Os Torneios
_ Ahhh... Hermione? – ela ouviu despertando-se do seu sonho.
BUM!
_ Ai!!! – gemeu o garoto com a mão no nariz, o pobre não sabia que não se devia acordar Hermione muito de perto. Ela sempre acordava pulando sobressaltada, quem pagou por isso foi seu nariz...
_ Merlin! – disse a garota indo ao encontro dele, mas ele fez como que para ela não chegar perto com a mão que não afagava o nariz. – Você está bem? – perguntou ainda meio zonza por ter acabado de acordar.
_ Uhum... – disse firmemente Jack com os olhos lacrimejando.
_ Não está não... – disse ela tentando não rir da expressão de dor dele.
_ Sabe... quando eu disse que queria ver se você ainda tinha um punho certeiro como no ano passado... – disse ele rindo, o que deu a deixa para que ela risse também. – Eu só estava puxando assunto...
_ Da próxima vez você já sabe então... – disse ela sorrindo – Eu levo tudo muito a sério.
_ Até de garota você apanha Dawson? – interrompeu Cedric rudemente.
_ Só depois de já ter conseguido o que quero! – respondeu Jack, o rosto de Cedric expressava uma raiva imensa. Hermione não entendia o que estava acontecendo e nem qual era o problema de Cedric com Jack para que eles chegassem ao ponto de, às 6 da manhã, iniciarem outra briguinha sem fundamento.
_ Você não presa pela sua vida não é? – disse Cedric com uma expressão amedrontadora, Jack não pareceu se intimidar. Hermione viu que aquilo estava chegando longe demais.
_ Qual é o problema de vocês?! – disse se pondo entre os dois para evitar uma catástrofe.
_ Não é da sua conta! – disse Cedric rudemente.
_ É a partir da hora que você começou a brigar na frente dela! – disse Jack defendendo Hermione – Ou você acha que ela é irresponsável o suficiente para nos deixar aqui... Lutando até nos matarmos?! – Hermione sentia-se muito grata por isso, mas a atitude de Cedric a deixou com uma pontada no estômago.
_ Obrigada, Jack... – disse sem olhar para Cedric – Acho que me acordou para que eu arrume minhas coisas porque temos que sair cedo, certo? – completou com um sorriso leve e forçado.
_ Exatamente, a mãe do ruivo... Sra. Weasley – logo se corrigiu – me pediu para vir avisá-la – completou satisfeito com a insatisfação de Hermione para com Cedric.
Hermione deu um longo suspiro, pegou suas roupas e foi se trocar no banheiro. Jack acompanhou-a com o olhar até ouvirem a porta se fechar e o som do chuveiro ligando.
_ Você não aprende não é? – perguntou Jack, rindo para Cedric, que agora se punia por seu comportamento a cada segundo – Quem diria que aquilo era o que todos aqueles livros escondiam? – disse maliciosamente, Cedric cerrou o punho com todas as suas forças – Mal posso esperar...
Assim foi para longe de Cedric. Jack era debochado, mas não burro. Tinha noção do perigo que corria ficando lá. Cedric sentou na cama apertando as mãos contra o rosto violentamente.
_ Cara, o que foi? – perguntou Rudy preocupado com a cena que se seguia.
_ Ele é um IDIOTA! – disse num tom alterado, mas de um jeito que ninguém além de Rudy o ouvisse. – Por que está fazendo isso?!
_ Espera aí! – disse Rudy sentando-se ao lado do amigo. – Me diz de quem você está falando que eu vejo se concordo...
_ Dawson... – murmurou Cedric com rancor.
_ Ahh... Então concordo sim! – disse Rudy. – Que foi que ele fez dessa vez?
_ Hermione... – Cedric estava com tanta raiva que só conseguia pronunciar algumas palavras aleatórias, mas Rudy como seu amigo ha muitos anos entendia perfeitamente.
_ Hermione? – disse Rudy preocupado, de repente ficando com uma expressão de quem acaba de confirmar uma teoria – Ela também...?
_ Ela também... – disse Cedric já sem o tom assassino de antes.
_ E você se importa? – perguntou Rudy encarando o amigo de maneira significativa.
_ Claro que eu me importo! – disse Cedric como se isso fosse óbvio, e era – Por que você acha que eu estaria assim?
_ Não... – disse Rudy ignorando a grosseria do amigo – Você realmente se importa...? – Cedric olhou para cima entendendo.
_ Não do jeito que você está pensando... – apressou-se Cedric a dizer – Só fico preocupado como qualquer um dos amigos dela ficaria.
_ Ah sim... – disse Rudy, ainda não muito convencido – Então qual foi a da cena de fora da barraca de ontem? – perguntou confuso.
_ Que cena? – perguntou Cedric com um frio se apoderando de sua espinha.
_ Não insulte minha inteligência! – disse Rudy, com fingida revolta. Cedric riu com a contradição daquelas palavras – Quando vocês estavam...
_ Nós não estávamos nada! – disse Cedric querendo por um fim naquela conversa.
_ Ah, claro! Você só estava tentando tirar um cisco do olho dela! – disse Rudy, rindo abertamente – Mas aí o cisco caiu para boca e foi um PROBLEMA!
_ Um problema de que? – perguntou Cho logo atrás de Rudy.
_ Uhhhhh! – comentou Rudy rindo da cena de filme que se seguiu.
_ Quadribol! – respondeu Cedric prontamente. – Estávamos comentando o jogo de ontem...
_ Ah. – respondeu Cho desinteressada. Mesmo que gostasse de Quadribol não era sobre isso que queria falar com Cedric.
Então uma menina de cabelos molhados e encaracolados chegou e entrou na cena de calça jeans e blusa azul de alcinha.
_ Quadribol? – perguntou Hermione com um sorriso malicioso. – Pode me perguntar! Eu sei muito sobre o assunto. Afinal, - ela olha para Cedric. – eu decidi a pontuação do último jogo.
_ Nunca achei que você era fã de esportes. – disse Cho falando como apanhadora da Corvinal. - Na verdade, nunca vi você ser boa para nenhum esporte.
_ Eu não pratico... – respondeu Hermione olhando para ela e depois sorrindo maliciosamente. – Só ensino.
_ Uhhhhhh! – diz Rudy denovo.
Hermione sai tão triunfante que só faltava uma trilha sonora para acompanhar a sua saída.
*Solo de guitarra*
_ Deixa os livros de lado e as garras ficam a mostra. – diz Rudy rindo. – Ou melhor, que tipo de técnicas ela ensina? Melhor e ainda mais clássica! As quietinhas são as piores! – completou Rudy gargalhando.
_ Rudy! – repreendeu Cedric.
_ Que? Você estava pensando a mesma coisa! – respondeu Rudy, ainda rindo.
_ Não se deve dar atenção a esse tipo de pessoa... – disse Cho Tomou um Fora Chang.
Rudy para de rir e simplesmente vai embora. Cedric continua com Cho, mas sua cabeça estava na castanha (ficou engraçado, eu sei.). Ele sabia que ela só havia dito aquilo sobre Quadribol para irritá-lo com a lembrança de Krum. Ela havia visto a cara dele quando o apanhador pediu instruções sobre o que fazer no jogo. E por mais que tentasse reprimir essa idéia, não conseguia deixar de ficar feliz, pois se ela queria deixá-lo zangado era porque se importava com as coisas que ele fazia. Um sorriso involuntário cresce no rosto de Cedric Diggory.
●●●
Na estação do Expresso de Hogwarts.
