A Volta do Lord das Trevas

A Volta do Lord das Trevas



Já era noite, mas as atividades não pareciam cessar naquele velho casebre de madeira próximo ao rio poluído. Os habitantes daquela pequena cidade trouxa ficavam intrigados com aquela estranha movimentação, já que não haviam visto ninguém naquele casebre. Mas a atividade era constante.

Lúcio Malfoy trabalhava exaustivamente naquela velha casa, que cheirava a mofo. O cadáver de Lord Voldemort estava sobre a empoeirada mesa de madeira ao lado de Malfoy, que segurava vários pergaminhos e alguns ingredientes para poções.

No mesmo dia da fatídica morte de seu amo, no meio da incrível batalha que acontecia na Escola de magia e Bruxaria de Hogwarts, Lúcio entrara escondido no gabinete de Dumbledore, com o propósito de encontrar seu filho. Acabou encontrando, na gaveta do armário de Dumbledore (Como se seu filho estivesse na gaveta) muitos pergaminhos, que tinham uma fórmula muito interessante de poção. Dumbledore, usando os doze tipos de sangue de dragão, conseguira elaborar uma Poção para Ressuscitar. Lúcio, interessadíssimo, apanhou a fórmula e fugiu da sala, apressado. Com a morte de Voldemort, Malfoy teve a grande idéia de tentar ressuscitar o amo, mas para isso precisava de seu cadáver. Descobriu que este havia sido enterrado em Azkaban. Sendo impossível o próprio ir procurá-lo, já que Malfoy estava sendo perseguido por aurores do Ministério e escondido, conseguiu atrair um descuidado e influente funcionário do Ministério para seu esconderijo, lançou-lhe uma maldição Imperius e este funcionário buscou o corpo de Voldemort em Azkaban, e também sua varinha do cerne de fênix, que fora enterrada com ele. Lúcio conseguiu apagar a memória do homem, e, logo depois, se refugiou em um velho casebre num vilarejo trouxa com o corpo. Após alguns meses procurando os ingredientes dessa complicadíssima poção, Malfoy estava finalmente em sua fase final.

Segurando os pergaminhos, Lúcio estava nas últimas linhas das instruções. Agora, só faltava colocar alguns órgãos no caldeirão.

-Orelha esquerda picada... Nariz... Diabos, ele não tem nariz...

Quando Malfoy colocou o último pedaço do coração do milorde naquela substância azulada, uma fumaça vermelha saiu do caldeirão, exatamente como estava nas instruções. Mas apesar da boa aparência, ela exalava um forte fedor, semelhante à excremento.

Hesitante, Lúcio Malfoy leu a última linha do pergaminho. Então, pegou uma pequena bacia de plástico ao seu lado, apanhou um pouco daquela poção e colocou cuidadosamente na boca do Lord das trevas. Por um instante, pareceu que nada acontecera, mas...

Os órgãos arrancados de Voldemort começaram a renascer, voltando à sua antiga forma. Quando todos os órgãos foram "consertados", o milorde abriu os dois olhos ofídicos repentinamente. Continuava do mesmo jeito de que quando fora morto.

Lord Voldemort acabara de voltar mais uma vez.

Lúcio se exaltou de alegria; conseguira completar seu objetivo maior.

Quando Voldemort se levantou, confuso e empunhando sua varinha, que estivera ao seu lado, Malfoy se abaixou imediatamente e começou a beijar as vestes sujas e podres de seu amo.

-Deu certo, milorde... conseguimos...

Voldemort puxou rispidamente suas vestes, fazendo Lúcio Malfoy cair de boca no chão.

-O que está fazendo, Lúcio? O que aconteceu?

Malfoy se levantou rapidamente, e começou a explicar respeitosamente toda a história da poção de Dumbledore. Ao final da explicação, Voldemort crispou seus lábios num sorriso.

-Então estou aqui por causa de Dumbledore, é? Interessante...

Lúcio, então, se abaixou novamente e beijou as vestes do lorde. Voldemort empunhou sua varinha e ordenou:

-Crucio!

Lúcio se contorceu de dor, e começou a urrar. Logo depois, Voldemort interrompeu o feitiço.

-Mesmo conseguindo me ressuscitar, Lúcio, você não foi fiel a mim. Na hora da batalha em Hogwarts, preferiu buscar seu filho no castelo do que me servir. Porém, você me fez voltar a vida, por isso desta vez te pouparei. Mas quero que você seja fiel, Lúcio. Crucio!

Novamente, Malfoy urrou de dor e começou a se contorcer. Após admirar friamente o sofrimento de seu seguidor, Voldemort interrompeu o feitiço.

-Vamos, Lúcio. Temos muito trabalho a fazer. Mas, felizmente, agora não temos Dumbledore pelo caminho.

Ele não sabia como estava enganado.





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