Capitulo 17
Harry entrou em casa e se encontrou com Ginny comendo. Ela não levantou a vista, nem o cumprimentou, nem sequer pareceu ter notado que havia chegado, mas sim o sabia e tinha que fazer um tremendo esforço para não correr reclamar-lhe e rodeá-lo todo. Harry se sentou na mesa e em vão tratou de encontrar em aqueles olhos algum sinal.
Harry: Bom dia.
Ginny (sem levantar a cabeça): Bom, como amanheceste?
Era estranho, ela não o olhava, não lhe gritava MAU TE QUERO.
Harry: A outra noite, escutas-te algo?
Ginny: Algo como que? (como os gemidos de uma cachorra?)
Harry (não definitivamente não escutou): Te passa algo?
Ginny (mostrou um sorriso e o olhou nos olhos): Não te preocupes Mau, nada pode afetar teus interesses econômicos.
Harry: Sobre isso... Ginny eu te devo uma desculpa, não quis dizer isso, é só que...
Ginny (fingindo): Não te preocupes, ainda que não me queiras nem um pouco eu te adoro Mauricio e sei que terminaras por querer-me.
Aquelas palavras foram como um balde de água fria para ele. Decidiu que ainda que fosse só por um dia abandonaria sua vingança e se permitiria ser feliz com ela.
Harry: Estava pensando... Tu ainda não conhece a fazenda... Que tal se te apresento?
Ginny (surpreendida): Me encantaria, mas você não tem coisas para fazer?
Harry (pegou-lhe a mão e a apertou): Não, hoje quero estar somente contigo.
Ginny sabia que no fundo era uma mentira, um engano, mas essas palavras o desiludiram igual, o contato com sua mão, tudo... Se isso era um sonho ela queria sonhar... Ainda que fosse pela última vez.
Ginny: O dizes de verdade Mau? Não me deixaras só por ai ou algo...?
Harry (comovido): Olhe-me nos olhos (ela o olhou) Te prometo que hoje não vou te fazer nada mal. Vamos? (lhe ofereceu o braço e ela o aceitou).
Saíram a caminha pela fazenda. Ainda sabendo que estavam vivendo uma grande mentira, os dois se deixaram levar pelo momento. Harry buscava deixar-se querer ainda que fosse um só vez em sua vida. Ginny tentava decifrar que havia no mundo de entendimento daquele homem, isso se repetia uma e outra vez enquanto caminhava ainda que no fundo seu coração seguia respondendo a voz de Harry, e com cada palavra, com cada mirada se acelerava.
Harry: Diga-me algo, por que me queres?
Ginny (assombrada): Por que te quero? Tu de verdade crê que exista um motivo para querer alguém? Se tu fosse alguém diferente eu poderia dizer que te quero porque me fazes surpresas, me tratas bem e me cuidas, porém não é assim, e ai estou eu de tola querendo-te, não o sei Mauricio, não sei porque te quero tanto, sei que te quero e ponto.
Harry: Crês que... Pode me ensinar a querer-te?
Ginny ficou mirando-o fixamente. Todo seu cérebro lhe gritava IDIOTA a todo volume, mas seu coração era surdo. Se aproximou a Mauricio e o beijou com doçura. Ele correspondeu a esse beijo enquanto pegava pela cintura, porém dessa vez foi ela que raciocinou e cortou o momento.
Ginny: Não.
Harry: Que te passa?
Ginny: Tu... Tu não me quer, vai me fazer dano de volta, verdade?
Harry: Prometi que não.
Ginny: Também prometesse amar-me, cuidar-me e respeitar-me.
Harry: É distinto, isso eu prometi a Deus... Isto te prometo, a você.
Ginny: E por que é diferente?
Harry: Porque ele me há falhado muitas vezes... Você nunca (A pegou pela cintura e de novo a beijou).
Harry não entendia o que fazia essa mulher para enlouquecê-lo tanto. Ali estavam um sobre o outro no meio do campo, entregando-se a esse amor que era mais forte que ambos, que com cada gemido, com cada beijo, com cada caricia apagava as lágrimas e ódios e os juntava mais. Se pertenciam ainda que não quisessem, lhes pesava o mesmo destino, ou se salvavam ou se afogavam juntos. Por agora decidiram apostar um momento, uma trégua entre a dor dela e o ódio dele e deixar-se levar pelo prazer que davam um ao outro. Havia um mundo cheio de mentiras construídos entre eles dois, mas nesse momento tudo era autêntico, era mais que sexo, estavam fazendo o amor e o sabiam, e ainda que ambos duvidassem desse amor nesse preciso instante não havia nada mais forte, nada mais indestrutível. Porém enquanto caia a noite e se assomava igual a Romeu e Julieta, os amantes iam se separando. Ainda havia tempo. Harry carregou Ginny nos braços e a levou até seu quarto. A viu dormir enquanto recordava até o ultimo detalhe dessa noite, não sabia se ia voltar a se repetir. Necessitava mais beijos para seguir com esse suplicio, mas não queria acordá-la. Lhe roubou um beijo enquanto dormia e se dirigiu ao seu quarto. Maldito o destino que pesava sobre ele. Por que dentre todas as pessoas, somente nela, havia encontrado o amor?
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