_ Harry, pela enésima vez manteremos você informado sobre Sirius! – disse Sr Weasley, pronunciando o nome num sussurro.
Hermione foi pegar sua mala que estava no chão, e pra variar acabou deixando-a cair. Inclinou-se para pegá-la, mas Jack foi mais rápido.
_ Obrigada Jack... – respondeu Hermione sorrindo. Sentiu um olhar queimar suas costas, mas não olhou para trás. Não queria encontrar com os olhos cor-de-mel num tom escuro e frio, como ela sabia que estariam.
_ Por agora vocês vão para escola! Tem uma grande surpresa esperando por vocês! – disse animada Sra Weasley quando todos entravam no trem.
_ Que surpresa? – perguntou Jorge.
_ Você saberá quando chegar lá Fred! – respondeu Sra Weasley.
O apito do trem soou, mas ainda se deu para ouvir o grito.
_ MEU NOME É JORGE!
●●●
No trem, Harry, Rony e Hermione deixaram suas bagagens numa cabine vazia como de costume. A chuva grossa que batia na janela tornava difícil ver lá fora.
_ Eu não acredito que eles não vão nos dizer o que vai acontecer na escola... – começou Harry.
_ Psiu! – sussurrou Hermione de repente levantando o indicador aos lábios e apontando para a cabine a lado. Harry e Rony prestaram atenção e ouviram uma voz arrastada já sua conhecida que entrava ela porta.
_ ... Papai, na realidade, pensou em me mandar para Durmstrang em lugar de Hogwarts, sabem. Ele conhece o diretor lá, entendem. Bom, vocês sabem qual é a opinião dele sobre Dumbledore... o cara gosta muito de sangues-ruins e Durmstrang não admite esse tipo de ralé. Mas mamãe não gostou da idéia de eu ir para uma escola tão longe. Durmstrang tem uma política muito mais certa que Hogwarts com relação às Artes das Trevas. Os alunos de lá até aprendem essa matéria, não é só essa bobagem de defesa que agente aprende...
Hermione se levantou, foi pé ante pé até a porta da cabine e fechou-a para abafar a voz de Malfoy.
_ Então ele acha que Durmstrang teria sido melhor para ele,é? – disse ela zangada. – Eu gostaria que ele tivesse ido para lá, aí não teríamos que aturá-lo.
_ Durmstrang é outra escola de bruxaria? – perguntou Harry.
_ É, – respondeu Hermione fungando – e tem uma péssima reputação. Segundo aquele livro Uma avaliação da educação em magia na Europa, a escola enfatiza a Arte das Trevas.
_ Acho que já ouvi falar nisso... – disse Rony vagamente – Onde fica? Em que país?
_ Ora, ninguém sabe não é mesmo? – respondeu Hermione levantando as sobrancelhas como se fosse óbvio.
_ Hum... por que não? – quis saber Harry.
_ Tradicionalmente há uma forte rivalidade entre as escolas de magia. Durmstrang e Beauxbatons gostam de esconder onde ficam para ninguém poder roubar os segredos delas. – disse Hermione simplesmente.
_ Corta essa! – disse Rony, começando a rir - Durmstrang tem que ser pelo menos do tamanho de Hogwarts, como é que alguém vai esconder um castelão encardido?
_ Mas Hogwarts é escondida – retrucou Hermione, surpresa – todo mundo sabe disso... bom, pelo menos todos que leram Hogwarts: uma história.
_ Então é só você – falou Rony. – Por isso pode continuar, como é que se esconde um lugar como Hogwarts?
_ Encantando ele... – respondeu como se fosse óbvio. – Se um trouxa olhar, só o que vai ver é uma velha ruína com o letreiro PERIGO, NÃO ENTREM ARRISCADO na entrada. Provavelmente é assim com as outras escolas ou talvez eles usem feitiços antitrouxas como o do estádio na Copa Mundial, para também que seja impossível mapeá-las. – falava e falava sem parar – Mas acho que Durmstrang é em um lugar muito frio ao Norte, porque as capas de peles fazem parte do uniforme de lá...
_ Que discussão interessante, para não dizer o contrário! – disse a mesma voz arrastada atrás deles na porta, agora aberta, de sua cabine.
_ Sua mãe não te ensinou a não escutar conversas alheias? – disse Hermione sarcasticamente.
_ E você é quem para falar da família de alguém? – perguntou Malfoy, ao lado de Crabbe e Goyle.
_ Não uma assassina... Disso você pode ter certeza... – disse Hermione com os olhos cheios de rancor. Malfoy simplesmente a ignorou.
_ Então Potter... – disse dirigindo-se a Harry – você vai entrar não é? Nunca perderia uma chance de se exibir!
_ Do que você está falando Malfoy?- disse Harry sem entender e com raiva.
_ Não me diga que você não sabe? – disse com um sorriso satisfeito – com um pai no ministério Weasley? Mesmo? – perguntou rindo – Provavelmente não falam coisas importantes na frente dele...
Rony se levantou e bateu a porta na cara de Malfoy com tanta força que quebrou o vidro da janela. Malfoy e seus amigos foram embora rindo.
_ Rony! – disse Hermione em desaprovação, murmurando Reparo! – Você sabe que ele é um idiota... não devia se importar com o que ele diz... – Rony ainda parecia muito tenso. – Vou pegar um copo de água para você, Harry vigie ele! – ordenou para o amigo que acenou com a cabeça.
●●●
Já no bebedouro que ficava no final do corredor (a única coisa não paga) Hermione enchia o copo de água, perdida em seus próprios pensamentos.
_ Como pode ser tão idiota?! – resmungava para ela mesma – Como se fosse grande coisa!
_ Ainda zangada comigo? – perguntou Cedric em seu ouvido, tamanha foi a sua surpresa que ela virou-se rapidamente derramando toda a água em cima dele. – Não seria você se não fizesse isso não é? – perguntou rindo, mas ela ignorou seu sorriso perfeito.
_ Você vai trocar pelo uniforme de qualquer jeito... – disse tentando parecer indiferente, virando-se para encher o copo denovo.
_ Para com isso... – disse franzindo a sobrancelha – Eu não quis te tratar daquela maneira...
_ Então por que tratou? – perguntou Hermione interrompendo-o, curta e grossa.
_ Porque o Dawson me faz perder o controle! – disse sinceramente.
_ O que ele te fez, afinal? – perguntou ela querendo entender.
_ Nada... – ele mentiu – Não me fez nada...
_ Então eu não entendo... – disse sincera.
_ Só não vou com a cara dele... – mentiu denovo.
_ Você é arrogante a ponto de ser grosso com alguém daquela maneira, só porque não vai com a cara da pessoa? – perguntou incrédula.
_ Parece que é isso... – disse ele um pouco magoado.
_ Bom saber... – disse Hermione abrindo caminho em direção a sua cabine, deixando para trás um rosto que nos faria entristecer só de olhar.
●●●
Hermione entrou na cabine frustrada ou até enfurecida. Fechando a porta atrás de si, com mais cautela do que Ron para não quebrá-la, mas com a mesma intensidade. Ela encerrou sua entrada dramática entregando o copo a Rony, rudemente. O ruivo, assim como Harry, parecia meio atordoado e com medo por isso bebeu tudo em um só gole, sem nem um pio.
Após talvez uns 15 minutos de Hermione bufando em seu lugar, Harry decidiu perguntar o que tinha acontecido com ela, fosse porque ela estava começando a assustar quem fosse que passasse pela porta ou porque Rony tinha muito medo de Mione nesses “estágios” pelos quais ela passava para fazê-lo.
