confissões



Há alguns dias tinha me declarado pra ele. Não sei como, mas me apaixonei (simples, pura e verdadeiramente). Talvez entre o caminhar dele e o modo que arrepia o cabelo, me fascinei e me vi hipnotizada por cada simples movimento seu.

Não, não foi como todas aquelas outras que o vêem apenas como um lindo bibelô. Estava vendo cada milímetro da alma dele e não existe, tenho certeza, no mundo alguém que o conhece ou vá conhecê-lo como eu. O vi como um rapaz que tinha muita tristeza, mas que não a passava ou descontava em ninguém, o vi como o melhor amigo que alguém já sonhou em ter, o vi como alguém que merecia mais que pessoas falsas o adulando por ser famoso e rico, o vi como simplesmente era, alguém integro, companheiro, corajoso e que tentava ser feliz como dava, que só precisava de amizade, carinho e respeito como qualquer um...


“Parece tolo falar desse modo, porém realmente gosto de você”.


Desde aquele dia não me atrevi a olhá-lo nos olhos, mesmo que ele tentasse fazer de tudo pra isso. E que me magoasse não ser tão íntima sua quanto antes. Só queria afastar todo aquele sentimento, devia existir uma regra pra cada coração, nunca se apaixone por alguém que não gosta de você, seria tão menos complexo e com toda certeza haveriam menos corações partidos no mundo...

Tudo bem, estou exagerando novamente, é... Acho que virou costume, mas não me importo mais, por que o faria se ainda acho que sou a garota de menor sorte do mundo?


Era mais forte que eu, juro que tentei a todo custo não olhar muito nos olhos verdes dele, mas como seria possível se a cada tentativa de me afastar acabava me aproximando mais? Ou o preocupando?

Não tenho idéia de como ainda consigo trocar algumas palavras com ele, pois toda vez que ele chega perto de mim, sinto como se minhas pernas fraquejassem e meu coração dispara a tal ponto de senti-lo como se estivesse se estilhaçando dolorosa e rapidamente. Pensando melhor... Minhas pernas realmente se liquefazem quando ele tenta um diálogo que não seja monossilábico ou um monologo...

Tudo aconteceu como um baque, repentinamente, como se estivesse acordado e que olhei pela primeira vez para ele, como se fosse um amor a primeira vista (mas sempre esteve ali). O enxerguei de um modo que até pensei ser absurdo, ilusório. O enxerguei puramente como um rapaz que eu sempre fui encantada e não tinha dado conta, foi assustador... Inquietador e ao mesmo tempo aberrante.

E ainda tem aquele jeito meigo dele, de não querer magoar ninguém, creio que só faz piorar meus ‘sintomas’.


Ele me disse de forma bem educada que gostava de mim como uma amiga querida, só isso.
Ainda me sinto gelar quando lembro das palavras... Eu senti o tempo fechar sobre minha cabeça, naquele momento queria ser uma avestruz, sumir daquele lugar ou somente acordar. Fui o mais racional possível, tentei entende-lo e não questionei, afinal não era culpa dele a minha súbita atração por ele...

A quem estou tentando enganar?! Estou completamente apaixonada pelo meu melhor amigo e ele me vê como uma ‘amiga querida’. Isso rendeu dias de choro e pensamentos irracionais de minha parte, quem diria, só pode ser ironia, sempre tão coerente e conselheira me vi perdida num barco sem previsão de volta. Coisas assim só podiam acontecer comigo, porque não é possível que tudo possa ocorrer de uma vez só (agora sei que é...).


Talvez só precisasse de alguém que me aconselhasse, mas quem? Se quem pedia ajuda é o causador do meu mal.

Passei a considerar um problema quando me deu conta de que nunca, Meu Deus! Nunca... Teria chance com o moreno de olhos mais verdes que as matas brasileiras. E é atemorizante pensar que ele viverá, casará e não vai lembrar dessa amiga boba que está se remoendo por ele e se despedaçando a cada inspiração e expiração que o jovem dá...


Não sei quando parei de ler um livro só pra observá-lo praticar algo que costumava fazer continuamente, só lembro que era impulso. Cada sorriso maroto, cada momento de ansiedade, cada briga ou discussão eu estava lá, captando. E não me arrependo de nada, talvez... De tê-lo contado toda verdade, deveria ter guardado só para mim... No entanto, de uma forma ou de outra ele saberia.

Me sinto tão... Insignificante. Acho que estou perdendo as forças e só você pode me ouvir agora, ninguém mais entenderia, não conseguiram entender a confusão que está minha cabeça, jamais me decifrariam, sequer prestam válida atenção...


Ele nunca me rejeitou como amiga. Até fingiu que nada havia acontecido. Mas não era igual, nunca seria. E ele também sabia, jamais voltaria ao normal nossa relação, sempre existiria aquele assunto (peso, ao nosso redor), que voltaria no momento mais inapropriado. Não quero isso, parece que ele sente pena, eu não sei o que é, mais é uma sensação ruim, que incomoda e me fere muito...

Não acho que seja pedir demais ser amada...

Um dia ele me disse que me admirava. Guardo na memória, onde ninguém pode tirar, cada cor refletida nele, cada palavra e semblante. Sou capaz de fazer um livro com cada recordação que tenho dele, boa e ruim, e ainda distinguir a época...

Devo estar enlouquecendo, mas quando alguém disse que isso seria passageiro deveria ter perguntado ‘quão passageiro’ porque, em nenhum milímetro meu coração se aquietou, o esqueceu, parou de chorar nesse período de ‘abstinência’...


Bom, chega de confidências por Hoje. Já derramei lágrimas* demais...

*Ao menos ainda sei a hora de parar.

Hermione Granger


O diário foi fechado e mais uma vez a jovem voltou a guardá-lo com lágrimas na face.


Fim¬¬ (continua)


******


Estava querendo fazer uma fic assim há tempo, nunca tinha coragem ou/e criatividade. Mas sei lá... O que vocês acharam?

To achando repetitiva... Mas tudo bem.

Ai, ai... Não gosto muito de fazer com que os personagens sofram... Ainda mais quando é o casal que eu mais amo (é Yasmin ninguém antes tinha percebido que você realmente ama H/H...).

Comentem, por favor!

Beijos.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.