Cap I



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A noite era chuvosa e fria, não tinha mais nada melhor do que se sentar na sala com uma taça de uma boa safra de vinho, enquanto esticava as pernas em frente à lareira que crepitava, só que para Linx Black Lestrange não era bem assim, a vida não era um mar de rosas, principalmente quando se tinha um pai como o dela, e um colar com o brasão dos Black pendurado no pescoço que não por coincidência, mais sim um fato, tinha vindo junto com a carta de sua mãe e que ela não fazia idéia do que significava. Brigara com o pai mais cedo, na verdade brigar com o pai não era uma novidade, ser filha de comensais da morte também não era e saber que a mãe fazia tudo para mantê-la viva desde o dia em que nasceu muito menos. Mas o que a preocupava nesse instante era o conteúdo dentro da carta com o remetente com letra graciosa e bem delineada. Ela levantou da poltrona e abriu a carta.

Querida,
Sinto muito lhe escrever assim às pressas, mais o que tem aqui dentro é muito importante. Tenho que te contar uma historia, a minha historia... Quando eu tinha dezoito anos, era uma Black típica, muita coisa mudou depois de eu começar com um caso com meu primo, Sirius Black...


Linx abriu ligeiramente a boca em descrença, óbvio que ela sabia quem era Sirius Black, ele era o primo que sua mãe havia matado no ano passado. “Que diabos significa isso? Isso não me cheira bem...”

...Nós nos apaixonamos, era uma coisa tão grande, tão forte e tão proibido que não pensamos nas conseqüências, foi quando a bomba de que meu casamento seria na semana seguinte e de eu ser a escolhida da casa a ser comensal da morte caiu sobre nossos pés, levando consigo toda a tranqüilidade que havíamos adquirido ao longo de nosso relacionamento. Eu... eu não tive outra saída a não ser casar com Rodolphos e me tornar uma assassina. Claro que Sirius e eu ficamos desolados depois disso. Um mês depois de meu casamento descobri que estava grávida, não sabia o que fazer, eu estava em missão e não podia arriscar perder esse bebê. Após o meu parto me avisaram que você havia nascido de oito meses, obviamente que eu tive minhas dúvidas, e se você fosse filha do único homem que amei a vida toda? Como Sirius reagiria se eu lhe contasse que tinha uma filha dele? Não poderia arriscar te perder meu amor, era uma época perigosa, acabei criando você sem saber se era filha de Sirius ou de Rodolphos. Então você cresceu... tão parecida com ele: os olhos, o jeito de falar, de aprontar, e é claro que você não tinha nada de Rodolphos, minhas dúvidas foram tiradas, por Merlin. Quando me deram a missão de matar ele, fiquei desesperada, não podia fazer isso, então me lembrei daquele véu, se você cai nele o único modo de sair é com uma pessoa de mesmo sangue, Regulos morreu, mas tinha você, arrisquei tudo para que Sirius fosse idiota o suficiente para não entender o que eu tentava fazer. Eu estou lhe contando isso, porque você é a única que pode tirá-lo de lá... o colar que eu lhe dei vai levá-la até o Grimmald Place, onde a encontrarei depois de resolver alguns problemas, lá você encontrará sua tia Narcisa e o filho dela e também todas as respostas de que você precisa.

Amo você eternamente. Pense em mim.

Beijos mamãe.


Linx deixou cair uma lágrima no papel e a limpou rapidamente displicente, e olhou para o colar e releu a ultima frase da carta “pense em mim”. “A mãe sempre escrevia as cartas em códigos” pensou sorrindo e apertou o pingente enquanto pensava no rosto bonito e perfeito da mãe, sentiu um solavanco e caiu desacordada em um chão gelado.

oOoOoOoOoOoOoOoOo


Harry descia as escadas, feliz pela primeira vez desde a morte do padrinho, finalmente tinha se acertado com Gina.

— Ei Harry — ouviu a voz de Draco Malfoy.

— Fala cara — saudou o moreno. Desde que o loiro havia se mudado pra casa de Sirius, descobriram que não tinham porque brigar tanto e acabaram ficando amigos, algo que surpreendeu a todos. (N/A: inclusive a autora o.O)

— Que felicidade toda é essa?

— Me acertei com a Gina, estamos namorando — Draco quase se engasgou com a própria saliva — ‘ta bem cara? — o loiro fez que sim com a cabeça.

— Nossa que bom Harry — falou se recuperando o loiro — fico extremamente feliz por vocês — tentando esconder a amargura da voz. Draco gostava de Gina desde o quinto ano, claro que era fácil disputá-la com Harry quando ainda eram inimigos, mas agora depois de dois meses como amigos a situação ficava mais crítica, ainda mais que agora o moreno estava namorando a ruivinha, só restava pra ele desistir. — fico muito feliz mesmo — completou baixinho.