_ Mi, o que houve? – começou cauteloso, Hermione somente olhou para cima ainda vermelha por o que fosse – Você encontrou Malfoy denovo? – sugeriu ao ver que ela não respondia.
_ Não! – respondeu Hermione com uma careta – É só que...
_ O quê? – encorajou o amigo ao ver que ela havia desistido de contar.
_ Deixa para lá... – disse Hermione balançando os ombros – Não tem importância...
_ Por favor, Hermione! – disse Harry incrédulo – Há quanto tempo somos amigos? Você sabe que pode nos contar tudo... – Isso não era inteiramente verdade, já que eles eram meninos, mas mesmo assim Hermione se sentiu um pouco culpada, pois a parte sobre a amizade era certa.
_ Mas, não é nada de mais... – respondeu ainda na defensiva.
_ Nada de mais não te faz bater a porta daquele jeito... – disse Rony, finalmente sentindo-se seguro para falar – Nem ficar espumando como você estava... Bem está – corrigiu-se apontando para Hermione que ainda estava vermelha.
_ Sabem o Diggory? – começou, a raiva era tanta que ela não conseguia chamá-lo pelo primeiro nome.
_ O Ced? – disseram Harry e Rony em coro como se falassem do seu maior ídolo, os olhos de cada um brilhavam.
_ É o Ced! O Ced! – disse irritada pelo fato de que todos babavam por aquele atleta, de olhos mel idiota!
_ Ótimo, estão falando de mim! – uma voz conhecida veio da porta da cabine que mais uma vez fora aberta sem a percepção dos três, Hermione recusava-se a olhar para trás.
_ Sério? – Rudy apareceu um segundo depois atrás do amigo – Deixa eu adivinhar quem... – disse rindo. Cedric repreendeu com uma de suas cotoveladas.
_ E aí gente! – disse Harry já não prestando atenção em Hermione, na verdade ninguém mais prestava a não ser uma pessoa em particular com os braços cruzados encostado na porta, rindo, já com seu uniforme da Lufa-lufa.
_ O que vocês estão fazendo aqui? – perguntou Rony casualmente. Hermione não conseguiu se segurar mais e olhou para a porta, desejava, porém, não ter sido tão fraca, pois seu coração disparou e ela percebeu (só depois de um tempo razoável) que estava com a boca meio aberta diante do que via. Logo se repreendeu por tamanha burrice e virou para a janela fingindo olhar a paisagem, não sem antes ver o sorriso que Cedric lançou-a após seu grande ato de estupidez.
_ Ah... – começou Harry meio sem jeito, tentando dar a entender que a pergunta de Rony não fora respondida. Hermione sentiu um nó no estômago. Então aquilo tudo não foi um momento rápido? Todos perceberam a cara de retardada que ela havia feito?
_ Cara por que você simplesmente não tenta fingir que está ouvindo o que as pessoas te dizem? – perguntou Rudy desviando o olhar de Cedric que queimava sobre a nuca de Hermione. – Você parece hipnotizado nesses dias, parece retardado... – disse Rudy casualmente sentando-se do lado de Harry e Rony.
_ Desculpem... – disse ele, agora Hermione o olhava, ele estava com as sobrancelhas franzidas e... corando? Ela sentiu uma pontada de felicidade ao constatar que não era a única que ficava com cara de idiota. – É que nós queríamos saber se podemos ficar aqui? – perguntou como se já soubesse a resposta, e sabia, mas continuava de pé ao lado da porta até ser “autorizado” a ficar.
_ Aqui? – perguntou Harry meio confuso. Afinal, Cedric sempre fora o garoto popular que ficava com seus milhões de amigos e... Não teria um motivo concreto para ele querer ficar com eles. Mesmo Harry sendo quem é, ele nunca se deu ao trabalho de realmente falar com nenhum deles.
_ É! – respondeu meio impaciente, mas não havia vestígios disso em sua voz, era um tom perfeitamente educado. – O caso é que Cho... – ele tinha que olhar para ela, e mais uma vez Cedric riu com a careta de Hermione pela simples menção do nome de Chang. – Bem, ela está dando uma “conferência” de meninas... – disse rindo – laços rosas e fofocas para todo lado...
_ Por favor... – Rudy parecia preferir morrer ao voltar para lá.
_ Tudo bem... – disse Rony.
Rudy se juntou rapidamente ao lado de Harry e Rony, e começaram uma animada conversa... pra variar sobre Quadribol.
Cedric senta-se ao lado de Hermione. O único lugar sobrando.
_ Oi... – começou Cedric tentando puxar assunto.
Hermione simplesmente balançou a cabeça para cumprimentá-lo. Para Cedric ela ainda estava muito zangada e sua indiferença o magoou. Para Hermione, esse era o único jeito dela não se deixar hipnotizar pelas águas de mel que eram os olhos de Cedric.
_ Você continua zangada comigo? – perguntou ressentido.
_ Perceptivo você... – respondeu Hermione indiferente, olhando para janela.
_ Ah, Hermione! Para de ficar assim! – disse Cedric já não agüentando. Cedric segurou no seu braço, enquanto Hermione olhava para janela.
O braço de Hermione se arrepiou e ela, como por instinto, rapidamente tirou seus braços de baixo das mãos de Cedric.
_ Quer saber? Você tem que parar de ser tão rancorosa desse jeito! As pessoas não vão conseguir ficar perto de você. – respondeu Cedric malcriado, como se tivesse cinco anos de idade.
_ Estou contando com isso. – retrucou Hermione, finalmente olhando para ele.
_ Você é sempre assim tão rabugenta? – perguntou Cedric se virando para frente também.
Hermione estava começando a ficar irritada.
_ E você, é sempre tão cheio de si? – perguntou com as mãos na cintura.
_ Cheio de...? Você ficou doida? Eu quero dizer realmente ficou doida? – perguntou ele com um sorrisinho sem humor.
Harry, Rony e Rudy olhavam de Cedric para Hermione meio sem saber o que fazer.
_ É... Harry, Rony. Vocês querem vir comigo? Eu vou falar com um amigo meu que o tio é o treinador da Irlanda. – falou Rudy apressadamente, enquanto Hermione e Cedric fuzilavam-se com os olhos.
_ É... Claro, Rudy! – disse Harry levantando-se imediatamente.
_ É! Quer vir Ced? – perguntou Rony lesado.
Rudy olhou bem para cara de Rony e aproveitou cada segundo em que pôde finalmente dizer essas palavras e não ouvi-las:
_ Você é retardado ou o que? – perguntou Rudy para logo depois dar um tapa na nuca de Rony.
Os três saíram e tudo ficou em silêncio.
_ Então...? – perguntou Cedric cansado de ficar calado.
_ Como você tem coragem de falar que não é cheio de si? – perguntou Hermione como se estivesse incrédula. – A primeira coisa que você falou ao entrar aqui foi “Ótimo, estão falando de mim!”. Por Merlin! – alterou-se revirando os olhos – Nem dizer “oi” você consegue? – perguntou olhando a cara pasma de Cedric. _ E você acha que você não é? – perguntou Cedric estressado. – Ah, claro que não! Você não pode ser cheia de si! – disse sarcasticamente – Só pensou no primeiro segundo que nos conhecemos que eu não sabia quem você era ou sei lá... E a partir daí acha que eu tenho algum problema com você. Verificou o quanto você aparece nesta história? – perguntou sublinhando a palavra.
