossível.
- Só mesmo no seu caso. A questão é que o presente em si não importa, o que vale é a intenção.
- Guarde esse discursinho medíocre para os seus sobrinhos mortos de fome. Você sabe perfeitamente que o presente é a coisa mais importante.
- Pois não deveria ser assim. O natal deveria ser uma época em que as pessoas apenas quisessem aproveitar a companhia das pessoas que amam, e não essa coisa interesseira que se tornou.
- Exatamente! Você chegou bem onde eu queria! Porque, então, nós não ficamos lá em casa aproveitando a companhia um do outro, afinal, você mesmo disse que devemos nos unir a quem nos amamos.
- Ora, mas nós estamos juntos aqui também. E eu amo a minha família, portanto, preciso ficar com eles também.
- Certo, mas eu não amo eles, então não tenho a obrigação de continuar aqui.
- Certo, mas você me ama, então não pode sair porque eu estou aqui.
- Ok, Weasley, você venceu! Agora me deixa voltar a escrever, ta?
Contudo, a coisa que eu mais repudio do natal é que aquela estranha mania dos trouxas de inventar que existe o tal do Papai Noel conseguiu afetar toda a civilização mágica também. Dá pra acreditar que chegamos ao mesmo nível de idiotice dos trouxas? É asqueroso! E pensar que foi tudo idéia daquela marca de bebida estranha deles...
- Como era o nome mesmo Gina?
- Coca-cola.
- Isso mesmo, obrigado.
...a tal da Coca-Cola. Tudo pra ganhar dinheiro. Até parece que se importam com essa coisa de compartilhar, amor, família. Tudo é puro capitalismo!
- Agora me faça a gentileza de apagar tudo isso aí.
- Se você me der um bom motivo prometo pensar no seu caso.
- Draco, você não pode dizer pras criancinhas que Papai-Noel é invenção da Coca-Cola. Pra começo de conversa, eles acreditam no bom velhinho e depois, a idéia é trouxa, isso traumatiza qualquer um.
- Então acho que devo publicar. Já está na hora de saberem de onde vem desse circo todo.
- Mas você vai destruir o espírito de natal.
- Dane-se o espírito de natal. Me recuso a continuar compactuando com uma ridícula idéia trouxa.
- Mas e quanto a idéia de se unir as pessoas que amamos? Você mesmo concordou que a idéia do natal é essa.
- Exatamente! Não serei capaz de destruir o espírito de natal se as pessoas pensarem que ele é mais que uma espécie de Dumbledore de 200 quilos vestido de vermelho e presentes caros.
- Sabe, descontando a parte do Dumbledore, isso que você falou foi comovente. Nunca pensei que viveria pra ouvir você falar algo assim.
- Tem razão. O tal do espírito de natal deve estar me deixando desorientado.
Muitos diriam que eu devo ter algum tipo de bloqueio em relação a essa época do ano porque não é normal alguém não se empolgar com o natal, mas eu diria apenas que, para mim, não passa de um dia qualquer.
Agora me expliquem: como alguém como eu, que é indiferente a essa época do ano, se muda para A Toca para passar esse dia com Gina Weasley? Quero dizer, se eu não acho que seja uma data especial, porque não deixei Gina passar aqui e eu ficava em casa lendo alguma coisa ou planejando as férias? Porque tenho que agir como se ficar com ela hoje fosse algo realmente importante se não acho que o natal seja grande coisa?
- Se chama amor, Malfoy.
- Se chama insanidade.
- E o que foi que eu disse?
Seja lá o que for que esteja acontecendo comigo, devo dizer que, apesar de ser aterrorizante, não é tão ruim assim. Não que eu não fique incomodado com a perspectiva de ter que acordar amanhã e dar de cara com todas aquelas cabeças vermelhas no café da manhã, mas, não sei porque, não estou me importando muito com isso. Geralmente eu ficaria imaginando que arma eles usariam para me esquartejar, mas aí penso que ter meu (incrível) corpo cortado em pedacinhos seria melhor do que ficar longe dessa ruivinha, afinal de contas, pra que ter meu corpo inteiro se não posso aproximá-lo do dela?
- Draco, isso foi...foi...
- Você disse que se chama amor...
(N/A: Wow! O capítuloi demorou um pouco, mas está aqui. Espero que estejem gostando e que comentem pq já estou ficando desesperada sem notícias de vcs. Eu não estou pedindo elogios, não...claro, seriam bons, mas enfim...eu só estou pedindo comentários. Se quiserem enviar um cruccio via e-mail não tem problema (eu só não garanto que o próximo capítulo chegue logo daí, hehehe). Enfim, pretendo postar o 5º dia semana que vem. Aguardem! Bjos a todos!)
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