Avisos
Capítulo 20
- Avisos -
Harry abriu seus olhos, perdido sem os óculos. Uma coisa molhada e gelada estava contra sua testa, e ele sentiu, pelas sombras ao redor, que já passava da meia noite. A dor em seu braço era terrível, e quando olhou para ele, quase desmaiou. O braço parecia cheio de lascas, os ossos crescendo lentamente. Uma mãozinha pressionou a esponja mais uma vez contra sua testa, sem ter percebido que o garoto estava acordado. O resmungo baixo e a vozinha fina foram o suficiente para Harry reconhecer a criatura.
Dobby perdeu o ar quando a mão boa de Harry voou e agarrou seu braço num aperto forte. Ele tentou se desvencilhar mas o garoto o apertou ainda mais, quase quebrando seu braço.
- Dobby!
- Mestre Harry Potter - Guinchou a critura. - Dobby com dor, solta Dobby!
- O quê você está fazendo aqui? - Perguntou ele, soltando um pouco o aperto, mas mantendo o braço do elfo-doméstico em sua mão.
- Dobby veio cuidar de menino Harry Potter - Anunciou a critura, quietamente. - Menino Harry Potter voltou para Hogwarts, mesmo com avisos de Dobby!
- Eu precisava voltar, Dobby - Vociferou o menino. - Eu não podia ficar lá. E o quê você sabe sobre perigos?
E então a luz se fez em sua mente.
- Você sabia sobre a Câmara Secreta!
O nome fez a critura guinchar e se contorcer.
- Dobby mau! Dobby feio! - Ele tentou bater sua cabeça contra a parede, mas Harry o impediu.
- Dobby! O quê está acontecendo em Hogwarts? Quem é o Herdeiro da Sonserina? O quê há na Câmara Secreta?
- Sangue! - Chorou a critura. - Sangue e morte! Veneno e gritos! Galos mortos, humanos mortos, Vampiros mortos! Mestre Harry Potter não pode ficar aqui, ou vai morrer! Nem mesmo o balaço de Dobby conseguiu tirar Harry Potter de Hogwarts, mas Dobby veio avisar mesmo assim...
- SEU BALAÇO?
O aperto não foi tão proposital, mas Harry quase se sentiu feliz quando os olhos da criaturinha se apertaram de dor.
- Dobby só quer ajudar.
E então, num estalo que mais parecia um chicote, Dobby se foi, e a mão de Harry ficou agarrando apenas o ar. Quase imediatamente, a porta se abriu.
Harry ficou totalmente quieto, os olhos entreabertos. Quem entrava eram Minerva, Dumbledore e a Madame Pomfrey.
- Uma desgraça - Murmurou a professora. - Alvo, o quê vamos fazer?
Uma figura flutuava desacordada entre eles. Com um gesto do diretor, o corpo voou e aterrisou numa das camas da enfermaria.
- Completamente congelado, como a gata do Filch - Suspirou a enfermeira. - A mesma Magia Negra. Os senhores acham que...?
- Foi o monstro da Câmara - Disse o Diretor, resoluto. - Da mesma forma que há cinquenta anos.
- Não, Alvo! - Arfou Minerva. - Então a escola vai ser fechada! Não podemos aguentar outra vítima do Herdeiro!
- Não, não podemos - Concordou o diretor. E então ele tirou a câmera que o congelado segurava.
- Ele devia estar tirando uma foto quando a criatura apareceu. Será que...?
Imediatamente o cheiro acre de plástico queimado encheu a enfermaria. O filme estava carbonizado.
- O quê isso significa? - Perguntou a enfermeira, aterrorizada.
- Que o quê quer que atacou o pobre garoto - Respondeu o diretor, olhando longe. - É muito mais perigoso que poderíamos imaginar.
Mas Harry não ouviu mais nada. Pois Minerva havia se afastado, e ele finalmente pôde ver quem era a vítima do Herdeiro.
O pequeno Colin estava congelado na posição como se tirasse uma foto em sua câmera.
- Esse bicho vai acabar te matando. - Resmungou Rony. - "Ajudar"? Isso tá parecendo mais "assassinar".
- Mas ele sabia algo sobre a Câmara. - Suspirou Hermione. - E Rony sabe que isso é verdade...
- Por quê?
- Rony, conta pra ele! - Disse Hermione, fazendo uma careta.
- Meu pai investigou sobre o Dobby, Harry. E ele descobriu que o elfo-doméstico pertence... aos Malfoy.
Os olhos verdes do garoto se arregalaram, mas então ele afundou na cama, pensando.
- Faz todo o sentido. Os Malfoy são os Herdeiros da Sonserina, é lógico que Dobby saberia sobre os planos deles!
- Eu tenho que concordar. - Suspirou a menina.
Todos eles olharam para a cama cercada de biombos, no fundo da enfermaria. Concordaram em não discutirem aquilo ali, e nem falar para mais ninguém.
- Dumbledore anunciou que Colin fora atacado, no café da manhã - Disse Mione, os olhos se enchendo de lágrimas. - Todos estão apavorados.
- Madame Pomfrey, Snape e a professora Sprout, de Herbologia, estão trabalhando numa cura - Sussurrou Rony. - Mas todos estão com medo que a próxima vítima... Seja fatal.
- Quanto tempo para "aquilo", Hermione? - Murmurou Harry.
- Uma semana, eu acredito. Está indo muito bem, graças ao Rony. - Respondeu ela, ainda mais baixo. - Ele está cuidando da temperatura para nós.
Madame Pomfrey surgiu atrás deles, olhou para Harry criticamente, e expulsou os amigos do garoto, querendo fazer uma última checagem antes de lhe dar alta.
Com um último olhar para a cama de Colin, eles se foram. Aquilo era um aviso, os três sabiam. Perigo rondava Hogwarts, cada vez mais forte. O próximo atacado poderia não ter tanta sorte. Hermione estremeceu. Era vital que conseguissem confirmar se Draco era o Herdeiro. Antes que alguém morresse.
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