_ Eu nunca achei que você tivesse problemas comigo! – disse Hermione irritada – Talvez você tivesse problemas, mas ai já não mais comigo! Verificou o quanto você aparece nesta história?
_ Não seja cínica! – disse Cedric alterando o tom de voz – Não é minha culpa que a Terra não se chame HERMIONE!
_ E nem minha que ela não gire em torno do CEDRIC! – explodiu Hermione – Afinal, parece que eu sou a única garota que não gira em torno de você... é isso que te incomoda tanto?! – perguntou a garota já vermelha.
Cedric ficou sem fala por alguns instantes, mas não ia deixar que Hermione saísse vitoriosa.
– Ah, claro! Você é perfeita. A inteligente, com muitos amigos, famosa por seus feitos, aluna exemplar, queridinha dos professores...
Enquanto listava as qualidades de Hermione de uma forma sarcástica ela não pôde deixar de conter um sorriso. Um meio sorriso no canto de seu rosto. Ele estava listando exatamente as qualidades que as pessoas atribuíam a ele.
_ É... – Cedric não conseguia completar a sua frase, tamanha era a adrenalina a entrar por suas veias com o simples sorriso de Hermione.
_ Vai! Continua! Eu tô adorando! - respondeu Hermione encostando-se ao banco de frente para Cedric com os braços cruzados e um sorriso no rosto.
_ E histérica, atrapalhada, e maluca e... fascinante... – falou Cedric sem pensar. Hermione se endireitou no banco olhando para Cedric confusa. – E arrogante! E Chata! E... – Hermione sorriu novamente. – Linda... - suspirou Cedric.
Hermione olhou-o com as sobrancelhas juntas em interrogação. Cedric somente conseguiu virar-se e olhar para frente. Não conseguia encarar os olhos de Hermione depois disso.
_ Você me acha tudo isso? – perguntou Hermione brincando com o desconforto do rapaz.
_ Acho. – respondeu Cedric ligeiro. O que impressionou Hermione,já que ele há dois segundos atrás estava olhando pra frente encabulado.
_ Acha? – perguntou ela incrédula.
_ E você? Acha mesmo que eu tenho “músculos definidos e nem se fala nos meus olhos cor-de-mel”? – perguntou Cedric rindo malicioso. Agora Hermione entendia a sua rápida recuperação. Ele havia achado uma maneira de constrangê-la também.
_ Ah... – Hermione não sabia o que responder.
_ Sinceramente, não precisa responder. – disse Cedric virando para frente vitorioso.
_ Acho sim. – respondeu Hermione decidida. – Mas acho que gosto mais dos seus olhos do que seus músculos.
_ Hum... Devo começar a exercitar meus olhos... – respondeu Cedric sorrindo.
A “piada” não era tão engraçada, mas Hermione não pôde deixar de sentir vontade de rir também.
_ Ai, Hermione... você é impossível. – relembrou-a Cedric, ainda sorrindo apoiando a sua cabeça para trás no banco.
_ Eu sei. – respondeu Hermione, também rindo.
_ Quer dizer que já somos amigos? – perguntou ele indiferente. Mas sua voz expressava ansiedade.
_ Amigos brigam, não é? – perguntou Hermione olhando-o, admirando-o no tempo que tinha antes que ele a olhasse de volta.
_ Me desculpe. – falou repentinamente Cedric, olhando para Hermione com os olhos num mel esverdeado.
O calor de seus olhos queimou a pele de Hermione, que ruborizou.
_ Cedric... – começou ela desviando os olhos. – Eu não entendo o por que de você fazer tudo aquilo... realmente não entendo. Mas se você me prometer contar a verdade um dia... acho que já basta pra mim. – terminou olhando-o significativamente.
_ Prometo. – respondeu Cedric dando um largo sorriso magnífico e estonteante.
Hermione riu também.
_ Só não demore muito... sabe como eu fico quando não sei das coisas. – lembrou-lhe sorridente.
_ Espero sempre me lembrar. – Cedric sorriu.
A porta reabriu, mas não para mais desastre, eram Harry, Rony e Rudy entrando timidamente.
_ Licença...? – perguntou Harry enquanto os outros dois o usavam como escudo humano.
_ Entra Harry! – disse Hermione abrindo ainda mais seu sorriso, não sabia porque, mas estava num humor muito melhor.
_ Uff! É seguro! – disse Rudy aliviado saindo de trás de Harry e sendo seguido por Rony.
_ Não queríamos interromper, mas eu e Rony precisávamos pegar nossos uniformes... – disse Harry entrando ainda um pouco encabulado.
_ Não estão interrompendo! – disse Hermione sincera. Cedric revirou os olhos em negação ao que Hermione disse, mas ninguém viu.
_ Já vamos sair! – acrescentou rapidamente Harry enquanto ele e Rony pegavam as malas.
_ Por que estão pegando as malas? – perguntou Hermione franzindo a sobrancelha.
_ Estamos em outro vagão com Dino, Simas... E todo o resto, você sabe. – disse dirigindo-se para porta junto com Rony que permanecia em silêncio aos risinhos com Rudy.
_ Harry! – disse Hermione segurando sua mão para impedir que ele saísse – Qual foi? Nós sempre vamos juntos...
_ Calma, Mi! – disse cobrindo a mão dela com a sua depois de deixar a mala no chão. – Não é o fim do mundo, só vamos aproveitar o resto da viagem para falar de coisas que sabemos que você odeia, mas voltamos para sairmos juntos. – ele olhou para Cedric que tinha as sobrancelhas juntas em irritação – E acho que você está em boa companhia...
_ O.k... – disse Hermione meio sem vontade, iria ser o primeiro ano que eles não passavam a viagem juntos... Talvez isso não a incomodasse tanto, o fato dela ter que ficar sozinha pra valer com... Bom talvez o fato dos meninos não voltarem até o fim da viagem a deixasse meio nervosa. A não ser que ela fosse deixada sozinha para ler um bom livro...
_ Isso quer dizer que eu vou ficar? – perguntou Cedric segurando algo em seu punho fortemente. – Aqui com H-E-RM-I-O-N-E? – Qual era a necessidade dele e falar assim?
_ Parece que sim... – disse Harry olhando para ele com cara de interrogação – Se você quiser...
_ Ah, é claro que eu quero! – respondeu ainda estranhamente.
Harry, Rony e Rudy saíram lançando olhares significativos um para o outro.
_ Que cara é essa? – perguntou Hermione ao ver o rosto franzido de Cedric.
Não, leitor, ele não estava com ciúmes de Harry. Na verdade ele nem havia se dado conta da cena acima, estava muito mais ocupado com o que tinha acabado de ler.
_ Que cara? – ele tentou fingir.
_ Essa de raiva que você está fazendo! – disse Hermione franzindo a testa. Até que ela percebeu a intensidade com a qual ele fechava o punho direito – O que você tem ai? – perguntou de supetão.
_ Nada... – disse Cedric colocando a mão atrás das costas imediatamente.
_ Por que você está escondendo nada? – perguntou Hermione se inclinando para frente.
_ Escondendo o que? – perguntou cinicamente.
_ Não se faça de mais idiota! – disse a garota revoltada pulando em cima dele ao resgate do que quer que seja que ele estava escondendo.
_ Ah, socorro, tem uma LOCA me atacando! – gritou Cedric rindo em um falso pedido de ajuda.