— Obrigada mesmo, eu pegar o Profeta Diário — ele andou até a sala agora limpa e parou na porta ao ver uma garota de cabelos negros, caída no chão

— DRACO, HERMIONE, RON,GINA... ALGUÉM (?) – gritou o moreno o mais rápido se aproximando da moça e checando o pulso, suspirou aliviado ao ver que estava viva, olhou o rosto para ver se conhecia e se deparou com os traços mais perfeitos vistos em toda sua vida: cílios longos, lábios rosados e cheios, rosto fino, os cabelos sedosos e negros esparramados no chão, o que não faria pra ver os olhos dela. (N/A: hum... uma palavra: TARADO, tsk tsk tsk...)

— O que aconteceu? — perguntou Draco entrando na sala seguido de Ron, Gina e Hermione, todos apreensivos — Meu Merlim quem é essa aí? — perguntou ao ver a menina no chão.

— Não sei, entrei e ela estava aqui no chão — respondeu Harry voltando a olhá-la meio hipnotizado.

— Ela ‘ta morta? — perguntou Ron.

— Obvio que não Ronald, não é mesmo Harry? – Hermione perguntou no que o moreno concordou.

Draco se aproximou e agachou ao lado de Harry.

— Esse rosto não me é estranho, já vi ela em algum almoço de comensais lá em casa.

— Está me dizendo que temos uma comensal aqui? — perguntou Hermione se desesperando.

— Calma Mi, ninguém tem certeza, pode ser que seja uma pessoa boa, vamos esperar ela acordar e perguntar como e porque veio parar aqui — disse Gina

— Draco só disse que conhecia o rosto, pode estar enganado — lançou um olhar de suplica ao loiro.

— É Granger, pode ser que eu esteja enganado — de todos os presentes, o único com quem o loiro não conseguia dar-se bem era com Hermione.

— Ela está acordando — murmurou Harry vendo os olhos se abrirem pouco a pouco se acostumando a luz, quando se abriu completamente Harry sentiu perder o ar, eram tão azuis como o mar e tão acinzentados como a nevoa. Ela primeiro o olhou confusa e depois se levantou de um salto se afastando.

— Quem são vocês? — perguntou.

Draco reconheceu a voz igual a da tia, os olhos e as feições.

— Linx? — A menina virou-se instantaneamente, e o resto dos presentes olharam para Draco confusos.

— Cabelos loiros, olhos azuis, porte de uma família sangue-puro e totalmente playboy, você é Draco Malfoy, filho de Narcisa estou certa? É claro que estou certa, mais mesmo assim querido acho que só o vi uma vez na minha vida o que não lhe dá o direito de me chamar pelo primeiro nome, ainda mais já que eu não fui com sua cara aguada. — o olhou de cima abaixo enquanto Ron prendia o riso.

— Mesquinha e irritante como sempre não é garota? Não nega o nome.

— O que você esperava? Eu fui criada no meio de gente mesquinha e irritante, o ultimo que eu iria ser era dócil e sonsa, imbecil — se virou para Harry — cabelos negros, olhos verdes — “cara gato” pensou e olhou para a testa vendo a cicatriz em forma de raio tão conhecida dentro do mundo bruxo — Harry James Potter, lamentável conhecê-lo nessas circunstancias — ironizou.

— Deixa de onda Linx e fala logo o que faz aqui — pediu Draco.

— Alguém pode explicar o que está acontecendo? — Hermione suplicou.

— E você quem é? — Linx arqueou uma sobrancelha.

— Essa é Hermione Granger, a ruiva é Gina Wesley e o ruivo Ron Weasley, respondido suas perguntas milady, agora quem faz sou eu, quem é VOCÊ? — Harry se virou enfurecido.

— Ela é filha de comensais... — respondeu Draco, se Harry soubesse que aquela menina era filha de Bellatrix Lestrange ia ser morta sem tempo nem de pensar.

— Não vem com o preconceito de quem são meus pais pra cima de mim Malfoy, você é filho de Narcisa e Lucius, que não são nenhum santinhos, ok? E eu não sou nenhuma imbecil, e quero saber qual foi a merda de eu ter que parar nesse lugar e encontrar você, o Potter e mais a sua trupe, se onde esse colar — apontou para o colar do seu pescoço — deveria me levar ao tal de Grimmald Place, que deve ser no inferno porque eu encontrei vocês pelo caminho, e fiquei para fazer uma visitinha, e agora vocês vão me oferecer chá e bateremos um papo sobre a vida pessoal do ministro... — ela gritou histérica — agora se me dão licença vou tentar descobrir sozinha onde eu estou, já que deu pra ver que vocês são úteis demais — se virou mais Harry a segurou pelo braço – me solta Potter, eu sou dona do meu próprio nariz e não piso em campo minado de pessoas como você.