_ Shhu! Pára de gritar! – disse Hermione completamente debruçada sobre ele. – O que as pessoas vão pensar? – continuou ainda tentando pegar o que tinha na mão dele, agora estavam entrelaçados como um casalzinho não autorizado em um dos vagões do trem.
_ Pára você de querer ver assuntos alheios! – disse Cedric agora tentando afastá-la.
_ Me dá! – gritou Hermione – CEDRIC! – disse com o tom de voz ainda mais alto.
_ Ouvir você gritar meu nome assim pode até resolver! – disse ele risonho.
_ CEDRIC DIGGORY! – gritou Hermione injuriada com o comportamento do rapaz.
_ Assim eu tenho um ataque do coração! Vai com calma! – continuou rindo, enquanto Hermione tentava tirar o que ele tinha na mão, mas ele era mais forte e claramente estava lidando com a situação com maior facilidade. – Como diz Rudy “As quietinhas são as piores!” – continuou rindo.
Hermione se irritou mais que nunca e começou a se debater, a bater nele, se desviar... mas não podia passar pela barreira que ele fazia contra ela. Depois de alguns empurrões os dois rolaram para o chão da cabine com um “BAQUE” e estavam numa posição meio embaraçosa, vermelhos e ofegantes. Cedric estava em baixo de Hermione, mergulhando em seus olhos castanhos assim como ela mergulhava em seus olhos cor-de-mel. A porta se abre.
_ Oi, linda...
Jack Dawson acabara de entrar na cabine para fazer uma “visita” a Hermione. Para sua desgraça, porém, ele encontrou-a nos braços de seu maior inimigo mais envergonhada do que nunca. Quanto ao seu “inimigo”? Ele estava mais risonho do que nunca.
_ Jack?! – disse Hermione apressando-se em se levantar – O que você está fazendo aqui? – perguntou ainda ofegante.
_ Não é uma boa hora... – começou Jack, mas Cedric o impediu de continuar.
_ Você acha? – perguntou ele já de pé colocando o braço ao redor da cintura de Hermione. Jack parecia querer pular no pescoço de Cedric a qualquer hora e Cedric parecia esperar por isso.
_ Não! – disse Hermione para Jack – Cala a boca! – disse rapidamente para Cedric, mas ela não tinha um tom zangado para com ele e sim meio perturbado. – Nós só... Caímos! – completou.
_ Ah... – disse Jack não muito convencido. Cedric ri ao lado de Hermione.
_ O que você deseja? – perguntou Hermione batendo na mão de Cedric que estava ao redor da sua cintura. Isso só o fez rir mais uma vez.
_ Eu só estava pensando... – começou Jack – Se você recebeu meu bilhete...
_ Que bilhete...? – perguntou Hermione sem entender.
_ Recebeu sim! Ela te responde quando puder O.k? – disse Cedric empurrando Jack para fora – Passe bem! – disse antes de bater a porta na cara dele.
Quando ele se virou de volta para Hermione ela estava olhando para ele desconfiada, mas ele agradecia que era desconfiança e não raiva...
_ O que ele quis dizer com bilhete? – perguntou ela de braços cruzados.
_ Vai saber? – disse Cedric levantando as mãos em rendimento como quem não fazia a menor idéia. – Cada um que me aparece! – disse sentando-se no banco outra vez ainda de punho cerrado.
_ Me dá! – disse Hermione sem gritar dessa vez postando-se na frente dele com as mãos estendidas.
_ Já vamos começar denovo? – perguntou Cedric fechando os olhos e abrindo os braços como se estivesse pronto para recebê-la. – Espera eu me preparar!
_ Muito engraçado! – disse Hermione ainda com as mãos estendidas.
_ Eu não achei! – disse Cedric abrindo os olhos, ainda brincalhão. – Você acha que eu estou disponível pra você sempre que você quiser? Não é como se eu fosse de ferro, sabe?
_ O que você quer dizer com isso? – perguntou Hermione agora de braços cruzados.
_ Bem, você não gira ao meu redor, mas pelo o que eu vi se joga em cima de mim! – disse rindo ainda mais com a rapidez com a qual Hermione ficava vermelha – Não é todo dia que isso acontece... Tenho que me segurar para ser um cavalheiro!
_ Acho muito difícil! – disse Hermione ainda em pé diante dele.
_ Eu ser um cavalheiro? – perguntou desencostando-se do sofá e inclinando-se para frente interessado.
_ Não! – disse ela indo para o seu lado sentar-se. Ele virou na mesma hora para acompanhar seu movimento e continuar cara a cara com ela – Garotas não se jogarem em cima de você o tempo todo... – Hermione disse isso com um pouco de despeito.
_ Qual é a idéia que você tem sobre mim, afinal? – perguntou ele olhando para ela com um meio sorriso – Não como se eu saísse por ai pegando qualquer garota que atire em cima de mim!
_ Isso não as impede de fazê-lo, não é? – perguntou Hermione levando uma das sobrancelhas. – Agora você pode sair?
_ O quê? – perguntou ele confuso, ela não parecia nervosa com ele para fazer isso – O que eu fiz?
_ Nada... – disse ela sorrindo, isso o martirizou por dentro – Eu tenho que me trocar... – disse Hermione apontando para o relógio acima da cabine que marcava uma hora para a chegada em Hogwarts,era incrível como o tempo passava rápido...
_ Eu não me importo... – disse ele com um sorriso malicioso.
_ Saia! – disse ela apontando para a porta.
Ele se levantou derrotado, e quando ele menos esperava, ela fez um movimento rápido na mão dele. Isso o deixou confuso, e logo depois gelado.
_ Quando você pretendia me dar isso? – perguntou ela sacudindo o papel amarrotado que arrancara da mão dele e agora havia lido.
Como vai indo sem mim, linda? Não muito bem suponho! Ter que agüentar essa viagem inteira sem falar com você é quase insuportável... Por isso pensei em nos encontrarmos quando chegarmos ao colégio. Talvez um passeio a noite?
Não! Que idéia a minha! Vocêão é desse tipo... Mas podemos combinar alguma coisa!
Beijos (aonde quiser)
Jack.
_ Eu pretendia dar isso pra você o quanto antes! – respondeu Cedric tentando se esquivar do assunto.
_ Ah, é? Então por que você deixou eu me jogar em cima de você pra pegar ele? – perguntou Hermione cruzando os braços.
_ Ah! – respondeu Cedric rindo malicioso. – Isso foi porque eu queria me divertir um pouquinho!
_ Eu não estou brincando! – disse Hermione tentando ser séria, mas um sorriso se escondia atrás de sua voz.
_ Eu também não estou! – respondeu Cedric com fingidíssima revolta.
_ Ah, não? – perguntou Hermione irônica.
_ Não! Eu ia te entregar! – respondeu Cedric em sua defesa.
_ Quando? – perguntou Hermione colocando as mãos na cintura.
_ Quando eu acidentalmente esquecesse o bilhete na minha calça e a colocasse para lavar... – respondeu Cedric rindo maroto.
Hermione também riu, levemente.
_ Mas que Droga! – diz Hermione repreendendo a si mesma por ter rido.
_ Calma! – falou Cedric franzindo as sobrancelhas. Ele não esperava que ela ficasse tão nervosa. – Eu não sabia que sair com o Dawson era tão importante para você... – ele pareceu um pouco irritado com a última frase.
_ Eu estou calma. – respondeu Hermione. – E só é importante para mim saber por que você não quer que eu saia com ele! – pressionou Hermione rindo.
_ Acho melhor eu deixar você se trocar. – disse Cedric saindo da cabine, sem responder a pergunta.
Hermione olha para o relógio e vê que faltava somente 45 minutos para a chegada. Precisava se arrumar rápido se quisesse voltar a ver...
_ Affê! – disse Hermione para si enquanto começava a tirar a blusa.
●●●
No lado de fora do corredor Jack Dawson postava-se encostado do lado da cabine de Hermione. Viu quando Cedric saiu sorridente e viu quando o seu sorriso desapareceu no momento em que seus olhos se encontraram. Isso o fez rir.
_ Ora, ora... – começou Jack. – Como vai, Diggory? – perguntou irônico.
Cedric não respondeu. Seu olhar fuzilava Jack, e seus punhos estavam fechados muito apertados.
_ Ah, vamos Ced! Pare de ser tímido, pessoas como eu até que falam com pessoas como você. – continuou Jack ainda rindo.
_ Pessoas como você não deveriam falar com pessoas como eu. – respondeu Cedric em tom de ameaça. Os punhos ainda fechados.
_ “Você é arrogante a ponto de ser grosso com alguém dessa maneira, só porque não vai com a cara da pessoa?” – perguntou Jack imitando uma das frases de Hermione.
Cedric olhou-o com uma cara de raiva ainda maior (se isso fosse possível). Ele podia admitir qualquer tipo de insultinho vindo de Jack, mas o fato dele ter ouvido a conversa dele com Hermione e depois feito graça com algo que realmente havia machucado Cedric, denovo, foi demais. Cedric levantou o punho cerrado com tanta rapidez que só se pôde ver Jack caindo no chão, com o nariz sangrando.
Jack olha incrédulo para Cedric e avança para cima dele, dando-lhe um soco um pouco acima do olho, cortando a sua sobrancelha. Logo depois, Jack acerta-o na boca, fazendo um corte nela também. Cedric está com o rosto virado para o lado, com uma expressão mortificante. Jack chega para trás, limpa o sangue do nariz e dá um sorrisinho maléfico.
_ Ced, Ced. Você não vê? Eu sempre vou ganhar. Não importa o quanto você se sacrifique, eu sempre estou um passo a frente. E não adianta você ficar com essa raivinha toda a sua vida. Você sabe que nunca vai voltar. – Jack finalizou abrindo um enorme sorriso, seus olhos esverdeados ferviam em veneno.
Cedric ainda estava olhando para o lado, mas seu rosto enrijeceu. Cedric vira os olhos lentamente para direção de Jack. Nesse momento os olhos cor-de-mel de Cedric estavam em puro fogo. Chamas vermelhas brilhavam em seus olhos. E então, numa fração de segundos Jack estava deitado no chão com sangue escorrendo outra vez pelo seu nariz. Cedric estava por cima batendo nele como somente uma vez havia batido. Dava-lhe socos no rosto e no estômago, os cortes em sua sobrancelha e seu boca abriam-se mais e seus punhos começavam a sangrar.
Umas meninas começaram a sair da sua cabine e ouviu-se o primeiro grito apavorado de uma das garotas.
●●●
Hermione havia terminado de abotoar a sua camisa e ia pegar sua gravata quando começou a ouvir gritos fora da cabine. Estranhou, mas não foi de imediato para fora.
_ Cedric para com isso! – Hermione ouviu alguém gritar.
Nesse exato momento ela correu para porta e escancarou-a. Seus olhos arregalaram-se ao ver o motivo dos gritos. Cedric estava em cima de Jack batendo nele como se nunca mais pudesse fazê-lo.
Hermione correu para o encontro dos garotos com dificuldade, o corredor começava a encher.
_ Parem! PAREM! – gritou Hermione histérica, enquanto Cedric deixava-se ser tirado de cima de Jack.
_ O que está acontecendo aqui?! – perguntou Hermione olhando de Cedric para Jack. Nenhum dos dois respondeu.
Cedric estava com uma boa quantidade de sangue escorrendo de sua sobrancelha e seus lábios e punhos estavam cortados, sangrando também. Ele estava bem machucado. Mas Jack estava bem pior. Seu nariz não parava de escorrer sangue, seus dentes estavam encharcados de sangue, escorrendo para sua camisa. Suas mãos estavam em volta de seu estômago.
_ Jack! Você está bem? – decidiu-se Hermione a virar para ele que estava visivelmente mais ferido.
Jack cuspiu sangue no chão.
_ Ced? O que aconteceu? – perguntou Rudy, que não estava acompanhado de Harry e Rony.
_ Isso não é importante! – Hermione praticamente cuspiu as palavras. Estava muito nervosa. – Jack, você consegue ir para a sua cabine se cuidar, ou prefere que eu o faça?
Cedric fez uma careta, não pela dor que sentia.
_ Eu cuido do Jack. – respondeu presunçosa uma garota loira e perfeita da sonserina.
Jack acabou indo com a menina, com certeza estava sentindo muito dor e não queria admitir isso para Hermione.
_ Eu te vejo no colégio! – gritou Hermione, Jack fez uma expressão que era para ser um sorriso.
Hermione se virou furiosa para Cedric.
_ Rudy, limpe isso e, por favor, faça com que nenhuma dessas meninas aqui comente o que aconteceu. Não deixe isso chegar aos ouvidos dos professores! – ordenou Hermione. Rudy começou o trabalho imediatamente.
Hermione empurra Cedric para dentro da cabine, o que o faz soltar um gemido de dor.
Hermione fecha a porta.
_ Que diabos você estava pensando Cedric Diggory? – perguntou ela com as mãos na cintura e com uma cara de enraivecida que Cedric nunca vira.
Cedric cai sentado no banco.
_ Ai Merlin! – a expressão de Hermione mudou de irritada para preocupada. – Como é que você se meteu nisso? – perguntou ela enquanto pegava sua varinha e o livro sobre magias para machucados que havia lido.
Hermione começou a passar a varinha o mais delicadamente que pôde sobre o corte na sobrancelha de Cedric. Suas mãos seguravam o seu rosto docemente e Cedric se deu ao direito de fechar os olhos e inclinar a sua cabeça para as mãos de Hermione para se recordar muito bem daquele toque.
Quando havia finalmente conseguido estancar o sangue, Hermione começou a limpar o rosto de Cedric com um pano.
_ Cedric... – começou ela meio receosa.
_ Hum? – perguntou ele ainda de olhos fechados.
_ Por que você e o Jack estavam brigando...? Era por minha causa? – perguntou Hermione passando levemente sua mão livre nos cabelos de Cedric para poder limpar o sangue. Cedric suspirou com isso.
_ Não... – respondeu sinceramente lembrando de ter batido em Dawson somente depois dele o ter lembrado do ele havia feito. – Foi por outra coisa.
No instante em que Cedric disse isso Hermione apertou o pano contra o seu machucado fazendo-o gemer.
_ Que? Para de ser fricote! – respondeu Hermione.
Por mais que estivesse doendo, Cedric sorriu ao ver que Hermione havia ficado zangada por não ser ela o motivo da briga.
Isso o fez gemer denovo.
_ Se você quiser que eu vá chamar a Chang pra cuidar de você... – começou Hermione levantando-se depois do segundo gemido.
_ Não! – apressou-se Cedric a dizer segurando o braço de Hermione. – Quero dizer... você pode me chamar de masoquista mas... eu estou realmente começando a gostar disso. – respondeu ele com um sorriso.
Hermione sorriu de volta e começou a cicatrizar e fazer com que os machucados de Cedric desaparecessem.