— Não solto até você me dizer quem é — ele olhava nos olhos frios dela e ela nos esmeraldas dele.

— Não falo até não me dizer onde estou.

— Você está no Grimmald Place — ela abriu ligeiramente a boca — essa casa é de meu padrinho Sirius Black e a cede da Ordem da Fenix.

— Vo-você disse Sirius Black? Ele é seu padrinho? — disse boquiaberta e com olhos arregalados.

— Sim, sabe quem é?

— Lógico que ela sabe — respondeu Draco por ela — Linx é uma Black, não é mesmo priminha?

Harry olhou de Draco pra Linx boquiaberto:

— Quem são seus pais?

— Rodolphos e Bellatrix Lestrange — respondeu empinando o nariz.

— Desculpe Harry — Draco murmurou ao ver a cara de ódio do amigo — eu sei que você odeia a mãe dela, por matar Sirius, mas se acalme.

— COMO ESPERA QUE ME ACALME SABENDO QUE A FILHA DA LESTRANGE ESTÁ NA MINHA CASA?

— Ei bonitão se acalme — disse Linx revirando os olhos.

— Isso faz de você Linx Lestrange? — perguntou Gina.

— Não garota Weasley, isso faz de mim Linx Black, eu não disse que era uma Lestrange — a sua boca curvou-se ligeiramente para cima. — Eu sou uma Black de sangue.

— Saia da minha casa — falou rispidamente Harry entre dentes apontando para porta.

— Minha mãe pediu que eu viesse aqui, e vou fazer aqui o que ela pediu, descobri verdades sobre meu passado, eu só peço, e é a primeira vez que eu imploro a alguém por isso, que vocês me deixem fazer isso, minha vida está nesta casa, e eu prometo que ajudo vocês. — falou séria.

— Em que você poderia nos ajudar? — perguntou Hermione.

— Eu... — Linx hesitou — sei como trazer Sirius Black de volta.

— O QUE? — gritou Harry — como?

— Minha mãe me ensinou, esse é o segundo motivo pra eu vim aqui, preciso achar o feitiço que vai trazê-lo de volta, não era a intenção de minha mãe jogá-lo no véu Potter, ela fez isso pra protegê-lo sabendo que havia um modo de fazê-lo voltar e que esse modo seria usado em algum momento — explicou a menina indiferente — por favor, eu só preciso de uma roupa, posso dormir no sofá mesmo e que me dei qualquer comida, mais não me façam voltar para a mansão Lestrange, meu pai me mata... literalmente. — essa última frase ela falou com uma careta por pedir algo a alguém, não só pedir mas implorar. Harry a olhou longamente.

— Harry... Ela está falando a verdade — disse Gina pondo a mão no ombro do namorado.

— Como sabe?

— Eu vejo nos olhos dela, é uma boa pessoa apesar de ser muito sarcástica — Linx fez uma careta e Gina riu — a deixe ficar comigo e Mione no quarto, o que você acha Draco?

— Gina tem razão, Li está falando a verdade, sem contar que se ela voltar pra casa dela, ou Rodolphos ou Voldemort a matam por traição dela e da mãe.

— Tudo bem ela fica, mais fique sabendo que qualquer deslize seu esteja preparada pra voltar pra casa de seu querido pai — ela concordou e ele subiu.

— Grosso — murmurou para si mesma “O odiei! mais até que é gato... e como. Mais pelo jeito a ruiva já está na fila” deu um sorrisinho pensativa.

— Desculpe o Harry, ainda está se recuperando da perda de Sirius, mais ele não costuma ser assim todos os dias — Gina explicou e Linx deu de ombros.

— Ele não foi é com a sua cara priminha — Draco riu baixinho no que ela lhe lançou um olhar carrancudo.

— Ótimo, eu não fui com a dele também — murmurou pra si mesma.

— Vamos — pediu Gina cortando o clima — vou lhe mostrar seu quarto.

— Obrigada, você parece ser uma pessoa bacana — “Pena ser namorada do Potter, vai estragar a coitada” pensou acompanhando a ruiva ao quarto.

— Pode deixar suas coisas no closet, ok? — disse Gina.

— Huhum... Importa-se se eu ficar um pouco sozinha Weasley?

— Claro que não, e me chame de Gina — ela saiu e a morena se sentou esgotada na cama ao lado da janela, Merlim, seu pai biológico era padrinho do Potter e, acredite, ela havia odiado o garoto antes mesmo dele falar qualquer coisa, “apesar de ser gato”, como ela mesma dizia, agora o problema não era só está na companhia de pessoas desconhecidas mais sim de como iria achar o maldito feitiço que libertaria seu pai do véu, se ao menos sua mãe estivesse ali, fechou os olhos e franziu a testa com dor de cabeça, logo depois se jogando com a cabeça no travesseiro e adormecendo.


N/A: seria demais pedir comentarios?

BJOS

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