_ Você é mesmo impossível! – disse Cedric para retribuir o sorriso de Hermione que já fora para retribuir o seu.
_ Eu? – perguntou ela acabando de cicatrizar o último machucado – Não me lembro de ter quase matado alguém por motivo nenhum... – completou casualmente, não estava mais zangada.
_ Não foi por motivo nenhum... – respondeu Cedric franzindo o cenho.
_ Até você me contar qual é, vai ser motivo nenhum, pelo menos para mim... – disse Hermione pegando o pano sujo de sangue.
Cedric olhou para ela mais uma vez apreensivo, pois não queria contar... Tudo seria mais fácil se ele o fizesse, mas ele não queria, afinal, não podia nem se lembrar daquilo.
_ Mas você não precisa me dizer... – disse Hermione levantando-se para jogar o pano fora ou lavá-lo, fazer algo que destruísse essa evidencia da briga – Seria mais fácil! – acrescentou.
_ Uhum... – suspirou Cedric.
_ Você não quer dizer. – isso não era uma pergunta e sim uma afirmação. Como ela podia entender o que Cedric queria dizer somente olhando a sua expressão? Ele olhou para cima um pouco surpreso e logo ficou de pé.
_ Você não precisa levar isso... – disse pegando o pano das mãos dela.
_ Você não precisa ser cavalheiro agora! – lembrou-o Hermione – Você está machucado, lembra?
_ Toda vez que dói... – comentou Cedric – Ou toda vez que você resolve “cuidar” de mim... – completou rindo.
_ Que mal agradecido você é... – começou Hermione mas foi interrompida pela porta que mais uma vez se abria.
_ Ahh... Dá licença? – perguntou Rudy enfiando a cabeça pela porta – Eu só queria avisar que já acabei de limpar tudo... Quer que faça mais alguma coisa, Mi? – perguntou cauteloso, afinal, a expressão de Hermione quando ela o mandou limpar tudo não era de muitos amigos...
_ Não Rudy... – disse Hermione dando um lindo sorriso gentil e falando o mais doce que podia para se redimir – Mas obrigada por tudo!
_ De nada... – disse Rudy meio atordoado pelo gesto de Hermione. Mas pela segunda vez naquele dia ele não era quem tinha a cara mais retardada. Cedric só faltava babar...
_ Na verdade! – disse Cedric apressadamente jogando o pano em cima de Rudy – Você podia levar isso lá para fora? – perguntou já conduzindo Rudy para fora.
_ Ahh! – disse Rudy rindo – ESPERTINHO! – gritou antes de Cedric bater a porta na cara dele.
_ Desculpe por isso! – disse Cedric virando-se para Hermione – Ele é louco assim mesmo...
_ As vezes ele é o único que realmente vê as coisas... – disse hermione sentando-se e pegando a gravata que estava jogada no sofá.
_ Como? – perguntou Cedric sentando-se interessado, afinal, ele não entendia e se Hermione via o que Rudy parecia ver ele queria saber o que era desesperadamente.
_ Sei lá... – continuou Hermione tentando dar um nó na gravata com as mãos tremendo de leve pela presença dele ali. – Ele só parece saber de algo que ninguém mais sabe...
_ Ahh... – disse Cedric meio decepcionado dela também não saber o que o estava deixando louco – Permita-me! – disse pegando a gravata de Hermione suspirando impaciente por ela não ser capaz de fazê-lo .
Ele cruzou a gravata em um nó perfeito e ajustou-a ao pescoço de Hermione delicadamente. O coração da menina batia freneticamente e quando as mãos de Cedric encontraram seu tórax enquanto ele fazia os últimos ajustes na gravata ele pode sentir.
_ Você está bem? – perguntou meio preocupado. Agora suas mãos estavam posicionadas no banco.
_ Sim... – disse Hermione corando.
_ Eu jurava que... deixa pra lá. – disse Cedric.
Hermione pareceu aliviada. Ela e Cedric tiveram uma longa conversa cheia de risos mútuos e falsas caras zangadas. Até que Hermione caiu no sono depois do dia realmente exausto que tivera.
●●●
Cedric estava olhando para janela com Hermione dormindo ao seu lado. Obrigava-se a não olhar para seu rosto sereno, havia ficado em choque observando-o por muito tempo. Até que em um momento Hermione resmunga e vira seu rosto para o lado, deitando-se no ombro de Cedric. Seus rostos ficam muito próximos e Cedric sente um arrepio.
_ Hermione? – perguntou Cedric num sussurro. Ela não respondeu.
Lentamente Cedric começa a inclinar seu rosto em direção ao de Hermione, seus olhos cor-de-mel ardendo em uma forma diferente. Quando seus lábios estão prestes a se tocar, ele fecha os olhos e com relutância se afasta da garota.
Repreende-se por deixar se levar por hormônios. Afinal, ele ainda queria Cho. Ele gostava dela. Ainda?
_ E aí Ced, Mi?! – gritou Rudy abrindo a porta de supetão junto a Harry e Rony.
_ Shhhh! – apressou-se Cedric. Rudy fez uma cara de “desculpa”.
_ Que? Que? – Hermione acordou de sobressalto batendo com uma das mãos no nariz de Cedric.
Não havia doído, mas mesmo assim ele gemeu de dor olhando para ela, brincando numa piada só dele. Queria ver qual seria a sua reação.
_ Ai Merlin! – disse Hermione preocupada segurando o rosto de Cedric em suas mãos. – Você está bem?
_ Ótimo. – respondeu ele sorrindo.
Rudy, Harry e Rony ficaram meio que olhando pra cena um pouco pasmos, até que Hermione soltou o rosto de Cedric e Harry conseguiu dizer.
_ Nós viemos avisar... o trem já parou.
Hermione olhou pela janela estupefata. Não, não pelo feitiço...
_ Caramba! – exclamou a menina olhando para fora com uma expressão surpresa.
_ Acho melhor eu ir pegar a minha mala também. – disse Cedric levantando-se. – A gente se vê depois Hermione.
_ Tchau. – Hermione estava meio hipnotizada pela beleza de Cedric, mas escondia bem.
Hermione e Cedric, porém, se separam na descida do trem, quando Cho o agarrou arrastando-o para o outro lado.
●●●
O Salão Principal tinha o aspecto esplêndido de sempre, decorado para festa de abertura do ano letivo. Pratos e taças de ouro refulgiam à luz de centenas e centenas de velas sobre as mesas.
As quatro mesas das Casas estavam repletas de alunos que falavam sem parar. Harry, Rony e Hermione passaram pela mesa da Sonserina e Jack deu um sorriso rápido para Hermione, que acenou. Sentaram-se na mesa da Grifinória.
_ Estou faminto! – exclamou Rony.
_ Novidade! – exclamou Gina ao lado de Hermione.
Hermione riu.
_ Oi Gina.
_ Hermione! Nem vem com “oi Gina”! Qual foi a da cena entre Cedric e Jack por sua causa? – perguntou a ruiva morrendo de curiosidade.
_ Como você sabe disso? – perguntou Hermione espantada.
_ Rudy... – respondeu Gina.
_ Ah! – disse Hermione soltando um sorriso. – Não foi por causa de mim, foi por outra coisa.
_ Sei! Você vai ter que me contar tudo isso direitinho! – ordenou Gina.
_ Depois, Dumbledore vai falar. – disse Hermione apontando para Dumbledore que começava a ir para o meio do salão pronunciar suas poucas palavras de boas vindas que geralmente eram seguidas por um banquete magnífico.
_ Só tenho duas palavras para lhes dizer – começou ele, sua voz grave ecoando pelo salão. – Bom apetite!
_ Apoiado, apoiado! – disseram Harry e Rony em voz alta, enquanto as travessas vazias se enchiam magicamente diante dos seus olhos.
●●●
Depois do um jantar a altura de Hogwarts e de Hermione ter explicado toda a história Jack/Cedric para Gina, Dumbledore postou-se novamente no centro do salão.
Quando Dumbledore estava preste a falar uma trovoada ensurdecedora foi ouvida e as portas do Salão escancararam.
Apareceu um homem parado à porta, apoiado num longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Cada centímetro da pele do estranho parecia ter cicatrizes. Boca lembrava um rasgo diagonal e faltava um bom pedaço do nariz. Mas eram seus olhos que o tornavam assustador. Um deles era miúdo, escuro penetrante. O outro era grande, redondo como uma moeda e azul-elétrico vivo, este se virava freneticamente de um lado para outro.
O estranho que era acompanhado pelos olhos de todos os alunos, sentou-se na mesa dos professores.
_ Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas – disse Dumbledore animado – Professor Moody.
_ Moody? – Murmurou Harry para Rony – Olho-tonto Moody? O que seu pai foi ajudar hoje de manhã?
_ Deve ser... – disse Rony em tom de assombro.
_ Uhum! – Dumbledore pigarreou acabando com os murmúrios – Como eu ia dizendo – Sr. Filch o zelador...
A cabeça de Hermione voava para longe dali, longe dos avisos sempre iguais de Filch. Talvez uma mesa à frente...
_Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as casas. – completou Dumbledore calmamente.
_ Quê?! – exclamou Harry tirando Hermione de seus desvaneios.
Todos os alunos começaram a vaiar, respeitosamente. Se isso é possível... Dumbledore colocou a varinha em sua boca e amplificou o tom de sua voz.
_ SILÊNCIO! – exclamou Dumbledore.
Todos se calaram.
_ Isso se deve a um evento que acontecerá esse ano na escola de Hogwarts! – ele fez suspense por alguns minutos – O Torneio Tribruxo!
_ O senhor está BRINCANDO! – exclamou em voz alta Fred Weasley.
Quase todos riram e Dumbledore deu risadinhas de prazer.
_ Não estou brincando, Sr. Weasley – disse Dumbledore – Embora agora que o senhor menciona, ouvi uma excelente piada durante o verão sobre um trasgo, uma bruxa má e um leprechaun que entram num bar...
A professora Minerva pigarreia alto.
_ Ah... talvez não seja a hora... ah... Onde eu estava? – perguntou Dumbledore arrancando risadinhas dos alunos – Ah, sim! O Torneio Tribruxo! Sinto informar que os diretores das escolas participantes bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos competidores. Somente os alunos de 17 anos ou mais poderão participar.
Dumbledore teve que elevar um pouco a voz, pois muitos protestos começaram, afinal todos queriam mil galeões e a glória eterna. Bem, Hermione não moveu um dedo, ela admitia que tudo isso era muito legal... mas nunca arriscaria a vida por dinheiro e um pouco de fama. Por um foragido da lei sim, ou para provar o envolvimento de um professor com o maior bruxo das trevas ou para dar a resposta que os amigos precisavam para salvar a escola de um basilisco...
_ Agora apresentaremos a vocês seus competidores! – disse Dumbledore energicamente – Primeiro as adoráveis alunas de Beauxbatons!
As portas do salão se abriram e várias graciosas meninas adentraram-no dançando enquanto andavam. Eram todas lindas no sentido extremo da palavra, tinham os cabelos presos impecavelmente em rabos de cavalo, o penteado era acompanhado por um chapéu azul que combinava com seus vestidos de seda, também azuis.
Todos os garotos presentes começaram a se levantar para acompanhar a apresentação das meninas. Eles aplaudiam, gritavam...
_ Parecem animais! – disse Gina para Hermione injuriada com o comportamento dos meninos.
Hermione não prestava atenção a uma palavra de Gina somente concordava com a cabeça. Seus olhos vasculhavam a mesa da frente procurando uma pessoa em especial, quando seus olhos finalmente se encontraram ele estava sorrindo. Sorrindo não, rindo! Ele estava observando ela antes mesmo que Hermione o procura-se e quando viu o quão desesperada estava para ver se ele estava agindo como um “animal” não pode conter uma enorme satisfação, o riso foi o resultado. Após uns minutos ele já gargalhava de Hermione. Ela estava realmente procurando por ele? Cedric não podia acreditar... Encabulada Hermione desvia o olhar.
Após o final da música todas as garotas estavam perfeitamente enfileiradas junto a sua diretora no palco.
_ Agora os alunos de Durmstrang! – anunciou Dumbledore antes que se ouvisse um estrondo na porta e vários meninos adentrassem o salão.
Eram vários garotos atléticos e bonitos que faziam saltos extraordinários e cuspiam leões de fogo. Realmente impressionante.
Todos se viraram apreensivos quando um garoto alto, carrancudo e de sobrancelhas muito grossas adentrou o salão.
_ Vítor Krum! – exclamou Rony babando.
_ Por Merlin Rony ele só um jogador de quadribol, não um Deus! – exclamou Hermione.
_ Somente um jogador de quadribol? – respondeu Rony incrédulo – Ele é um Deus, um Deus...
_ Do quadribol... – interrompeu-o Hermione. Agora ela resolveu olhar para o admirado jogador.
Krum olhou para Hermione, deu um meio sorriso e uma piscadela. Ela percebeu, mas achava que poderia ser para qualquer uma.
Todos os alunos de Durmstrang estavam agora em fila ao lado de Beauxbatons. Hermione sentiu uma vontade inexplicável de olhar outra vez para a mesa da frente, mas quando o fez ele já não estava olhando para ela... Ela optou por também desviar o olhar.
Cedric estava de olhos na fileira de Durmstrang com o cenho franzido. Ele não sabia porque mas sentia como se tivessem jogado uma pedra em seu estômago.
_ Agora que tudo foi esclarecido – disse Dumbledore por fim – Deixarei que vocês vão para os seus aposentos, afinal esta foi uma noite e tanto...
Os alunos foram levantando-se e não havia outro assunto senão o Torneio, as garotas de Beauxbatons e os garotos de Durmstrang. Hermione só queria dormir... Essa palavra lembrava-a de seu pequeno “cochilo” nos braços de...
_ Mi!
Ela virou rapidamente e esperançosa.
_ E aí, linda?! – perguntou Jack. Hermione tentou esconder sua cara de desapontamento.
_ Oi Jack... – disse rindo falsamente.
_ Então... Ai! – Cedric havia passado por entre Jack e Hermione e o “Ai!” de Jack parece já ter explicação: Cedric havia empurrado Jack ao passar por eles. Hermione prendeu o riso e se repreendeu por querer rir, a atitude de Cedric não tinha sido certa ou engraçada...
_ O que? – perguntou Hermione tentado distrair Jack cujos olhos queimavam nas costas de Cedric.
_ Eu queria confirmar... – disse ele casualmente. Hermione franziu as sobrancelhas.
_ Confirmar o que? – perguntou Hermione.
_ Hermione! – ela arregalou os olhos, ela não estava acostumada a ser chamada assim por ele.
_ Jack! – disse Hermione num impulso ainda com os olhos arregalados.
_ Linda! – disse ele rindo com a surpresa dela – Você vai sair comigo ou não?
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